terça-feira, 24 de junho de 2014

''ALÉM DAS EMOÇÕES''




-Meu Deus, minha casa está pegando fogo! Preciso sair e pedir socorro!
Quanto mais corro, não vejo ninguém para ajudar!
- Moço, moço, por favor!  Minha casa está pegando fogo meus filhos, não lembro se eles estão na casa.
- Moça! Acalme-se! Vamos entre aqui, irão te ajudar!
- Por favor! Ajudem-me minha casa está em chamas!
- Acalme-se! Já foram socorridos!
- Graças a Deus! Estou cansada de tanto correr para pedir ajuda, você tem certeza que estão sendo socorridos os meus filhos?
- Temos, descanse! Durma um pouco!

- Por favor! Ajudem-me minha casa esta em chamas!
- Acalme-se já passou! Está tudo bem!
- Qual é o seu nome? Quem é você?
- Meu nome é Castro, sou enfermeiro e você lembra-se do seu nome?
- Lembro! Meu nome é Kátia, estão meus filhos? Eles estão neste hospital?
Castro: - Seus filhos estão bem, não neste hospital. Descanse um pouco.
Kátia: - É de dia! Que hospital é esse?
Castro: - Aqui é lindo, chama-se Esperança!
Kátia: - Esperança é o que tenho que ter! Posso ver meus filhos?
Castro: - Seus filhos não estão internados. Você lembra alguma coisa? Pais? Marido? Amigos?
Kátia: - Não sei, não tenho pai, ele morreu, não sei. Eu estou vendo a casa em chamas é a minha me ajude!
Castro: Kátia a casa não está mais em chamas, tudo está bem.
Kátia: - Por favor, o senhor pode ficar ao meu lado?
Castro: - Ficarei! Descanse! Está tudo bem!


Castro: - Que bom Kátia está em pé e na janela vendo o jardim, quer dar uma volta?
-Kátia: - Está bem! Meus filhos estão bem?
Castro: - Sim! Vamos ao jardim? Veja quanta natureza, olha as flores, a vida!
- Que linda moça! Qual é o seu nome querida?
Kátia: - Meu nome é Kátia senhora e qual o seu? A senhora parece ser alegre!
- Querida meu nome é Francisca! Venha, eu e Castro te levaremos para passear, sinto que seremos amigas.
Kátia: - Sinto cheiro e barulho de água corrente.
Castro: - Aqui em baixo tem um riacho é lindíssimo, vamos até lá?
Kátia: - Vamos! Aqui são lindos, os pássaros, que gostoso aqui fora, vejo que todos gostam de vir aqui.
Francisca: - São para renovar as nossas energias.
Kátia: - Meu Deus! Aquelas crianças se parecem com meus filhos, vejo a casa em chamas, me dizem que está tudo bem?
Castro: - Está tudo bem!
Kátia: - Eu tenho a sensação que meus filhos me chamam, eu quero vê-los.
Francisca: - Eu te ajudarei ir vê-los, mas agora tenho um compromisso, vou ao grupo de oração, você quer ir comigo? Orar é bom, nos traz paz, além do Pai nos ouvir!
Kátia: - Eu vou contigo Francisca.
Francisca: - Amigos essa linda moça é a Kátia ela veio orar conosco!
“Aos irmãos oremos pela vida continuada que o Senhor nos ama. Ele é o Pai, Pai Amor, Seu Filho Amado Nosso Senhor Jesus Cristo, nosso Salvador, nos envolve com seu Divino Amor! Amém”.
Kátia: - Todos bebem este suco ele é muito bom! Francisca quando você poderá me acompanhar para ver os meus filhos?
Francisca: - Logo, quando estiveres melhor, mais calma.
Castro: - Vamos descansar um pouco.
Kátia: - Tentarei, mas não paro de pensar neles, bom descanso.
                   Kátia não consegue descansar, vem a sua mente a casa, o fogo, as falas de seus filhos, ela começa a ouvir o choro deles, se desespera. Resolve sair do quarto anda pelo corredor, vai até o salão, um senhor a observa.
- Querida não consegue descansar? O que esta acontecendo?




Kátia: - As saudades dos meus filhos, eles não estão neste hospital, alias, não tenho marca de queimadura, será que eles estão em outro hospital?
- Meu nome é Nelson, vou chamar Castro me aguarde aqui.
Kátia não conseguia se acalmar, foi para o jardim, atravessou o campo, chegou ao portão, começou a andar. Parecia que caminhava há horas, na mente sua casa simples. Chegando à Cidade de Belo Horizonte (MG), procurou a rua e as lembranças vinham.
- Mamãe! Mamãe! Não! Não faz isso!
As crianças: - Papai está trabalhando!
Kátia chega onde deveria ser sua casa, encontrou um prédio no lugar, entrando sem entender nada.
- Meu Deus! O que está acontecendo? Onde estão meus filhos? Minha casa? Que gente é essa?
- Onde estou agora? É a casa da minha irmã caçula Karen! Mãe, mãe, ela e minha mãe Joana, como ela está senhora sentada na cadeira, como está idosa parece que tem setenta anos, minha irmã uns quarenta anos. Não pode ser tenho vinte e oito anos. Estou tendo um pesadelo! Mas meus filhos onde estão?
- Estou num apartamento, quem é esse homem? Meu Deus! É o meu marido Bernardo, ele tem esposa! Está chamando essa mulher de esposa? Ele está chamando essa menina de filha! Ele está com os cabelos grisalhos, meu Deus preciso acordar deste pesadelo, ninguém me vê! O que é isso, aqui está o calendário é quinze de janeiro de 1980! Não! Preciso acordar, eu estou em 1968! Deus me acorde!
- Meu Deus é minha mãe Joana! Ela está deitada dormindo!
- Mamãe! Acorde! Ajude-me! O que está acontecendo?!
Joana: - Karen! Karen!
Karen: - O que houve mamãe?
Joana: - Eu sinto sua irmã Kátia aqui, ela está desesperada, sofrendo, não sabe de nada.
Karen: - Mamãe já passou! Kátia está dormindo, ela acordará quando Jesus voltar!
Joana: - Não! Sua irmã está aqui sofrendo, eu não a vejo, mas a sinto!
Karen: - Mamãe! Faz anos que ela morreu!
Kátia: - Eu o que? Morri? Não! Não! Estou tendo um pesadelo!
Joana: - Ela, pobrezinha precisa de muita oração, colocar fogo na casa com seus dois filhos dentro por causa de ciúmes doentio, Bernardo era fiel, ficou doente, depois de anos se casou, está até hoje quase vinte anos se passaram, imagine a saudade dos filhos e a inconformação de saber que a própria esposa colocou fogo na casa.
Karen: - Mamãe! Ela está dormindo! Eu sei todos nós sofremos, mas, a senhora precisa se levantar, eu preciso de ti.
Joana: - Espero que seu pai Castro e sua avó paterna ajude sua irmã, eu oro o dia todo, sonho com ela andando sem rumo. Meu Deus! Ilumine minha filha Kátia! Castro, seu pai era bom homem, trabalhador e sua avó Francisca foram muito bons conosco, nos ajudou muito. Filha eu sei que não acreditas, mas eu acredito que somos eternos, mas passar a eternidade perdido, não! Jesus! Perdoe minha filha! As crianças a menina mais velha oito anos Karina e o pequeno Miguel com quatro anos são anjos. Senhor! Esses anjos meus netos socorram a Kátia! Em teu santo nome! Em nome de Nosso Salvador Jesus! Kátia! Jesus, filha!
Karen: - Mamãe! Eu estou aqui! Se acalme!
Kátia ao ouvir tudo isso, - Não, não! Eu não coloquei fogo na casa! Não! matei meus filhos!
Na lembrança vinham as imagens dela brigando com Bernardo: - Quem é ela? Quem é a sua amante? Deixa-me cheirar sua roupa!
Bernardo: - Kátia, você é minha esposa, casamos jovens porque amo você!
Kátia: - Não! Você é infiel! Quem é ela? Ele foi trabalhar? Não, não! Ele foi ver a outra!
Pegou a gasolina e colocou em tudo, deitada abraçada com as crianças ateou fogo na casa! Kátia sentia as chamas queimarem, as crianças socorridas espiritualmente.
Kátia: - Não! Não! Meu Deus! Fui eu que matei meus filhos!
Deitada no chão sem forças, as chamas em volta, - socorro! Apaguem o fogo! Meus filhos!
Francisca e Castro: - Kátia querida, não há mais chamas, aceita nossa ajuda! Ore conosco!
“Senhor, envia o bálsamo de tua paz a tua filha Pai”! Ela necessita de ti! Jesus, Nosso Salvador, Senhor da vida, Luz Divina acalme o coração desta filha que precisa de sua divina intervenção.
- Maria, Mãe Santíssima, mãe do Salvador, envia tua luz de amor a tua filha, doente do coração, envia Senhora sua Luz, Misericórdia Divina!”
Kátia começou a se aclamar, não via mais as chamas olhou para o mentor Castro: - Papai me ajude!



