- Mamãe! Mamãe!
- Minha filha o que houve, por que está gritando tanto? Querida é um
pesadelo? O que você sonhou?
- Mamãe sonhei que eu era uma mulher má, casada batia nos meus 2 filhos,
Maria Alice e João. Meu marido trabalhava muito.
- Filhinha é só um pesadelo, você tomou lanche muito tarde antes de
dormir, você só tem 9 anos.
- Não! Mamãe! Eu era a mulher, batia muito nos meus filhos joguei as
crianças na escada, não morreram porque meu marido conseguiu salvá-las. Mamãe é
por isso que não ando?
- Tolices! Ana Cristina você só tem 9 anos
- Mamãe! Foi real!
- Ana Cristina vamos dormir, amanhã bem cedo suas primas brincará com você
- Mamãe elas correm à vontade. Eu fico sentada na cadeira de rodas.
- Querida! Vamos dormir!
Amanheceu, Ana Cristina com 9
anos, uma linda menina, cabelos longos castanhos, olhos castanhos bem
expressivos, uma linda menina. Nasceu sem poder andar, médicos afirma que Ana
Cristina nasceu com má formação na coluna vertebral, seus pais não aceitavam
bem. Ana Cristina filha mais, única com problemas sérios de saúde, mas sempre
alegre. Sua irmã do meio, Beatriz tinha 12 anos a ajudava em tudo, ambas tinham
um irmão João Paulo com 14 anos, simples, brincalhão, ajudava seu pai a
trabalhar num pequeno mercado da cidade onde morava em Belo Horizonte, no
estado de Minas Gerais.
Seus
pais Antonio Luis e sua mãe Doralice eram bons pais, calmos, compreensivos
desde que casaram, prometeram que seus filhos teriam uma vida confortável.
Trabalhavam muito no pequeno mercado que tinham, não faltava nada, Doralice
trouxe a sua irmã Clarice para morar junto. Clarice uma moça do interior,
meiga, amava sua família tinha só 25 anos, um carinho especial com sua sobrinha
Ana Cristina. Era o ano de 1956.
No
fundo do terreno do mercado era a casinha deles, bem pequena com dois quartos,
as crianças dormiam junto com a tia, o outro quarto era para o casal, mas havia
uma cama de solteiro para Ana Cristina caso ela tivesse os pesadelos ou não
estivesse bem.
O
dia estava lindo! As duas crianças na escola perto de casa menos a Ana
Cristina. Os pais tinham medo dela frequentar o colégio por causa das escadas
que haviam.
Clarice
e a mãe ensinavam a Ana Cristina em casa, ela lia muito bem, adorava história e
geografia. Mas queria estudar sobre as estrelas. Ficava na janela observando as
estrelas.
Ana Cristina: - Tia Clarice você acha que as estrelas nos ouvem?
Clarice: - Acho que sim! Mas você é muito pequena para ser romântica.
Ana Cristina: - O que é ser romântica tia?
Clarice: - É como seu pai e sua mãe é coisa de amor! Eu sempre peço para
aquela estrela linda Cruzeiro do Sul me apontar meu futuro marido.
Ana
Cristina ria com a Clarice.
- Tia você que é romântica! Eu quero que elas me ouçam!
Clarice: - Ouvir o que? Ana Cristina se as estrelas tivessem ouvidos já
tinham me escutado e arrumado um amor pra mim!
Ana Cristina: - Tia você me faz rir! Estrelas com orelhas?
Clarice: - Vamos dormir você já riu muito de mim.
Passado
alguns dias Sr. Antônio chegou à casa muito contente: - Família receberei uma
indenização do antigo trabalho em SP e mais o que temos dará para reformar a
casa ampliando teremos espaço, pensei os dois quartos, uma sala ampla e os
quartos em cima com banheiros, meus pais me disseram que irão nos ajudar com a
reforma da casa. Ana Cristina ficou triste em ouvir a ideia do pai. – Papai e
eu onde dormirei? Sr. Antônio tinha esquecido que Ana Cristina não poderia ter
seu quarto em cima. Ele ficou sem saber o que dizer. A mãe Doralice: - Mas seu
pai e eu temos uma surpresa, você terá dois quartos um aqui em cima e outro em
baixo bem grande.
Ana Cristina: - Como mamãe?
Clarice: - Sobrinha você acha que eu ficaria sem você? Será nosso
quarto.
Ana
Cristina com nove anos tinha entendido que seus pais com alegria de arrumar a
casa esqueceram-se do problema dela, estava triste, iria tirar a alegria de
todos.
Ana Cristina: - Tia você tá esquecendo que se você tiver um quarto em
cima ficará mais perto das estrelas de orelhas de ouvirem.
Todos
riram!
Sua mãe e a
tia Clarice riram mais do que todos.
Clarice: - Ana Cristina as estrelas no ouvem onde for.
Sr. Antônio
abraçou Ana Cristina: - Filha eu farei um lindo quarto para você, conversarei
com o pedreiro, vamos ver o que acontecerá.
Tudo estava
correndo bem, as crianças na escola, os pais trabalhando, o material da reforma
da casa havia chegado. Todos teriam que mudar bem perto na casa da tia paterna
Glória, uma casinha menor que eles moravam até a casa nova ficar pronta. As
crianças e a tia dormiam na sala, os pais no quarto, não havia sala, um apequena
cozinha, o quintal era grande, as crianças brincavam menos Ana Cristina.
Clarice
adorava desenhar! Além dos afazeres do lar, ela costurava muito bem. Recebia
muitos elogios até sua irmã Doralice ter uma ideia, Clarice costurar, por
roupas prontas para vender. A ideia era ótima, mas vender onde?
Clarice
ajudava em tudo, observava a tristeza de Ana Cristina e veio outra ideia.
Clarice: - Ana Cristina você quer ser minha sócia nas costuras?
Ana Cristina: - Tia como?
Clarice: - Querida isso aqui são agulhas, eu te ensino a costurar, há
pontos maravilhosos que suas mãozinhas podem fazer, eu sei bordar. Eu te ensino
e então? Faremos as roupas até termos uma ideia para vender, começaremos aos
poucos, você pode aprender primeiro bordado.
Ana Cristina ficou pensativa: - Tia me leve à noite no quintal, se as
estrelas ouvirem com seus ouvidos dando um sinal eu aceitarei.
Clarice: - Está bem!
Anoiteceu,
Clarice levou Ana Cristina ao quintal para conversar com as estrelas.
Ana Cristina: - Estrelas minha tia Clarice quer me ensinar a costurar e
a bordar é muito cedo para eu aprender só tenho 9 anos, se vocês tem ouvido me
de um sinal com uma estrela cadente.
A inocência
num corpo de uma menina e 9 anos representando na fé de sua tia. As duas
olhando para o céu. De repente uma estrela cadente.
