domingo, 17 de junho de 2012

UM HOMEM SEM FÉ !


Meu nome é Maria Tereza, minha família mora no Brasil desde 1930. Meus bisavós paterno e materno vieram de Portugal no mesmo navio.
Meus avós paternos construíram sua vida na cidade de São Paulo e meus avós maternos no Rio de Janeiro. Ambas as famílias mantiveram contato surgindo assim uma grande amizade que teve inicio a bordo do navio.
Meus avós sempre foram muito religiosos, tementes a Deus. Com o laço de amizade surgiu, depois de anos o amor entre meus pais. Minha mãe muito religiosa, sempre com o nome de Deus em sua vida, mas, meu pai se dizia ateu, para o desespero de minha mãe.
Quando ele a pediu em casamento deixou claro que só casaria no cartório e ela recusou o pedido.
Todos da família trabalhavam muito, a familia do meu pai em padaria e a família de minha mãe num mercado. E com anos de trabalham conseguiram prosperar e construir uma rede de padarias.
Durante muito tempo meu pai insistiu com minha mãe para casarem só no civil, mas vendo que ela não aceitava ele resolveu casar-se na igreja com receio de perdê-la.
Casaram-se em São Paulo no dia 10 de janeiro de 1955 e minha mãe tinha a esperança que meu passaria a acreditar em Deus.
Sou a filha mais velha e tenho mais três irmãos: Maria Isabel, João Manoel e Pedro Antonio. Trabalhávamos muito, meu pai ia trabalhar às quatro horas da manhã e minha mãe ia para padaria depois que íamos para o colégio. A vida era prospera e aos domingos íamos à igreja, exceto meu pai.
Num sábado à noite ouvi meu pai dizer para minha mãe:
- Não vou à igreja, não sei o que fazem lá, se Deus existisse o mundo não seria assim, se eu não trabalhar nada cai do céu.
- Meu marido se trabalhamos é porque Deus nos abençoa todos os dias, alguém superior a você e a mim nos criou.
- O mundo existe por um acidente, eu e todos somos um acidente, não existe nada além da morte, viramos esqueletos e pó com o tempo, então me deixe trabalhar para te um caixão digno.
Minha mãe chorava muito, orava e pedia perdão, diversas vezes pensou em deixa-lo, mas, amava-o e desistia dessa ideia. Eu e minha irmã estudamos somente o primeiro grau e fomos trabalhar na padaria, mas, papai ainda não nos deixava ir à igreja no domingo.
Aos dezenove anos me casei com Armando que trabalhava na farmácia com o pai dele e continuou os estudos depois de casado.
Casamos-nos no dia 23 de junho de 1976, na igreja e no civil, foi uma festa linda, toda família do Rio e de São Paulo estava presentes, mas, meu pai não olhava para o altar.
Os pais dele estavam entristecidos e diziam que ele sempre fora assim.
Com um ano de casada engravidei do meu filho Armando Junior, no batizado meu pai só compareceu no almoço. Nos natais em família ele só comia e bebia e só falava de trabalho e minha mãe sempre aconselhando, tentando fazê mudar de atitude.
Até que em maio de 1978, numa das conversas com minha mãe ele rasgou as duas bíblias da casa e as incendiou. Minha mãe teve um derrame e ficou internada por vinte dias, achamos que ela ia morrer. Nos, os filhos estávamos desesperados e meu pai irredutível.
Neste dia sai do hospital e fui falar com meu pai na padaria, fomos até o escritório.
- Pai, se a mamãe morrer é por sua culpa, o senhor está perdido, respeite as pessoas.
- Maria Tereza me respeite, sou seu pai!
- Como respeitarei se não respeitou minha mãe e a fé dela?
- Você esta falando de Deus, por culpa Dele sua mãe está no hospital.
- Não pai! Olhe-se no espelho, foi o senhor que a levou para o hospital. Deus lhe deu tudo e um dia eu o verei clamar por Ele.
- Isso nunca acontecerá, eu só acredito no trabalho.
- Pai tenho pena do senhor. Há um vazio em sua alma que tenta preencher com trabalho.
O que aconteceu para o senhor pensar e viver assim?
- Se Deus existisse não haveria doenças, maldades e guerras. Onde está o paraíso prometido por Ele?
- As maldades são frutos das ações dos homens e o paraíso está dentro de nós, por mais difícil que seja uma situação sempre há esperança. O senhor que é desprovido de esperança.
Fui embora com o coração apertado. Minha mãe teve alta e foi para minha casa até recuperar-se totalmente, meu pai ia vê-la todos os dias.
Depois de dois meses minha irmã casou-se com Luiz Felipe e novamente houve discussão entre ele e minha mãe. Em 1980 eu tive minha filha Maria Augusta e minha irmã teve Maria Cristina para alegria da família.
Meus irmãos estudavam e trabalhávamos com papai, nós as mulheres não podíamos estudar porque papai achava que as mulheres devem trabalhar com os pais e casar-se.
João Manoel formou-se advogado e casou-se no mesmo ano com Gloria sua amiga de faculdade. No casamento da igreja foi mais fácil para papai, mas, Pedro Antonio conversou muito com papai para convencê a ficar no altar.
Pedro Antonio foi o único da família que seguiu a profissão de papai e agora tínhamos quatro padarias. Ele namorava Carina, uma moça meiga e doce e começou a frequentar mais nossa casa. Ela e a família acreditava que a vida continua depois da morte e orientava meu irmão. Mas quando meu ouviu esta conversa em casa ele explodiu.
-Vocês querem que eu acredite nestas besteiras? Não quero mais ouvir este assunto aqui em casa.
-Pai Deus existe! Ele está dentro de mim e de você, põe a mão no coração e escute o som do seu coração, é o som da vida, o som de Deus. O corpo humano é perfeito. A natureza é bela, olhas seus netos como são lindos. Deus está dentro de nós, Ele é a vida. Eu acredito que a morte é só a passagem para outro tempo, para o mundo de Deus. Disse Pedro Antonio.
-Me diz se você conhece alguém que voltou do mundo dos mortos?
