Meu
nome é Matt, moro no subúrbio de Nova York com meus pais e um irmão três anos
mais novo. Meus pais são pessoas de bem, tementes a Deus.
Eu
adoro viver e me divertir, tenho muitas namoradas, mas nenhuma delas está no
meu coração.
E
eu sou Mark não gosto tanto de viver porque sou pobre, mas sei que meus pais
não têm culpa de serem pobres. Nosso pai é construtor de arranha- céus e minha
mãe sempre cuidou da casa e da família.
Somos
uma família simples, mas eu e meu irmão não temos juízo nenhum.
Quando
éramos crianças dávamos muito trabalho.
Ah!
Nós já morremos e o pior que e eu Mark, quando morri pensei “que bom acabou
esta vida”, acordei e vi um enfermeiro e perguntei:
-
O rapaz eu não estou morto?
-
Não! Tenho duas noticias para você uma boa e outra má.
-
Pode falar, manda ai!
-
Você se matou tantas vezes, chamando a morte que conseguiste, mas a vida é
eterna e você está vivo com um corpo de luz e a vida continua sem fim.
-Oh!
E quando eu posso morrer de novo?
-
Irmão meu nome é Francis e tenha calma.
Acabei
dormindo revoltado pensando como morrer estando morto.
Eu
sou Matt, também estou aqui morto na carne somente. Estou feliz em descobrir
que a vida é eterna. Não sei onde está meu irmão, penso nos meus pais, preciso
entender e reencontrar meu irmão. Já me disseram que ele está em outro
hospital. Ele deve estar com muita raiva em descobrir que está vivo além da
morte, mas, eu estou feliz.
Uma
enfermeira, uma linda moça Madeleine me disse coisas lindas sobre a vida
eterna. Sempre amei a vida, ficaria triste em saber que depois da morte não há
nada ou só o sono eterno, sempre achei que isto seria injusto.
Eu
e meu irmão sempre acompanhamos nossos pais na igreja e ouvíamos que Deus é
vida e que Seu filho ressuscitou dos mortos.
Uma
vez fugindo da policia, estava no alto dum prédio imaginando os céus enquanto a
policia me procurava, porque fui um ladrão por minha própria culpa. Eu poderia
ter escutado meus pais, mas, não!
Estou
querendo ver meu irmão, já implorei, porque sei que ele precisa de mim. Tornei-me
ladrão para salvar meu irmão da policia.
Um
dia eu o encontrei correndo e eu comecei acompanha-lo e ele pedia que eu fosse
embora, mas eu não fui, ajudei a carregar um pacote. Os policiais nos
alcançaram e foram presos. Nós cumprimos pena de quatro anos, eu era inocente.
Um
companheiro de cela, John, me dizia;
-
Você não é inocente, sabia que seu irmão estava cometendo um delito porque o
acompanhou? No seu inconsciente sempre quiseste ser o que ele era.
-
Não! Eu pensava comigo mesmo.
-
Se você é inocente seu advogado provará e a vida mostrará se você é realmente
inocente.
Depois
de seis meses fomos julgados. Levaram como testemunha o dono da loja que
apontou meu irmão como ladrão e até
descreveu a roupa que ele usava que era a mesma
de quando foi preso.
Sai
da prisão em seis meses e meu irmão foi condenado a seis anos de prisão.
Voltei
para casa dos meus pais, era o ano de 1955, a vida era difícil. Meu pai dizia
que a policia nos prendeu porque éramos negros. Eu não pensava assim, se eu
fosse o policial também tinha nos prendido. Não era a cor de nossa pele, era os
nosso feitos.
Hoje
eu aqui entendo que colhemos o que plantamos e sempre damos uma desculpa para
tudo. Não acho que seja natural, há pessoas que falam que erramos porque somos
seres humanos. Precisamos repensar nossas ações o que eu e meu irmão passamos e
nossa responsabilidade.
O
sol é para todos, mas, a escuridão é para quem quer, escolhemos sempre a dor
porque é mais fácil arranjar uma desculpa.
Porque
não escolhemos o caminho da paz, fazemos curvas, pegamos atalhos.
O
caminho reto é cansativo dá mais trabalho em dizer não para as tentações e para
as ilusões e sempre damos a mesma desculpa que erramos porque somos seres
humanos. É o mesmo que culpar Deus por tudo, é mais fácil, mas reconhecer nosso
erro é muito complicado.
É
o mesmo que ver nossa imagem no espelho, queremos sempre ser belos e perfeitos,
mas nunca enxergamos as nossas falhas.
Eu
tenho uma tia materna chamada Cecil, que sempre se sentiu a mais sofrida, a
mais pobre, a mais tudo. E eu sempre dizia para minha mãe:
-
A tia Cecil é muito egoísta, só vê a si própria no espelho da vida e mais
ninguém.
É
o mesmo da madrasta da branca de neve quando perguntava ao espelho quem é mais
bela que eu? O coitado do espelho só respondia a verdade.
-
É a branca de neve!
A
madrasta tornou-se uma bruxa má por ver, ouvir e não admitir a verdade de si mesma.
Assim
somos todos cegos, surdos e mudos porque é conveniente, esse é o nosso grande
defeito ou pecado. Mas, se fosse ao contrario, se déssemos ouvidos a nossa
consciência ouviríamos nossa alma gritar, porque nosso corpo fala conosco
través de doenças, dores, aflições e medos com que nos torturamos dia a dia.
Tudo seria mais fácil, estaríamos nos encontrando e viveríamos a felicidade
mais constantemente em nossas vidas.
Mas,
agora preciso reencontrar meu irmão, ele precisa de mim.
Eu Matt queria rever meu irmão e pedir perdão
por tudo que o fiz passar, apesar da noite do assalto no Brooklin, eu pedir
para ele ir embora ele não quis. Fomos presos, mas, depois de seis meses ele
foi absolvido e eu condenado a seis anos de reclusão.
Acho
que o advogado não foi correto comigo, ele podia ter dado um jeito, sempre
damos um jeito pra tudo.
Somos
seres humanos errantes cheios de pecados mais um não é nada.
Havia
horas na prisão que eu tinha pensamentos contra meu irmão, às vezes, raiva
porque ele estava solto. O lugar dele era comigo na prisão, mas qualquer hora
ele virá me ver.
Numa
sexta-feira à tarde Mark veio me ver, fazia dois meses que ele tinha saído.
-
Mark como está nossos pais?
-
Papai não está conseguindo trabalhar acho que está doente. Respondeu Mark
tristemente.
_
Mamãe está trabalhando em casa de gente rica, é arrumadeira, para ajudar em
casa. Eu estou com dificuldade de arrumar trabalho. Farei um curso qualquer, ainda
estou pensando, mas estou fazendo um bico com o tio Peter.
-Mark
tenho um pacote guardado com um amigo, ele é limpo, você poderia ir vê-lo e
pegar minha encomenda.
-Que
encomenda é essa?
-
Será bom para nossos pais, leve a um antiquário e venda para ajuda-los.
-
Irmão você esta aqui preso e pensa na família. Eu falo em casa que você se iludiu,
fez o que fez, por impulso, por precisão.
-
Você tem razão, irmão, anote o endereço e faça tudo que eu te pedi.
-
Farei, fique tranquilo, irmão eu te amo e juntarei o dinheiro que puder para
arrumar um advogado melhor para tira-lo daqui.
-
Mark! Mark! Volte aqui não vá neste lugar, perdoe-me, é fria você pode voltar
para a prisão. Não sei onde estava com a cabeça. Prometa-me que não irá!
-
Prometo! Cuida-se irmão, lutarei por você La fora.
_
Irmão obrigado! Eu não te mereço como irmão. Ouça-me não vá.
Eu,
Mark sai da visita na prisão com o pensamento confuso.
Cheguei
em casa minha mãe estava chegando do trabalho cansada e meu pai desanimado.
Ambos me fizeram perguntas sobre meu irmão.
-
Papai e mamãe arrumarei um emprego e juntarei dinheiro para contratar um bom
advogado para meu irmão sair logo da prisão.
No
dia seguinte sai bem cedo para encontrar um bom emprego, mas só ouvi não como
resposta. Depois de dez dias veio um vizinho que trabalhava com meu pai
avisando que ele passou mal e tinha sido levado para o hospital.
Liguei
para o serviço de minha mãe e quem me atendeu foi o mordomo. Avisei minha mãe e
corri para o hospital, chegando lá fiquei sabendo que meu pai tinha tido um derrame.
À
noite minha mãe chegou cansada no hospital e passamos a noite ao lado dele.
-Mark
eu tenho uma boa noticia recebi um aumento que poderá nos ajudar. Calma, seu
pai é forte, ele ficará bom.
Na
manhã seguinte bem cedo minha mãe foi trabalhar e eu continuei no hospital com
meu pai. Por volta do meio dia o médico, Dr. Benedict Jefferson me dizendo que
meu pai estava fora de perigo, mas, ficará com sequelas.
Eu
dei Graças a Deus. Deixei meu pai dormindo calmamente e fui até a casa onde
minha mãe trabalhava para lhe dar noticias do papai.
Assustei-me
com a mansão, toquei a campainha, o mordomo veio me atender e me mandou entrar
pelos fundos.
A
cozinheira Maria me mandou entrar e perguntou se eu estava com fome.
-
Sim, respondi.
-
E como está seu pai?
-Eu
vim avisar a mamãe que ele está fora de perigo, mas, segundo o médico ficará
com sequelas.
-
Graças a Deus! Sua mãe está limpando o quarto de hospedes, teremos visitas,
tome seu lanche.