Ana Cristina: - Tia, tia, você viu? As estrelas têm orelhas me
responderam é sim tia Clarice.
Clarice bem
baixinho com os olhos cheios d’água: - Senhor Deus obrigada por nos ouvir,
ouvir o coração de minha pequenina sobrinha.
Clarice: - Ana Cristina amanhã mesmo vai começar a bordar um lencinho.
Ana Cristina: - Vamos sim tia! As estrelas têm orelhas! Tia os céus nos
ouvem! Que lindo sinal!
As duas,
tia e sobrinha, entraram contando a todos o que ocorrera.
Doralice: - Ana Cristina tudo será maravilhoso! Deus sempre nos ouve, filha
não está só!
Ana Cristina: - As estrelas nos ouvem é porque tem vida são muito
inteligentes que lindo!
Logo cedo
no dia seguinte, Clarice chamou Ana Cristina para o primeiro dia de
aprendizagem. – Ana Cristina, escolha um desenho para você bordar no lenço ou
toalha.
Ana Cristina: - eu quero uma estrela!
Clarice com
o tempo que tinha ensinava a sobrinha a bordar e fazer bainha. A nova casa estava sendo
construída.
Doralice e
Antônio sempre trabalhando no mercado e cuidando da família. João Paulo agora
com quinze anos ajudava o pai no mercadinho, entregando as mercadorias, Beatriz
auxiliava sua tia Clarice na cozinha e na casa.
À noite o
pai da família, Sr. Antônio trouxe um grande presente para a família, traria
muita alegria.
Doralice: - Querido o que há na caixa?
Antônio: - somos ricos, esse presente é caro, será uma grande alegria!
Todos
perplexos, era um rádio! Naquela noite foi uma festa, ouvimos música, notícias.
Ana Cristina ouvira imaginando podendo dançar. Seu irmão João Paulo pediu para
ela imaginar e fechar os olhos. Sr. Antônio a pegou no colo dançando com ela
nos braços. Estava tudo perfeito!
Doralice: - Tudo está maravilhoso!
Beatriz, a
irmã do meio de Ana Cristina, desde criança queria ser enfermeira porque via a
vizinha chegar do hospital de branco, ela achava lindo. Mais tarde com os pais
concordando estudou e se tornando uma enfermeira, casou e teve quatro filhos.
João Paulo
continuou no mercado, ampliou os
negócios até um lojinha de roupas onde Clarice e Ana Cristina aprendera com o
tempo a costurar e bordar, com quatorze anos
tinha outra tarefa, Clarice ensinara a cozinhar, devagarzinho Ana
Cristina aprendia que ela tinha um grande valor, aos dezoito anos via suas roupas
sendo colocadas para vender na lojinha da família.
Da grande
noite do rádio se passara mais um ano e a casa reformada estaria pronta. Era o
dia da mudança, o retorno para a casa, agora um sobrado com espaço para todos.
Sr. Antônio: - Temos uma cozinha espaçosa, uma sala grande, teremos uma
sala de jantar, aqui em baixo um quarto para Ana Cristina e Clarice, venha Ana
Cristina vamos ver o andar superior!
Doralice
animada, feliz pela sua casa nova, um novo espaço de muitas alegrias, sabia que
na família havia muito amor. – Temos três quartos, o nosso, o quarto do João
Paulo, da Beatriz, o outro como falamos da Ana Cristina e Clarice é o único que
tem um terraço.
Beatriz: - Poxa! Minha irmã tem dois quartos!
Doralice: - Minha filha ela pode escolher o que ela quer.
Clarice: - Tenho uma ideia o quarto de baixo, colocaremos nossa máquina
de costura, uma mesa, e há espaço para as duas camas de armar se estivermos
muito cansadas, dormiremos lá embaixo, se não aqui vendo as estrelas.
Ana Cristina: - Podemos papai?
Sr. Antônio rindo: - Está tudo bem, mas quero que você aprenda a fazer
uma camisa para mim.
Ana Cristina: - Está bem primeiro serve um lenço bordado com seu nome
por enquanto?
Sr. Antônio: - Minha filha ficaria muito contente.
Ana
Cristina e seus irmãos iam crescendo e aprendendo seus valores de respeito,
responsabilidade, de amor e esperança. Principalmente a caridade consigo mesmo,
tendo paciência, resignação na aprendizagem da vida dentro das suas limitações
que poderia ser alguém mais do que uma menina que não poderia andar.
Todos
cresceram João Paulo com vinte e quatro anos agora frente ao trabalho da
família, queria ter um posto de gasolina lutar até conseguir. Beatriz com vinte
e dois anos conhecera Guilherme um pouco mais velho do que ela, ele era viúvo
tinha uma filha de dois anos, Maria Gabriela. Beatriz e Guilherme se casariam
após dois anos de noivado. O casamento simples a festa para as famílias foi no
sobrado. Clarice e Ana Cristina tinham feito o vestido de noiva dela, bordados
pela Ana que estava muito feliz pela irmã.
Ana Cristina: - Beatriz se casando e você tia Clarice as estrelas não te
ouviram.
Clarice: - Elas estão muito ocupadas.
Ana Cristina: - No meio dessa correria toda pensei na minha vida eu
tinha pesadelos horríveis que eu era casada, tinha filhos, eu era má, jogava
meus filhos pelas escadas e hoje moramos num sobrado e desde que você tia
chegou os sonhos pararam.
Clarice: - É porque você tinha medo da vida!
Ana Cristina: - Não é isso! Sinto que foi real que já fui assim, olho
para os meus pais e sinto vontade de pedir perdão toda hora, mesmo sendo agora
uma moça tenho essa necessidade, o que é isso tia Clarice?
Clarice: - Bem, se você sente tão forte necessidade de pedir perdão peça
a seus pais, mas não entendo o porquê!
Ana Cristina: - Irei fazer isso quando meu coração bater mais forte.
Beatriz com
seu marido Guilherme e a menina Maria Gabriela vieram jantar com a família.
Doralice passou o dia preparando o jantar cantando.
Mais tarde
todos juntos na mesa Beatriz ao João Paulo: - Meu irmão quem é aquela linda
moça que já vi vocês conversando é sua namorada?
João Paulo meio envergonhado: - É a Regina minha melhor amiga, ela é
simpática e muito educada.
Sr. Antônio: - Filho você está dizendo que está namorando sério e não
fala nada?
João Paulo: - Não! Sim!
Doralice: - O que é não e sim?
João Paulo: - Eu estava guardando minhas palavras para eu falar para
Regina que estávamos namorando.
Todos riram
na mesa.
Ana Cristina: - João Paulo você tá dizendo que ela não sabe que está
namorando com você?
João Paulo: - É e não sabe que vou pedi-la em casamento, eu vou ao
quarto buscar algo!
Beatriz: - Acho que João Paulo não tem coragem de deixar esta casa.
