Vivi como um viajante importuno na terra, não ligava pra nada somente
viver gotas de alegria.
Meu nome é Roberto Sá. Hoje eu
teria meus 39 anos. Meu relato é de uma vida sem definição, ou melhor, esbanjei
os minutos e segundos da minha vida.
Nasci em são Paulo em 1967, época que todos sonhavam, havia inocência no
ar. Meus pais trabalhavam muito!
Meu pai no banco Mercantil e minha mãe na Loja Sears. Era uma época boa
quem tinha televisão cores e um telefone era rico.
Tenho na terra dois irmãos, meu irmão é avô, está doente muito. Minha irmã era linda seu primeiro casamento
foi uma festa linda arranquei a gravata do noivo e passei cortando dizendo que
era para os noivos, mas, era para mim.
Hoje conto, estou aqui no mundo onde ninguém ou poucos imaginam. Meu pai, desde que parti se sente culpado não
entra no banco para receber, está idoso. Eu vim indiretamente dizer a ele que ele não
teve culpa de nada.
Eu era tão irresponsável na terra que punha fogo em caixa d’água. Mas, pouco me importava. Tinha quatro
namoradas e a todas prometi casar. Eu!
Eu vivi como um viajante importuno não ouvia meus pais, meus amigos eram
minha família. Ia a bailes era uma
farra; mas eu era esperto mandava os outros beberem, mas eu não bebia.
Aproveitava que minha irmã estava
dormindo e cortava os cabelos dela e os colocava na porta da sala.
Ela queria me bater, minha mãe me deixava de castigo. Mas eu não me importava,
minha vida era me divertir! Tinha primos
com um pouco com juízo e outros sem nenhum.
Trabalhei numa padaria na esperança de ter algum juízo, eu ia me divertir
não prestava atenção ao trabalho e misturei com a massa do pão o tênis velho do
patrão.
Ele teve que mandar concertar a maquina e descontou do meu pagamento. Recusava-me cortar o cabelo prendia com rabo
de cavalo. Um dia minha mãe me amarrou na cama enquanto eu dormia o picou meu
cabelo no dia seguinte tive que ir ao barbeiro. Eu perguntava para minha mãe:
- Por que eu nasci?
Minha mãe me abraçou e disse:
- Porque Deus me viu triste e me mandou você meu filho!
- Mãe a senhora era triste sem mim?
Ela balançou a cabeça que sim! Ela me emocionou, chorei como ela tivesse
me batido.
Quando estava com 15 anos minha mãe morreu do coração, minhas lágrimas
era um rio. Mas eu tinha pai, e irmãos.
Minha mãe chamava-se Aliria eu chorava tanto que recusava comer.
Minha irmã com carinho me
abraçava! A minha irmã Fabíola foi mãe para mim, eu a chamava de varíola. Perguntava-me por que Deus levou minha mãe?
Passou-se dois anos, mas, para mim era como se fosse ontem, não conseguia
parar por muito tempo de chorar. Acho que quando alguém nos ama é para guardar
no coração.
Minha vida não tinha sentido. Naquele dia, cheguei da loja do meu tio,
mais cedo ia dar um susto no meu pai, tirei meu sapato entrei de mansinho,
parei na cozinha e vi uma cena:
Meu pai beijando a melhor amiga de minha mãe! Regina!
Minhas lágrimas eram de ódio! Eu os ouvi conversando:
- Regina guardo segredo e culpa, ela tinha problema de coração e nunca
deveria ter nos visto juntos, nos não a vimos nos olhando, só a encontramos no
chão, meus filhos nunca devem saber. A amante de meu pai fez o papel de amiga
sofrida e de madrinha nossa. Queria explodir, mas minha irmã estava grávida,
ela chegou contente dizendo:
-Papai!
A amante de meu pai disse-lhe
- Querida olha que eu comprei! Roupinhas
para o neném!
Fui para meu quarto, daquele dia matei meu pai dentro de mim!
Dormi com ódio!
Meu pai vinha me abraçar eu o empurrava! Cheguei em casa estava a amante
de meu pai, ela veio me abraçar a empurrei longe e gritei:
Assassina! Você e meu pai mataram minha mãe! Eu os odeio! A empurrei para
fora de casa com tanta violência que ela caiu e quebrou o braço.