Olhei
para meu lanche, tinha tudo que não tínhamos em casa. Maria foi atender o
chamado da patroa, aproveitei e fui até a sala dar uma olhada, só o lustre era
da minha altura, escadas majestosas, tapetes lindos, um sofá macio digno de um
rei. Corri para a cozinha porque ouvi um barulho, era minha mãe.
Quando
ouviu que papai estava fora de perigo, ela sentou e chorou muito.
Abracei
minha mãe e me ajoelhei dizendo a ela que tudo ficaria bem. Foi quando vi as
pernas dela, me assustei, estavam inchadas, dava pra ver mesmo ela usando meias
grossas.
Meu
coração estava em desespero, eu queria o melhor para meus pais, mas,
como?Pensava no que meu irmão dissera, para não ir pegar o pacote, mas pensava
no dinheiro.
Depois
de vinte dias meu pai saiu do hospital, mas veio a receita dos remédios muito
caros. Mamãe estava de folga por dois dias e do meu quarto eu ouvia o choro
dela. Pensei numa maneira de arranjar dinheiro rápido, a mansão que ela trabalhava,
se eu pudesse entrar, deveria ter joias, e com o dinheiro eu compraria os
remédios do papai.
No
dia seguinte comecei a perguntar para minha mãe porque dois dias de folga? E
ela me respondeu que os patrões estavam viajando.
Não
pensei duas vezes, arrumei uma mascara, cordas, sapatos e luvas. À noite
cheguei à mansão e vi a empregada levando o lixo na rua. Quando ela entrou eu
derrubei todo o lixo, enquanto ela recolhia o lixo eu entrei e me escondi na
biblioteca.
Esperei
todos dormir, fui até o quarto do casal, vasculhei tudo e encontrei o cofre.
Peguei um esteto e com calma consegui abrir o cofre, tinha centena de dólares,
peguei tudo e sai rápido, a caixa de joias estava no closet, foi fácil.
Retornei
para a biblioteca e passou pela minha cabeça que os empregados levariam a culpa
e minha mãe ia trabalhar no outro dia de manhã.
Quebrei
o vidro da janela e o alarme disparou, sai como um gatuno na noite.
Cheguei
a casa escondi tudo no sótão e fui para minha cama.
Amanheceu
e minha mãe veio me chamar para ficar com meu pai, era hora dela voltar ao
trabalho. Aproveitei a ausência dela e pedi para um amigo comprar os remédios e
dizer que havia sido ele em nome da nossa amizade.
Mais
tarde meu pai me disse baixinho:
-
Mark você não fez nada de errado?
-
Não papai, só fiz uma sopinha que não está como a da mamãe.
Quando
eu estava dando a sopa para o papai, minha mãe chegou afoita dizendo.
-
Mark você não sabe o que aconteceu! Na mansão eu estava apavorada, teve até
policia, respondi muitas perguntas.
_
Meu Deus o que houve mamãe?
-
Meu filho a mansão foi assaltada, levaram dinheiro e joias. Os patrões voltaram
de viagem hoje à tarde.
-
Alguém se machucou? Ainda bem que a senhora estava em casa.
-
Se eu estivesse lá teria tido um mal estar, a policia disse que o ladrão não
deixou pistas e foi alguém com experiência.
-
Seu pai está tomando remédios? Quem comprou?
-
Mamãe foi o Allan, ele veio ver o papai e pegou a receita e voltou mais tarde
com os remédios.
-
Meu filho, ainda tem gente boa neste mundo, farei um bolo para ele.
No
dia seguinte fui a uma igreja e coloquei na caixinha das doações uma quantia em
dinheiro para ajudar as crianças que eles acolhiam. Depois entrei e pedi perdão
a Deus dizendo que foi a ultima vez.
Arrumei
um emprego, com Allan, numa loja de venda de carros. Estava me saindo bem,
colocava um pouco a mais de dinheiro que era do meu furto, comprei uma nova
televisão para casa, paguei um fisioterapeuta para meu pai.
Já
tinha se passado dois meses do assalto e a policia não tinha nenhuma pista.
Pensava
no meu irmão, ele teria orgulho de mim ou me daria um sermão. Passara seis
meses, meu pai já estava bem melhor do que tempo atrás. Começara a falar aos
poucos, mas, eu havia perdido o emprego porque a loja tinha fechado.
Naquele
dia minha mãe chegou contente do serviço e disse-me:
-
Meu filho tenho uma boa novidade, o jardineiro foi embora da mansão e a patroa
me perguntou sobre você. E eu disse que você é um filho de ouro, que trabalhava
muito, mas que a loja tinha fechado e você estava desempregado.
Ela
se comoveu e pediu para você ir comigo amanhã para conversar com ela.
-
Mãe eu não entendo nada de jardim! Na verdade tive medo por causa do assalto.
-
Meu filho eu trabalho naquela casa há anos, Os patrões confiam em mim, e eu amo
as plantas e posso te ensinar, o salário é bom, e você terá tempo para ajudar a
fisioterapeuta. E sua tia paterna virá morar conosco, agora ela está viúva e
ama seu pai e quer ajudar a cuidar dele.
-
Está bem mamãe!
No
dia seguinte levantei mais cedo, sentia dor de estomago, não consegui comer
nada. Assim que a fisioterapeuta chegou nós saímos.
Minha
tia chegaria à tarde para morar conosco.
Era
visível meu nervosismo, minha mãe pedia-me para ter calma.
-
Filho! Ricos só muda a casa as roupas, as almas são iguais a nossa.
Esperei
sentado na cozinha pelo chamado à patroa, fui conduzido até uma saleta e me
deparei com uma mulher de uns quarenta anos, educada e até simples.
-
Mark meu nome é Sra. Holmes, conversei com sua mãe, admiro sua dedicação pela sua
família, sei da saúde do seu pai e sobre seu irmão Matt que está preso.
Tive
o privilégio de me casar com o Sr. Adolph Holmes que me deu o conforto, mas,
também sei o que é lutar pela vida.
Adoro
jardins, meu filho de nove anos também, você irá conhecê, ele ama as flores e é
uma terapia para ele.
-
Não aceito não como resposta.
-
Sim Sra. Holmes quando eu começo?
-
Amanhã de manhã, sei que sua tia está chegando hoje.
-
Obrigado Sra. Holmes, até amanhã.
-Filho
ela gostou de você, com o tempo você saberá por que ela te chamou. Disse minha
mãe.
E
eu pensava, meu Deus ela sabe que os roubei! E agora?
Fui
para casa. Meu pai estava sereno, olhando para mim, e como ele não podia falar
eu contava tudo para ele, e para minha surpresa ele sussurrando disse-me:
-
Eu sei do seu medo, mas confie em Deus!
Eu
quase tive um ataque fulminante do coração. Minha tia chegou feliz e
emocionada. Na mesma tarde eu arrumei meu quarto para ela e fui para o quarto
do meu irmão.
Na
hora do jantar minha mãe e minha tia conversaram tanto e eu só tremia pensando
no dia seguinte. Fomos dormir.
No
dia seguinte bem cedo eu e mamãe fomos para o trabalho. Conheci a estufa, o
jardim e as ferramentas. A cozinheira Mercedes me ensinou como podar as
plantas. Ela e mamãe me deram um livro sobre plantas. Comecei a aparar a grama
e quando vi já tinha terminado o dia, e retornei para casa mais calmo.
Meu
pai olhava para mim e minha tia disse-me:
-
Seu pai te ama muito, amanhã irei ver o Matt e levarei um bolo de maçãs.
No
outro dia fomos trabalhar e eu no jardim tentando aprender. De repente veio uma
enfermeira me pedindo para ajudar trazer o filho da Sra. Holmes para o jardim.
Subi
as escadas tenso, entrei no quarto, sentado na cama estava um menino lindo,
lourinho de olhos azuis. A enfermeira levou a cadeira e eu levaria o menino
para o jardim.
Aproximei-me
e disse:
-
Oi! eu sou o Mark, você me da licença para te levar?
-
Eu sou o filho da Sra. Holmes, meu nome é David, sou paralitico e tenho câncer,
vou morrer e você?
-
Sou um jardineiro apavorado porque nunca plantei nada, sou o filho da
cozinheira. Posso te levar?
-
Pode, mas, antes temos que ser amigos, senão você não pode me levar.
Cheguei
ao jardim, eu o coloquei na cadeira e vi aquele menino sorrir quando chegou ao
jardim.
-
Mark eu vou te ajudar, eu aprendi muito com o Sr. Tony, ele foi embora porque
estava doente.
David
dizia bom dia para todas as plantas e flores e todas tinham seus nomes dados
por ele.
Eu
todo atrapalhado me enrolei na mangueira de água e cai na grama, ouvi o riso de
David e sorri muito também.
As
rosas ele chamava de Maria, e virando-se para as flores disse:
-
Maria este é Mark, muito desastrado, vocês gostaram dele?
-
David o que elas responderam?
-
Você é bom e vai aprender a cuidar do jardim.
-
Porque você escolheu o nome de Maria?
-
Você não sabe? Maria é o nome da Mãe de Jesus, e quando eu não estou bem minha mãe ora para Maria e diz que devemos seguir
obedecer e confiar em Deus e no amor Dele. Maria humilde é a rainha das rosas.
Elas são belas, não falam, mas, demonstram beleza e grandeza mesmo com
espinhos.
Eu
me senti um verme, não sabia nada da vida. Comecei a admirar o jardim e tudo
que eu poderia aprender ali.