João Paulo
com uma caixinha na mão sorrindo: - Bem eu ia mostrar mais pra frente, mas
estava esperando a hora certa, aqui estão as alianças.
Doralice
levantou da mesa foi abraçar o filho. – Querido há quanto tempo você em se
casar?
João Paulo: - Mamãe há três anos.
Sr. Antônio: - o que fez você ficar quieto, a moça é brava?
João Paulo: - Não! Papai ela é muito doce, penso em morar em outra casa
e deixar a família.
Doralice: - Querido o seu quarto é grande, espaçoso, com uma nova
pintura, móveis adequados para vocês ficará maravilhoso.
João Paulo: - Que móveis adequados mamãe?
Ana Cristina: - João Paulo como diz a mamãe é um jogo de quarto para um
casal maravilhoso.
João Paulo: - É! É!
João Paulo
e Regina ficaram noivos depois de uma semana deste jantar. Regina aceitou a
morar com a família do seu futuro marido. No dia do casamento João Paulo era o
mais nervoso de todos, havia passado seis meses do noivado. A festa, após a
cerimônia religiosa seria na casa dos pais de Regina.
Ana Cristina: - Que linda casa! Tia Clarice aquele rapaz está te olhando
o tempo inteiro.
Clarice: - Você quer dizer senhor, Ana Cristina, até que ele é bonitão,
alto, cabelos escuros, olho verde será que desta vez estou sendo ouvida pelas
estrelas!!!
Ana Cristina: - Tia Clarice, por favor, queria uma fatia de bolo pode
pegar pra mim?
Clarice: - Sim querida.
Ana Cristina: - João Paulo quem é aquele homem de olhos verdes?
João Paulo: - Ele é o tio mais novo de Regina, solteiro, pratica
esporte, mas não é para você.
Ana Cristina: - Não estou interessada nele é para a tia Clarice.
João Paulo: - Irmã tem certeza que você não está interessada no Felício?
Ana Cristina: - Felício!! João Paulo a Regina está acenando para você.
Clarice: - Querida aqui está o bolo, o João Paulo está lindo e a Regina
é tranquila serão felizes.
Ana Cristina: - Tia Clarice, João Paulo veio me dizer que Felício está
fazendo muitas perguntas sobre você.
Clarice: - Quem é Felício?
Ana Cristina: - É aquele homem de olhos verdes que está te olhando, ele
é tio da Regina, solteiro, trabalhador, pratica esporte.
Clarice: - Ana Cristina não invente! A Regina está vindo pra cá.
Ana Cristina: - Regina sua família PE linda e você está a mais linda
noiva que já vi, aquele rapaz, seu irmão, parece muito simpático.
Regina: - É meu tio Felício, é o irmão mais novo de minha mãe, ele mora
em São Paulo com meus avós, está aqui há seis meses para ajudar meu pai na
construção de nossa casa.
Ana Cristina: - Que ótimo! Minha família agora é sua, somos muitos
unidos.
Clarice: - Regina vocês irão viajar ainda hoje para o Rio de Janeiro na
casa de seus tios paternos?
Regina: - Sim, iremos amanhã de manhã é uma pena que será uma semana.
João Paulo abraçando Regina:- Minha esposa agora pode fazer a
comunicação para todos.
O casal
chamou a todos. Ana Cristina pediu para o pai levar a cadeira mais perto dos
noivos.
João Paulo: - Querida família e amigos. Eu e minha esposa temos uma
notícia maravilhosa, agora somos casados e seremos daqui a oito meses pais.
Todos
ficaram boquiabertos no primeiro instante, mas a felicidade e a emoção falaram
mais alto do que tudo.
Ana Cristina: - Papai a casa terá mais alegria com uma criança.
Ao término
da festa a família voltou para casa emocionada com o belo casamento e a notícia
da gravidez de Regina.
Passado a
semana do casamento de João Paulo e Regina, os recém-casados retornaram da
viagem de lua de mel. Foram recebidos por toda a família com muita alegria.
Os meses
vinham passando Ana Cristina fazia vestidinhos da futura sobrinha bordando com
muito carinho. Regina achou graça pela cunhada fazer vestidinhos, tendo a
certeza que seria uma menina que viria. Depois de cinco meses nascera a
criança, João Paulo entrando em casa com flores na mão.
João Paulo: - Ana Cristina estas flores são para você, é uma menina. Eu
e Regina escolhemos o nome de nossa filha será Ana Carolina. Seu primeiro nome
minha irmã e o segundo nome da mãe de Regina.
Ana
Cristina muito emocionada agradeceu, não via a hora de ver a sobrinha.
Clarice chegando da maternidade: - Ana Cristina é uma menina linda,
estavam quase todos da família inclusive o Felício.
Ana Cristina: -Entendi!
João Paulo esteve aquí para me contar, me deu as flores.
A casa estava em festa. Quinze dias se
passaram, ouvia-se do quarto o choro de Ana Carolina. Clarice no terraço
suspirando.
Ana Cristina: - Tia há dias te vejo suspirando para as estrelas, elas te
ouviram?
Clarice: - Tá bom! Depois do casamento, vi algumas vezes o Felício na
praça aqui perto, tomamos sorvete, somos amigos ele é tão charmoso.
Ana Cristina: - Tia as estrelas te ouviram!
Clarice
trabalhava muito. Ana Cristina já tinha dezenove anos, uma linda moça se tornou
ótima costureira e bordadeira tão jovem. Clarice e Felício quase todas as
noites ficaram no portão conversando.
Regina: - Parece que meu tio está apaixonado pela Dona Clarice. Ana
Cristina se eles se casarem talvez vão morar em São Paulo como você ficará sem
a sua tia?
Ana
Cristina na tinha pensado nesta hipótese, muito menos de viver sem sua amada
tia, guardou para si seus pensamentos. – Meu Deus! Não posso se egoísta, minhas
estrelas me ouvem e façam ela feliz.
Clarice e
Felício conversando com Doralice e Antônio chamou a Ana Cristina que estava no
quintal admirando a noite. Ela estava tão pensativa que não ouviu eles
chamarem.
Sr. Antônio: - Filha! O que há? Estamos te chamando na sala.
Ana Cristina: - Nada papai a noite está linda!
Sr. Antônio
levou a Ana Cristina para sala. Clarice abraçou e beijou a querida sobrinha.
Clarice: - Ana Cristina temos algo para conversar contigo, eu o Felício
iremos se casar, contei a ele que você desde que o viu no casamento de seu
irmão já tinha ideias de nós dois ficarem juntos.
Felício: - Ana Cristina sei do amor que Clarice sente por você, é a
filha querida dela e será a minha também com respeito a seus pais, resolvi
trabalhar como já estou e seus pais tiveram uma ideia, nos fundos há um terreno
construiremos um cantinho para nós dois, assim Clarice não ficará longe de
você.