- Conheço sim pai!
- Quem? O vizinho que morreu há seis meses?perguntou meu pai ironicamente.
- Não pai, conheço Nosso Senhor Jesus Cristo que foi enviado por Deus. Ele foi crucificado, morto e ressuscitou e no terceiro dia subiu aos céus para o reino de Deus. Ele é o milagre do amor, Deus Pai e Filho, desceu a mansão dos mortos e ressuscitou para que homens como o senhor não pudessem falar e julgar a existência de Deus, a existência de Jesus Cristo. Paizinho creia que Ele vai tirar essa escuridão da sua alma.
- Escuridão? Só se eu não pagar a conta da luz meu filho.
- Pai pessoas como você diz e insiste em negar Deus, porque temem e sabem que temos Alguém Divino superior a nós. Deus é Amor, mas, se Ele achar melhor dará um basta nas maldades humanas. E eu te pergunto:
- Porque que crianças morrem cedo seria injusto? É que essas crianças já aprenderam a lição de Deus ou trouxeram uma mensagem para aqueles que necessitam.
- Pare! Pare! Isso é tudo bobagem! Retrucou meu pai com aspereza.
- Paizinho, nos te amamos e Deus sabe que o senhor é um homem honrado, mas peço ao Senhor Pai que eu seja um instrumento Dele em sua vida.
Ficamos apavorados e minha mãe exclamou:
- Meu marido olha o que seu filho esta dizendo!
Ele se retirou da sala e foi descansar, estávamos cansados e minha mãe com pressentimentos ruins.
Depois de quinze dias, meus tios, numa viagem de carro, a caminho de São Paulo sofreram um acidente. Meus tios ficaram feridos e meus avos paternos que estavam
carro morreram na hora. Fomos ao enterro, todos muito abalados meu pai não demonstrava nenhuma emoção. Minha mãe dizia que ainda sentia um mau pressentimento, demos-lhe chá calmante para ela, por fim acalmou-se.
A vida voltou ao normal, meu irmão Pedro animou-se e pintou as padarias e nos fizemos uma faxina geral. Ele tinha planos, já se aproximava o dia do seu casamento com Carina. A padaria que ele cuidava mudou-se para uma grande avenida. A caminhonete com as mercadorias chegou e parou do outro lado da avenida e Pedro foi ajudar descarregar. Quando um caminhão o atropelou, ele foi jogado longe, meu pai vinha chegando na hora e assistiu o acidente. Todos correram e quando meu pai chegou onde estava Pedro, percebemos que ele não respirava, papai colocou a mão em seu peito então não sentiu osbatimentos cardíacos. Desesperou-se ajoelhou no chão e começou a gritar:
-Não! Não! Deus! Deus! Se existes não deixe meu filho morrer! É um pai Te pedindo! Deus! Deus! Ouça-me.
Na grande avenida meu pai ajoelhado com as mãos na cabeça, desesperado pedindo socorro a Deus.
- Deus me leve, tenha piedade do meu filho.
Minha mãe ficou parada na porta da padaria, chorando, sem ter forças para andar. Ela disse apenas:
- Senhor que seja feita a Sua vontade! Mas, dava pena vê-la em suas lagrimas.
A ambulância chegou e Pedro foi levado ao hospital praticamente morto. Os médicos pediam calma para a família, mas, o estado dele era muito grave. Depois de quarenta e oito horas meu irmão continuava em coma e sabíamos que ele tinha fraturado a coluna, se sobrevivesse ficaria paraplégico.
Após setenta e duas horas os médicos disseram que ele estava fora de perigo de morte. Todo esse tempo meu pai dizia alguma coisa baixinho, não entendíamos o que era.
Três meses depois meu irmão já estava no quarto, mas não mexia as pernas e Carina o tempo todo ao seu lado. Depois de seis meses ele teve alta e foi para casa numa cadeira de rodas, no dia que seria seu casamento. Mesmo em tratamento e sem poder andar ele não perdia a alegria em viver.  Passado dois meses meu pai chegou a casa e chamou todos e pediu que fizéssemos um jantar especial e durante o jantar meu pai levantou-se e perguntou ao meu irmão e Carina se queria casar-se. E os dois surpresos aceitaram.
- Eu fui à igreja e marquei o casamento de vocês para daqui dois meses, agora vocês marquem o civil.
Todos nós ficamos espantados e minha mãe abraçou meu pai. E Maria Izabel aproveitou e perguntou a papai;
-Papai o que você dizia baixinho no dia que Pedro estava no hospital?
- Eu dizia: Deus! Tende piedade do meu filho! E Ele teve Maria Izabel.
Nós o abraçamos era o começo de uma nova etapa da vida para todos. Pedro e Carina casaram-se e meu pai estava no altar, serio, mas sem cara feia. Eles deram para meu pai um presente, uma bíblia nova, dizendo:
- Papai não é para rasgar!
Depois de três anos eles adotaram João Vitor, moreninho, cabelinho encaracolado, com um ano de idade. Ele conquistou o coração de todos, principalmente do meu pai, ele o levava ao parquinho e tudo que fazia era para o menino. Às vezes minha mãe chamava-lhe a atenção porque tinha  outros netos.
Um dia cheguei da padaria e meu pai veio me contar que tivera um sonho com João Vitor adulto com roupas antigas e tirava-lhe de um lugar escuro onde ele ouvia gritos apavorantes. E João Vitor lhe dizia:
-Não ouça os gritos, ouça o som da vida, o som do coração!
- Foi isto que Pedro me disse algum tempo atrás! Disse meu pai.
- Papai será que o senhor e João Vitor já se conheciam?
-Como? Ele tem apenas dois anos?
- Papai estou falando de outro tempo? Em outra vida? Disse Pedro.
- Eu não entendo nada sobre isso! João Vitor me faz feliz, amo todos os meus netos, mas ele é especial.
Depois de uma semana veio meu pai relatar outro sonho:
- Maria Tereza eu sonhei que estava me afogando e um homem me salvou e eu agradeci e perguntei o nome dele. E ele respondeu!