Passaram-se
os dias e toda tarde eu tomava lanche com David e minha mãe nos olhava de longe
admirada. E quando eu voltava pra casa contava tudo para meu pai.
E
quando amanhecia íamos para o trabalho,
agora eu não tinha mais medo e sim a vontade rever meu amigo e o jardim
encantado.
David
sentado em sua cadeira desenhava e ia me falando como e o que eu tinha que
fazer no jardim.
Depois
de um mês cheguei para trabalhar e fiquei sabendo que David estava internado. Acabei meu serviço e fui para o hospital ver
meu amigo.
Na
ala onde David estava havia mais crianças internadas com a mesma doença. Quando
ele me viu sorriu e perguntou:
-
Mark como está nosso jardim?
-
As marias mandaram um cheiro para você, as margaridas mandaram te dizer que
estão sentindo sua falta.
-
Ah! Também sinto, mas, não sei se voltarei para casa!
-
David você tem que voltar senão as marias
perderam as pétalas.
David
riu muito, dizendo que já não estava com dor. Neste momento chegou a Sra.
Holmes e ficou surpresa em me ver no
hospital.
-
Mamãe você está cansada, vá para casa descansar que Mark ficará aqui comigo.
-
Eu ficarei com David se a senhora permitir.
Ela
sorriu e disse:
-
Está bem! Um pedido dos cavalheiros eu não posso recusar, mas se precisar pode
me chamar.
-Mamãe
você trouxe as roupas do teatro?
-
Sim querido eu trouxe!
-
Mark amanhã terá apresentação de teatro, Os enfermeiros vão encenar uma parte
de Peter pan.
-
Que bom! Depois do trabalho eu venho para te ver e assistir o teatro.
Deram
medicação para o David e logo ele dormiu. Sentei-me numa cadeira, no quarto e
comecei a pensar e logo senti muito remorso pelo roubo que fiz e então me
ajoelhei no chão e pedi perdão a Deus.
De
repente ouvi um choro que vinha do quarto da frente. Levantei-me e entrei no
quarto e vi um menino chorando, perguntei a Senhora que estava no quarto porque
ele chorava.
-
Meu filho tem câncer no cérebro, sente dores muito fortes e às vezes os
remédios não cortam a dor.
-
Senhora qual é o nome dele?
-
È Arthur!
Encaminhei-me
até o leito, abri meus braços e disse-lhe:
-
Oi Arthur! Sou uma arvore! Não chore, os passarinhos estão me bicando, corria
pelo quarto, desajeitadamente, e meus dedos eram os passarinhos me bicando.
Piu! Piu! Piu!
Eu
corria pelo quarto dizendo: larguem-me seus caras de pau! Não me belisquem, cai
no chão com as pernas para cima e fiquei estático.
Arthur
parou de chorar e me olhou dizendo:
-
Arvore, arvore os passarinhos foram embora?
-
Não! Estão embaixo da cama! Piu! Piu! Piu!
-
Corre arvore, corre arvore!
Eu
corria pelo quarto e me escondi no banheiro.
-
Arthur eles já foram?
Ele
olhou para todos os lados e disse:
-
Sim, já foram!
Sai
do banheiro com as mãos para cima, como uma arvore desajeitada:
-
Arthur você me salvou, vamos ficar bem quietos para eles não voltarem!
-Está
bem!
Arthur
acabou dormindo sem dor eu e a mãe dele ficamos chorando e olhando-o dormir.
-
Deus te abençoe! Disse a mãe do Arthur.
Fui
para o banheiro e chorei até amanhecer o dia.
Logo
bem cedo a Sra. Holmes chegou dizendo que eu teria o dia de folga.
-
Sra. Holmes não posso folgar, as marias e todo o jardim sentem falta do David e
alguém tem que dizer a elas que ele está bem.
-
Obrigado Mark!
Fui
trabalhar com o coração leve, cuidei do jardim com amor, conversei com todas as
plantas e flores.
Minha
mãe veio e me disse:
-
Filho você está se recuperando, eu estava certa.
Eu
a abracei e chorei como um menino precisando de colo.
-
Mamãe perdão!
-
Eu te perdoo meu filho.
Voltei
para o hospital e vi numa ala dos fundos tudo preparado para a apresentação do
teatro. Arthur, as crianças e as mães esperavam começar a peça.
-
David porque ainda ao começou?
-
O enfermeiro que será o Peter pan está ocupado.
A
Sra. Holmes se aproximou e disse-me:
-
Mark você acredita que o Peter pan foi demitido?
-
O que? Nunca poderiam ter demito o Peter pan.
Arthur
virou-se para mim e disse-me
-
Mark você poderá ser o Peter pan!
- È Mark! Disse David com os olhinhos
brilhando.
Olhei
para todas as crianças, me fitando com tanta esperança que não tive coragem de dizer
não.
Falei
com as pessoas, a Sra. Holmes me ajudou a me vestir e antes de entrar no palco
disse a ela.
-Sra.
Holmes não posso ser o Peter pan, ele é branco e eu sou negro.
-
Mark na fantasia dos homens sim, mas, nos corações das crianças, dos inocentes,
todos que tem um menino dentro de si podem ser Peter pan.
-
Bom! Vendo por esse lado....! Respondi
E
lá fui eu, Mark Peter pan, inventei todo o texto, a sininho que era uma
enfermeira ia me dizendo o texto, que eu trocava como bem queria. Puxei a barba
do capitão gancho e as crianças vibraram junto com suas mães.
E
Senhora, Holmes tem razão quando temos inocência viramos uma criança, tanto
homens como mulheres.
Aprendi
que a terra do nunca é a terra da magia onde o amor prevalece e de lá todos nós
viemos.
Depois
de uma semana David teve alta e voltamos para o jardim, para seu lar.
Após
dois dias a Sra. Holmes me chamou, eu tinha uma visita.
Era
a mãe de Arthur, que ao me ver me abraçou sorrindo.
E
eu senti o que ela ia dizer e comecei a chorar.
-
Mark meu nome é Liza. Arthur agora está com Deus, Ele o levou está manhã. Vim
te agradecer pelo amor, pelo riso, pela arvore desengonçada.
Ele
foi embora sem drogas para dor e me disse baixinho:
-
Mamãe não chore! Vou ser feliz, estou indo para a terra de Peter pan.
Eu
me ajoelhei na sala e chorei, a Sra. Holmes me abraçou e disse:
-
Mark você é um homem de Deus.
-
Não Senhora sou um pecador, eu não presto!
-
Não Mark! Você é um anjo que Deus colocou na terra para aprender a dor dos
humanos e levar alegria para quem sofre.
David
ia se recuperando aos poucos, eu já entendia um pouco do jardim encantado, mas,
cada dia era um novo aprendizado, como na nossa vida.
Certo
dia mamãe veio emocionada me dizer que o Senhor e Sra. Holmes tinham contratado
o melhor advogado para defender meu irmão Matt.
Passado
dois meses, houve um novo julgamento de Matt, mas, agora ele tinha o mais caro
advogado do país. Ele conseguiu que meu irmão fizesse trabalhos sociais de dia
e a noite voltava para a prisão. Poderia ficar conosco um período do dia.
Eu
tinha medo, agora eu era outro homem, mas, e Matt?
Meu
pai ainda andava com andador, já fazia um ano que eu tinha conhecido David e eu
me perguntava se contava ou não que eu era o ladrão. O que eu faria com as
joias? E se eu não contar?
Uma
tarde era minha folga, meu pai estava no terraço quando me chamou.
-
Sim papai, quer comer alguma coisa?
-
Não filho, senta aqui.
-
Já sei o senhor está sentido falta da fisioterapeuta?
-
Não, apesar de ela ser muito bonita! Meu filho vá para uma cidade aqui perto e
distribua as joias para entidades carentes.
-
O que? O senhor sabe? Como?
-
Filho eu estava doente e não surdo! Contei tudo para sua mãe, a ideia de você
trabalhar na mansão foi minha, eu tinha esperança que você aprenderia, meu
coração dizia. E outra os remédios são caros e aquela fisioterapeuta, uma
massagem dela é um delírio, mas custa caro.
-
Papai perdão!
Está
perdoado, mas precisa pensar nas joias, devolver será o mesmo que entregar-se.
Matt
começou no período da manhã no serviço social, num asilo como faxineiro. Ficava
conosco por duas horas e no final da tarde voltava para a prisão. Ninguém de
casa contou para Matt onde eu trabalhava, ele achava que eu também era
faxineiro num hospital.
David
estava completando onze anos de idade e a Sra. Holmes decidiu fazer uma grande
festa na mansão e convidou todas as crianças.
Eu
estava arrumando o jardim quando David se aproximou e disse:
Mark
nosso jardim está lindo, mas, eu quero um presente seu especial no meu
aniversário.
-
Peter pan?
David
sorriu e disse:
-
Não! Eu quero que você seja o Palhaço da alegria, meu pai contratou um mágico,
mas, você meu amigo irmão será a sensação.
-
Amigo irmão? Está bem serei o palhaço!
Chegou
o dia do aniversário de David, dia vinte e oito de julho, foi uma festa linda,
as crianças do hospital foram convidados junto com seus parentes, amigos e o
mágico. E novamente e Sra. Holmes arrumou a roupa de palhaço, colocaram muitos
balões pregados em mim, fiz a maquiagem como eu pude e aguardei minha vez de
entrar.
A
Sra. Holmes me apresentou dizendo:
-
Crianças o palhaço da alegria só vai entrar se vocês assoviarem bem alto!