Ana Cristina: - As estrelas me ouviram!!!
Clarice: - Você achou que eu iria te deixar? Nunca! Mesmo quando Deus me
levar estaremos juntas!
Depois de
um mês a casa nos fundos estava sendo construída. Clarice e Ana Cristina
estavam fazendo o vestido de noiva, seria bordado por elas. Ana Carolina estava
completando um ano, uma festinha com todas as crianças da família e amigos.
Seis meses
para terminar a casa ficaria linda. Em baixo uma sala, cozinha, em cima um
quarto grande e banheiro, um enorme terraço com jardim suspenso, uma surpresa,
uma fonte entre as duas casas. Depois de vinte dias o casamento na Igreja de
Clarice e Felício, a dama de honra com flores na mão Ana Cristina, a cadeira de
rodas enfeitaram com flores. Antônio entrou levando Ana entrou a noiva Clarice
com um sorriso iluminado, Felício no altar. A cerimônia simples e bela!
Em casa
bolo e champagne, após os noivos viajaram para Poços de Caldas, Felício não
poderia demorar tinha loja de ferramentas e construção recém-inaugurada para
administrar.
Ana
Cristina estava feliz pelo casamento de sua tia, a família unida todos lutando,
ela com seu trabalho agora com uma boutique com roupas feitas por ela e
Clarice. Era de manhã Ana Cristina olhou o pai Antônio: - Pai te peço perdão
por todo o mal que te fiz seja o tempo que for das estrelas.
Doralice: - Filha o que está dizendo? Você é uma filha amada
maravilhosa, nunca fizeste nada de errado somente o bem.
Ana Cristina: - Mamãe te peço perdão por tudo seja o tempo que for.
Papai e mamãe observando o céu, as estrelas, para mim o tempo é o mesmo, o
passado distante e hoje. Deus nos vê no mesmo instante.
Os pais
abraçaram Ana Cristina muito emocionada. Sr. Antônio levou Ana Cristina para o
quarto que agora era só dela. Para os pais era a emoção de todo esse tempo que
Ana estava passando que a fez dizer aquelas palavras.
Uma semana
depois Clarice e Felício chegaram muito contentes, abraçaram a todos. Naquela
casa sempre a harmonia dominava a todos, Ana Cristina ficava em cima da escada
observando a família antes de pedir para alguém a descer. Beatriz e Guilherme a
noite vieram jantar: - Família nós temos uma grande novidade, eu estou grávida
de três meses, depois de tanto tempo de espera.
Ana
Cristina ouviu, ficou feliz, mais tarde conversando com a mãe Doralice: - Mamãe
estou flutuando em paz, pensei que traria dores a família por nascer
paralítica, pelos meus pesadelos que fui mãe e esposa má e vejo, sinto tanto
amor e harmonia.
Doralice: - Filha, seja o que for esse pesadelo, foi um pesadelo que
você teve, olha em sua volta o quanto somos ricos. Deus nos deu uma linda
família, a casa aberta para quem mais chegar, esqueça esses pesadelos minha
filha.
Ana Cristina: - Mamãe Deus é maravilhoso!
A boutique
de Clarice e Ana Cristina estava indo bem, os clientes admiravam os bordados de
Ana Cristina que já estavam sendo comercializados para outras cidades. Com
muito trabalho o tempo passava rápido.
Beatriz e
Guilherme ganharam dos céus um lindo menino Ricardo. A família reunida no
batismo do novo menino.
Felício
quando estava em casa gostava de cantar, achava que tinha talento, mas na
verdade provocava risos devido a rouquidão.
Clarice: - Meu marido parece um galo rouco!
Todos riam
bastante com as cantorias de Felício.
João Paulo entrou rápido na casa: - Mamãe! Mamãe! Papai estava trabalhando no mercado se
sentiu mal, o levamos para o hospital.
Todos
correram, Clarice e Ana Cristina ficaram em casa orando. A noite foram buscar
Ana Cristina ao hospital onde estava seu pai. Chegando Ana Cristina pela
primeira vez sentiu e viu a tristeza da
família.
Doralice: - Minha filha seja forte, seu pai sofreu
um infarto do miocárdio ele não está bem.
Ana Cristina: - Posso vê-lo?
Doralice
acompanha a filha no quarto, Ana Cristina acarinhou o pai, viu que ele estava
com oxigênio. Não aceitaram em voltar para casa, todos ficaram no hospital, não
poderiam ficar no quarto. As 6horas veio o médico pedindo para Doralice e os
filhos, todos sentiram que seria a despedida deles ao pai. Antes de 7horas da
manhã o patriarca deixara a família que tanto lutou, ensinou a harmonia e o
amor. Um luto sentido por todos desde a família, amigos e empregados. Para o Sr.
Antônio ele não tinha empregados, mas sim amigos de trabalho.
Passado
seis meses Doralice pediu para Felício cantar mais desafinado e rouco ainda.
Todos começaram a rir.
Ana Cristina: - O galo rouco e desafinado retornara
com força total.
João
Paulo e Regina, ainda tentando se recuperar da ausência do pai, entram em casa
falando bem alto:
João Paulo: - Alguém em casa?
Doralice: - Quanta gritaria meu filho são sete horas da manhã.
João Paulo: - Mamãe, família. Eu, Regina e Ana Carolina viemos tomar café
da manhã hoje é domingo.
Regina e
João Paulo prepararam o café da manhã, todos na mesa, Regina retirou dentro da
bolsa sapatinhos de neném, colocando-os em cima da mesa. A gritaria: você está
grávida! A alegria retornara o falatório como sempre.
Clarice: - Ana Cristina você está bem? Será tia novamente.
Ana Cristina: - Será que o papai está vendo?
Clarice: Com certeza! Deve estar calmo, agradecendo a Deus.
Doralice
estava feliz sempre dizendo que tudo é maravilhoso ela chama Ana Cristina: -
Minha filha quero te fazer uma pergunta eu entendo se for não.
Ana Cristina: - Fale mamãe!
Doralice: - Querida você aceita sua mãe em seu quarto? João Paulo e
Regina precisam de mais espaço para as crianças.
Ana Cristina: - Mamãe claro que sim, não me acostumo ficar sozinha no
quarto.
Com os
preparativos da chegada do novo membro da família, o tempo passara rápido.
Felício numa manhã vem conversar com Doralice: - Estou preocupado, Clarice
acordou chorando acho que ela teve um pesadelo.
Ana
Cristina ouviu, chamou Clarice , ela estava muito abalada com o pesadelo.
Clarice: - Foi horrível, eu e Felício estávamos numa estrada, chovia
muito, algo veio para cima do nosso carro, senti girar tudo, me vejo do lado de
fora do carro peço socorro, veio um homem me ajudar. Me abaixo para tirar o
Felício do carro e me vejo morta do lado dele, quando viro o homem é seu pai me
pedindo calma.