Meu pai me disse assustado:
-Meu filho me perdoe! Nunca mais vou vê La!
- Eu os vi pai assassino! Tenho vergonha de ti, você tinha um caso com a
melhor amiga de minha mãe mesmo sabendo que ela tinha problema de coração; eu
quero que vocês morram!
Fui até a casa da minha irmã casada, reuni os irmãos e contei o que vi.
Meus irmãos se revoltaram contra meu pai, o afastaram. A amante dele foi embora
da cidade. Meu pai sozinho os filhos viraram as costas. O penúltimo dia que o
vi o empurrei!
Ele ficou doente, ninguém se importava! Arrumei uma namorada fui morar
com ela. Todos me perguntavam você tem pai? E eu respondia que não ele morreu!
Ele continuou trabalhando no banco.
Mas uma tarde passei perto do banco não olhava para aquele lado, mas,
havia um movimento de policiais em frente ao banco.
Minha namorada pediu que eu desse a
volta o banco tinha assaltantes.
Senti um frio! Meu Deus! Meu pai
está trabalhando e tem reféns!
Parei o carro, desci e fui falar com o policial, o refém era o gerente que
tinha um revolver na cabeça! Era meu pai!
Minha namorada disse:
- Fique aqui vamos esperar!
Passaram duas horas e continuava a mesma cena! Fui caminhando para o meio
da rua, dei a volta pelos fundos, tinha muitos policiais. Vi meu pai saindo com
arma na cabeça o bandido ia atirar! Gritei para o bandido:
- Olha me leva no lugar do velho,
ele não tem valor me leva! O assaltante soltou meu pai e o policial atirou no
assaltante corri, mas o assaltante atirou nas minhas costas.
Senti cair no chão, meu pai correu!
- Filho me perdoe!
Eu olhei para meu pai e disse:
- Eu te amo, eu te perdoo!
Acordei num hospital, enfermeiros bons, mas chatos, me diziam:
- Querido você é recém-chegado, precisa de paciência logo estará andando!
Eu respondia grosseiramente:
- Vocês são chatos! À bala não me acertou!Voltei a dormir!
Para mim já havia se passado dias acordei e chamei:
- Moça estou com fome, telefona para minha irmã ela faz um bife acebolado
delicioso!
A enfermeira era surda me trouxe um caldo!
Olhe! Você é osso assim por causa
desse caldo tome para você!
Passou uns dias me senti forte, na minha sonolência ouvia uma voz suave
parecia orando, eu pense! Caramba é uma freira!
Olhei para um lado e para outro. Resolvi me levantar! Andei pelo hospital
e dei de cara com um enfermeiro.
- Oh! Cara você vê cicatriz nas
minhas costas, poxa foi uma ótima cirurgia!
Quero alta, vou par casa de minha irmã comer um bife eu te levo!
Ele sorriu e disse: - volte a deitar logo terás alguém para conversar!
Respondi: - A freira! Você quer me
corrigir?Quero andar caçar comida!
Ele andava atrás de mim, o hospital lindo! Com imenso jardim e os
pássaros andando no meio de todos eram lindos. Eu pensava que meu pai, com remorso,
estava pagando a clinica mais cara!
Olhei para o enfermeiro e falei
- Você fica ai que vou achar um telefone. Caminhei todo mundo sorri neste
hospital. Vi uma senhora chorando tive
pena e perguntei:
-Senhora alguém está te maltratando? Quer fugir?Estou indo fugir agora a
senhora vem comigo?
A Senhora balançava a cabeça que não! Olhou para mim e disse:
- Filho você é lindo! Mas não sabe onde está?
Eu respondi que estava num hospital caro e lindo, mas quero comer o bife
que minha irmã faz eu a levo comigo! Quero ver minha namorada, quero dar uns
beijos! A Senhora sabe!
A senhora ria de mim! Querido eu choro por saudade de meu esposo que
reencarnou na terra!
Eu disse; - Coitada ele te deu um chute! E a Senhora ainda chora! Arrume outro!