As
crianças assoviaram tão alto que me arrepiei. Entrei dando pulos, tocaram uma
musica que dizia: Vem alegria! É hora de brincar! Todo mundo esta feliz! As
crianças dançando, as enfermeiras ajudando as crianças que estavam nas cadeiras
de rodas a entrarem na brincadeira.
David
estourou um balão com muitos pirulitos e balas, havia muitos balões com balas e
doces. A festa foi linda, as crianças sorriam, foi um dia maravilhoso para
todos.
Quando
acabou a festa David me chamou e disse.
-
Mark eu te amo você é meu irmão para sempre!
-
Sim David para sempre!
Eu
não queria tirar a maquiagem, e minha mãe me ajudou, emocionada, quando David
dormiu fomos para casa. Chegamos em casa felizes e animados, rindo e conversando sobre a
festa.
-
Por que riem tanto? Perguntou Matt.
-
È porque estamos felizes em saber que você está aqui, meu irmão.
-
Você é feliz sendo um misero faxineiro?
-
Sim irmão.
-
Pois eu quero mais da vida, veja a miséria que vivemos, a mamãe trabalha
sabe-se lá onde, o papai está doente e você é um faxineiro e eu sou um lixo de
presidiário, onde está a felicidade?
-
Irmão! A felicidade está na alma, em nossos olhos, no bem que fazemos aos
outros, não importa se somos ricos ou pobres a felicidade está no amor.
-
Mark você está louco, voltou para a igreja, vai acabar como o papai. Agora tenho
que voltar para o hotel dez estrelas, mano cuidado!
-
Eu te amo irmão Matt
-
Eu também mano, mas você está louco.
Matt
foi embora e nós ficamos preocupados com ele. Papai sempre dizia que tinha o
coração apertado com ele.
Depois
de quinze dias, voltamos do trabalho, como de costume e papai disse.
Que
Matt não havia retornado para casa. Tia Helen orava por ele no quarto.
Por
volta de uma hora da manhã a policia bateu na nossa porta dizendo que Matt
havia cometido um assalto a uma joalheria e que tinha matado a sangue frio o
gerente e um funcionário. A policia estava a procura dele.
Mamãe
me chamou chorando, fomos à delegacia e vimos às imagens das câmeras da loja,
que mostrava claramente que era meu irmão.
Não
foi legitima defesa, o gerente se colocou na frente dele impedindo a sua
passagem e ele o jogou no chão e deu dois tiros a queima roupa. O outro
funcionário correu e ele atirou nas costas dele.
Minha
família entrou em desespero, no dia seguinte Matt foi preso na casa de uma
antiga namorada.
Nós
sabíamos que desta vez nenhum advogado o salvaria. Mesmo assim fomos trabalhar,
mamãe cozinhava e chorava.
A
Sra. Holmes a abraçou e disse que arrumaria um advogado. Eu não conseguia olhar
para o jardim encantado.
Fui
buscar David no quarto tentando sorrir, mas, estava muito difícil.
Entrei
no quarto e vi David com o rosto pintado.
-
Bom dia meu irmão, sou o palhaço alegria, vamos tomar o desjejum?
No
chão do quarto havia duas bandejas com bolos, suco, balas e muitas almofadas.
Eu o coloquei sentado nas almofadas confortavelmente, e sentei-me ao seu lado.
Tomamos
o desjejum, e David pegou as almofadas e jogou em mim, e eu também joguei
almofadas nele. Era almofadas para todo lado.
-
Mark agora sou um crocodilo e vou te pegar.
Ele
ia se arrastando pelo chão e eu também e jogando almofadas sobre mim.
Fizemos
uma bagunça e riamos tanto que não podíamos olhar um para o outro. David ria
tanto que deixou escapar gases.
-
Nossa! Senhor palhaço crocodilo o que o senhor comeu?
David
ria muito e eu também que sem querer deixei fugir alguns gases.
-
Mark esse foi danado você matou o crocodilo! Poft!
-
David, David! Fiquei apavorado e comecei a sacudi-lo e ele sorrindo me agarrou.
-
Socorro um crocodilo me pegou!
Foi
uma tarde em que esqueci toda a minha tristeza. Fomos para o jardim encantado e
cuidamos das flores, das marias e margaridas.
Antes
de ir embora para casa David me disse:
-
Mark tudo vai passar!
Cheguei
em casa contando as brincadeiras que
fizemos e até papai e minha tia riram muito.
Mais
tarde papai me disse que ele e tia Helen tinha ido visitar Matt rapidamente e
que a Sra. Holmes tinha arrumado um advogado, mas sabíamos que seria muito
difícil.
Depois
de seis meses chegou o dia do julgamento de Matt, que seria dois dias seguidos.
A Sra. Holmes estava conosco nos apoiando neste momento difícil.
Mas,
a provas e as câmeras não podiam mentir e no terceiro dia de julgamento meu
irmão foi condenado à cadeira elétrica, ficaria no corredor da morte por dois
anos.
Meu
pai estava conformado, minha mãe orava muito e trabalhava chorando.
Eu
não aceitava o que ele tinha feito e não tinha coragem de ir vê-lo.
No
julgamento vi a família do gerente com quatro filhos e o mais novo com a doença
síndrome de dwon.
Voltamos
a trabalhar na mansão quando via David meu coração sorria. E ele disse-me.
-
Mark eu sei de tudo não fique triste seu irmão vai aprender.
-
Como David?não há mais tempo! Não tenho coragem de ir vê-lo, mamãe ora porque
Matt vai para o inferno.
-Ele
já está o inferno. Deus é eterno, ele vai aprender. Ele irá para o céu dele e
lá tem luzes e enfermeiros da alegria que o ajudará.
-
Eu queria poder aliviar o peso da cruz dele. Disse Mark.
-
Você quer aliviar o peso da cruz do seu irmão? E o peso da sua cruz?
-
Do que você está falando David?
-
Lembra quando você começou a trabalhar aqui em casa? No seu primeiro dia eu
disse-lhe que era o David e que tinha câncer e perguntei se você queria ser meu
amigo?
-
Sim! Achei você muito inteligente.
-
Obrigado! Lembra-se do sapato que você usava, preto já gasto, com cadarços?
-
Ah! Eu me lembro, mas aqueles sapatos já acabaram. Respondeu Mark.
-
Eu sei e acho bom, eu reconheci você pelos sapatos do assalto aqui em casa.
Naquela noite eu ouvi um barulho e fui me arrastando até a porta, abri somente
uma fresta, e vi um homem encapuzado, mas, vi mais o sapato.
-Mark
assustou-se e começou a dizer rapidamente:
-
Deus! Perdão telefone para a policia e me entregue não sou digno! Perdão David,
vou devolver as joias.
-
Mark calma! Mamãe tem muitas joias, quando ouvi sua voz, seu sorriso e com os
dias passando eu percebi que tinha ganhado um amigo de muito valor.
Mark
desmaiou e David jogou-lhe água no rosto para que acordasse.
-
Mark somos irmãos para sempre! Tenho uma ideia para aliviar o peso da sua cruz
e de Matt. Mamãe me contou que as famílias das vitimas são pobres e tem
dificuldade com doença. Venda as joias e coloque o dinheiro num envelope e
coloque na caixa do correio, assim as famílias serão ajudadas.
Mark
olhou espantado para David e perguntou:
-
David quem é você?
-
Bem, eu tenho câncer, mas tenho uma cabeça e um coração. Pense nisso, será
nosso segredo.
Enquanto
isso Matt na prisão estava inconformado. Pensava sem cessar no julgamento.
-
Estou na solitária! Eu quero viver, só queria ser rico! Deus que mal tem nisto!
Aqueles
homens estavam la na hora errada! A prisão é um silencio a comida é péssima! Alguém
esta me ouvindo?
A
pobreza que é culpada, eu sou inocente! Deus mata e castiga!
Passaram
seis meses e minha mãe veio me visitar, colocaram correntes nas minas mãos e
nos pés, como se eu fosse um animal. Levaram-me até um cubículo para ver minha
mãe através de um vidro e falar com ela pelo telefone.
Quando
a vi toda a lembrança da minha infância voltou a minha mente, os biscoitos de
natal, meu pai trabalhava em dobro para comprar um peru e um carrinho de
bombeiro para mim e Mark. Íamos à igreja e meus pais cantavam os hinos
religiosos.
Peguei
o telefone e disse para mina mãe.
-
Mamãe a vida é que é culpada eu não sou eu queria te dar tudo.
-
Filho nos sempre fomos felizes com o que tínhamos e temos. Jesus Cristo nasceu
numa manjedoura e deve ter tido somente duas sandálias na vida, nada pedia, só
ensinou o amor mudando toda a humanidade.
Meu
filho eu te perdoo de todo meu coração, choro muito por você, mas você estará
num mundo diante da face de Deus. Confio no Senhor Deus e meu coração me diz
que você não estará dormindo pela eternidade. Porque Ele é justo, você ficará
de um modo que não entendo, mas, sei que estará bem acordado depois que morrer
para sentir a dor e a culpa pelos seus atos. Acredito que ainda podes se
arrepender, ainda há tempo.
-
Mãe você quer me ver morto?
-
Eu não filho, mas, você se matou você já está morto desde que tirou a vida de
pessoas inocentes. Filho arrependa-se, eu te abençoo!
Mamãe
foi levada pelos guardas e eu voltei para a cela, mas não consegui dormir,
pensava que eu iria para o inferno, os vermes irão me comer.