Castro emocionado, mas calmo em oração abraçou a Kátia, amparada pelo pai e avó, logo chegaram os enfermeiros espirituais, socorristas que trabalhavam incansavelmente em nome do amor ao próximo. Logo chegaram ao hospital Esperança.
Na enfermaria, Kátia estava deitada numa cama envolvida com muitas luzes, irradiando a luz branca, azul, verde claro, rosa, prata, com oração e amor aos poucos Kátia foi se recuperando. Ao abrir os olhos:
 - Papai, vovó! Ajude-me!
Castro: - Querida, estou aqui sempre estive!
Francisca: - Minha netinha acalme seu coraçãozinho, você está envolvida em nome do Amor Divino.
Depois de algum tempo Kátia conseguia ficar de pé, às vezes, chorava, mas era acalmada pela avó e pelo pai.
Castro: - Querida veja que lindo dia! A beleza da vida é o Senhor Pai Deus e o Divino Amor.
Kátia: - Papai o que eu fiz? Eu estava louca!
Castro: - Minha filha é o desequilíbrio da alma, filha o amor é sagrado, seu esposo era um homem fiel.
Kátia: - Meus filhos não me perdoarão nunca! Então estou morta!
Castro: - Querida! Seus filhos hoje são os filhos de Bernardo e sua esposa atual. Querida a vida é plena, na terra é uma fase de aprendizagem, eu vejo como um grande hospital, aqui é outra fase da vida mais evolutiva.
 Minha filha somos luz, na terra a humanidade está aprendendo a ter equilíbrio das emoções, algumas pessoas tendem ao desequilíbrio de sentimentos levando a consequências doentias.
Kátia: - É o meu caso! Aqui não terei esse desequilíbrio, estou sendo tratada e o amor de todos é maravilhoso. Como tive coragem!
Com o passar do tempo Kátia ficava mais animada, ouvia os conselhos, assistia as palestras. Francisca a orientava em tudo levou Kátia para passear na cidade espiritual Esperança, cidade pequena com praças, casas onde famílias vivem em trabalho mútuo de evolução.
Kátia: - Como pode? Não entendo famílias morando aqui?
Francisca: - Sim querida há famílias de sangue, de coração, épocas longínquas com verdadeiro laço de amor, você gosta desta casa azul?
Kátia: - Sim! Ela parece confortável! Quem mora aqui? A senhora conhece?
Francisca: - Vamos entrar!
Kátia: - Papai?
Castro: - Sim querida, eu, sua avó e meu irmão Rafael, agora ele está trabalhando em outra cidade, mas logo chegará. Entre querida filha!
Kátia: - Meu Deus! Tem sofá, sala, quarto, cama, jardins parece que moramos dentro dele.
Francisca: - A natureza é sábia e nós humanos somos crianças perto da natureza, somos irmãos cada um evoluindo.
Kátia estava se sentindo mais protegida, não tivera mais crises, estava vivendo em paz, ia para a biblioteca ler, estava fazendo amizades. Kátia estava na praça observando o movimento, crianças brincando, começou a se lembrar dos filhos, abaixou a cabeça deixando vir às lágrimas. Veio um rapaz alto, sereno, cabelos e olhos castanhos.
- Olá! Posso ajudá-la? Esta com algum problema?
Kátia: - Todos nós estamos com um grande problema, qual é o seu nome?
Rapaz: - Meu nome é Ronaldo, de que problema estas falando?
Kátia: - Você não sabe? Estamos mortos, o pior pela minha mão!
Ronaldo: - Me desculpe você está me fazendo rir. Isso não é problema é uma alegria.
Kátia se levantou irritada: - Você está rindo de mim e o pior está dizendo que é uma alegria de eu mesma ter me matado?
Ronaldo: - Não quis dizer isso, quero dizer que é bom estarmos vivos aqui, poderia ser pior.
Kátia: - O que tem de pior?
Ronaldo: - Nunca ter nascido, Deus nunca ter nos criado isso é o pior, agora você ter tirado sua vida é triste, mas veja por outro ângulo, estamos aqui neste lindo lugar.
Kátia: - meu Deus! Nunca imaginei depois de morta eu entraria alguém me paquerando da minha tristeza, sabe vá encontrar seus ossos, seu esqueleto por aí e me deixa em paz.
Ronaldo: - O que? Você precisa se encontrar, eu já estou aqui há tempos, você é nova precisa aprender muito e ser educada.
Kátia: - O senhor não está me respeitando, tenho culpa de ser velho chato?
Ronaldo: - Eu só queria ser cavalheiro! Até nunca mais.
Kátia: - Eu que digo até nunca mais!
Kátia voltou para casa furiosa, sua avó Francisca perguntou:
 - Querida, o que houve?
Kátia começou a chorar! Castro entrou, perguntando o que aconteceu!
Kátia: - Fui pra praça veio um velho tentando me namorar não me respeitando.
Francisca e Castro olhando um para o outro.
Francisca: - Querida deve ter sido um mal entendido! Vamos descansar!
Castro: - Mãe Francisca a Kátia não está bem?
Francisca: - Tive uma ideia, ela precisa de um trabalho, a levarei amanhã para a escola das crianças.



Mais tarde Francisca chega com Kátia na escola: - Querida aqui você pode ajudar as crianças nas brincadeiras, ler, gostaria? Sei que se lembrará das suas crianças.
Kátia: - Aceito sim! Talvez elas me ajudem a tirar esta dor no meu peito.
                   Kátia foi apresentada para as crianças, a responsável da escola é Anita. Ambas se tornaram muito amigas, Kátia com o tempo estava se saindo muito bem, adorava trabalhar na escola.
Anita: - Kátia eu também auxilio no resgate dos recém-chegados, você gostaria de participar, mas antes você precisa de orientações.
Kátia: - Vou falar com meu pai, obrigada!
Em outro local, Castro em reunião com os mentores, colocando os problemas do hospital para que possam auxiliar melhor Castro pergunta se alguém quer falar! Francisca chega animada com suco pra todos. Levanta a mão um rapaz.
- Meu nome é Ronaldo, eu preciso de uma orientação!
Castro: - Sim! Ronaldo nos diga!
Ronaldo: - Estão liberando cedo os recém-chegados da Terra?
Francisca: - Não Ronaldo, todos tem o tratamento adequado no que precisam.
Ronaldo: - Então eu sou um convicto azarado.
Castro: - Por que destas palavras?
Ronaldo: - Eu estava apreciando a vista lá na praça, vi uma moça em prantos, cheguei perto dela e me disse que estamos mortos. Eu disse que estava achando engraçado, ela virou pra mim furiosa e me mandou pegar os meus ossos! Essa moça é uma transloucada mentalmente.
Castro: - Calma Ronaldo! Ela deve ter passado uma vida difícil e ainda não está bem, precisa ter paciência com todos.
Francisca: - Castro será que é a Kátia.
Castro: - Talvez!
Mais tarde...
Kátia: - Pai, a Anita me convidou para auxiliar no resgate dos recém-chegados, eu pensei bem e vou aceitar, tive muito carinho de todos menos um paquerador, mas este não conta.
Francisca: - Ótimo querida!
Castro: - Francisca acho que é o Ronaldo do incidente, o que faremos para apagar esta antipatia?
Francisca: - Castro, isso já vem bem antes, Kátia na terra tinha uma obsessão pelo marido, um desequilíbrio, precisamos pensar o que fazer.
Castro: - Podemos colocar Anita e o grupo dela conosco e a Kátia auxiliaria os jovens recém-chegados, assim ela aprenderia a conviver e equilibrar-se.
Anita e Kátia se encontraram na enfermaria, Castro e Francisca participam do grupo. Entram na enfermaria azul: onde jovens rapazes continuam dormindo, alguns desencarnaram por causa de drogas.
Todos inclusive Kátia aprende a unção das mãos, orando com o coração junto ao Pai, clamando para uma melhora dos irmãos. Kátia se sente bem, ajudando se encontra mais calma, mas a vida nos traz surpresas.
Francisca, Castro, Kátia, Anita e o grupo estão na enfermaria branca, o mesmo trabalho feito com muito amor. Kátia está concentrada passando energia a um rapaz e vem em sua mente à lembrança de seu filho antes na terra e a casa em chama. Ela para olha para o rapaz, este acorda e pergunta onde está: - Você está num hospital, está tudo bem, volte a descansar.
Kátia abraça Castro: - Ele é meu filho!




Kátia com o passar do tempo acompanha Paulo em seu tratamento, já no quarto, Kátia se torna amiga dele. Ela faz com que ele se sinta bem. Ela o leva até os jardins, ele se lembra do acidente que o vitimou, aceita a vida que está agora sem nenhum problema.
Kátia: - Paulo você é bem religioso, entendeu facilmente que está no plano espiritual?
Paulo: - Eu entendo, sempre acreditei que Deus é Amor e Vida não nos arrancaria o que Ele nos deu de mais valor, a Vida e o seu Amor. Nós não nos conhecemos em algum lugar?
Kátia: - Em outro dia falaremos sobre tudo, este é Castro, meu pai!
Paulo: - Eu o via nos acompanhando de longe, sei que todos operam com amor de Deus.
Castro: - Paulo é maravilhoso ver alguém falando assim
Paulo: - Desde que eu era menino sentia que precisava ajudar alguém, eu sonhava que morava numa casa que estava pegando fogo, um homem me tirou, mas via uma mulher que não pude ajudar.
Acordava desesperado, meus pais na terra me levaram em uma psicóloga, o mais estranho é que minha irmã tinha um sonho semelhante.
Kátia ouviu se sentiu mal, amparada pelo pai, voltaram para casa.
Francisca: - Querida! Força e coragem, tudo na sua hora, Paulo entenderá.
Kátia: - É a minha vergonha! Meu Deus!
Castro: - Querida! Ore ao Senhor, Ele te guiará como falar com Paulo.