-Meu nome é Francisco, não se esqueça do meu nome e de mim.
Quando João Vitor completou quatro anos, Pedro e Carina adotaram outro menino de três anos, moreninho com poucos cabelos e chorava muito.
Quando a família chegou com o menino, estávamos todos a espera.
- Aqui está nosso filhinho Francisco.
- Filhinho não chore você está bem e todos estavam esperando por você Francisco.
Disse meu pai pegando o menino no colo. Francisco parou de chorar e abriu um lindo sorriso.
No aniversário de quatro anos de Francisco, meu irmão João Manoel e sua esposa resolveram adotar uma criança.
Dois dias depois do aniversário, meu pai tivera outro sonho:
- Eu sonhei que tinha uma carroça com muitos pães e passei de fronte uma casinha e ouvi choro, desci da carroça e fui até lá, era uma mãe com sua filhinha no colo e as duas choravam de fome. Fui até a carroça e peguei os pães e dei-lhes para que comessem e parasse de chorar.
Quando olhei para trás havias muitas pessoas com as mãos estendidas pedindo pão.
Dei-lhes tudo que havia na carroça. Disse meu pai emocionado.
Minha ouviu e leu para meu pai a passagem que Jesus multiplicou os pães, e disse que ela achava que isto significava caridade.
Pedro e Carina concordaram e achavam que a mãe talvez seja a “fé” e a menina “a esperança”.
-Elas me disseram seus nomes, a mãe chamava-se Ana e a filha Sofia. Disse papai.
- Papai, Sofia quer dizer sabedoria divina, e Ana é o nome da mãe de Maria, Mãe de Jesus.
- Acho que algum modo Deus está enviando mensagens ao senhor, Ele está mostrando a fé, esperança e caridade. Disse gentilmente Carina.
-Preciso pensar disse papai.
- Marido, somos padeiros!  E o que tinha na carroça eram pães, é o que fazemos.
- Talvez mamãe, disse Pedro, seja para doarmos um pouco sabemos fazer, pães, há entidades que precisam de socorro, vamos pai ainda a tempo de ajudar.
-Aqui perto há um hospital que precisa de ajuda e eu irei até la ver se podemos ajudar.
No mesmo dia mamãe voltou contente, doaria cem pães todos os dias.
Cada padaria nossa fazia o mesmo e cadastramos famílias que mais precisavam e todas as manhãs recebiam pão quentinho. Todos nós começamos a fazer esse trabalho e depois de um ano tínhamos uma lista considerável de famílias cadastradas.
Depois de um ano, meus irmãos Maria Isabel e João Manoel distribuía sopa à noite para aqueles que nos estendiam as mãos. E até hoje fazemos isso.
Seis meses depois João Manoel e Gloria receberam o telefonema que havia duas irmãzinhas órfãs, a mais velha de seis anos e mais nova de dois anos. Oramos muito e meu pai falava baixinho.
Quinze dias depois, conseguiram a adoção e foram correndo busca-las. Recebemos as meninas com muita ansiedade, segurando a mão de João estava Ana a menina mais velha e no colo de Gloria, Sofia a menor.
Meu pai chorou, abraçou as meninas com carinho. Todos ficaram emocionados, entendemos que Deus estava enviando anjos para salvar meu pai, a família e a você, meu irmão que está lendo.
Meu pai estava sereno, mais calmo, parecia aliviado.
E após dois anos ele teve um enfarto enquanto dormia e morreu já com certa idade. Meu pai passou por fases humanas da descrença, desconfiança, lagrimas e da dor, do amor e da caridade.
Todos no bairro estavam no funeral, na missa a igreja ficou lotada, porque todos por mais que sejam humanos imperfeitos ou quase perfeitos necessitam de orações.
Depois de dois meses da partida dele, João Vitor disse sonhou com o vovô e que ele estava brincando com muitas crianças.
Em fevereiro de 1997 eu parti com câncer no pulmão, não sabia que estava doente, quando descobri não havia mais nada a ser feito. No dia que parti via meu pai sorrindo, achei que era um sonho. Acordei com uma linda jovem ao meu lado sorrindo e  entendi o que tinha acontecido e perguntei a ela:
- E o que será agora?
- Minha querida agora é o sempre, você continuará a viver sem doença.
- E meu pai? Ele está aqui?
- Levante-se com calma, respire o ar puro de Deus, vamos caminhar.
De longe vi um senhor conversando com um grupo de pessoas, cheguei mais perto e vi meu pai.
- Pai? Ele veio até mim e eu o apalpei e perguntei?
- É você papai?
- Sim filha, você demorou! Aqui estou aprendendo como uma criança, começando aprender a escrever. Também participo de aulas, aprendi a orar como Jesus nos ensinou, com a Luz do coração e agradecer com as palavras.
Como temos que agradecer por mais difícil que seja a dor que estamos passando. Há irmãos com dores piores que as nossas. Por mais que o ser humano não entenda a vida verdadeira, devemos nos unir e orar para fazermos da Terra um planeta de paz e amor.
Alguém pode dizer que estamos nos fins dos tempos, mas, estamos começando a viver e entender que Deus é amor, Ele não nos mata! Ele nos faz renascer todos os dias, porque o amor divino é para sempre.
Sempre a tempo de mudar, olhar para o céu, admirar o sol, as estrelas, a natureza e a vida. Você existe porque Deus te ama, mesmo que não entenda a vida plena.
O caminho e as obras de Deus são misteriosos!
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segunda-feira, 11 de junho de 2012

LIÇÕES DA VIDA.



Meu nome é Yasmim, nasci em Nova Déli e sou a filha mais nova de uma família de quatro irmãos. Meus pais são americanos e Henry, meu pai trabalha numa grande empresa. Minha mãe chama-se Emily e cuida de mim. Meus irmãos chamam-se: Paul,
Hermann, Lindsay e Catherine. Moramos nos Estados Unidos e às vezes em Nova Déli
Eu nasci em 10 de maio de 1960 e todos os meus irmãos são perfeitos.