Um
companheiro do outro lado da parede ouvia meus gritos, o nome dele era Abraham,
também estava aguardando sua pena.
-
Matt fizemos tudo errado, eu tenho dois filhos, um menino de quatro anos e uma
menina de dez meses. Penso no que dirão para eles! Que o pai era um assassino! Você
tem filhos?
-
Não! Meus pais não sabem, mas fiz minha namorada abortar porque sou pobre, não
sou nada.
-
Minha esposa vem me ver e eu quero escrever uma carta para meus filhos, ouça e
veja se está bom!
“Filhos
queridos! Adam seja um bom menino, um homem digno. Eu te amo filho e te peço
perdão! Seja um grande homem, um pai presente ame sua esposa.
Cecil,
você filhinha e um neném lindo e espertinho. Papai te pede perdão! Se Deus me
perdoar orarei por vocês. Filhinha seja uma moça simples, cuide da mamãe,
quando for namorar escolha um rapaz decente. Quando você se casar pense em mim.
Seja uma boa mulher, esposa, trabalhadora e não use roupas curtas.
Filhinhos
papai está doente da alma, preciso ir e onde estiver estarei pensando em vocês.
“Amo vocês queridos filhos.”
-E
então Matt o que você achou?
-
Está muito bom, eles terão orgulho de você.
Dois
meses depois, Abraham estava nervoso era o dia da sua execução, rasparam-lhe a
cabeça e veio um pastor e fez uma oração.
Eu
comecei a gritar: Não! Não! não leven-no.
E
Abraham disse:
Matt
nós escolhemos assim, Adeus!
-
Não! Não! Deus! Eu gritava.
Depois
que Abraham se foi o silencio aumentou e eu estava sozinho numa cela e com o
passar do tempo meu desespero aumentava e eu gritava:
-
Deus me solta!
Era
o medo, quando você está doente e sabe que vai morrer, você se prepara sem
culpa nenhuma, mas eu era um condenado!
Eu
via e revia as cenas do assassinato em minha cabeça e a voz da minha consciência
dizia “assassino, assassino”-.
-
Voz da minha consciência eu não queria matar! Mas, eu quis! Porque atirei?
Medo? Porque roubei? Preguiça? Covardia? Fraqueza? Por quê?
-Não!
não sou culpado, você que está lendo é que tem culpa, eu não!
Estou
enlouquecendo! Desculpe-me você que está lendo não tem culpa esta sendo fácil
para eu culpa-lo, afinal eu não te conheço e nem você me conhece. Na verdade
sou culpado manchei minhas mãos de sangue da vida, não amei, fiz minha namorada
abortar, culpei meus pais por serem pobres.
Porque
não os ajudei? Porque não fui honesto? As pessoas queixam-se tanto de dividas
financeiras, como eu me queixei, mas nunca agradeci nada. O tempo está chegando
já pedi para ver meu irmão Mark.
Família
é muito importante, há ricos que não tem família, não tem saúde e vivem num
vazio de sentimentos. Eu tive tudo e não dei valor.
Abraham
tinha razão, minha alma está doente porque eu quis assim.
Mas
eu sou honesto, tento agora que estou perto da morte, mas, eu matei.
Há
pessoas que se escondem em si mesmos, eu me escondi na pobreza de mim mesmo.
Estão me colocando correntes nas mãos e nos pés eu tenho visita. Entro no mesmo
cubículo, é meu irmão Mark, só podemos falar pelo telefone.
-
Mark você veio! Obrigado!
-
Irmão não tinha coragem de vir vê-lo! Por que!
-
Porque eu sou um escorpião, punha a culpa na pobreza de nossos pais, dizem que
as pessoas mudam e eu estou lutando comigo mesmo para mudar, as paredes da cela
são minhas testemunhas. Mark peço perdão, eu tentei induzir você a cometer os
mesmos erros graves. Falta quinze dias para o dia ‘D’ e eu queria pedir-lhe que
não deixe e nossos pais virem no dia, diga a eles que eu os amo e peço perdão.
Por
favor, de uma forma ou de outra peça perdão paras as famílias da minhas
vitimas. Irmão venha no dia, quero te ver até na hora de eu se ‘abduzido’.
Eu
te amo e somos irmãos. Desabafou Matt.
-
Você brinca! Abduzido! Matt eu estarei aqui no dia ‘D’ e um dia sei que
estaremos juntos. Queria que você conhecesse o David.
-
É seu filho?
-
Não! É um grande amigo. Eu estarei aqui no dia da sua abdução. Disse Mark.
-
Mano eu te amo! Vai ser difícil, mas foi minha escolha. Estão me buscando, a
cela não fica sem mim, mas, ela terá que se acostumar.
-
Mano Deus existe, peça perdão! Até logo.
Levaram-me
para a cela, não pude abraçar meu irmão, mas, sou responsável, devemos abraçar
e dizer que amamos todos ao nosso redor e viver bem a vida que temos. Será que
estou preparado?
Chegou
o dia da minha abdução. Pela manhã me perguntaram o que eu queria comer e beber,
mas, eu não quis nada. Queria estar leve já bastam meus pecados.
Rasparam
minha cabeça, veio o pastor e leu o salmo 23: “O Senhor é meu pastor...” e eu
pensava Senhor seja meu pastor sou tua ovelha desgarrada.
Olhei
para a cela e me despedi, colocaram as correntes em minhas mãos e nos meus pés,
o pastor ia à frente.
Entrei
na sala e vi meu irmão pelo vidro, molharam minha cabeça e me sentaram na
cadeira elétrica. Esperaram o telefone do perdão tocar, mas, não tocou e eu
pensei.
-Deus
eu me arrependo de todo mal que fiz!
Olhei
meu irmão Mark ele transmitia dor pelo olhar.
Colocaram
o capuz na minha cabeça, fechei os olhos, senti a descarga elétrica muito
forte. Levei comigo o olhar do meu irmão Mark. Quando eu abrir os olhos de novo
quero vê-lo. Senti um puxão muito forte dentro de mim, não abri os olhos e
dormi.
O
tempo tinha passado e chegou o dia da execução do meu irmão eu ia sozinho e
para minha surpresa o carro família Holmes estava na porta e o casal ia comigo.
-
-
Obrigado Sr. Sra. Holmes.
Minha
família ficou orando. Chegamos e entramos na sala de um lado a família das
vitimas do outro lado nós e o advogado.
Meu
irmão entrou, sentaram-no na cadeira, eu sabia que o telefone do perdão não
tocaria. Mas eu pensava quem precisa deste telefonema se Deus perdoará Matt
quando ele estiver preparado. Olhei firme para Matt, mas, eu gritava por
dentro, meu coração sangrava. A Sra. Holmes segurou minha mão.
Colocaram
o capuz e ligou à descarga elétrica uma, duas vezes, veio o medico e constatou
o óbito.
As
famílias das vitimas saíram e o advogado disse que devíamos esperar a liberação
do corpo. Depois de uma hora eu pude ver o corpo do meu irmão, a cabeça
queimada pela descarga elétrica, mas, o semblante sereno.
-
Matt você foi abduzido, vou tomar conta dos nossos pais. Abracei o corpo dele e
chorei como uma criança.
Depois
do enterro minha mãe ficou em casa por três dias, a Sra.Holmes nos deu folga,
só fiquei um dia em casa, meus pais precisavam de mim e eu deles.
No
segundo dia voltei para a mansão.
-Mark
fique uma semana em casa. Disse a Sra. Holmes.
-
Obrigado Senhora, mas eu preciso ver David e nosso jardim encantado.
David
ouviu minha voz na sala e gritou:
-
Mark eu estou aqui, vamos para o jardim? Enquanto você esteve fora nasceram
mais flores e hoje iremos ao hospital e verei meus amigos! Vamos Mark!
-
Se sua mãe permitir eu irei.
Fomos
os três para o hospital, David na cadeira conversando com os amiguinhos.
Naquele dia eu não consegui brincar e para minha surpresa as crianças me
abraçaram e a enfermagem compartilhou minha emoção.
O
tempo passou a vida voltou à rotina de sempre e minha única alegria era o
David.
Um
belo sábado tive hipertensão e desmaiei, chamaram a ambulância e fui para o
hospital e permaneci internado por dois dias.
Acordei
com uma mãozinha segurando um boneco e falando comigo:
-
Oi Mark você está dodói? Trouxe um bolo pra você!
Comecei
a rir era David.
-
Tive que dar um jeito, David queria te ver e disse pra todo mundo que era seu
irmão. Disse a Sra. Holmes.
-
David você deixou o jardim sozinho?
-
Ah! Foi só um pouquinho de tempo. Fiquei com medo de você ir para a terra do
Peter pan.
-
Não! Ainda não! Falta muito.
No
dia seguinte tive alta e mamãe foi me buscar sorrindo. Perguntei por que o
sorriso?
-
Ora, meu filho sua mãe não pode mais sorrir?
Eu
estava recuperado e enquanto estava no hospital pensei muito nas joias e
resolvi que faria o que David havia dito. Como ainda tinha mais dois dias de
folga viajei para outra cidade, procurei um lugar seguro e vendi as joias.
No
dia seguinte coloquei o dinheiro em dois envelopes bem lacrados e, de madrugada,
coloquei na caixa do correio de ambas as famílias, endereçado as crianças.
Pela
manhã voltei para a mansão e assim que David me viu sorriu e disse:
-Mark
você está sem o peso da sua cruz!”
-
Sim David estou livre e estou tentando me sentir assim.