Paulo já estava bem melhor, caminhava pela cidade, fez amizades com Ronaldo, os dois pareciam muito amigos. Paulo já auxiliava nas enfermarias.
Kátia quando viu Paulo trabalhando ficou orgulhosa:
- Paulo que bom você já está auxiliando os recém-chegados em pouco tempo de sua chegada.
Paulo: - Agradeço a todos, a Deus em primeiro lugar. Não esqueço que foram os seus olhos que eu vi primeiro quando acordei, serei eternamente grato. Ah! Este é meu amigo, Ronaldo!
Ronaldo: - Como está? Melhorou a sua cabeça?
Kátia: - A minha cabeça está ótima não me esqueço de nada!
Paulo observando os dois: - Vocês se conhecem?
Kátia e Ronaldo: - Não!
Paulo: - Ronaldo está aqui há muito tempo não é como nós.
Kátia: - Não é mesmo como nós Paulo.
Ronaldo: - Aqui é um lugar de paz, mas alguém entrou na porta por ser atrevida!
Kátia: - Paulo você não pode andar, aprender com pessoas da pré-história.
Paulo vê Castro e o chama.
Paulo: - Castro estávamos tentando conversar, acho que precisamos de orientação.
Castro: - Kátia, Francisca está precisando de ti na enfermaria e Ronaldo aquele menino que você me falou já acordou.
Kátia: - Estou indo, com licença.
Ronaldo: - Até breve!
Paulo: - Castro o que há com Kátia e Ronaldo?
Castro: - Os dois desde que se viram brigam, isto é antipatia.
Paulo: - Já pensou que pode ser ao contrário, amor?
Francisca: - Castro novamente Kátia e Ronaldo se confrontam? Não pode continuar dessa maneira.
Castro: - Tenho uma ideia! Kátia querida, você gostaria de saber de suas vidas passadas, poderíamos ir ao Conselho de Lembranças.
Kátia: - Não! Papai, se esta última eu fui desequilibrada, imagine o que vou descobrir, vou com Anita na escolinha!
Castro: - Está bem querida!
Castro pensa e procura por Ronaldo na enfermaria.
Castro: - Ronaldo estou indo ao Centro de Lembranças, você não que ir para uma visualização de suas vidas passadas?
Ronaldo: - Agradeço, mas não, tenho que dar um jeito agora.
Paulo encontra com Castro, conversando mutuamente sobre vida de Amor que o senhor nos proporciona.
Castro: - A ideia que te falei ambos negou em ir ao Conselho de Lembranças.
Paulo: - Sinto que devo ajudar a Kátia, ela foi a primeira que vi quando acordei, os olhos dela não saem de minha visão.
Castro: - Paulo, quando retornarmos ao mundo espiritual reencontramos pessoas amigas, parente. E nos é colocado à pessoa mais ligada ao nosso coração mesmo quando não lembramos.
Paulo: - Então, Kátia é alguém que eu deveria reencontrar?
Castro: - Paulo, talvez não desta maneira, você é jovem tem um entendimento espiritual, converse com a Kátia.
Paulo: - Posso passar na sua casa para falar com ela?
Castro: - Claro que sim!
Francisca se encontra com Castro: - Você meu filho parece mais preocupado, o que houve?
Castro: Minha mãe, Paulo virá falar com Kátia é necessário!
Francisca: - Está ouvindo é o Paulo na porta! Chame a Kátia! Entre Paulo, uma grande alegria em nossa casa, farei um chá.
Castro: - Vamos sentar! Kátia, Francisca e Paulo na mesa.
Paulo: - Kátia encontrei com seu pai, eu falei que sou grato a todos pelo carinho, ele me explicou que reencontramos com amigos, parentes e você, os seus olhos, foi a primeira visão que tive e não sai de minha cabeça.
Kátia ouvia, entendeu que deveria contar tudo naquele momento, olhando para a avó e o pai.
Kátia: - Paulo, quando cheguei aqui foi diferente de você vim andando pela estrada desesperada, via minha casa pegando fogo e meus filhos lá dentro. Fui recebida com muito amor, muita paciência, foi difícil, mas com o tempo tudo vai se clareando.
Paulo: - É o pesadelo que eu e minha irmã tínhamos meu pai me levou até um psicólogo. Era real!
Kátia: - Paulo foi real, era nossa casa na vida anterior, eu era sua mãe, está difícil contar, mas sinto que é necessário.
Paulo: - Mas, acidente é acidente, eu bati meu carro estava sozinho.
Kátia: - Eu provoquei o incêndio, coloquei fogo na casa com nós três, eu você e sua irmã, por ciúme doentio do seu pai Bernardo, eu queria me vingar, ele não tinha ninguém, era loucura minha.
Castro: - Kátia sofreu muito Paulo!
Paulo: - Nos meus sonhos aquela mulher que cantava para eu dormir, no balanço você nos amou só que amou tanto que não soube equilibrar.
Kátia chorando muito se ajoelhou diante de Paulo: - Perdão! Perdão!
Paulo: - Kátia, minha mãe, agora minha irmã está perdoada, esses olhos só precisa saber se controlar, me abrace.
Francisca, Castro, Kátia e Paulo estavam envolvidos numa grande emoção.
Francisca: - Tenho uma grande ideia, você é ainda meu bisneto, venha morar conosco nesta casa!
Kátia: - Meu Deus! Diga sim Paulo!
Paulo: - Diante de tanto pedido eu aceito.
Castro: - Graças! Senhor!
Francisca contente passou o dia cantando quando viu Ronaldo, pensou e teve uma ideia.
Francisca: - Ronaldo você gostaria de trabalhar comigo no novo grupo, o trabalho é com crianças você tem um jeito com elas.
Ronaldo: - Eu? Se a senhora está dizendo eu aceito, posso pintar meu rosto, cantar, poesias...
Francisca: - Você leva jeito!
Ambos foram à escolinha, nos fundos as crianças estão cantando. Nesta escola, a responsável é a Regina uma senhora simpática que é apresentada ao Ronaldo, ele não pensou duas vezes foi cantar com as crianças.
Francisca para Castro: - Levei o Ronaldo para trabalhar na escolinha da Regina.
Castro: - Esta não é do lado da escolinha onde trabalha a Kátia?
Francisca: - Sim!