Ana Cristina: - Calma tia Clarice foi um pesadelo!
Clarice: - Não! É um esclarecimento, uma amostra do que virá, seu pai
está me avisando, vou pedir para as estrelas socorro! Sou pecadora, as estrelas
são pura luz, o Senhor Deus ouvirá vindo delas.
Ana Cristina: - O que pedirá?
Clarice: - Você saberá conforme o acontecimento, por enquanto esqueça.
O tempo
passou Regina começou a sentir as contrações, João Paulo desceu correndo as
escadas, pegou o carro e esquecera a Regina no quarto e de colocar as calças.
Doralice trouxe com calma a Regina. Felício tirou as calças dele e levou no
carro para João Paulo. Todos rindo da cena, com calma Clarice convence João
Paulo a vestir a roupa e os acompanha até a maternidade.
Doralice: - Felício vá se vestir, iremos atrás enquanto ajuda a Ana
Cristina se arrumar nós levamos a Ana Carolina também.
Na hora do
almoço nascera Eduardo um lindo menino, novamente a família estava feliz. Mais
tarde deram risada da reação de João Paulo. Depois da grande emoção que
tiveram, Doralice pede a família para se unirem e agradecer a Deus por enviar
benção a família.
Passado
meses, João Paulo decide comprar o terreno ao lado do mercado e amplia-lo.
Levou alguns meses para a construção. Clarice e Felício como costume da família
sempre com surpresas, ninguém sabia dos planos do casal. Meses e meses de luta
em pleno silêncio, numa quarta feira de manhã eles chegam com uma menina de
dois anos no colo.
Clarice e Felício: - Família esta princesa de cabelinhos cacheados
preto, olhos amendoados bem vivos é a nossa filha Elisabeth.
Todos foram
pegos de uma grande surpresa. Doralice correu abraçou abençoando a pequena
Elisabeth. Clarice pegou nos braços a filhinha e colocou no colo de Ana
Cristina.
Ana Cristina: - Linda! Como você é linda Betinha!
Clarice: - Ana Cristina você e o irmão de Felício, Armando, batizarão a
Betinha você aceita?
Ana Cristina: - Eu? Mas tenho problemas de saúde não poderei correr para
brincar.
Doralice: - Filha você será a melhor madrinha do mundo para a pequena,
tens um coração puro, aceite Ana!
Ana Cristina: - Meu Deus! Eu aceito!
No dia do
batizado, a Ana Cristina fez o vestidinho de Elisabeth na cor rosa. Ana estava
muito emocionada. Clarice e Felício orgulhosos em casa no almoço começou a
cantar.
João Paulo: - Olha o galo rouco!
Doralice: - Um dia maravilhoso família, Deus os abençoe!
Trabalhavam
muito, riam muito. Clarice voltou a ter o mesmo pesadelo.
Clarice: - Ana Cristina, minha sobrinha se acontecer algo comigo e com
Felício crie nossa Betinha, pedirei ao meu marido para te deixar dois apartamentos
que ele tem em São Paulo.
Ana Cristina: - Pare com isso! Não quero ouvir tia!
As crianças
cresciam conforme o tempo ia passando. Regina era alegre, brincava com as
crianças, ouvia sempre os conselhos da sogra Doralice.
Felício
quando chegava desde o portão: ”Filhinha, papai chegou”. Elisabeth estava com
quatro anos, falava tudo fazia todos rirem principalmente Ana Cristina.
Clarice
estava costurando com uma forte dor de cabeça, foi descansar enquanto Ana
Cristina estava acabando de bordar as toalhas para a loja, agora maior.
Doralice e Regina estavam fazendo a janta quando João Paulo veio dizer que na
noite anterior havia sonhado com o pai. – Mamãe sonhei com meu pai ele estava
feliz, me abraçou tão forte senti-o me apertando, mãe existe vida após terra?
Doralice: - Filho, sempre pensei, Deus é Vida! Acho que sim, não se
preocupe um dia descobriremos.
João Paulo: - Não agora mãe, quero ver meus filhos grandes!
Clarice acordara mais calma: - Engraçado! Não sei se foi o comprimido
que tomei para dor de cabeça, sonhei que estava andando pelo jardim e a nossa
avó, Doralice, estava sentada sorrindo.
Doralice: - Mas éramos meninas quando ela foi embora, como você sabe?
Clarice: - Ela me disse que saudades minha neta! Eu devo estar confusa!
Doralice
sentiu vontade de abraçar sua irmã Clarice agradecendo por todos esses anos,
ambas continuaram abraçadas até Felício entrar com a pequena Elisabeth.
Depois de
quinze dias Felício veio com a noticia que iria para São Paulo resolver alguns
problemas. Clarice disse que queria ir com ele, mas levariam Elisabeth para
alguns parentes do marido a conhecerem. Felício aceitou, iriam de carro no
final da semana, voltariam logo, não teriam como cortar a viagem, pois o marido
tinha que resolver problemas de família, um tio estava muito doente fora outro
para resolver.
Clarice: - Ana Cristina desculpe de invadir seu terraço agora também é
de Doralice. Eu quero ver as estrelas daqui espero que elas me ouçam.
Ana Cristina: - Elas sempre te ouviram tia, afinal tem orelhas!
Clarice abraçou a sobrinha: - Minha amada sobrinha eu te amo para
sempre!
Ana Cristina: - Tia não vá viajar!
Clarice: - Se eu não for Felício irá sozinho dirigindo e comigo e com
Betinha ele terá cautela.
Depois
desta conversa todos foram dormir. Ao acordar Ana Cristina viu que a tia a
família já tinha ido viajar. Ela orou pedindo proteção, só se aclamou quando
Felício ligou de São Paulo que estava tudo bem. Ana Cristina se acalmou era só
preocupação, voltou a fazer seus bordados, adiantar bem o serviço, sua mãe iria
costurar as roupas. Chovia muito e a família tinha ido a missa, Ana Cristina
ficou em casa trabalhando, ouviu um barulho na sala, sentada na cadeira de
rodas, olhou para a sala e viu perfeitamente seu pai. – Papai!
O carro
entrou na garagem era a família chegando. Mais tarde ela contou a sua mãe que
viu seu pai. Doralice ouviu emocionada: - Sinto-o aqui nos protegendo!
João Paulo: - Vamos comer pizza! Tem muitas! Chuva com pizza é bom!
Doralice: - Enquanto arrumam a mesa irei fechar a casa de Clarice,
amanhã estarão aqui e não quero que encontrem nada errado em casa.
As crianças gritando: - Pitiça!!!
Doralice
retornou para sala, subiu as escadas parecia que estava chorando, Regina foi
atrás dela. Logo as duas voltaram para a sala de jantar.