Quando minha engravidou de mim ficou muito feliz. Ela tinha ido à Nova Déli com meus irmãos para ver meu pai, estava no quarto mês de gestação.
Meu pai tem um amigo indiano que se chama Chandresh e minha mãe fala que é um homem que intui as energias que nos rodeiam. Minha mãe o conheceu num almoço da empresa e quando ele a viu a cumprimentou com muita educação e gentileza.
Na hora do chá ele se aproximou e disse aos meus pais.
-Senhora acredita nos dizeres que as energias naturais dizem e nos nossos antepassados?
- Acredito em Deus, não entendo, mas sei que tudo tem o seu motivo para acontecer.
-A senhora está gerando uma menina que precisará de toda a família, de toda a atenção e cuidados especiais. Tudo que fazemos e dizemos flui no tempo e no espaço, é a causa e o efeito. Somos responsáveis pelo nosso caminho. Não estamos aqui por acaso, precisamos entender um mundo que não vemos, mas, que está agindo em tudo.
- O que o amigo está falando? Está assustando minha esposa!
- Perdoe-me, disse Chandresh, quero apenas ajudar a vocês e a sua filhinha que está chegando. Orem para seu Deus, em qualquer relegião ou crença o mais importante é o amor. Só o amor salva, não é assim que o cristianismo ensina?Somos eternos, mas responsáveis por tudo que fazemos. Sejam serenos! A grande Divindade que habita em todos nós os abençoe! E se precisarem de mim estarei aqui.
Meus pais ficaram preocupados e minha mãe resolveu retornar aos Estados Unidos.
Mas, no dia da viagem, ela sentiu-se mal, estava hipertensa e foi hospitalizada não podendo viajar. Minha família ficou em Nova Déli.
E quando minha mãe sentiu as contrações fizeram os exames e optaram pela cesariana.
Quando nasci Os médicos não me mostraram para minha mãe quando fui retirado do ventre dela. O Dr. Thompson levou meu pai a uma sala reservada para conversar.
Meu pai estava nervoso perguntando sobre mim e minha mãe.
- Sua esposa está bem! Vocês são pais de uma menina.
- Graças a Deus! Achei que tinha acontecido algo de ruim! Posso vê-las?
- Sua esposa logo voltará ao quarto, mas, sua filha precisará de cuidados e de exames. O senhor terá que ser forte, ela vai precisar muito de todos vocês, ela nasceu sem os braços e as perninhas.
- O que o senhor está me dizendo doutor?
- Sua filha será avaliada, é uma falha na formação genética, ainda precisamos averiguar.
Meu pai ficou perplexo e assustado. Foi ver minha mãe que estava bem, mas, dormia profundamente.
No dia seguinte ele voltou ao hospital e minha mãe já estava acordada, então ele decidiu contar-lhe a verdade.
-Emily ganhamos uma linda menina que está passando por exames.
- Porque exames? Eu já sei o nome dela será Yasmim, não vejo a hora de vê-la correndo pela casa.
Meu pai começou a chorar e minha mãe perguntou-lhe.
- Henry porque está chorando?
- Querida nossa filha nasceu com problemas ele precisará muito de nós. Ela nasceu sem os bracinhos e as perninhas.
Meus pais abraçaram-se e choraram muito. Pediram ao médico para me ver e me trouxeram toda enrolada em lençóis. Meus pais não sabiam o que fazer comigo.
O médico relatou que pelos exames eu não tinha nada que pudesse explicar a má formação genética.
Depois de uma semana tivemos alta hospitalar. A irmã de minha mãe chegou ao hospital, tendo conhecimento do meu estado, para ajuda-los. Meus pais ainda não tinham
Me pegado no colo.
Minha tia me pegou com carinho e disse-me:
- Minha doce menina seja bem vinda, não se preocupe tudo ficará bem, você é o nosso amor.
Fomos pra casa, meu pai contratou uma enfermeira para junto com minha tia cuidar de mim nos primeiros seis meses.
Susan resolveu conversar com os pais de Yasmim, visto que eles não se aproximavam da filha.
- Henry e Emily a menina chora muito, ela precisa sentir o amor de vocês, não tenham receio, peguem-na no colo, Nós estamos bem, mas, ela precisa de todos tratem-na normalmente, deixem todos conhecê-la e os irmãos pega-la no colo.
Antes deste dia meus pais não deixavam meus irmãos chegarem perto de mim.
Eles, meus irmãos me pegavam com amor, cantavam para eu dormir e penteavam meus cabelos. Minha tia comprou muitas almofadas para me apoiar.
Quando eu fiz sete meses estava recostada nas almofadas quando fui escorregando e cai com o rosto na cama e comecei a chorar muito alto.
Num impulso minha mãe veio correndo e me pegou no colo.
- Filhinha! Filhinha! Está tudo bem! Perdoe-me! Ela chorou muito e quando se acalmou me deu leite e eu comecei a sorrir para ela.
Ela me olhou como se me visse pela primeira vez e disse.
- Querida como você tem olhos lindos!
Meu pai chegou e viu minha mãe comigo no colo e ficou parado na porta olhando para nós duas.
Minha mãe aproximou-se dele e me colocou em seus braços e eu continuei a sorrir.
- Filhinha que lindo sorriso você tem!
Depois deste dia sempre me seguravam no colo e conversavam comigo.
Quando completei um ano minha fez um lindo bolo, meus pais me pegaram o colo, eu estava feliz, sorrindo para todos.
Eu só saia de casa para ir ao médico e mesmo assim enrolava-me em mantas para ninguém me ver.
Numa saída dessas tiveram que trocar minhas fraldas. Minha mãe foi para uma sala reservada e quando estava me trocando entrou uma mãe acompanhada por uma senhora e me viram e sorrindo disseram para minha mãe.
- A senhora é abençoada, sua filha é uma deusa menina trará alegria, vida e luz é uma troca de bênçãos.
Rapidamente minha mãe me tirou de la e fomos para casa.
A noite meu pai veio acompanhado pelo Sr. Chandresh, e ele muito amavelmente disse.
- Sejam abençoados! Querida criança não tenha medo tudo é para nossa perfeição.