Todos trabalhando com muito carinho em seus deveres, a família de Kátia com o Paulo morando junto estava completa. Kátia foi para a escolinha sentava com as crianças, os pais gostavam do jeito que ela as conduzia com carinho.
Anita: - Kátia hoje as escolinhas irão se unir, levaremos as crianças aos campos florais para elas pintarem, brincarem ver os pássaros, nós vamos agora você irá junto.
Kátia: - Eu tinha que fazer algumas coisas, mas está bem eu irei, vou chamar a minha turminha.
Francisca foi até a escola e as crianças já estava indo para os campos florais, viu a neta alegre. Um lugar maravilhoso, um lago azul, milhares de árvores e flores, o canto dos pássaros. Todos juntos, alguns sentado na grama macia, Francisca sentada aproveitando a beleza do lugar e observando algumas crianças cantando.
Kátia: - Vovó que lugar lindo! É abençoado! Estou tão bem! Posso dizer feliz!
Francisca: - Que bom! Anita está te chamando para pintar com as crianças.
Kátia: - Me dê as tintas Anita, vamos pintar neste quadro uma árvore!
Menina Lucinha: - Tia posso te pintar de verde como a árvore?
Kátia: - Pode!
Francisca rindo em ver a Kátia pintada de verde e todas as cores. De longe, uma música meio arrastada: “Oh! Jardim lindo! Que bom! Este jardim é para mim!”.
Kátia: - Que horror! Que voz!
Ela olhou e era o Ronaldo, ele a viu e veio cantar mais perto dela. Kátia ficou irritada.
Kátia: - Pare de cantar! Seu egoísta, um jardim só para você?
Ronaldo: - É! A música é assim e você que acha que é uma árvore ou só quer a árvore para si mesma?
Kátia: - Eu não espanto os pássaros com esta voz horrível!
Ronaldo: - Eles se espantaram com esta árvore desequilibrada!
Kátia se irritou e jogou no Ronaldo tinta verde, ela rindo lhe disse:
- Arbusto! Ele jogou na Kátia tinta rosa e cantando mais alto, Kátia foi jogando todas as tintas e vice e versa. As crianças se juntaram e virou uma guerra de tintas.
Anita: - Francisca vamos parar!
Francisca: - Não! Eles vão se entender.
Ronaldo ria da Kátia, ela furiosa o derrubou, ele pegou a mão dela e foram rolando e acabaram caindo no lago, às crianças numa euforia enorme.
Kátia: - Socorro! Não sei nadar, eu vou morrer!
Ronaldo: - Ah! Ah! Ah! Esse perigo você não corre! Vou te ajudar!
Kátia: - Você é terrível!
“Francisca: - Kátia agradeça ao Ronaldo, ele tirou você do lago”.
Kátia: - Obrigada! E empurrou-o para o lago e correu.
Ronaldo: - Eu vou te pegar e jogar no lago!
Kátia correu tanto que chegou La em cima sem fôlego pensando que escapou do Ronaldo.
Ronaldo: - Hu! Hu!
Kátia dá risada: - Seu atrevido me assustou!
Ronaldo: - Sabe até que você é muito bonita.
Kátia: - Obrigada, para um galanteador você é educado!
Anita: - Vamos turma o passeio acabou.
Kátia e Ronaldo foram conversando e esqueceram tantas brigas. Francisca ficou observando os dois, contou ao Castro e Paulo e eles ficaram animados.
No dia seguinte para a surpresa, na porta da casa estava o Ronaldo:
Ronaldo: - Saudações! Vim ver se a Kátia quer ir para a escola comigo!
Kátia: - Por que você quer me levar?
Ronaldo: - Para você não morrer de medo no caminho!
Kátia rindo: - Está bem! Mas só por agora.
Ele sempre ia buscá-la, no caminho um acha o ponto fraco do outro.
Ronaldo: - Kátia ouviu tudo que você me contou sobre sua vida, é triste, mas agora sei por que é assim, não gostaria de virar uma assada.
Kátia: - Pare! Ronaldo! Respeita-me!
Ronaldo: - Kátia viver é felicidade, nós existimos, deve ter muito pó aí no universo que queria se eu e você. Nós somos privilegiados.
Kátia: - O que você foi antes de chegar aqui?
Ronaldo: - Um malandro.
Kátia: - O que?
Ronaldo: - Um malandro!
Kátia: - É, cara você tem! A verdade!
Ronaldo: - Você está falando com um ladrão mais fino da Inglaterra em 1878.
Kátia: - É, tem jeito! Eu lamento pela vida que você teve! Eu tirei a minha e dos meus filhos.
Ronaldo: - Sofri muito para ter este merecimento de estar aqui, fui ladrão, meu melhor amigo me tirou a vida por causa de joias e você não acredita, tanto trabalho para as joias serem falsas. Fui e sou responsável pelos meus atos, não posso ficar chorando, vamos viver. Agora até mais tarde.
Kátia: - Você tem razão! Obrigada por você me entender, até mais.
Paulo: - Com licença! Kátia preciso falar contigo! Meu pai Bernardo não está bem, me chama toda hora. Está sofrendo e as lembranças da casa com as chamas. Pedi ao Castro e Francisca ajudarem.
Castro: - Vamos até a terra na casa de Bernardo orar, levar um socorro espiritual, você deveria ir.
Kátia: - Eu vou! Ronaldo poderá ir comigo?
Castro: - com o coração levando luz e amor será muito bom!
O grupo se reuniu Castro, Francisca, Paulo, Ronaldo, Kátia e dois médicos para ir ao planeta Mãe Terra.
Ronaldo: - Como tudo está diferente!
Chegando à casa do pai de Paulo, dois mentores Luiz e Maria Guilhermina já estavam esperando-os.
Bernardo estava deitado e o médico terreno lhe disse que se ele recuperasse da depressão ajudaria muito. Todos orando, passando a luz vibratória. Kátia se emociona quando o vê: - Bernardo me perdoe! Perdoe-me; Kátia e todos fazem um círculo com orações enviando luzes dos céus. Luz branca, luz azul, luz verde, luz rosa, formando uma grande energia de paz, amor e serenidade.
Kátia: - O que fazemos é caridade?
Francisca: - Os primeiros atos de caridade foram grandes, o Criador Deus Pai nos criou, antes a Luz e a Vida.
Kátia: - O Senhor Deus é Pai! Amor!
Ronaldo estava muito emocionado, orou muito por Bernardo até vê-lo melhor.
Ronaldo: - Eu gostaria de ficar para ajudá-lo, me deem a chance, nunca fiz nada por ninguém.
Kátia e Paulo pedem para ficar. Todos concordam. Com o término dos trabalhos naquela hora os demais retornaram, mas Kátia, Paulo e Ronaldo ficaram na casa de Bernardo orando e amparando.
 Kátia vê o Ronaldo falar baixinho no ouvido de Bernardo, fica quieta e continua enviando suas vibrações até ver Bernardo em pé, firme, ele está de terno, todos bem arrumados, entram na igreja e era o casamento da filha de Kátia.
Paulo: - Deus abençoe minha irmã! Agora podemos retornar.
Chegando à cidade espiritual Esperança, todos se reúnem para a troca de opiniões.
Castro e Francisca: - Dizem que estão alegres por Kátia.
Kátia: - Ronaldo me desculpe pela xeretice, o que você falava no ouvido de Bernardo?
Ronaldo: - Eu estava o perdoando.
Kátia: - Perdoando o Bernardo?
Ronaldo: - Amigos, hoje ele é Bernardo, mas ele foi John na Inglaterra, éramos ladrões, mas ele me matou pelas joias que mal sabíamos que eram falsas, hoje consigo perdoa-lo.
Paulo: - Meu Senhor dou graças! A vida é uma grande surpresa, como poderíamos imaginar.
Ronaldo: - Agora posso seguir com a vida, gostaria de renascer casar, trabalhar, ser pai, ter uma vida repleta de alegria e deveres.
Kátia: - Você está falando em reencarnar?
Ronaldo: - Sim, eu quero uma nova chance.
Castro disse que iria ajudar Ronaldo. Kátia volta para casa calada. Pela manhã Ronaldo na porta indo buscá-la para a escola. Kátia o acompanha, mas fica muda.
Ronaldo: - Oh! Por que está assim? Fizemos um lindo trabalho!
Ele vê que ela não liga, pula na frente, faz caretas, ela desvia o caminho.
Ronaldo: - Muda! Tá bom você fica mais inteligente muda!
Kátia: - Eu não sou muda! Não sou burra! Só que não entendo aqui você tem tudo, trabalho, paz, alegria o que você vai buscar na terra?
Ronaldo: - O perdão para mim mesmo, tem muita gente que entende, mas se todos falar o mesmo verbo da vida logo tudo será luz! O verbo que falo é Deus!
Kátia chega à escolinha, tenta brincar, volta para casa pensativa. Chega à casa triste, não aceitou ir para a escola trabalhar, não quer ver ninguém. Castro, Paulo e Francisca se preocupam.
Castro: - Ronaldo, Kátia está assim desde que você disse que iria reencarnar, fizemos de tudo, mas o único que ela brigando ou brincando ouve é você.
Ronaldo: - Eu sinto isso! Na praça quando a vi na primeira vez que a vi, cabisbaixa, eu pensei porque aquela bonita está assim? E agora?
Paulo: - Abra a porta e vá falar com ela!
Ronaldo foi até a casa, abriu a porta cantando alto, batendo na porta do quarto. Kátia aparece na porta.
Kátia: - Alguém disse que você é mal educado, vá pegar seus ossos.
Ronaldo riu: - Kátia, vamos pra terra, vamos descer limpar os nossos corações, esse convite não faço para qualquer morta! Vamos! Vamos ter uma família!
Kátia o olhou bem: - Aqui tenho tudo!
Ronaldo: - Eu sei! Mas não temos momentos para lembrar, você tem uma casa pegando fogo, eu como ladrão, vamos ter nossa história de vida, você pode confiar em mim!
Kátia: - Duvido!
Ronaldo: - Você sabe que sim! Vamos bonita! Vamos ter nossa história!
Kátia: - Ronaldo vamos, eu não sei por que, mas vamos fazer a nossa história dar certo!
Ronaldo e Kátia foram contar a novidade para todos.
Castro e Francisca: - Só vocês que não perceberam, estamos contentes, não teremos que armar situações para uni-los. Algum tempo atrás, antes da vida de Ronaldo ser ladrão, um casal chegou aqui do mesmo jeito era época na terra de 1520, naquela época nós sabíamos de dois jovens que queiram competir, quem dançava mais, quem viajava mais, tudo que havia debaixo do sol da época, brigavam e se reconciliavam separados em vida ou ele ou ela ficavam tristes. Um é a luz do outro, espero que nesta, ambos se entendam.
Kátia: - O senhor está dizendo que esse casal somos nós?
Ronaldo: - Perfeito! Mudaremos os senhores verão!
Francisca: - Com toda certeza!
Paulo: - Estou feliz! Ficarei orando e aguardando o retorno!
Kátia: - Mas que época desceremos?
Francisca: - Calma! Logo chegará!
Ronaldo: - Quero que casemos cedo para não dar tempo dela encontrar com ninguém!
Kátia: - Eu tenho certeza que você será alto, magérrimo.
Ronaldo: - Acho que sim, de tanto você me mandar pegar os meus ossos!
Castro: - Ronaldo ouça você é o primeiro para reencarnar, na cidade de São Paulo, Brasil, família humilde, pai e mãe trabalham fora, você será feliz, estamos em 20 de abril de 2001! Ronaldo! Até em breve!
Kátia: - Nós nos encontraremos Ronaldo!
Castro: - Kátia você reencarnará em Santo André em 13 de janeiro de 2003, seu pai trabalha e estuda, sua mãe cuida da sua futura avó materna são bons de coração, há equilíbrio na família.
Kátia: - Pai Castro e vovó Francisca eu os amo! Vocês estarão aqui quando eu voltar?
Francisca: - Sim! Querida iremos te acompanhar sempre.
Paulo: - Kátia dará certo, você será feliz eu estarei aqui esperando por vocês, se eu tivesse na terra uma mãe outra vez seria você.
Kátia: - Tudo isso que vivemos é amor! Amor!
Castro e Francisca: - Amor sempre amor!
Nossa Kátia e nosso Ronaldo desceram na terra com esperança em resgatarem a história deles. O mundo é outro! Alguns têm muita esperança outros nenhuma. Alguns não têm fé, outros têm fé para a humanidade inteira.
                   Eles verão a queda da humanidade, as lágrimas das mães, os corações de pais arrancados. Muitos não mais orarão irão preferir a era da tecnologia.
Lembrem-se tecnologia não tem alma! A humanidade está caminhando para aprender a ter equilíbrio de sentimentos, alguns amam com toda a força, outros odeiam com muito mais força. Enquanto mães querem ser mães e não podem, outras jogam fora seus filhos, é o tempo da desumanidade. Na época amiga há mais de dois mil anos, havia sacrifícios humanos, havia escravidão humanas, mas a maioria não sabia ler e escrever. Hoje, no tempo atual muitos sabem ler e escrever até mais que dois idiomas, a inocência foi deixada de lado. Deus está acima qualquer idioma, mas está sendo deixado de lado. Muitos falam que esta terra é da humanidade e não de Deus.
Mas esqueceram de que vivem dentro de um grande organismo chamada Terra, Mãe Terra e que foi criada por Deus Todo Poderoso. Ela é tão natural quantos todos os seres viventes. Está acordada, ouvindo e vivendo tudo. A humanidade se esqueceu de ter respeito com a Mãe Terra.
Ela própria ensinará a humanidade o que é ser gigante, e o homem na sua pequenez aprenderá que por mais alto que sejam os edifícios, por mais tecnologias que tenha, há tempo para tudo, para viver, tempo para plantar, tempo para colher, tempo de nascer, tempo de partir. Tudo está nas leis divinas mesmo antes do homem chegar aqui. Se perguntarem a este casal que está na terra o que é amor? Eles te responderiam: - olhe para nós! Se perguntarem aos céus o que é o Amor! – te responderiam para pensar: o amor existe desde que o Senhor Deus Pai fez a luz, aquele instante é eterno! Então somos Eternos Filhos de Deus!
Como este casal e todos da humanidade aprenderão que o tempo é necessário para ter o bom equilíbrio, o lado da luz eterna, a entender e vencer o desequilíbrio de emoções que atualmente vivem ao lado da escuridão, que não seja eterna, porque a Sabedoria Divina ensina todos no silêncio. Deus e sua Divina Sabedoria, suas obras são majestosamente magníficas.
Mas para entenderem tudo, o homem vive num período de tempo a conhecer seus limites.
O Amor Divino do Grande Senhor Deus, que arquitetou tudo abençoe a todos! Estejam em paz porque tudo que vocês veem é naturalmente uma obra Divina.
 Ore humanidade para viver com Deus.
Castro, Francisca e Paulo e todos aqui que os esperam com amor, vivem e regozijem no Amor de Deus.
Se vocês virem um casal como descrito realmente, podem se eles, vivendo por amor e pelo Amor de Deus.
                               Luz para Luz!