Ana Cristina: - Mamãe o que foi?
Doralice: - Eu estava fechando a casa de Clarice e me deu saudades!
Regina: - Amanhã estarão de volta.
No quarto
Ana Cristina pede para a mãe deitar com ela, as duas oram até dormirem.
Quando Ana
Cristina acorda, a mãe já estava lá embaixo, ela olha o relógio são dez horas
da manhã era tarde para ela, mas a noite foi longa.
A porta do quarto
como sempre aberto, ela esperava alguém vim para ajudá-la, a cadeira estava do
outro lado do quarto. Ela chamou! – Eu to indo querida! (era a voz de Clarice)
Ana Cristina: - Tia vocês chegaram, me fizeram muita falta, como foi a
viagem? Ela sentiu a Clarice vim até a porta, mas onde ela estava?
Ana
Cristina começou a gritar: - Mãe! Mãe! Regina!
A Regina
subiu rápido as escadas perguntando o que houve? Ana Cristina contara o que
tinha acontecido, Regina respondera que era a saudade.
Na hora do
almoço todos juntos, João Paulo chega dizendo que está chovendo muito na região
sudeste. As crianças brincando , Ana Cristina não tem vontade de bordar, a mãe
faz um chá para tomar. O telefone toca e Regina atende. Ela parecia
desconcertada, ligou para o mercado pedindo para João Paulo vim embora. Ana
Cristina via como estava a cunhada, a mãe não percebera, pois estava na
cozinha.
João Paulo
entrou e o casal foi conversar no quarto. Logo desceram chamando toda a família
ligou novamente até todos chegarem
João Paulo: - Mamãe telefone de São Paulo, o carro de Felício bateu de
frente a um caminhão chegando perto daqui. Como ele estava com o telefone de
São Paulo no bolso a polícia rodoviária ligou para eles. Elisabeth estava
deitada no banco de trás com a Fátima prima de Felício, a menina está
internada. Felício morrera na hora. Clarice está internada em estado grave.
Doralice: - Senhor! Senhor!
Ana Cristina: - Eu quero ir até onde estão.
João Paulo: - Acalmem-se! Ana você não pode ir, não é falta de querer
nosso.
Guilherme e
João Paulo seguiram para o encontro até a noite chegariam.
Ana Cristina: - Mamãe, por favor!
Doralice
pensou em ligar para o tio paterno Francisco, pois ele tem um carro mais
confortável e se ele aceitar iremos. Regina e beatriz ficaram com as crianças.
O tio aceitou logo estariam para pegá-las, colocaram Ana deitada no banco de
trás, a cadeira atrás e Doralice na frente. Chegaram a noite no hospital em
Uberaba. Encontraram com João Paulo e Guilherme, a prima de Felício, Fátima,
estava bem, a pequena Elisabeth, o que a salvou foi à prima ter deitado em cima
dela. Clarice estava muito mal. Doralice e Ana Cristina no saguão do hospital.
Clarice não
resistira aos graves ferimentos, partira inconsciente. As lágrimas de todos
eram pouco as diante de tanta dor. Elisabeth no dia seguinte obtivera alta, só
o bracinho estava machucado. Fátima estava bem, mas a dor no ,peito era muito
grande. Familiares de Felício de São Paulo chegaram para ajudar, todos abatidos.
Chegaram pela tarde em Belo Horizonte. Felício e Clarice foram velados juntos.
Ana Cristina não se continha, mas o que ela pedira para as estrelas que não a
ouviram?
Após o
funeral, todos em casa abatidos. Doralice mesmo triste dissera a família que
teriam que ficar em pé, a pequena Betinha precisava da família e precisavam ver
os pertences na casa de Clarice. No dia seguinte Guilherme e beatriz tomam uma
decisão, irão reformar a casa que era de Clarice e Felício e mudariam com as
crianças. Começaram a tomar as providências da reforma completa da casa. A
menina Elisabeth agora com seis anos ficou uma semana sem falar com ninguém.
Ana Cristina mostrou no céu uma estrela! – Betinha, mamãe e papai estão nos
olhando de lá, fale com eles estão te ouvindo, as estrelas nos ouvem!
A menina
ficara ouvindo, abraçou Ana Cristina e chorou muito. Passado quinze dias,
Beatriz e Guilherme mudaram para a casa. As crianças brincavam.
João Paulo: - Se Felício pudesse falar conosco o que ele diria agora?
Beatriz: - Do jeito alegre dele ele diria que o galo perdeu a voz, para
sermos pai e mãe da Elisabeth.
Doralice: - Vamos sempre estar com eles no coração, ninguém irá embora
definitivo, vamos ter coragem, o tempo ajuda, mas o amor é eterno.
Ana Cristina chorava por dentro: - O que ela pediu para as estrelas?
Todos
unidos passaram os dias com dor, mas um enlaçado no outro com muito amor. Aos poucos Ana Cristina conversava com
Elisabeth, ela só ouvia, estava indo para a escolinha.
Havia
passado um ano, a família aos poucos se envolvendo no trabalho, Ana Cristina
cuidava de Elisabeth como podia a mãe ajudava em tudo. As crianças correndo
pela casa. Depois de dois anos Ana Cristina entrou no quarto dos bordados e
costura porque Elisabeth tinha entrado.
Elisabeth: - Ana mamãe me disse ontem que é para você continuar a
trabalhar.
Ana Cristina: - O que está dizendo Betinha?
Elisabeth: - Mamãe me disse que está bem! Ela disse para você me
ensinar.
Ana o
abraçou! Abriu a janela com ajuda da menina Elisabeth voltara a conversar. Aos
poucos voltara a bordar, reabriu a loja. Agora Regina e Beatriz queriam ajudar,
ambas costuravam um pouco. Resolveram recomeçar, havia muito trabalho para
fazer, pedidos parados.
Um cliente
queria desenhos infantis Ana Cristina respondera que não havia como. Elisabeth
parecia que compreendia muito bem, pegou um papel com lápis de cor fez
desenhos, uma casinha, florzinhas, peixinhos, corações e vários. Deu o papel
para Ana, ela não entendeu, beatriz sorriu: - Ana Cristina ela fez os desenhos
infantis, o que não falta em casa é criança, eles desenham e passamos para o
tecido em cima bordamos. Ana aceitou a ideia, fizeram em toalhas, roupinhas,
mostraram para ao cliente. Fazendo logo sucesso, as encomendas aumentaram.
Elisabeth
estava com oito anos, estava fitando os céus. Ana Cristina sentada ao seu lado:
- Elisabeth você também adora ver as estrelas, eu só queria saber o que sua mãe
pediu para elas. Elisabeth a olhou com um sorriso no rosto e disse: - Mamãe me
disse que ela pediu para as estrelas que você fosse mãe.