- Me responda Sr. Chandresh, como perfeição? Milha filha é imperfeita, hoje duas mulheres a chamaram de deusa. Eu não sei se acredito mais em Deus.
- Senhora entendo sua dor, mas, ela é perfeita. Há pessoas que tem olhos e não enxergam, tem ouvidos e só ouvem o que querem ouvir, tem braços e abraçam a ilusão e nunca abraçaram um pai, mãe ou um filho. Tem língua para falar asneiras ao vento, tem pernas para caminharem por caminhos tortuosos. Yasmim é perfeita.
Ela está cumprindo uma missão difícil, mas, não impossível, está se purificando e elevando sua alma e de todos ao seu redor.
- Amigo desculpe-nos, ainda é difícil para nós lidarmos com essa situação,mas, você sempre será bem vindo em nosso lar. Resolvi ficar aqui até aprendermos a conviver com esta situação que é difícil para nós todos.
- È um renascimento! Cada um tem sua ferida para cicatrizar, mas, pelo que sinto sua família encontrará o modo certo de viver.
Eu já estava completando dois anos, meus irmãos me deram presentes, minha mãe e minha tia fizeram um bolo e o Sr. Chandresh trouxe sua esposa e seus dez filhos.
Foi uma alegria e senti minha alma feliz.
Assim passaram-se os anos, eu era muito bem tratada pela minha família, mas não
saia de casa, somente quando ia ao médico.
Com cinco anos via meus pais ora chorarem, ora disfarçavam, mas, meus irmãos cantavam, brincavam com bonecos todos pintados. Eu já falava bem e cantava as musicas que ouvia.
O tempo passava lentamente para mim, agora eu tinha oito anos tinha cabelos cacheados e olhos azuis, mas tinha que esperar alguém me trocar com fraldas que eram adaptadas para mim. Eu ouvia tia Susan orar muito só que meus pais não oravam.
O comentário da semana era a visita da irmã do meu pai, Mary e seu marido Jonathan.
Depois de oito anos sem conhecer quase ninguém, para mim era um acontecimento especial. Meu pai foi busca-los no aeroporto e minha mãe disse-me:
- Yasmim se sua tia Mary não comportar-se direito não ligue ela é desajustada.
Eu estava no quarto jantando com a ajuda de Lindsay que sempre me tratava com carinho e alegria, quando os ouvi chegar.
De repente entraram no meu quarto meus pais e meus tios.
Eu os recebi sorrindo e disse:
- Oi!
- Oi bonequinha do tio, olha o que eu trouxe para você! E colocou uma caixa na minha frente. Lindsay adiantou-se e abriu a caixa para mim e disse:
- Olha Yasmim! É um ursinho de pelúcia.
Eu fiquei feliz e respondi:
-Que fofinho! O nome dele será fofinho.
Minha tia também me deu uma caixa de presente e minha mãe abriu e olhou para tia Mary. Era um par de sapatinhos cor-de-rosa.
Eu comecei a rir e disse para minha tia.
-Titia eu não uso sapatos!
- Queridinha desculpinha eu não sei onde estava com a cabeça, me dê que eu jogarei no lixo e comprarei outro presente.
- Não precisa tia, minha boneca precisa de um sapatinho.
Depois de quatro dias eles voltaram para os Estados Unidos e só depois de um ano minha mãe ficou sabendo que ela estava grávida de seu primeiro filho, mas, caiu da escada e perdeu a criança.
Numa bela manhã perguntei para minha mãe:
- Mamãe eu não vou para escola?
- Querida eu estava pensando em contratar uma professora para você aqui em casa.
O que você acha?
- Ah! Mamãe eu queria ir para a escola!
- Querida aqui na Índia as crianças menores de quinze anos estudam em casa e mesmo assim é difícil conseguirem estudar. È melhor que a professora venha aqui em casa.
- Está bem! Mamãe porque você não ora? Não me fala de Deus?
-Porque, bem querida eu acho que você poderia ser mais feliz. Olha agora tenho que ir fazer o almoço.
Depois de dois dias veio à professora Thassy, ela chegou sorrindo e me abraçou.
Muito bonita com longos cabelos e olhos castanhos e me explicou que eu poderia aprender tudo que ensinava na escola: historia e geografia etc.
Colocou uma lousa no meu quarto, ela lia e mostrava gravuras e eu repetia tudo.
Começou a escrever as palavras e eu viajava no meu pensamento ouvindo as historias
que ela contava.
Aprendi a ouvir musica e sentir com o coração a aula de historia para mim era uma aventura, afinal eu já estava com doze anos e a professora, na aula sobre a historia francesa, trouxe perucas para que eu entendesse melhor as explicações dela.
À noite eu ficava imaginando o mundo que eu poderia ver e aprender. Todos da família
vieram me beijar e me parabenizar pelo meu aprendizado.
Finalmente consegui dormir profundamente e tive um sonho. Eu estava na França, tinha pernas e braços usavam roupas lindas, perucas, fazia uma pinta no meu rosto e andava numa linda carruagem. Morava num lindo castelo, vi um homem beijando minha mão que estavam com lindas luvas e me chamava de duquesa.
Quando entrei no castelo percebi os detalhes da decoração em dourado, uma empregada que chamei de serviçal trouxe quatro crianças que me abraçaram, mas, eu as empurrei.
Acordei com minha mãe me chamando para tomar o desjejum. Contei para ela sobre o meu sonho e todos me disseram que era por causa das aulas de historia sobre a frança. Quando Thassy chegou contei a ela o meu sonho e ela ficou espantada porque havia detalhes no meu sonho que ela não tinha me falado, como as luvas que eu vi no sonho.
A família do Sr. Chandresh veio nos visitar e para mim era uma festa, minha mãe ficava inquieta, mas, eu adorava porque eram amigos e me tratavam como igual.
Thassy continuava com as aulas e eu queria escrever então ela teve a ideia de colocar o lápis na minha boca e segurando um à folha eu consegui escrever a letra A e com muita calma e temo consegui escrever meu nome. Ela chamou meus irmãos e eles pularam tanto de alegria que minha tia Susan veio saber o que estava acontecendo e quando viu o meu nome escrito por mim pulou de alegria também.