quinta-feira, 19 de junho de 2014

'' OS OLHOS DO CORAÇÃO''


R
io de janeiro, Brasil, 2 de março de 1962. Acordei num berço bem aquecido, sentia que eu era amado, sons percebidos pelos meus pequenos ouvidos, sabia que era dos meus pais, principalmente de minha mãe devido ao som do coração quando ela me amamentava. Meu nome é Robson Duarte.
Alegrava-me no colo dos meus pais. Passado alguns meses sentia tristeza em minha mãe Tereza. Conseguia perceber o som da voz de ternura, mas não tendo a mesma alegria.
Eu estava com dois anos de idade, o toque das minhas mãos no rosto de minha mãe era inconfundível, sentia amor, sua voz transmitia uma ternura que me sentia seguro. Eu tenho uma irmã mais velha do que eu dois anos, Isabela, ouvia a risada dela pela casa, não podia acompanhá-la nas brincadeiras. Com cinco anos ela estava numa escolinha só para brincar. Eu não ia para escola ficava em casa, achava que todos eram iguais a mim. Mamãe está grávida me colocou sentado do lado dela e minha cabeça deitada na barriga dela “mamãe estou ouvindo é meu irmãozinho?”.
-Sim Robson. É seu irmãozinho.
-Mamãe brincarei com ele, ele também irá para escolinha?
-Talvez! Ele ainda precisa nascer.
-Nascer! Mas já faz tanto barulho!
Depois de cinco meses nasceu meu irmão Renato. Sentíamos a casa feliz eu apalpava meu irmão era pequeno muito frágil.
Meu pai levava sempre ao médico não entendo pra que, até esta tarde.
-Dr. Martins: Robson você é um menino bonito, está com boa saúde fará acompanhamento com professoras especiais para você poder viver normalmente e começar aprendizado com Braile.
-Dr°Martins: o que está dizendo? O que é isso? Por quê?
Meu pai José Ricardo me abraçou, seu coração batia forte:
-Robson você sabe meu filho que te amo muito, o Doutor está dizendo que você aprenderá os sentidos para ver a vida com as mãos e sentidos em sua volta.
-Não entendo!
- Dr°Martins: Robson você nasceu com um problema nos olhos, precisamente na córnea, não deixando você ver o que está em sua volta.

-Então eu fecho ou abro os olhos e esta escuridão eu tenho e papai, mamãe todos não são assim? Eu sei que meus irmãos são bonitos, mamãe é perfeita tem um lindo coração. Papai o coração dele bate forte tem pressa de viver.
-Dr°Martins: Robson você enxerga de um modo mais perfeito, eu diria com os sentidos, você poderá ter uma vida normal.
Eu ouvi um som:
-Papai você está bem? Chega perto de mim.
 Minhas mãos no rosto dele senti água com gosto de sal, sabia que era lágrimas. Choramos como neném é a primeira comunicação fala ao sair do corpo uterino.
-Papai não chore, sou perfeito.
Ele me abraçou
-Meu filho queria não ter dinheiro, mas você é igual a todos.
-Papai eu sou igual, entendo o som do coração. Aprenderei tudo.
Voltamos para casa. Morávamos numa linda casa, grande. Desde pequeno eu adorava o jardim, sentir o perfume das flores, a grama macia, o calor do sol. Eu já tinha oito anos. Ouvia a televisão não entendia porque tanta guerra, sempre pensei a humanidade que somente enxerga faz briga guerras, porque veem e não entendem o que veem? Então sou feliz não farei guerra com ninguém, aprenderei os sentidos da vida.
Íamos sempre à igreja católica, a missa, ouvia sobre Deus. Sempre falavam na Luz Divina, eu era muito criança, mas iria entender. Eu tinha esperança. A Esperança dele habita dentro de nós para acordarmos para um novo dia, assim eu sentiria com o toque das minhas mãos a vida.

Meus avós maternos maravilhosos, minha avó Silvia sempre brincando, canta o dia todo. Meu avô Rodolfo aposentado arrumava o jardim e me leva junto para aprender e ajudá-lo a aguar as plantas.
Eu estava numa escola especializada, aprender a me expressar em Braile. Achei engraçado até divertido. Eu tinha sorte tinha uma família que me protegia. Minha irmã Isabela sentada no terraço eu ao lado ouvi um som como se estivesse puxando cordas.

-Isabela você está puxando cordas ou o que?
-Robson estou escovando meus cabelos
-Posso escovar assim seus cabelos não sofrem
-Está bem! A escova está aqui na sua mão, sentada no chão.
- Robson escovando os cabelos de Isabela, disse mamãe.
-Mamãe os cabelos dela gritavam pedindo socorro
-Realmente agora está linda Isabela, você achou um protetor para seus cachos.
Daquele dia sempre escovava os cabelos de Isabela. Quando cresci ela fazia minha barba. Neste dia uma tensão em todos. Isabela com o aparelho de gilete na mão encheu meu rosto de espuma e os meus cabelos também, até ela achar meu rosto precisou do auxílio do meu avô.
-Vovô socorro, Isabela quer arrancar o nariz de um ceguinho, neste caso eu.
Vivíamos alegres e mais ainda quando ganhei um cachorro César ele é um dálmata. Isabela tinha descrito o físico de
César, mas o sentia como uma criança alegre, um grande amigo. César dormia comigo. Isabela o ensinou a pegar meus chinelos, eu o ensinei a pegar levemente algo delicioso na cozinha era um segredo. Passeava com César no quarteirão junto com meu avô
Eu já tinha quinze anos, meu irmão mais novo estava internado com pneumonia não estava bem. Mamãe e papai no hospital, todos orando. Ao dormir fui orar, buscava em mim Deus, minha avó falava que eu veria quando Deus visse em mim um bom filho. Eu orava toda noite para eu ser bom filho, às vezes ficava triste queria ver como todos, mas por quê? Não via o que fiz pra vida? Eu naquela noite orei com fervor para meu irmãozinho, senti alguém entrar no meu quarto sentar na cadeira para me ouvir. Eu ouvi: “Robson ele ficará bom!” Minha irmã entrou no quarto e não era ela que estava lá, mas alguém ouviu.
Isabela com dezessete anos foi para faculdade de medicina todos estavam orgulhosos. Ela me disse:” “Robson terminando os estudos faça uma faculdade”
Assustei-me! Mas eu precisava continuar, precisava viver. Minha casa era agitada. Entrei para outra escola de música

flauta, deixei todos de casa quase surdos, mas conseguia, depois de dois anos se apresentamos para mais de 300 pessoas numa orquestra, eu estava tão nervoso, mas a vantagem de ser cego é que você não vê as caras feias, mas sente as vibrações dos sons, os sentidos da vida. Antes de terminar a tocar tinha certeza que fomos muito bem. Agora era as ondas dos aplausos
As crianças vinham falar comigo pedir orientação, sempre era convidado a participar de festas. Eu não podia ver ninguém chorar me incomodava. Fui conversar com papai e mamãe: “quero ser psicólogo!” eles: “Porque não?”.
Comecei a me preparar, quem deixava passar nas provas?
E passei, no dia da matricula, meu avô foi comigo fazer a matricula, iria ter algo especial, mas iria enfrentar.
No meu primeiro dia de aula na faculdade um colega:
-Robson você é cego não vê nada como você vai ajudar alguém sem ver o rosto?
Respondi:

-Eu não posso ver, mas posso sentir o coração, o timbre da voz da alma, posso dizer a todos que quando a escuridão nos apodera só a um caminho: reconquistar a luz. Quero ser um psicólogo só quem passa esta experiência pode entender o interior de cada um.
Consegui me formar, me tornei um psicólogo, eu achava que o difícil era eu ter pacientes, assim eu pensava. Minha irmã Isabel se tornou dentista logo abriu um consultório,meu irmão mais novo não sabia o que queria arrumar uma namorada que ajudava  os pais trabalhando na feira,ele como apaixonado  achou bom trabalhar na feira.
Isabela alugou a sala ao lado para outro especialista, fui visita-la, achei grande: Isabela esta sala é bem confortável, bem espaçosa, aluguei a sala, será meu consultório, só que quero plantar aqui dentro e no terraço flores.

Ela achou ótimo!Abri o consultório, aprendi logo a perceber o espaço tudo que nele continha faltava paciente. Todo dia tomava lanche na lanchonete ao lado.
Ouvi um gemido! 
- Senhorita esta ouvindo um choro baixinho? Você me da licença para adentrar na lanchonete?
Alô?Quem chora?Vindo ao quartinho de dispensa. Alguém ai?
Moça: - Eu não abri a porta pra ninguém! Tenho uma faca, quero morrer com meu filho.
A garçonete Fernanda:
-  É a Kátia ela está grávida de pouco tempo o marido dela sumiu.
Eu: -  Kátia sua voz é muito doce, mesmo com lágrimas. Não vou te forçar a abrir a porta sei que tens bom coração ,que estas tristes.Eu também fico assim. Olha estou sentado na porta tenho o tempo inteiro pra te ouvir. Você tem uma criança nos braços?
-Não ele ainda está na minha barriga, meu namorado me deixou é melhor morrermos.

-Kátia você já está trabalhando tenho certeza que tudo dará certo, você está com medo. Eu também tenho, todos tem medo quando o dia amanhece temos medo de sermos fracos, mas não somos. Você teve a coragem de se mostrar e chamar a atenção de todos. Você quer que todos ouçam a sua dor. Eu entendo, seu namorado é um covarde ele não sabe o quanto você é forte e este lindo bebe que carrega também sabe disso.
-O que você sabe da vida?
-Kátia eu sei que todo dia dentro da escuridão que vivo preciso transportar uma luzinha que não conheço como é para dentro da minha escuridão. Dar um passo, confiar que não vou cair ouvir o som de tudo e mudar o meu Eu.
-Você é cego?
-Sou! Desde que nasci! Converso bem, precisa crescer e confiar em mim e em você. Você pode vencer o mundo, este bebê precisa de você, tire-o da escuridão.
Kátia abriu a porta emocionada, abraçou Robson, não fizera o aborto, depois de certo tempo ganhou um menino Miguel.
Depois de dias apareceu dois clientes
Uma mãe que seu filho descobrira que era adotado e não aceitava a vida, sem saber quem era os pais. A mãe adotiva chama-se Lizandra, o menino Marcos, com doze anos.
 O marido de Lizandra virou um detetive descobrindo que a mãe biológica era usuária de crack, havia morrido, conseguiu descobrir onde ela estava enterrada. Passada as sessões Lizandra demonstrava mais confiança em mim, me pediu para junto levá-lo ao cemitério onde estava enterrada a mãe biológica do menino. Ninguém falava nada até que Marcos virou para o Robson:

-Eu também serei dependente de crack?
-Creio que não, uma porque você está vendo onde param pessoas que usam crack, desaparecem como pó deixando dores, lágrimas. Outra não é porque nasci cego que um dia se eu tiver um filho ele também será. Marcos, ela escolheu o que quis e você não.
Ele abraçou Lizandra e disse:
-Você é minha mãe!
Fiquei contente, um cliente após o outro. Um senhor de quarenta anos não tinha espelho dentro de casa porque se achava horrível, feio não queria ter namorada. Quando ele percebeu que eu era cego ficou contente porque não viria o rosto dele. Eu sentei, ele deixou apalpá-lo o rosto dele.
-Você tem um nariz que quer respirar todo o ar que existir isto é bom, levará mais oxigênio  ao cérebro e com isto terá mais inteligência, mais rapidez para tomar atitudes, seus cabelos em desalinho significa que tem pressa em viver sempre no horário, sua boca pequena gosta de falar pouco, suas orelhas maiores são para ouvir, refletir bem tudo antes de tomar decisão, não fala coisas vãs. Rosto, maxilar             forte gosta de sorrir com bom motivo.
-Meu Deus!  Você não é psicólogo, sou assim mesmo, me acho horrível tenho a pele oleosa, com espinhas.
-Isso não é problema é que você guarda muitos ressentimentos, sua pele expõe seus medos para fora como poderíamos viver com tudo dentro de nós se o corpo não falasse. Só precisa de cuidados com a pele mas, para isso precisa de um espelho, olhe tenho um sabonete lave o rosto aqui eu não to vendo mesmo.
-Robson posso te pedir algo?
-Claro

-Você me dá este espelho?
-Claro! Mas você volta!
Passado o tempo meu consultório havia clientes, eu achava que eu tinha problemas por ser cego, mas via que eles que veem não se enxergam e muitos menos a vida e o tempo.
Recebi um telefonema de uma cliente dizendo que a irmã tinha tentado um suicídio estava hospitalizada se eu poderia ir até lá. Chegando ao hospital bati sem querer numa moça, o meu paletó caiu, abaixei para pega-lo, acabei pegando a perna da moça. Levei uma tapa no rosto, não tive chance de me desculpar. Fui até o quarto, à moça estava contida no leito conversei com os familiares. O pai da cliente Eduardo:
-Ela deixou dezenas de bilhetes: “Hoje é meu último dia”, ela colocou duas caixas de calmante dentro de um refrigerante, cortou um pulso e a perna. A irmã chegou a tempo.
Perguntei se sabiam o porquê desta tentativa
-Não é tentativa, ela queria se matar por causa do ex-noivo que desmanchou o noivado, disse o pai.
-Não, ela pediu socorro para alguém salvá-la, ela está pedindo socorro.
Passado dois dias, Kátia acordou quando me viu e perguntou:
-Você também está internado, operará as vistas? Robson?
-Não Kátia é de nascença sou um psicólogo e seu caso é curável você não nasceu com esta dor.
Ela me ouviu ficou pensativa, um bom tempo calada.
-Robson como você anda? Disse Kátia
-Eu ando com as minhas pernas e não com os meus olhos
-Ela riu e disse: “quero dizer sem ajuda”
-Tenho uma bengala! Por que você avisou com bilhetes é para ser salva pela dor que sente?
-Você é cego, mas não é burro, eu queria que avisassem meu ex-noivo e ele viesse correndo pra mim.
-Você está o vendo aqui?
-Não
-Quem você vê aqui no hospital?
-Meus pais, irmãos, amigos e você um psicólogo cego.
-Adiantou? Transferiste esta dor para todos e agora?
-Serei conhecida como suicida covarde?
-Não! será conhecida como a Kátia que acordou depois de uma tempestade e viu quantos a abraçaram para viver até eu estou aqui para ajuda-la.
-Você já pensou em se matar?
-Eu? Você está brincando? Meus familiares lutaram para eu ser o que sou hoje e outra meu consultório é ao lado do consultório da minha irmã, que é dentista, e também tenho curiosidade como não entendem a vida se podem enxergar.
-Poxa! Eu mereço ouvir isso!
-Até amanhã no meu consultório
-Até amanhã, sairei hoje!
Cada vez mais pacientes, alguns com estigmatismo, miopia, catarata e tudo mais. Acho que todos esses problemas são para todos sentirem e verem a vida de uma forma mais simples.
Este tempo que vivo aprendi a não ser materialista, a vida é feita de sentidos que ainda preciso descobrir.
Minha irmã entra no consultório abatida:
-Robson mamãe ligou, vovô morreu em casa, ele teve um enfarto não deu tempo de salvá-lo.
Fomos para casa, todos tristes com lembranças