-
Mamãe quer falar com você e você vai gostar. Vamos para o nosso jardim. Trabalhei
muito e coloquei tudo em ordem. A tarde a Sra. Holmes me chamou e David me
acompanhou até a sala.
-
Mark sei que você pegou amor pelas crianças do hospital, e la tem um curso de
enfermagem, sei que você precisa terminar seus estudos e eu e meu marido
gostaríamos de pagar seus estudos. Você aceita?Disse a Sra. Holmes.
-
Aceita Mark as crianças precisam de alguém como você. Falou entusiasmado David.
Eu
fiquei emocionado, nunca pensei que poderia estudar e ser alguém na vida.
-Bem..
Sra. Holmes....eu aceito.
-
Está bem Mark, primeiro você terá que terminar seus estudos normais e
seguiremos em frente. Tenho certeza que você será feliz.
Trabalhava
pela manhã e no jardim encantado junto com David e a noite estudava.
David
completou doze anos e não quis festa. Doaram roupas, brinquedos para crianças
carentes. Ele às vezes passava bem de saúde, outras vezes passava mal.
O
tempo foi passando, terminei meus estudos, comecei a enfermagem e minha mãe
finalmente aposentou-se.
Eu
continuava estudando e trabalhando com David no jardim.
Num
belo dia de sol, meu pai, teve um enfarto fulminante e morreu. Não houve tempo
para despedidas. Agora minha mãe e tia Helen só tinha a mim.
Acabei
o curso de enfermagem e dividia meu dia no trabalho com meu irmão David e no
hospital, na ala das crianças que era uma alegria para mim.
David
agora já tinha quatorze anos, ouvia musica, ia ao colégio e estava aprendendo a
tocar violão.
O
orfanato que a Sra. Holmes ajudava resolveu fazer uma festa de aniversário para
as crianças e eu fui de Peter pan e a Sra. Holmes de capitão gancho tinha um
lindo bolo de quatro andares, muitos doces e balas. Foi uma grande alegria para
as crianças e todos nós que participamos.
Nesta
festa eu conheci um menininho chamado Joshua que me encantou e partir deste dia
eu ia sempre visita-lo, mas, sabia que não poderia adota-lo.
David
gostou da ideia de adoção e tanto pediu que os pais aceitassem e adotara-o.
David ficou muito feliz, agora tinha um irmãozinho e eu fui convidado para
batiza-lo. Naquele dia percebi que fazia parte daquela família.
-Mark
chegou uma carta endereçada a você, disse a Sra. Holmes.
Eu
abri e levei um grande susto, estava escrito que pelas minhas notas na
faculdade de enfermagem eu havia sido aceito na faculdade de medicina. Fiquei
pálido, jamais me imaginei sendo um doutor.
Entrei
para a faculdade de medicina, tive de tudo, mas, antes de começar a estudar, fui
ao jardim encantado me ajoelhei na grama e orei:
-
Senhor Deus obrigado! Obrigado!
Na
faculdade eu era o único negro, tive que tomar cuidado com tudo que falava e
fazia, prestava muita atenção a tudo ao meu redor.
Dividia
o meu tempo entre o jardim, com David, minha mãe, meus estudos era uma
correria. Na faculdade eu conheci uma linda moça chamada Natalie ela também
fazia medicina. Mas ambos éramos tímidos para iniciar um relacionamento.
Numa
bela tarde fomos ser os doutores da alegria, eu já sabia como agir pela minha
experiência como Peter pan, mas Natalie era muito tímida e eu para ajuda-la
comecei a brincar com as crianças do hospital e durante a brincadeira joguei
tinta nela e ela em mim. As crianças adoraram e começaram jogar tinta uns nos outros,
acabou virando uma guerra de tintas, viramos uma tela viva de cores. Neste dia
levei Natalie para conhecer David e meu afilhado Joshua e foi outra farra.
O
tempo passou como num passe de mágica, David já estava com dezessete anos, meu
irmão virou um rapaz, e agora tocava piano também.
Quando
faltava um mês para minha formatura eu já sabia que queria ser um oncologista e
trabalharia com crianças, mas, antes
resolvi pedir a mão de Natalie em casamento. Eu tinha certo receio porque ela
era branca e eu tinha medo que ela não me aceitasse por eu ser negro. Todos da
família,minha mãe,minha tia,Sr. e Sra.Holmes, David e até Joshua tinham aprovado
minha escolha. Então tomei coragem e fui falar com ela.
-Natalie
eu sou pobre, mas, tenho um coração bem grande e você está dentro do meu
coração. Você tem que casar comigo! Aceita?
Natalie
começou a rir e disse:
-
Bem com tanta pressão deste modo eu aceito! E as alianças?
-
Eu esqueci!
-
Vá buscar agora Mark!
-
Estou indo!
-
Mark espere! Eu tenho meu colar com dois corações, um fica comigo e outro com
você, colocaremos em nossas roupas até podermos comprar nossas alianças. E
assim fizemos.
David
emocionou-se quando eu contei, depois de contar para minha mãe.
Marcamos
a data para dali a seis meses, o Senhor e Sra. Holmes e David fizeram questão
que a cerimônia e a festa fossem à mansão. Queríamos um casamento simples, mas,
como resistir a um pedido de David.
Eu
estava muito nervoso em casa, resolvemos morar com minha mãe e minha tia e
David que pediu para passar o fim de semana conosco.
Minha
mãe e minha tia estavam lindas em seus longos vestidos e eu no meu terno azul
marinho numa tremedeira só.
Chegamos
à mansão estava tudo preparado a cerimônia seria no jardim encantado e David
junto com minha tia e o Senhor e Sra. Holmes seriam meus padrinhos.
Montaram
uma capela no jardim, que estava mais lindo que nunca, e David em sua cadeira
de rodas no altar com um brilho de felicidade no olhar.
-
Mark calma! suas pernas estão tremendo.
-
David acho que vou sair correndo!
De
repente começou tocar a musica “Jesus a alegria dos homens” e Natalie entrou
acompanhada pelo Sr.Silas, seu pai.
Ela
estava linda num vestido todo de renda branca com uma pequena cauda e um veu
que cobria seu rosto. Joshua com a ajuda de mamãe entregou as alianças. E
dissemos sim para o amor!
A
festa foi linda tinha um bolo lindo com três andares e em cima do bolo uma
surpresa de David, Peter pan e a fada sininho. Havia cerca de duzentas pessoas,
entre parentes, amigos da faculdade, da enfermagem e muitas crianças.
Não
pudemos viajar em lua de mel devido aos nossos compromissos, ficamos três dias
num hotel cinco estrelas. E eu pensava como era bom casar, era união, amor, e
quantas pessoas que nunca amaram e nunca foram amadas. Mas, Deus nos ama antes
de qualquer pessoa.
Depois
de sete meses de casado cheguei em casa e Natalie disse-me:
-
Mark recebemos esta caixa endereçada você!
Eu
abri a caixa e dentro tinha um papel amarelo cheio de bichinho escrito:
“Querido
marido Mark parece que seu tempo terá que ser mais alongado”! Você será papai!
-
Há! Há! Há, Natalie é um papel dizendo que vou ser papai! O que? Papai!
Comecei
a pular e abracei Natalie, - Eu serei papai!
-
Eu sei eu sou a sua esposa e futura mãe do seu filho!
Pensei
no meu pai e no meu irmão Matt e chorei. E minha mãe vendo meu choro disse.
-
Filho de onde eles estiverem estarão vendo sua felicidade.
Já
passava das vinte e três horas e eu fui correndo para a mansão.
-
Mark o que aconteceu? Você está bem?
-
Sra. Holmes eu serei pai!
Ela
me abraçou e disse
-
Vá contar para o David, hoje ele está com dor.
-
Subi as escadas correndo e bati na porta do quarto dele.
-
Mark o que aconteceu? Você está bem?
-
David eu serei pai e você tio, meu irmão.
Abraçamos-nos,
mas, David estava cabisbaixo, e eu perguntei.
-
O que foi?
-Mark
acho que eu não vou conhecer sua filhinha.
-
Não diga isto David! Eu proíbo você de repetir isto.
-
Esta bem!
Eu
trabalhava no hospital a noite, de manhã no jardim encantado. Passou nove
meses, finalmente minha esposa foi para a maternidade, no dia do aniversario de
David, minha filha nasceu, Julia, uma menina linda como os pais dela.
A
Sra. Holmes e David vieram em nossa casa
para conhecer minha filhinha e ela conheceu minha outra família. Eu estava
feliz.
O
tempo passou, um dia cheguei para cuidar do jardim e a Sra. Holmes me
apresentou outro jardineiro, levei um susto e tive uma pontada no peito.
-
Mark você sempre será o jardineiro numero um, ele cobrirá o período da tarde as
plantinhas precisam de cuidados constantes, e meu querido agora você é um
medico.
-
Hoje ele não está bem, eu ia chama-lo para leva-lo ao hospital.
Subi
as escadas correndo.
-
David, David!
-
Mark não grite.
-
Sua mãe disse que você não está bem?
-
Eu preciso ir para o hospital, por favor, me leve.
-
Está bem, mas, logo você estará de volta.
Nós
o levamos para o hospital. David já estava com vinte anos de idade.
No
hospital colocaram o oxigênio e fizeram exames, foi constatado metástase.
Os
pais dele não continham as lagrimas e eu estava em estado de choque.
Quando
amamos alguém que tem essa doença ou qualquer outra por mais que nos preparemos
nossa alma grita e chora. Eu queria que o mundo parasse.