Pegou o telefone e avisou meus pais que eu havia escrito meu nome. Meu pai mandou fazer um quadro que ficava fixo na cama e prenderia as folhas mais perto de mim, trouxeram lápis maiores e começou minha aventura.
Passado uma semana escrevi uma cartinha para o meu pai dizendo:
- Papai venha almoçar comigo. Yasmim!
O motorista levou até o trabalho dele e meu pai quando leu ficou emocionado e mostrou para todos e foi para casa almoçar comigo e com toda a família, menos minha mãe que estava nos Estados Unidos.
Sempre me levavam para sala ou para o quarto, mas, nunca no jardim. Eu pedi aos meus irmãos que me levassem ao jardim e Paul me levou e me colocou sobre as almofadas. Eu olhei o jardim, as flores, a luz do sol e quando percebi estava chorando e uma borboleta pousou em mim e eu disse.
- Oi! Sou Yasmim!
Eu já estava com quatorze anos e sempre ouvia minha família comentar sobre os Estados Unidos, e suas viagens.
Thassy teve uma grande ideia:
- Yasmim você gostaria de pintar? Eu conheço uma professora muito calma que poderia te ensinar.
- Gostaria de tentar, mas, quem é a professora?
- Eu! disse Thassy sorrindo, mas depois do meu casamento e quero que você vá com sua família.
Depois de dois dias Thassy trouxe seu noivo para conhecermos. Seu nome era Rashsan. Ele disse-me:
- Yasmim, a Thassy fala muito de você, estou contente em conhecê, queremos que todos fossem ao nosso casamento serão três dias de festa.
- Como Yasmim irá? Três dias de festa é muito cansativo! Disse minha mãe.
- Ela poderá ficar na casa de Thassy e será muito bem tratada. Disse Rashan.
- Mamãe e papai, por favor, deixem-me ir, tia Susan e Lindsay poderá ficar comigo. Por favor!
Tia Susan aceitou e meus pais depois de muita relutância aceitaram. Meu pai nos levou a casa de Thassy, era uma casa grande, ora eu estava no colo dos meu pai, ora no colo dos meus irmãos. As irmãs de Thassy me pintaram e pentearam meus cabelos quando me vi no espelho não acreditei.
O casamento foi lindo, os noivos estavam lindos havia pétalas de flores jogadas por onde eles passavam teve um banquete, a festa foi três dias, tia Susan e Lindsay aprendeu a dançar foi tudo maravilhoso.
Um sobrinho de Thassy de dezessete anos, kadamesh, me achou linda, me chamou de deusa e eu fiquei muito envergonhada.
Passaram-se os três dias de festa, retornei para casa contente. Fui dormir feliz, dormi profundamente e sonhei com a França. Eu estava na cama deitada com muito sangue, senti que tinha abortado e ouvi dizerem que já era o terceiro aborto.
Depois vi uma menina linda de doze anos me chamando de mamãe, entrei no quarto e a vi com minhas joias, arranquei violentamente as joias do pescoço dela e a atirei pela escadaria. No sonho ela quebrou as pernas, ficou boa, mas, ela ficou com dificuldade para andar. Acordei apavorada eu só sabia orar três palavras, custei a me acalmar e voltei a dormir profundamente. Novamente sonhei com o mesmo lugar, agora eu estava no jardim escondida agarrada a outro homem que era meu amante. De repente eu comecei a discutir com ele e o apunhalei mortalmente, os serviçais sumiram com o corpo. Acordei gritando, minha mãe e Lindsay vieram me socorrer eu estava molhada de suor, deram-me um banho. E eu dizia:
- Mamãe o sonho foi tão real, eu já tive braços e pernas, mas, era má, assassina.
Minha tia trouxe um chá calmante e ficaram comigo até eu me acalmar.
Mamãe proibiu as aulas com Thassy.
Tive febre alta, levaram-me para o hospital, fizeram exames, mas, não acharam nada.
Nos três dias que fiquei no hospital recebi muitas visitas. Voltei para casa e assim que mamãe e papai viajaram, tia Susan chamou Thassy. Ela trouxe todo o material de pintura, agora usávamos o método de escrever para pintar. Trouxeram telas, pinceis e tintas, no segundo dia de aula eu derramei a tinta toda em mim e na professora, riamos muito.
Com nove dias consegui pintar o sol na tela, era minha primeira pintura, fiquei muito feliz e foi fácil pintar, era só desenhar um O e preencher de amarelo por dentro e “puxar” amarelo para fora, amei meu sol. Thassy ia virando a tela para me ajudar.
Eu já ia fazer quinze anos, e Thassy me convidou para almoçar na casa dela, e eu fui com minha tia. No final do almoço a família de Thassy me levou a um parque, vendaram meus olhos, paramos e reconheci o colo do meu pai quando tiraram a venda todos os meus amigos estavam presentes, era minha festa de quinze anos, estava tudo enfeitado e maravilhoso, chorei, ri, foi uma noite perfeita.
No dia seguinte minha irmã me dando banho e eu não parava de cantar e Lindsay me perguntou:
- Tudo isso é felicidade Yasmim?
- Sim! Naquele sonho que tive, tenho certeza que era eu mesma, senti isso. Todos falam que não sabem dos seus erros, mas, sabemos sim, ninguém tem culpa por eu ser assim, eu sou a culpada.
- Mana eu acredito que antes de raiar o sol a noite já prevaleceu. Assim é a vida, mas, seja como for você é a alegria da nossa família.
- Mamãe precisa entender que Deus não tem culpa, tinha que ser assim para eu aprender a valorizar a vida e o amor.
- Os humanos sempre põem a culpa em alguém e é sempre em Deus, talvez porque achem que Ele é inatingível. Disse Lindsay.
Agora eu já tenho dezessete anos, escrevo com ajuda, mas escrevo, já consigo pintar flores, adoro musica, canto, não tenho braços e pernas, mas balanço meus cabelos e depois alguém me penteia.