maravilhosas, me lembrava do meu avô me dizer que iria enxergar. Passado um mês a vida voltou ao normal.
 No meu consultório já tinha uma secretária, ela sabia que eu gostava de cappuccino. Estava tomando sem pressa, ouvi a porta abrir, sentar ao meu lado.
-Ivone por que você está em silêncio? Disse Robson
Senti uma mão máscula em cima da minha. Com a outra mão fui apalpando o rosto, meu coração disparado.
-Vovô é o senhor?
-Robson meu neto não tenha medo!
As lágrimas rolavam pelo meu rosto sem controle
-Vovô poderei enxergar?
-Você já enxerga com o coração!
Senti ele se levantar e abrir a porta vislumbrei uma pequena luz e logo de volta escuridão. Chorei como uma criança
 Meu avô falava tanto em Deus!
-Meu neto confie em Deus! Ele sabe qual remédio que nossa alma precisa
A secretária me ouviu chorar, chamou minha irmã.
-Robson, faz pouco tempo é sua emoção.
-Não! Eu passei a mão no rosto dele era nosso avô! A vida é plena, a escuridão é aqui! É a cegueira da alma. Deus não nos quer assim, nós é que somos mudos, surdos e cegos para os céus.
Passei viver a vida com mais alegria, tendo certeza que há luz! Eu ia às missas, mas sabia que a luz deve vir no nosso interior. Dentro de nós há amor, luz, temos vergonha de demonstrar.
Minha irmã Isabela casou. Uma linda festa, meu pai a conduziu no altar. Neste dia estava muito feliz, mas tive que tomar inúmeros analgésicos, estava com muita dor de cabeça.
Na festa minha irmã me apresenta uma amiga, pela voz não me era estranha. Mas de onde? Não pensei duas vezes:
-Você é minha paciente?
-Você acha que sou maluca agora? Antes finge que joga o paletó e agarrar minhas pernas?
-Olha! Está havendo um mal entendido meu paletó caiu e eu só queria pegá-lo e sou um psicólogo.
-Psicólogo fajuto que não conhece seus pacientes.
-Denise meu irmão é cego desde que nasceu não foi por querer que segurou suas pernas. Disse Isabela.
Denise virou rápido dando uma cabeçada no Robson
-Me perdoe como me desculparei.
-Por favor, me traga um copo d’água preciso tomar um remédio, estou com dor de cabeça.
 Denise trouxe a água!
-Sabe que pra você que é um cego é bem bonito;
-Denise eu já lhe desculpei.
Acabou a festa fomos para as nossas casas, de madrugada quando parou de doer minha cabeça, comecei a rir da desastrada Denise.
Depois de uma semana no consultório, um novo cliente Cláudio tinha um problema sério.
-Dr. Eu trabalho, tenho uma vida pobre, uma casinha pequena, mas eu queria dar uma casa tão grande que precisa de um carro para achar alguém.
-E o que você faz na vida?
-Sou motorista e tenho um bico, não é digno, mas vou parar.
-E por que você está aqui?
-Dr. eu preciso parar com este bico, vai me levar à ruína, mas penso no tamanho da grande casa para minha família, bem Dr. agora preciso para por aqui, tenho um bico agora até a semana que vem.
No consultório entrando com calma:
-Olá tem alguém aí? Pergunta Denise.
-Serve eu? Responde Robson
-Eu vim lhe pedir desculpas e fazer um convite: quer ir ao cinema comigo, eu vou relando o filme! Por favor!
-Denise não tem noção! To cansado!
-Sinto que esta noite será linda, eu pago!
-Tá bom! Vamos, mas que filme?
-O que tiver nós veremos
Saindo do cinema fomos tomar lanche. Denise falante e Robson calmo. Saíram para ir ao estacionamento Denise
abre a porta do motorista e uma voz: “Isto é um assalto!” Denise tremendo, Robson: “calma, entregamos o carro”.
-Desculpe foi engano, disse o ladrão.
-Robson o ladrão correu quando ouviu sua voz, você é o meu herói.
 - Contou  para todos os conhecidos.
Robson percebeu que voz do ladrão era conhecida.
Denise não deixava Robson em paz, comprava livros, lia pra ele, fazia jantar, levava almoço no consultório.
Passado uns dias o cliente Cláudio apareceu.
-Boa tarde Dr.Robson
Robson havia reconhecido, era ele o assaltante do dia do cinema.
-Cláudio você quer uma casa grande e por isso corre risco com seu erro.
-Sim doutor.
Robson colocou uma venda escura na vista do Cláudio - Agora Cláudio me ache sem tirar a venda. 
 Cláudio tropeçou, caiu, derrubou tudo da sala até desistir.
-Doutor, para que eu quero mais espaço para minha ilusão, eu poderia ir morar num quadrado. Obrigado doutor nunca esquecerei.
Uma tarde no consultório Robson teve uma forte dor de cabeça, chegando a dispensar clientes. Estava meio atordoado, ouvi novamente:- Robson!
Senti uma mão na sua vista orar junto! Senhor Jesus abençoe este filho! Abençoai senhor!
EU segurei as mãos de relance, era meu avô. Despertei com minha irmã Isabela me perguntando se estava tudo bem. Robson respondeu que sim.
Combinaram de todos jantar num restaurante a família toda reunida e nisto levanta-se  Denise e fala;
-Eu sou tímida quero me casar com Robson, não aceito não como resposta.
Todos entreolham-se surpresos.
-Acho que não tenho nenhuma alternativa! Eu aceito!
Todos aplaudiram! Denise e Robson ficaram noivos no susto.
Denise quando você quer se casar? Pergunta Robson
Assim que meus pais chegarem de Minas daqui a três meses.
Robson levou um susto!
O casamento marcado, ele pensava como é vida de casado?
-Pai o que faço?
-Relaxe deixe tudo acontecer!
No dia do casamento Robson pediu para a irmã descrever as flores, a igreja, tudo. Ele escolheu as músicas, na entrada “Jesus a alegria dos homens” e durante a cerimônia “Ave Maria”.
Quando Denise entrou, Isabela a descreveu. Robson foi levado pelas músicas e a emoção. Veio à festa,  Denise dançando uma valsa com seu marido Robson. Os noivos foram para lua de mel numa fazenda hotel.
Robson quando acordou, pensou: “Sou um homem casado”! Ele foi levado pelo perfume das flores do jardim. Denise se levantou quando viu Robson sem roupas no jardim, ela correu levando seu roupão. Foram dias lindos, Robson experimentou cavalgar
junto com um cavaleiro, tomou banho de cachoeira. Estava feliz. Ao deitar-se Denise ainda estava no banho e Robson sentado no jardim teve uma forte dor de cabeça, olhou para o alto:
-Deus está doendo muito!
Assustou-se porque viu um reflexo era a lua por segundos, ele só falou para Denise na hora de dormir. Passado a lua de mel a vida voltou a rotina. A Ivone passou a ser secretária de Isabela e Denise minha secretária. Cada vez mais clientes, muito trabalho sem ter muito tempo para lazer. Denise foi ao médico e Robson ficou no consultório. Retornou novamente a forte dor de cabeça levando o Robson ao chão.
Robson acorda no hospital com toda a família, precisava ficar alguns dias no hospital para exames complementares. Quando Denise o abraçou ele sentiu seu coração disparado
-Querida não se preocupe não é nada.
Depois de uma semana o médico se reuniu com a família, mas não diziam nada para Robson sobre o seu estado de saúde e todos transmitiram alegria.
Denise dormindo na cadeira, Robson acordado sentiu alguém chegar perto da cama. Robson segurou a mão:
-Vovô eu sei que é você, o que está acontecendo comigo?
Robson abre os olhos vê o vulto de seu avô, chora muito e vê  seu avô sorrindo.
-Meu neto estaremos logo juntos, não tenha medo, você deixara uma semente.
Logo desapareceu, chorei muito acordando Denise.
-Querido estou aqui, ficará tudo bem.
-Eu sei quem somos nós para reclamar. Denise eu vi meu avô, ele disse que estaremos logo juntos e deixarei uma semente. Denise chorou muito!
-Querido acredito em você! Eu estou grávida, teremos um filho! Mas você ficará bom.
-Espero poder senti-lo!
-Não fale assim
-Quero falar com o médico agora.
Denise foi chamar o médico.
-Robson vejo o melhor, sua fisionomia está ótima; disse o Dr. Victor
-Dr. o que tenho o que causa essas fortes dores de cabeça? Eu quero a verdade.
-Robson até hoje é um grande milagre de você está vivo. Você tem um tumor no cérebro inoperável, por isso você nasceu com problemas visuais chegando a perder a visão por completo. E agora está comprimindo seu cérebro podendo ocorrer uma hemorragia.
-Dr. quanto tempo tenho de vida, Denise está grávida quero ouvir o som do meu filho, pegá-lo no colo.
-Você ficará internado por um tempo não se desespere
-Doutor não me desespero porque sei que não estou só. Existe Amor em tudo se chama Deus. Confio em Deus que conhecerei meu filho. E posso consultar meus pacientes aqui.
-Não Robson você é o paciente precisa descansar.
Tinha visita todos os dias, depois de quinze dias minha avó Silvia falecera, não pude ir ao enterro. Orei muito por ela
Pela manhã alguém me cobriu me beijou, ouvi claramente a voz doce: “- meu neto Robson”- sabia que era minha avó.
Minha mãe veio me ver, trouxe bolo de chocolate, penteou meus cabelos, fez minha barba. Peguei a mão dela estava tremula, ela apresentava uma voz sorridente.
-Mamãe não tenha medo, tudo dará certo. Vovó está bem, ela me cobriu, ouvi a voz doce me chamando.
-Meu filho como você tem tanta certeza do que me fala
-Mamãe sou cego, não vejo as ilusões humanas, vejo com meus sentidos. O sentido é a vida. Esta escuridão que vivo é a ilusão da Terra, é como a humanidade vivesse sem luz. Imagine se a luz do sol se apagasse em todo o planeta, as ilusões materialistas estariam às escuras, a humanidade teria que aprender a viver um com o outro ou se matariam. Mas,não precisa ninguém se matar o que deve iluminar tudo é a Luz da Alma. Deus é eterno, quando Ele nos fez foi para que vivêssemos  eternamente mas, nos tornarmos mimados  demais porque em tudo a humanidade reflete a rebeldia. Eu não pude ser rebelde estava perdendo meu precioso tempo de ter todos os meus sentidos e aprender e ajudar.
-Meu filho, Deus te abençoe!
Denise já estava com cinco meses, mostrando com orgulho a barriga para todo mundo, ia ver Robson todo dia, eles sabiam que era um menino.
-Filhinho olha o papai. Robson acariciava a barriga de Denise e sentia o bebe se mexer.
-Meu filho seja o que você quiser, mas ajude a todos, seja um bom irmão, um bom filho. Eu peguei sua mãe pelas pernas quando peguei meu paletó
-Robson fale coisas alegres. Meu filho você acredita que o assaltante que tentou nos assaltar no dia que fomos ao cinema era paciente do seu pai, ele o conheceu e não assaltou, seu pai é uma super herói.
Passado mais três meses, Denise estava com oito meses de gestação e o medico a proibiu de entrar no hospital. Robson  via-a pela janela empinando a barriga. Neste dia, Robson teve uma crise muito séria e os médicos chamaram família achando que ele morreria. Mesmo com muita dor orou baixinho.
Robson ouviu e sentiu alguém abençoa-lo com as mãos:
“-Pai, este seu filho Robson é um bom filho, no seu coração não há rebeldia, há paz”. Clemência! Clemência! Senhor Salvador Jesus médico dos médicos pedimos Misericórdia! Senhor! Senhor! Misericórdia!
Amanheceu todos no hospital menos a Denise que estava em casa deitada ao lado do telefone. Pela manhã o telefone tocou.
-Alô é Denise! Louvado seja!
Robson sem os médicos explicarem havia uma melhora bem significativa.
Depois de um mês nasceu seu filho Luiz Felipe com 3.700kg, 40 cm, perfeito com muita saúde. Colocaram Robson numa cadeira e o levaram até Denise, ainda sonolenta,e depois ao berçário o médico permitiu que Robson pegasse seu filho nos braços. Robson o abraçou com todo o amor de um pai ansioso:
-Querido filho é papai eu te amo! Você tem as mãozinhas, os dedinhos tão pequeninos, as perninhas de um campeão, os pezinhos lindos, os bracinhos alegres, os olhinhos verão tudo, mas veja o que ninguém vê: DEUS! Suas bochechinhas fofinhas, a boquinha tão miúda, as orelhinhas pequenas, pouco cabelinho. Meu filho você é a obra de Deus, é o amor da mamãe e do papai.
Não havia quem no berçário não se comovesse.
Passado três dias mãe e filho tiveram alta. Denise vinha dias alternados para Robson vê-los. Mas Robson teve uma dor muito forte e o médico proibiu as visitas, acabou entrando em coma. Todos orando, Denise dizia que Robson iria voltar. Depois de vinte dias Robson acordou pelo espanto dos médicos. O medico resolveu conversar com Robson e Denise. Luis Felipe já estava com dois meses.
-Robson tudo que podíamos fazer já foi feito, como eu disse é inoperável, talvez você tenha mais alguns meses.
-Doutor me de alta, me deixa passar esse dias com meu filho.
-Você terá sua alta, mas qualquer problema telefone ou venha pra cá.
Robson saiu do hospital feliz, foi para casa recebida por todos com muita alegria, um almoço em família. Não parecia que Robson tinha um problema de saúde tão grave. Luis Felipe com oito meses. Os pais moravam juntos para ajudar, Denise voltou a trabalhar. Robson ouviu o sorriso do filho, ria sem saber o por que. A tarde dormia na cama com Luis Felipe.
Robson sentiu duas pessoas o energizarem. Orarem, ele sabia quem era. A mãe dele viu quando chegou na porta do quarto viu um homem, um senhor e Luis Felipe sorrindo
Quando Robson acordou sua mãe lhe contara:
-Meu filho acho que é seu avô. Ambos sorriram de alegria.
Chegou o dia do primeiro aniversário de Luis Felipe, uma linda festa com bichinhos de pelúcia com bolo de dois andares enfeitados com bichinho, doces, refrigerantes, nada faltava, uma festa linda.
-Denise estou tão feliz poderia flutuar, o cheiro dos doces, a música, o sorriso das crianças, o Luis Felipe alegre, sei trocá-lo muito bem, ele já está dando seus primeiro passos, será um grande homem. Foi uma bela festa.
Depois de um mês estavam os pais arrumando o jardim. Denise plantando novas flores, Luis Felipe correndo, jogando beijos para o canto do jardim. Denise e Sílvia perceberam que estavam sós, achavam que eram os avós. Robson estava feliz e Luiz Felipe corria para o colo dele. Robson sentiu uma dor muito forte na cabeça.
-Luiz Felipe eu te amo papai vai dormir um pouquinho.
-Gente o café, vem filho chama o papai para tomar... Robson... Robson... Não, não... Robson
 Os pais olharam Robson.
-Querida ele foi embora!
-Robson! Robson!
-Que sono, minha cabeça está leve, há há há  se eu não tivesse sonhando diria que eu estava lhe vendo, mas como vou ter imagens nos sonhos
-Robson, você está acordado, mas não na terra.
-O que?
-Meu neto veja lá fora, as plantas, as árvores, as flores, olhe aqui os enfermeiros, sua avó.
-Eu morri! Posso ver!
-Levante faz dias que você chegou, vamos passear, aqui não precisa apalpar ninguém.