A Senhora disse: - Não!Meu filho és recém-chegado!
Eu levei um balaço, mas o medico é bom não tem cicatriz nenhuma!
A Senhora me disse que seu nome era Diamantina e nós todos, inclusive você,
estamos no mundo da luz longe da terra!
Respondi que devia gastar muita luz mesmo aqui é grande! Então estamos
numa cidade serrana porque é alto longe da terra!
Senhora Diamantina: Não! Nós não vivemos mais na terra! Nós morremos!
- Minha Senhora desculpe! Eu não sabia que aqui tinha manicômio, a senhora
não pode fugir!
Sai voando perto dela, coitada estava doidinha! Fui andando ouvi me chamarem
era a voz da freira, virei e disse: - Senhora não acredito em nada não venha
rezar na minha orelha!
A Senhora; você está do mesmo jeito meu filho!
- Todo mundo aqui chama todos de filhos! Senhora minha mãe morreu há
anos!
A Senhora sorriu: - filho você não me conhece mais? Olhe para mim!
Eu: - Se eu olhar a Senhora para de me chamar de filho?
Eu: - Estou olhando bem!
Eu: - Deus o que é isso? Mãeeeeeeee!
Corri todo o jardim o dia todo em todas as alas fora do hospital até
cansar e dormir de cansaço numa estrada. Acordei, pensando no pesadelo que tinha
morrido e vi minha mãe. Acordo e vejo minha mãe abrir a cortina fina sorrindo:
- Vamos tomar um chá eu mesma fiz?
Eu estava agarrado no meu lençol tremendo. Ela sorria e dizia: - Meu
filho sou eu!
Desencarnei, perdoei seu pai!E le que fez mal a ele mesmo eu estou aqui,
você apesar da mágoa perdoou seu pai lhe deu a sua vida! Filho isto é amor!
As lagrimas rolavam pela minha face: - Por que eu nasci?
Ela: - Porque Deus me viu triste e enviou você, meu filho!
Eu chorando: - Mamãe é você! Nós dois abraçados eu como criança, mamãe
adeus bifes? Namoradas? Ah! Eu morri! Mas, voce esta aqui comigo! Voce casou?
Ela: - Meu filho que pergunta?
Eu: Mamãe nós dois juntos vamos assustar o pai e a amante dele?
Minha mãe me respondeu muito séria;
- Você é um homem, filho de Deus, vingança são para os fracos e esta
senhora já desencarnou está num hospital mais longe!
Eu: - Bem feito! Agora posso arrancar o cabelo dela!
Minha mãe;
- Meu filho eu a socorri ela foi parar nas sombras por tantos erros,
agora pela graça de Deus ela esta melhor. Não quero ouvir um pingo de vingança
e palavras grosseiras, senão te deixarei aqui sem mim!
Eu: - Não! Minha mãe, até que ela tem lindos olhos, vou me comportar não
me deixes, te amo, a senhora me fez falta, me comportarei mesmo morto, mamãe
estamos mortinhos, então nada para fazer. Viver de barriga para cima!
Minha mãe: - Levante-se e me acompanhe, vamos conhecer as escolas, o
hospital, há muito para conhecer e trabalhar!
Passei a conhecer tudo, cenas de beleza rara, a vida deveria ser boa para
todo mundo.
Sorria. Depois de um tempo de tanto estudar, ler, minha mãe sempre me
vigiando,veio uma nova professora de música, olhos esverdeados, cabelos
cacheados, fala suave, queria aprender logo, ela sempre sorridente, tinha uma
paciência em ensinar! Até que tive
coragem de convida-la para dar uma volta no lago. O nome dela é Lemita.
Eu: - Quanto tempo que você esta aqui mortinha Lemita?
Lemita rindo: - Você é engraçado! Não morremos, somos eternos, estou, do
seu tempo, a dois mil anos aqui nessas terras, vim de outro lugar, estou à
espera do meu marido chegar!
Eu: - O que? Marido chegar! Olha vai ver que ele desistiu é muito tempo
para uma linda jovem ficar desamparada há muito lobo por aí!