Ana Cristina: - Ah! Ah! Eu mãe? Como ela pediu se eu não poderia e mesmo
que pudesse nunca tive ninguém que me olhasse.
Elisabeth: - Mamãe disse que alguém te olhou: Deus!
Ana Cristina se desmontou. Elisabeth com os braços abertos, gritando alegremente: - Você agora é minha mamãe porque as estrelas têm orelhas.
Ana Cristina se desmontou. Elisabeth com os braços abertos, gritando alegremente: - Você agora é minha mamãe porque as estrelas têm orelhas.
Ana
Cristina chorou tão alto que todos correram para ver o que estava acontecendo.
Sua mãe conseguiu acalma-la. Pela manhã contou tudo que ocorrera a noite
anterior e tudo que ela e sua tia conversavam.
Doralice: - Clarice, minha irmã caçula pediu às estrelas que você fosse
mãe, levou consigo o pedido e agora Elisabeth fala com a mãe e ela revela a
menina, sua filha, o pedido.
Ana Cristina: - Mamãe é isso que estou te dizendo, de alguma maneira a tia
parece que sabia de sua missão e preparou tudo.
Doralice: - Filha, acho que ela sentia o que deveria fazer talvez
intuição, mas o acidente tudo é Deus que escreve na nossa vida.
Ana Cristina: - Mamãe, lembra-se dos pesadelos que eu tinha? E se nós
antes de nascermos pedimos ou escolhemos o que passaremos na vida, as com a
intervenção do Pai Criador, Deus. Se eu realmente fui má com minha família e
hoje estou nesta cadeira de rodas minha prisão, meu limite para aprender.
Doralice: - Filha, então você teve intervenção divina porque és muito
amada pela família, minha irmã Clarice te amou muito incondicionalmente.
Ana Cristina: - o que foi mamãe, você me parece triste.
Doralice: - Há um fato que eu, sua tia e avós nunca falamos. Quando eu
tinha dez anos de idade tinha uma irmãzinha linda, minha mãe amava muito, ela
morreu dormindo do coração quando tinha quatro anos de idade, não gosto de
lembrar, meus pais sofreram muito, eu gostava de fazê-la dormir, ela tinha uma
boneca de pano chamava Dinda, não quero tocar no nome dela me dá angústia.
Cheguei a pensar nela será que ela voltou como Clarice em nosso meio?
Ana Cristina: - Vamos dormir mamãe, hoje tivemos muita emoção, mas sei
que é Deus é Infinito Amor se tudo que conversamos é real, tudo é maravilhoso,
o bom e ruim da vida.
Doralice: - Um dia descobriremos, vamos deitar filhinha. Elisabeth está
dormindo.
No dia
seguinte levantaram todos animados, cada um com sua rotina, um novo dia, novas
esperanças. João Paulo e Regina no almoço com quase todos compartilharam uma
nova notícia, Regina estava grávida. A família alegrou-se seria um presente dos
céus. Passado o tempo o nenenzinho de Regina havia nascido, um menino lindo se
chamaria Luis Antônio.
As crianças
brincava Doralice deitada no sofá, Regina e Beatriz na costura, Ana Cristina no
bordado, ela ouviu Elisabeth perguntar algo para Regina.
Ana Cristina: - Regina, o que Elisabeth quer? O que tanto vocês
procuram?
Regina: - Betinha não sabe onde colocou a boneca dela, aquela boneca
cabelos loiros, esqueci o nome da boneca, é Dinda.
Ana Cristina: - Qual nome?
Regina: - Achei a boneca embaixo do sofá, acho que é Dinda, coisa de
criança.
Ana
Cristina se pudesse tinha corrido, achava que estava certa. – Mamãe acorde!
Doralice: - O que houve Ana Cristina?
Ana Cristina: - Mamãe a Betinha.....
Elisabeth: - Vovó achei minha boneca, escovarei os cabelos dela, vamos
Dinda.
Doralice levantou rápido do sofá: - Não! É brincadeira, você disse à
Betinha.
Ana Cristina: - Não, mamãe ela estava dormindo, nunca faria isso.
Doralice: - Não é coincidência?! Será que Betinha foi minha irmã
Berenice. Estamos enlouquecendo.
Ana Cristina: - Não! Mamãe! Estamos bem lúcidos. Estou chegando a
conclusão que a vida é um eterno milagre.
Doralice: - Meu Deus! Choramos pelos nossos mortos, mas eles estão vivos
em outro lugar, será que eles oram por nós?
Ana Cristina: - Acredito que sim! Naquele dia eu vi papai aqui na sala é
ele. Papai, Felício e Clarice estão em algum lugar vivendo, a diferença que não
há dor, somente os amor. Mamãe somos abençoados, não estamos sozinhos, não
estamos abandonados, jogados na sorte.
Doralice e
Ana Cristina se abraçam. – Mamãe eu te amo!
Doralice: - Ana Cristina, eu sua mãe te amarei para sempre, não importa
o tempo e o espaço.
Ana Cristina: - Já sei mamãe! Isto é maravilhoso.
O tempo
passou para a família. As crianças cresceram, se tornaram adultas, namoraram,
casaram, tiveram filhos. João Paulo e Regina eram avós modernos, ele continuou
a vida toda trabalhando nos negócios da família.
Beatriz e
Guilherme também avós muito felizes. Beatriz aposentada ajudava a cuidar da
matriarca da família Doralice com setenta e sete anos de idades. Regina ajudava
em casa. A casa sempre em reforma como a vida, alguns chegando outros partindo.
Elisabeth
com vinte e sete anos de idade guardava com carinho as fotos dos pais Clarice e
Felício. Cuidava com carinho a quem chamava de mãe, Ana Cristina, estava muito
doente com problemas respiratório e cardíaco. Elisabeth veio até o quarto
trazer o chá para Ana Cristina, ela estava sem forças, não queria mais ser
internada.
Elisabeth: - Mamãe seu chá!
Ana Cristina: - Querida estou cansada para tomar o chá, mas farei um
esforço, só um golinho. Hoje sonhei com sua mãe, ela estava bordando uma linda
toalha, estou cansada Betinha.
Elisabeth: - Mamãe estou aqui do seu lado, coloquei a TV aqui para
juntar vermos, vou segurar sua mão.
Ana Cristina: - Filhinha, Sérgio será um bom marido, se casa com ele.
Elisabeth: - Me casarei mamãe e você bordará o meu vestido.
Ana Cristina: - Querida eu orarei por todos, meu amor......
Elisabeth
sentiu sua mãe e madrinha partir. Ana Cristina estava segurando a mão de
Betinha era um adeus.
Betinha
abraçou a mãe, chorou muito, ela aprendera com Ana Cristina a arte de bordar,
costurar, mas principalmente o amor. Elisabeth desligou a TV, foi ao terraço lembrando
as palavras da mãe: “- Filha as estrelas tem orelhas”. O céu estava estrelado e
Betinha tinha certeza que ela estava numa das estrelas.