Pensei
no meu irmão Matt, em tudo que aconteceu, dizem que somos pedras rústicas e
precisamos nos lapidar para ser um diamante eterno. O que o David precisava
lapidar? E o Matt que não teve tempo para lapidar-se.
Eu
agora era um medico pediatra oncologista e nada podia fazer alem dos
tratamentos que ainda não tinham as melhoras esperadas.
Minha
mãe vendo o meu sofrimento e minha tristeza dizia-me
-
Filho ore!
David
nos olhava com carinho, e nos tirava da tristeza trazendo lembranças das
brincadeiras e do nosso jardim. Eu não ia mais em casa, nem mesmo ao jardim, trabalhava e ficava
com David. Tentava disfarçar, mas, a dor não deixava. David tinha piorado e eu
não havia me preparado.
-
Mark, meu filho está indo embora! Sou mãe e estou sofrendo, mas, sei que ele
tem um Deus Pai Superior. As obras do Senhor são misteriosas, você imaginava
tudo que aconteceu em sua vida Mark?
-
Não Sra. Holmes! Ele é meu irmão do coração.
-
Mark acho que Deus colocou David em nossas vidas para aprendermos.
Se
eu não fosse mãe dele seria uma senhora fútil. E você como estaria?
Você
trouxe a alegria e foi o amigo e o irmão que ele não teve.
-
Sra. Holmes eu não era um jardineiro antes de trabalhar em sua casa e hoje eu
não era nada e hoje sou um medico e me sinto perdido em relação ao David.
-
Você está sentindo dor por medo de perdê-lo, mas, ele sempre estará conosco.
Choraremos e superaremos juntos porque ele nos ama.
Mark
ele me contou que você foi o ladrão que roubou nossa casa. Contou-me não porque
quis, mas, estava sob efeito de medicamentos muito forte que deixava
entorpecido, mas, ele não sabe que me contou, ele estava delirando.
Mark
levou um susto e no seu rosto passou uma expressão de dor intensa, não
conseguia responder.
-
Mark você viveu um pesadelo que já passou hoje você é um medico das crianças e
isso é que importa, e é o que eu sei.
-
Deus! Deus! Disse Mark rompendo em lagrimas.
Na
manhã seguinte eu estava trabalhando e meu bip tocou, era do quarto do David,
corri para la.
O
médico responsável havia chamado a família, entrei no quarto e David estava com
os olhos fechados eu senti que ele estava morrendo.
Estavam
todos juntos no quarto, eu queria falar, mas, a voz não saia. David abriu os
olhos e virou-se para mim falando baixinho cheguei mais perto para ouvir o que
ele dizia.
-Mark...
-David
eu te amo, não vá, fica conosco. Olha você tem que ver a Julia crescer. E o
nosso jardim encantado? Você é meu irmão!
-
Mark eu tenho que ir para a terra do Peter pan, vou ser feliz, estarei te
esperando. La é um mundo de muita luz. Arthur está aqui e até seu paizinho, vou
te esperar e fazer outro jardim.
-
Não! Não! Seu lugar é comigo e com seus pais.
-
Mark devemos ir para onde Deus nos mandar criar jardins encantados e sermos
felizes. Até breve meu irmão.
-
David! David! Não! David! Repetia Mark
chorando.
-
Mark ele se foi.... David está feliz, viverá em outro jardim encantado. Disse a
Sra. Holmes abraçando-o.
-
David! David! Olha! Vou pegar a cadeira, vamos para o nosso jardim encantado...
-Mark
nosso David partiu.....
-
Meu Deus! Faça-o feliz! Não deixe que sinta dor! Deus brinque com ele, faça-o
sorrir!
Minha
mãe me abraçou e me levou para a capela. Joguei-me no chão da capela, meu peito
doía. Minha mãe ao meu lado orando.
Ouvi
uma voz me chamando!
-
Mark! Não chore estou bem! Levante-se, estou vivo sem dor, olhe para trás!
Olhei
para trás e vi David de pé sorrindo e pulando. Acenou para mim e disse, Até
breve!
A
dor do meu peito melhorou, eu não estava tendo alucinação, disse para minha
mãe:
-
Mamãe, David está em pé com uma camisa azul e está sorrindo.
Minha
mãe me levou para casa. Cheguei em casa abracei Julia e fui para o quarto
e me joguei na cama.
No
dia seguinte fomos à cerimônia do funeral, o caixão estava aberto, vi David com
a mesma camisa azul, sereno, então pensei que não foi uma alucinação, era mesmo
ele na capela.
Após
o funeral fomos todos para a mansão, havia muitas crianças no jardim encantado.
O senhor e Sra. Holmes chamaram as crianças do hospital e ofereceram bolos, doces,
sucos e todos oramos por David.
As
crianças cantaram e até o mágico, de anos atrás, estava la. Michel, um menino
de dez anos segurou minhas mãos e pediu que eu pintasse meu rosto.
-
Vamos Mark, David não vai querer que você ficasse assim.
As
crianças pintaram-me e me levaram pelas mãos para dançar, jogaram bolo em mim e
comecei a brincar também.
A
Sra. Holmes me olhou sorrindo e disse:
-Mark
você fez tudo pelo David, mas, tem centenas de crianças que precisam de você.
Passou
um mês, um ano, três anos, seis anos e eu continuei a trabalhar no hospital.
Minha esposa também era pediatra oncologista e sonhávamos em abri uma clinica,
mas não tínhamos condições financeiras.
A
Sra. Holmes ligou nos pedindo que fossemos até a mansão. E mesmo depois de anos
era difícil à falta de David. Joshua agora já tinha sete anos correndo e
brincando pela casa.
-
Mark sabemos do sonho seu e da sua esposa de abrirem uma clinica para crianças
e já temos o lugar perfeito para isso: A mansão e o seu jardim encantado!
-
Senhor e Sra. Holmes não sei o que dizer!
-
Nos mudaremos e faremos a reforma, seremos os padrinhos da clinica, ampliaremos
o jardim e colocaremos brinquedos especiais para crianças. Tenho certeza que
David ficaria feliz.
Eu
e Natalie olhamos um para o outro e eu me lembrei de tudo que passei naquela
casa. Se aceitássemos seria uma grande reforma.
-
Senhor e Sra. Holmes aceitamos com muita alegria.
A
clinica levou mais de um ano para ser reformada com elevadores, quartos
adequados, papeis de paredes infantis, salões com brinquedos, até trenzinho
elétrico, aparelhos modernos, tudo ampliado junto com o jardim e como não
poderia faltar, no meu consultório a pintura de David.
Natalie
sugeriu que a pintura do David fosse feita como Peter pan e como o palhaço da
alegria, de todas as formas sempre sorrindo.
No
dia 28 de julho foi inaugurada a clinica, quando David faria 25 anos. Eu
sentia-me melhor sabendo que ele estaria feliz em ver tudo que estamos fazendo.
Muitas
crianças passaram, eu e Natalie adotamos um casal de crianças, Matheus e
Stephanie, ela com cinco anos e ele com sete anos. Éramos uma família alegre e
fazíamos tudo para sermos felizes.
Minha
mãe partiu aos 88 anos e minha tia Helen com 79 anos.
O tempo passou, nossos filhos cresceram todos
estudando. Julia queria ser médica, ela me abraçou e disse:
-Papai tenho orgulho de você, és um negro e enfrentou o mundo para ser um médico maravilhoso.
-Papai tenho orgulho de você, és um negro e enfrentou o mundo para ser um médico maravilhoso.
-
Julia, minha filha, eu fui um ladrão........ Contei tudo a ela sobre meu
passado, mas, sempre agradeci e levei comigo o que aprendi com David. E
guardava ainda uma dorzinha no coração pelo meu irmão Matt, eu achava que não
havia feito nada par ajuda-lo.
Um
dia disse a Natalie que quando eu morresse queria ver meu irmão Matt, depois
papai, mamãe e David que me acompanha sempre.
Passou-se
dez anos, Julia era médica, Stephanie estava estudando para ser terapeuta
ocupacional e Matheus escolheu ser dentista infantil.
Eu
já estava com certa idade e Natalie era bem mais nova que eu. Resolvi viajar de
carro, minha ideia era tirar uma folga, seria quatrocentos quilômetros de
estrada, queria ver de perto um urso americano.
Liguei
o radio a musica me envolveu e eu senti a falta do David, comecei a lembrar de
tudo, da clinica e tudo que aconteceu na minha vida, viajei na minha mente e
não vi um cervo que entrou na estrada, desviei o carro, não atropelei o animal,
mas o carro capotou e rolou pelo precipício.
Acordei
no hospital com um medico calmo cuidando dos pacientes. Fiquei surpreso em constatar
que eu não tinha fratura, sabia que tinha batido o carro. Os enfermeiros
carinhosamente me pediam para ter calma.
Olhei
para os lados estava numa enfermaria e pensei comigo, que vergonha Mak, você é
médico e agora na folga esta num leito de hospital.
Levantei
da cama e olhei pela janela e vi um imenso jardim, senti meu coração bater mais
forte.
-
Meu Deus este jardim parece o jardim encantado. Senhor!
-
David! David! Corri procurando meu irmão.
De
repente senti jogarem água e almofadas em mim, olhei para as plantas e vi
aquele rosto amigo. Era David.
-
David é você? Perguntei sorrindo.
-
Mark como você demorou, se não fosse o cervo você não viria!
Abraçamos-nos
como pai e filho, como amigos e irmãos.
David
me disse:
-
Tem alguém que quer te ver, um grande amigo. Fique na enfermaria que eu vou
busca-lo. Aproveite para orar e descansar meu irmão.