Escutei o barulho da chuva, achei lindo, por aqui é difícil chover. Recebi uma cartinha de Kadamesh dizendo que queria casar-se comigo e iria falar com papai. Contei para tia Susan e ela me disse:
- Querida se você aceitar ele vai casar com você, comigo e com toda a família.
- Eu sorri, estava só eu e tia Susan em casa, eu estava na sala e o telefone estava do meu lado e começou a tocar, eu chamei, chamei e ela não respondeu. Olhei e vi a mão dela estendida no chão do corredor, me desesperei. Comecei a balançar meu corpo para o lado esquerdo onde estava o telefone, consegui tombar meu corpo ao lado do telefone, e com a língua liguei para o papai. Ele atendeu achando que era a tia Susan.
- Alo Susan?
- Papai, papai socorro!
Em pouco tempo papai entrou pela porta junto com o motorista e chamou a ambulância. O motorista me levantou e papai me enrolou numa manta e me levou com eles até o hospital, fiquei no carro com o motorista até mamãe e os outros chegarem.
Depois de um tempo papai veio até o carro e me disse que tia Susan tinha um problema no coração e que ficaria internada por alguns dias.
- Papai eu quero vê-la, me leva até lá. Ele me pegou no colo, todos ficaram me olhando, o medico permitiu que fosse vê-la.
- Tia a senhora ficou emocionada com o pedido de casamento?
- Fiquei! Mas, já estou bem!
Na saída uma estrangeira me viu sair do quarto no colo do meu pai e disse.
-Coitadinha! que doença você teve para perder as pernas e os braços? É contagioso?
- Não é minha tia que está doente!
- Não é você?Ela respondeu.
Lindsay interviu e disse:
- Senhora a sua língua que está doente! A mulher foi embora tão rápido que nos ficamos rindo.
Voltamos para casa e mamãe ficou no hospital com a tia Susan.
- Papai me ensina a orar! Eu preciso aprender e Deus nos ouvirá.
- Meu bom Deus eu não te chamo há muito tempo! Minha filha Yasmim e eu Te pedimos
Que a tia Susan fique boa. Senhor obrigado pela linda filha que me enviastes!
Meu pai me abraçou chorando e disse-me:
- Filha Deus criou o mundo todo, tudo que vemos e o que não vemos por não querer enxergar. Ele enviou Nosso Senhor Jesus Cristo para nos salvar. O mundo sem Ele não tem encanto, perdão, luz vida e amor.
- Papai Ele ouvirá nosso pedido. Eu sinto que precisei ser o que sou hoje para no mundo Dele ter minhas pernas e meus braços, porque não tive alma e coração, eu sinto você acredita?
- Sem querida! Eu te amo filha.
- Eu também te amo papai.
Depois de uma semana tia Susan estava em casa sã e salva. Ela me encheu de beijos e contou para todos sobre o pedido de casamento, todos ficaram me olhando, e eu com um sorriso sem graça.
Thassy veio para nossas aulas e me contou que estava grávida, fiquei muito feliz por ela. Contou-me que sabia do pedido de casamento e eu sorria sem graça.
Nesta noite, Lindsay e Catherine veio dormir em meu quarto, o quarto delas estava em reformas. Dormi um sono gostoso e tive o mesmo sonho, no mesmo lugar.
Eu estava surrando as crianças e perguntava quem tinha pegado meu colar, as crianças até urinaram de medo. Peguei um punhal e encostei no rostinho do menor para me dizer onde estava o colar, o pobrezinho vomitou e passou mal, as crianças começaram a gritar e a menina do meio disse que ia contar para o pai que eu estava grávida de outro amante, e eu comecei a espanca-la.
A porta abriu-se e o duque entrou parou atrás de mim e me segurou pelos braços, pediu socorro para as crianças, ele tinha ouvido tudo e me deu uma surra com chicote e pontapés no meu ventre, a menina mais velha pediu que ele parasse, eu estava ensanguentada e me levaram para a cama.
Sentia dores horríveis, estava com hemorragia, chamaram alguém para orar e eu cuspi nesta pessoa. Ouvi que eu estava morrendo e o duque aproximando o rosto do meu disse que queria que eu fosse para o inferno que ele cuidaria das crianças. No sonho eu ouvi as crianças orarem baixinho e morri.
Levei um susto e acordei gritando, me abraçaram, enxugaram minhas lagrimas, me deram banho, mamãe fez um lanche e colocaram musica até o amanhecer. Acordei chorando e com febre.
Papai chamou um medico deram-me calmante e dormi tranquila. Quando acordei estávamos recebendo a visita do Sr Chandresh e sua esposa, ela trouxe-me flores estava ciente dos meus pesadelos. Perguntei se sabiam se era eu no sonho.
- Yasmim o que passou, passou se foi você o tempo encarregou-se de corrigir as marcas que ficaram. Hoje você está corrigindo-se como nos todos, como a natureza, o planeta, o cosmos que está em constante evolução. Quando nosso coração fala o que está errado o melhor remédio é nos corrigirmos, quando não se tem limites à vida nos impõe limites. Somos seres limitados quando queremos ser o Supremo, mas, somos ilimitados quando percebemos que tudo que vemos, sentimos e que aprendemos se torna um caminho do bem para toda eternidade.
- Estão me dizendo que tudo que fazemos há retorno? Perguntei
- Quando plantamos o bem colhemos o bem, mas, se plantamos as sementes do mal colheremos no tempo espinhos até aprendermos semear a luz para colher estrelas.
Dias depois papai e mamãe viram dizer que toda a família iria para os Estados Unidos, somente tia Susan ia ficar por que resolveu ter aulas de pintura.
No dia da viagem eu estava nervosa, não ficaríamos muito tempo, entrei no avião no colo do meu irmão, todos me olharam, me arrumaram confortavelmente, mas, eu ouvi comentários dos passageiros. Depois de horas chegamos a Chicago e fomos para casa dos meus avós maternos, eu ainda não os conhecia, só os via em fotos, cartas e eles também. Eu estava apreensiva pensando em como me receberiam.