Meu avô me levou para ver o mundo maravilhoso de cores vivas, cachoeiras, rios, céus, estrelas, a beleza das flores, harmonia em tudo. O carinho de todos. Eu estava feliz!! Queria trabalhar mas antes porque deixei de ser cego?
-Antes desta vida você era rebelde, ironizava a presença divina em tudo, foi quando surgiu à luz elétrica na Terra, você dizia que o homem era a luz, a sua rudeza da alma o levou a aprender. Respondeu-lhe o mentor Diego.
-Espero que o senhor me perdoe.
-Ele ter perdoou, mas como um bom pai precisa ensinar seus filhos: limites.
-Tinha certeza que nunca, mais quero ajudar eu era psicólogo.
-Está bem! Ajudará a receber os recém-chegados que precisam de orientação. Assim foi meu trabalho, para me preparar, aprender a entender que fazemos parte do Amor Divino.
-Robson você tem uma missão na Terra, sua esposa Denise e seu filho, ela sente sua falta.
Meu avô pegou minha mão, me senti flutuar leve, chegando a Terra mais pesado, estava n minha antiga casa.
Denise estava sentada, triste, magra, abatida, sem vontade de nada. Entra Luis Felipe com cinco anos de idade:
-Mamãe toma leite.
Meu filho estava lindo mas com o coraçãozinho triste por ver a mãe triste. Fiquei a noite toda comecei a orar, pedir socorro.
-Luis Felipe!
-Quem é você?
-Tá vendo na foto, sou seu pai!
-Você está me vendo papai, mamãe está enganada. Mamãe, mamãe é o papai!
A janela meio aberta entrava um pouco de luz. Denise veio:
-Luis papai não... Robson! Robson!..
-Sim Denise sou eu. Eu te disse, aqui há luz posso ver tudo, sempre estarei aqui.
Denise caiu no chão em lágrimas  dizendo:
-Robson tinha medo que você estivesse na escuridão! Vamos nos ver! Graças graças!
-Denise viva, tenha força por você e pelo nosso filho.
Denise sorrindo, balançando a cabeça que sim, abriu as janelas colocou músicas, a felicidade voltou.
Eu ria, estava feliz! Retornei rápido para a “Cidade dos Sinos”. Eu estava em paz, parti com 43 anos bem vividos.
Resolvi escrever porque muitos irmãos enxergam mas não veem, muitos gastam tempo em coisas fúteis que não trará nada de bom, jogam palavras fora que não servem para nada ou só para magoarem alguém. Alguns se escondem mas se esquecem que Deus é o Nosso Senhor, Ele vê tudo, ouve tudo. 
Abracem a todos sintam a beleza da vida e do tempo, sejam felizes com que tem porque é a medida certa e afinal todos um só  caminho para a LUZ.
                                  Luz para Luz