Limite ria dele: - Aqui lobo? Voce é divertido!
Lemita e eu fizemos amizade. De
repente minha mãe estava na nossa frente e eu apresentei:
-Mãe esta é uma amiga!
Passou um tempo eu estava melhor, já estava até trabalhando na escola com
os jovens com os conselhos de minha mãe e Lemita.
De repente ouvi um choro me deu dor no peito, minha mãe passou luz através
da imposição das mãos e eu melhorei.
O conselheiro Demétrio veio nos ver. Era meu pai que estava no hospital muito mal
não conseguia se livrar da culpa, precisava de socorro.
Fui incumbido de ajuda-lo. Vim
para terra com minha mãe e Lemita. Minha irmã também tinha câncer de mama,
estava em tratamento e ela orava muito e muitos irmãos a auxiliavam. Meu irmão
estava forte e já era avô. Meu pai com tanta idade vivia preso no leito, ouvi
ele me chamar pedindo perdão. Chorei muito!
Ajoelhei-me, pedi auxilio Divino ao Pai Santíssimo. Os irmãos espirituais
estavam ajudando, agora eu fazia parte sem saber dos auxiliadores. Coloquei
minha mão na cabeça dele e disse:
- Papai eu te amo! Eu te perdoo! Fui conversando com ele, seu corpo
consumido pela doença, senti desespero nele, arrependimento sincero.
Meu pai entrou em coma profundo, não conseguia se desprender do seu corpo
terreno, ajoelhei-me orando e pedi intercessão por ele. Senti dentro de mim uma
luz, uma força. Sabia que podia fazer.
Peguei meu pai no colo com ordem Suprema e subi com ele no meu colo,
todos me acompanhavam orando. Chegamos ao hospital o coloquei na cama me deram
ordem de cuidar dele com ajuda de minha mãe e Lemita. Vários dias passaram até
ele acordar. Agora era eu que estava cuidando dele como cuidaram de mim quando cheguei,
ele não me reconheceu o auxiliei até ele caminhar.
Meu pai: - Você rapaz é bom para mim! Obrigado!Não mereço!
Com o tempo eu expliquei que ele estava no mundo de Luz e Amor. Ele se apavorou
achando que Deus ia castiga-lo.
Eu dizia: - Cada um é o seu juiz tudo que passaste foi sua lapidação, mas
isso não quer dizer que do Altíssimo não venha lições.
Passado um tempo, nós estávamos no jardim e de repente ele pega minha mão
e observa:
- Você tem as mãos do meu filho! Olhou
um sinal que eu tenho de família terrena
Meu pai finalmente me reconheceu: -
Filho é voce!
Eu não me contive e respondi:
- Sim pai sou eu, nos abraçamos como pai e filho, choramos juntos, rimos
juntos.
Meu pai: - Você se jogou na minha frente, deu sua vida no meu lugar
filho!
Minha mãe chegou de mansinho olhando nós dois, dando graças. Meu pai
quando a viu pediu perdão, eu estava vendo uma cena de amor e perdão.
Depois de um tempo todos nós fomos até onde estava a amiga de minha mãe,
ela ouviu todos nós a perdoarmos. Uma emoção linda. Ela iria reencarnar. Demos um abraço de breve despedida.
Limite me convidou para conhecer a casa dela. Fui com todo respeito
afinal eu não era lobo. Uma casa cor de rosa, repleta de flores, perto do lago,
arvores e pássaros lindos. Eu disse:
- Seu lar é lindo seu esposo vai amar.
Lemita sorrindo; eu sei que ele vai gostar de cada flor foi ele que plantou
comigo! Não é meu senhor marido?
Eu respondi automaticamente: - Sim querida! O que?
Lemita riu e saiu correndo para se esconder.
Eu: - Sou seu marido? Então não é pecado eu gritar: - Lemita eu te amo!
Era só felicidade!
Minha mãe me chamou até o hospital para um novo trabalho, minha irmã
tinha chegado! E tínhamos todo o
trabalho de amor.
Afinal, vivemos para amar!
Luz para Luz! Fim
Ditado pelo espirito de João Harsan
Psicografado pelo médium Esaú Davi.