Ela desceu
Doralice em pé ao lado da escada, todos entenderam o olhar de Elisabeth. No
mesmo instante a família abraçada.
Doralice: - Até mais tarde minha filha.
Um jardim
maravilhoso, um céu azul anil, o perfume das flores, uma cidades Esperança com
o ar de interior, no início do século XX, com o ar da primavera, transeuntes
passeando, alguns com suas tarefas, todos os cidadãos, idioma amor, o verbo a
paz.
O quarto há
um terraço que dá para ver uma parte do jardim, alguns enfermeiros entrando no
quarto para cuidar da paciente. Minha paciente ainda não acordou vou dar um
passeio encontrou com muitos amigos, o enfermeiro Vinícius me avisa; - Sua
paciente acordou agorinha. Peço licença me dirijo até o quarto.
Dr. Manoel: - esta é a sua enfermeira, irá cuidar de você, logo se
recuperará, sua memória voltará, não tenha pressa.
Eu digo: - Bom dia Ana Cristina você lembra o seu nome? Está um lindo
dia!
Ana Cristina, minha paciente: - Obrigada, me lembro do meu nome, mas não
me lembro do que aconteceu.
Eu enfermeira: - Você ficará bem! Descanse mais um pouco.
Eu enfermeira: - Então Ana Cristina fica em pé? Meu colega ajudará você
dar os passos, deixem no segurar.
Ana Cristina: - Até parece que nunca andei vocês dois tem paciência
comigo. Estou conseguindo dar meus passos, quero ir ao jardim, por favor!
Nós dois enfermeiros: - Estamos te segurando. Calma, cada passo é
importante na vida, é como libertarmos de tudo.
Ana Cristina: - Aqui é um hospital lindo, ar puro, gente bonita e
educada, posso me sentar?
Os dois enfermeiros: - Vamos voltar para o quarto precisa descansar um
pouco, deste grande passos.
Nossa
paciente está repousando, enquanto oramos. A oração é o bálsamo divino entre
nós filhos e o Senhor da Vida. Retornamos ao quarto, nossa paciente não está,
nos avisam que ela acordou, foi para o jardim andando devagarinha. Fomos ao
encontro dela. – Ana Cristina está passeando sozinha, como se sente?
Ana Cristina: - Estou melhor! Engraçado sua voz não é estranha. Tive um
sonho bom, eu estava bordando roupas de crianças. Será que eu fazia isso fora
do hospital?
Eu enfermeira: - Aos poucos se lembrará, meu amigo irá ver outro
paciente, vamos andar um pouco?
Ana Cristina: - Sim! Vamos! Este lugar é lindo minha mãe Doralice
deveria vim me visitar e minha filha Elisabeth também. Eu estou lembrando ou é
imaginação?
Eu enfermeira: - Está lembrando aos poucos, vamos passear fora do
hospital.
Ana Cristina: - Que cidade linda! Que lugar é esse? Quanto tempos estou
internada?
Eu enfermeira: - Dois anos.
Ana Cristina: - Que barulho é esse, pessoas cantando que lindo, mas esta
voz rouca é até engraçada, vamos chegar mais perto. Achei por um instante que é
o galo rouco, o Felício! Felício! Felício! Meu Deus é o Felício! Ele morreu,
sabe enfermeira ele era marido de minha tia Clarice os dois morreram no
acidente, Felício! Felício!
Felício: - Ana Cristina como você demorou em acordar, agora que está
aqui conosco. Ana Cristina você está bem?
Ana Cristina: - Você é o Felício! Você enfermeira é a tia Clarice.
Os três se
abraçaram com a mesma alegria de sempre, a emoção, Ana Cristina se lembrara de
tudo.
Clarice: - Está tudo bem! Estamos juntos. Está entendendo agora o que
houve?
Ana Cristina: - Sim! Aquele enfermeiro onde está?
Clarice: - Lá dentro!
Ana
Cristina podia andar estava livre como um passarinho, sem algemas, não era mais
prisioneira de si mesma, ela era livre. Entrou rápido sabia onde deveria ir,
entrou na sala; - Papai!
Antônio: - Minha filha sou eu! Estava cansado de me passar como
enfermeiro, está tudo bem.
Antônio
abraçou Ana Cristina, entrando na sala Clarice e Felício.
Antônio: - Ana Cristina você estava com medo de acordar para enfrentar
seus pesadelos, quando começou a ter conciência as lembranças chegaram. Passado
alguns dias Doralice chegou a cidade Esperança. Esperariam ela acordar. Ana
Cristina se lembrou de que o pesadelo era real, na penúltima vida na terra
tinha sido cruel com a família.
Ana Cristina: - Como pode, eu tive tanto amor, nunca ninguém me tratou
como um estorvo.
Antônio: - Ana Cristina, o amor te envolveu por todo o caminho que
trilhaste. O perdão é fundamental na vida.
Clarice: - Eu fui a sua filha, nesta época, sabia qual a única forma de
te trazer razão era saber conhecer o amor de mãe, o amor de tia para mim, você
era minha filha!
Antônio: - Eu fui seu filho, só com o amor de pai poderia te agasalhar. Quando
há amor todos se unem para recuperar, trazer a razão, as pessoas que amamos.
Clarice: - Ninguém pode viver na eternidade sem conhecer o significado
do amor e perdão. Somos todos irmãos, filhos eternos de Deus Pai.
Felício: - Eu continuo sendo o galo marido de Clarice, sou feliz
agradecido ao Divino Pai pela misericórdia de todos os dias de nossas vidas.
O Dr.
Manoel veio avisar que Doralice acordou estava bem consciente e feliz. Todos
foram ao quarto onde ela estava. Quando Doralice os viu, abraçou a todos.
Doralice: - Tudo é maravilhoso!
Eu,
Clarice, é quem escreve esta verdadeira estória de vida. Pedi para escrever aos
irmãos que precisam de um socorro, não tenham medo de partir, tenham cuidado
com vocês. Tenham caridade, resignação consigo mesmo, para terem com o seu
próximo seja quem for.
O Planeta
Terra precisa de socorro, de oração. Venho pedir para orarem a Deus, ao vosso
Filho Amado, Nosso Senhor Jesus Cristo, Nosso Salvador. Não é possível em falar
de Vida, mais vida se não falarmos naqueles que nos amam verdadeiramente Deus
Pai e Filho Senhor Jesus.
Espero que
ajude aqueles que lerem e quiserem entender. Irmão queridos, eu Clarice
Guimarães os saúdo! Paz para todos. As estrelas nos ouvem porque o Senhor Deus
as criou, são nossas irmãs, são os olhos do Pai. Amém!
Ditado pelo espirito de João Harsan
Psicografado pelo médium Esaú Davi.