Entrei na casa no colo do meu pai, ele me colocou no sofá, já apropriado com varias almofadas e meus avós me olhavam sem saber o que fazer.
- Vovó Nathaly pode me abraçar, eu não quebro!
- Querida neta como você é linda, eu não pude viajar para conhecê-la, como você vê já tive um derrame e uso bengala, esta é minha companheira.
- Vovó pelo menos você tem braços e pernas para apoiar na bengala.
- Querida você é linda, disse vovô Antony, e tem um lindo sorriso.
Depois de uma hora eles me abraçaram com cuidado, almoçamos todos juntos, exceto meus avos paternos que deram uma desculpa para não irem.
Pedi para meus irmãos irem vê-lo pelo papai e depois de tanto falar eles foram.
Quando voltaram trouxeram meus avos Sarah e Jonas, entraram e foram educados e quando me viram disseram:
- Nossa netinha você é linda! Eu sorri e disse:
- É vovô e vovó não da para dizer se sou baixa ou alta.
Logo foram embora e nos dez dias que ficamos pouco apareceram. Ouvi o comentário do meu avô paterno com papai.
- Meu filho você não é eterno, as crianças já são adultas e precisam viver, não podem cuidar dela a vida toda. Precisa coloca-la numa clinica com todos os cuidados, aqui mesmo, seu lugar é aqui conosco, ela ficará um pouco na clinica e um pouco com vocês.
No dia seguinte meu pai comprou as passagens de volta para casa, sentimos falta da nossa casa, dos nossos amigos. Chegamos e tia Susan ficou feliz, mas, percebeu que não voltamos muito animados, estávamos cansados, fomos dormir e papai e mamãe veio me dar um beijo de boa noite e eu aproveitei para perguntar se eu atrapalhava a vida deles e que ouvi a conversa entre papai e vovô. Eles me abraçaram e papai disse:
- Yasmim somos uma família em Deus!
- O que eles sentem é medo, preconceito o que é?
- Querida é a incompreensão humana, há pessoas na vida que acham que são melhores que as outras e não entendem que todos nós voltaremos para terra de onde viemos, como cinzas, alguns voltaram para Deus outros serão simplesmente cinzas.
O tempo passou meus irmãos Paul, Catherine casaram-se. Thassy ganhou um lindo menino, agora tudo estava bem, eu já conseguia pintar melhor duas telas de tamanho pequeno.
Eu estava com vinte e um anos, Catherine ganhou uma linda menina chamada Cristine e Amanda ,esposa de Paul tinha um menino chamado Matheus.
Quando fiz vinte e dois anos meu irmão Hermann casou-se com Samy e depois de sete meses tivera Aline. Descobrimos que tia Susan estava namorando o motorista desde quando ela passou mal. Fomos à casa do meu irmão Paul para um almoço, vi as crianças correndo, eu olhava com felicidade meus sobrinhos brincando, um abraçando outro e pensava:
- Deus é isso! Vida! Amor e perdão!  O Senhor me perdoou.
Acordei no outro dia cansada, Catherine colocou a mão em mim e percebeu que eu estava febril e muito cansada, deram-me medicação, mas a febre não baixava e o cansaço era muito grande.
Thassy chegou animada perguntando se íamos pintar?
- Não! Hoje estou muito cansada.
Minha mãe veio contente trazendo peixe que eu gostava tanto, mas, recusei porque estava cansada demais para comer.
Levaram-me ao hospital, fui internada, fiz vários exames, deram medicação e dormi.
Acordei no dia seguinte com meus pais ao meu lado.
- Mamãe, papai o que eu tenho?
- Você não tem nada! Mamãe respondeu.
Mas, os olhos dela estavam vermelhos de tanto chorar. Tive alta e fomos para casa, todos estavam me esperando, as crianças correndo, o sorriso da tia Susan.
- Yasmim vou me casar! Disse feliz.
Eu sorri e disse para ela casar-se logo antes que o noivo fugisse. Depois de um mês ela se casou com cinquenta e oito anos e ele com cinquenta e nove e foram morar conosco. Voltei a me sentir mal, chamei papai e pedi que me contasse a verdade e papai chorando me disse:
- Filha seu coração está doente, mas você está fazendo o tratamento.
- Este problema é de família não é?
- Sim minha filha.
-Estou indo embora não é?
- Meu Deus! Sim!
Abraçamos-nos e eu disse que amava toda a família e ele disse que também me amava.
- Querida vamos parar de sofrer, amanhã você estará bem.
No dia seguinte amanheci melhor, papai foi trabalhar, mamãe saiu com Catherine.
E Paul me levou para o jardim e eu observava enquanto as crianças brincavam correndo imitando um avião.  Senti uma pressão no peito, um cansaço, as flores, o vento tudo vinha em minha mente, em meu coração, até o pedido de casamento. Senti um sono tranquilo. Adormeci.
Tive um lindo sonho, que eu estava andando, senti a grama, muitas pessoas ao meu lado sorrindo. Veio uma menina correndo e me abraçou e eu tinha braços para abraça-la, meu coração começou a bater forte, mais pessoas vieram me abraçar.
Ouvi um choro em minha mente, retornei para o jardim e vi tia Susan chorando, papai, mamãe, meus irmãos, Sr. Chandresh, todos, olhei para a cadeira era eu morta.
Senti um aperto no peito, mas, ao mesmo tempo paz! Eu tinha entendido, tinha deixado uma linda historia de vida, para viver outra, agora sem defeitos físicos ou emocionais.
Agradeço a Deus por ter me dado à chance de aprender a amar, pela família maravilhosa e por todos os momentos que vivi.
Vi quatro crianças me dando as mãos sorrindo, eu já sabia quem era.
Era oito de março de 1983, o dia que ganhei minhas pernas, meus braços e um novo coração com muito amor.
Sou Yasmim para sempre, filha de Deus Pai e meu salvador Senhor Jesus Cristo.
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Ditado pelo espírito João Harsam

Psicografado pelo médium Esaú Lopes.


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