Voltei
para a enfermaria, deitei-me e fiz o que David me pediu. Orei!
-
“Senhor não sou muito bom em orações, mas, tenho muito para agradecer, Meu Pai!
Espero te encontrar, perdão, eu já Te encontrei varias vezes. Nós, os serem
humanos só pedimos e pouco agradecemos.
Pai
eu fui um ladrão até ir trabalhar na mansão, virei um jardineiro, encontrei
David um menino que mudou minha vida, me tornei um médico, a mansão virou uma
clinica para crianças. O que mais posso Te pedir?
Sei
que está cuidando do meu irmão Matt. Olha que lindo lugar! A luz que vem do
sol, não é igual a da Terra, é pura luz Divina. Aqui tem muitos jardins
encantados, agora mesmo estou vendo enfermeiros orando para os recém-chegados.
Pai meu medo não era morrer, mas, viver da maneira errada e não ser grato por
tudo que me deste. Obrigado Pai!”
Chegou
perto de mim um senhor, seu nome era Alexander e me transmitiu muita paz,
dizendo:
-
Mark ouvi sua oração simples como você. Está gostando daqui amigo?
-
Sim senhor! Eu quero ajudar, na terra eu fui médico, mas, posso muito bem
cuidar do jardim e ficarei muito feliz no que eu puder fazer.
-
Ah! Eu sei que sua especialidade é fazer as pessoas que estão com dor sorrir.
-
Senhor como sabe?
David
chegou sorrindo e disse.
-
Ah! Você já está conversando, te procurei e no fim você aqui, Arthur,
apresentando-se para o Mark.
-
David você falou demais, antecipou-se.
Eu
pulei da cama abismado. - Arthur o que fizeram contigo? Envelheceram-te? Como?
Alexander
ria muito!
-
Mark eu fui Arthur olhe para mim.
-
Meu Deus morrendo e ficando boquiaberto. Me de um abraço, Alexander ou Arthur,
tudo bem!
Abraçamos-nos,
rimos muito do meu desempenho como arvore e David se lembrou de mim como Peter
pan.
-Estamos
rindo com as boas lembranças, mas, eu não esqueço meu irmão Matt, quero vê-lo,
onde estiver, e penso também em Natalie e nos meus filhos.
-
Tenha calma, veja seus pais estão chegando. Disse-me David.
-Já
sei pai você tem oito anos e mamãe tem cinco anos. Vocês são diferentes
acertei? Disse brincando com meus pais!
-
Filho como adivinhou? Sou verde com orelhas pontudas e sua mãe tem a pele rosa!
Falou meu pai olhando para minha mãe e sorrindo.
-
Poxa pai que mudança! Brinquei também.
-
Mark meu filho você é um medico, parece que o acidente foi feio!
-
Esqueceram, foi serio mesmo, ele morreu! Disseram Alexander e David rindo.
-Seu
irmão Matt está em outro hospital, às vezes fica confuso. Ele amava a vida
materialista da Terra e na sua confusão ele acha que é você. Diz que amava a
vida e a respeitava, mas, não respeitou quando tirou a vida dos seus
semelhantes.
Quando
ele vir você achamos que ele se recuperará, porém não se lembra do que fez.
Conseguimos retira-lo da região nefasta ele dormiu durante muito tempo e quando
acordou disse que era você. Ele acha que os sentidos e o modo de ser é você.
Esteja preparado meu filho. Disse-me meu pai.
Passado
uns dias, meus pais levaram-me a outro prédio longe do hospital onde eu estava.
Percebi que era um lugar com energia mais pesada, e Matt estava lá.
Quando
entrei eu o vi de longe e meu coração bateu forte.
-
Matt! Matt! Sou eu Mark!
Ele
olhou para mim com um olhar vazio. Eu me aproximei e falei com ele.
-Matt!
Sou eu seu irmão Mark.
Ele
olhou para mim e disse:
-
Não! Você é o Matt eu que sou Mark! Você está confuso.
Fiquei
triste, mas tinha que ter paciência. Pedi para ajuda-lo eu não sairia de la
enquanto meu irmão não estivesse melhor.
-
Meu irmão como você está?
Matt
olhou para mim e perguntou-me:
-Porque
você assaltou e matou aqueles inocentes? Papai e mamãe tem vergonha de você!
David
chegou na hora e me amparou.
-
Mark calma! É normal que ele esteja assim, você é medico e sempre teve carinho
e psicologia com a dor. E Matt tem dor na alma.
Acalmei-me!
Não saia de perto dele.
Um
rapaz veio visita-lo e me perguntou quem eu era. Respondi que era seu irmão e
que ele estava confuso.
-
Meu nome é Abraham, fui companheiro de Matt, eu estava na cela ao lado dele. Do
corredor ouvia os gritos dele.
Antes
de me levarem procurei conversar para que ele não sofresse tanto.
O
que me salvou foi meu arrependimento e meus filhos que oram por mim. Minha
esposa casou-se de novo e eu reencarnarei como filho dela. Serei o irmãozinho
mais novo dos meus filhos. Mas, antes de ir vim ver Matt.
Abraham
aproximou-se dele e falou:
-
Matt lembra-se de mim, sou Abraham seu companheiro e vizinho de cela no
corredor da morte.
Matt
olhou para ele com um olhar vazio e sem nenhuma expressão.
-
Meu amigo, disse Abraham, você está com os olhos abertos, mas, sua alma está
com os olhos fechados. Até a volta amigo Matt.
-
Obrigado! Abraham seja feliz!
-
Serei! Farei de tudo para ser.
David,
Alexander e meus pais chegaram para orarmos juntos pelo Matt. Ficamos de pé ao
redor dele e oramos com toda fé. Depois de algum tempo Matt abriu os olhos e
gritou;
-
Mark! Mark! Não quero morrer! Eu atirei e roubei porque sou pobre.
Eu
o abracei e disse:
-
Matt está tudo bem foi um pesadelo que já passou. Mamãe e papai estão aqui,
eles te amam. Continuamos orando e David passava energia com as mãos. E eu
continuava falando com ele.
-Matt
Deus te ama! Ele enviou nosso Senhor Jesus Cristo para nos salvar. Ele veio
para os doentes do corpo e da alma. Vamos orar!
Ajoelhei-me
e orei: “Senhor Jesus Cristo abençoe meu irmãozinho”!
Pai!
Envia Senhor Tuas bênçãos!
Dormi
sentado numa cadeira ao lado da cama de Matt, por pouco tempo, quando David me
chamou.
-
Mark acorde!
Levantei-me
e não vi Matt na cama, perguntei onde ele estava?
-
Ele está la fora!
Fui
rapidamente e vi Matt olhando para tudo como se estivesse ali pela primeira
vez. Virou-se para mim, sereno, e perguntou.
-
Mark é você? Sou seu irmão Matt!
Abracei
forte meu irmão fiquei muito emocionado, não me contive e disse.
-Sim!
Meu irmão estou aqui e papai e mamãe também.
-
Mark eu roubei e matei, mas e a cadeira elétrica aconteceu?
David
olhou para mim pedindo calma.
-
Matt o que importa é que estamos juntos!
Meus
pais chegaram na hora e abraçaram-no. E Alexander pedia para termos cautela.
Mais
alguns dias passaram e Matt estava conversando, agora tinha noção de tudo que
aconteceu, queira pedir perdão, mas, suas vitimas estavam na Terra
reencarnados.
-
Eu preciso que eles me perdoem! O que eu faço agora?
Alexander
começou a orienta-lo até que melhorasse.
Eu
e meus pais estávamos sentados no jardim quando Matt chegou.
-
Papai e mamãe, eu tomei uma decisão. Quero reencarnar! Quero o perdão!
Sabíamos
que era necessário assim Matt reencontraria a sua paz. E começou então a ser
orientado para nascer novamente e ter uma nova chance de vida.
Dias
depois Matt veio nos contar:
-
Graças a Deus eu serei irmão das minhas vitimas e farei o melhor para todos!
-E
quando isso acontecerá?
-
Amanhã meu irmão! Eu preciso ir! Mamãe e papai me perdoem eu os amo.
Mark
perdão tudo poderia ter sido melhor.
-Meu
irmão, tudo sera muito melhor com sua volta!
Alexander
o levou e nos pediu oração. Meus pais pediram para serem os mentores deles.
-
Matt você estará bem protegido e eu estarei orando por ti!
-
Irmão você terá orgulho de mim! Até breve!
Meu
irmão reencarnou, papai e mamãe às vezes estavam na Terra acompanhando a
evolução de Matt.
Alexander,
David e Francis o mentor, vieram falar comigo.
-
Temos uma proposta para você! Aceita trabalhar como médico no hospital espiritual
Irmandade Branca?Precisamos de alguém como você!
-
Eu? Mas, posso cuidar dos jardins?
-
Sim! O jardim deve sempre estar lindo esperando por todos os filhos de Deus. Disse
David sorrindo.
-
David qual o nosso parentesco?
-
Sou seu amigo, seu pai, seu irmão!
-
Somos todos irmãos, pais, avos, filhos na grande irmandade do Senhor.
-Irmão
que está lendo está mensagem agora: Há um lindo jardim a sua espera!
Uma
nova vida te espera, não tenha medo de nada, porque Deus é amor sempre.
Vamos semear amor para colher amor.
Ditado pelo espirito de João Harsan
Psicografado pelo médium Esaú Davi.
Vamos semear amor para colher amor.
Ditado pelo espirito de João Harsan
Psicografado pelo médium Esaú Davi.
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