segunda-feira, 6 de abril de 2015

''ALGUÉM NOS ESPERA!''

Hoje é doze de dezembro de mil novecentos e vinte e nove.
Meu nome é Carmem Lucia, meu pai Adelino esta ao meu lado, estamos entrando na igreja, meu futuro marido, Almir está me esperando no altar.
Minha mãe Silvia que fez meu vestido de noiva, simples, mas, lindo.
È o vestido mais lindo do mundo, escolhi me casar com os cabelos soltos que é na altura dos ombros cortado em fio reto com franja.
Meu bouquet de noiva foi feito com flores do jardim da casa dos meus pais.
Sou filha única e meu pai tem uma quitanda.
 Eu e Almir tivemos um noivado longo, nove anos, hoje eu tenho vinte e oito anos e ele tem trinta e cinco. Éramos vizinhos.
Moramos numa cidade do interior do estado de são Paulo.
Minha tia Cintia fez o bolo do meu casamento, toda a família e amigos estavam na igreja.
Minha prima paterna Soraia, casada com um filhinho pequeno foi quem nos emprestou sua casa no litoral norte para passarmos a lua de mel, voltaríamos em uma semana.
Foi tudo muito simples e bonito. Meu marido Almir era professor e adorava crianças e queria ter muitos filhos.
Passado um ano de casados morávamos no mesmo bairro que minha prima Soraia.
Ela e o marido alugaram uma casa para nós e nos tornamos muito amigos.
Em 1931 eu estava esperando o nosso primeiro filho Pedro que nasceu em outubro.
Pedro era alegre e muito levado e éramos muito felizes. Meu marido além de lecionar num colégio só de meninos também trabalhava com contador em uma loja.
Eu cuidava da casa e de Pedro, eram tempos difíceis e para ajudar nas despesas da casa comecei a fazer balas de coco para vender.
Pedrinho ia comigo entregar as balas. Com o tempo comecei a fazer bolos e doces.


Soraia sempre ia a casa levando, às vezes, novas receitas para me ajudar, ela era a irmã que eu não tinha.
Meus pais não gostavam muito que Soraia me ajudasse. Eles achavam que ela muitas vezes esquecia-se da casa dela para estar mais na minha.
O aluguel tinha aumentado e eu pedi para mudarmos para uma casa mais perto dos meus pais.
Almir: - Carmem sua prima ficará sem você, o marido dela trabalha muito e ela fica sozinha com as crianças.
Carmem: - Eu fico sozinha também, e meus pais acham que devemos morar mais perto.
Almir: - Não é isso eles acham que a Soraia fica muito tempo aqui e quanto ao aumento do aluguel eu trabalharei um pouco mais.
Carmem: - quanto tempo mais que você irá trabalhar, só resta os domingos.
Com o passar dos dias meus pais conseguiram convencer Almir a alugar uma casinha de fundo no mesmo bairro que eles moravam e com o aluguel mais baixo.
Mas, mesmo assim Almir trabalhava muito.
Soraia diminuiu as visitas em casa agora que estava grávida da sua filha Marinalva.
Quando a filha dela nasceu eu engravidei e estava ansiosa para contar para meu marido quando ele chegasse a casa.
Quando ouvi o barulho do portão, eu já tinha preparado o jantar e Pedrinho estava dormindo.
Carmem: - Almir tenho uma grande e maravilhosa surpresa!
Almir: - Você pegou mais encomendas de doces?
Carmem: - Não! Você será pai novamente! Quem sabe não será uma menininha!

Para minha surpresa e susto Almir ficou nervoso.
Almir: - Por quê? Agora não podemos, não consigo parar para descansar. Você quer acabar comigo.  Chorei muito me senti desolada e desesperada. Resolvi fazer mais doces e vender e lavar roupas para fora. Com quatro meses de gravidez eu vivia no tanque de roupa e no fogão. Pedrinho era minha única alegria quando ele sorria meu mundo iluminava-se.
Soraia veio me visitar com os filhos, contei a ela a reação do Almir em relação à segunda gravidez.
Soraia: - Carmem os homens não são iguais às nós, meu marido também é assim, quando fico nervosa deixo meus filhos na minha mãe e saio, vou a igreja dar uma volta de bonde, agora ocupo meu tempo ajudando os doentes.
Carmem: - Soraia que lindo ser humano você é, eu me queixando para você enquanto você divide seu tempo com os doentes.
Eu achava a    menina Marinalva linda tinha cabelos castanhos lisos e lindos, olhos verdes. Eu a chamava de esmeralda.
Soraia: - Marinalva puxou pelas bisavós paternas, ela é minha pedra preciosa.
Depois de cinco meses estava lavando roupa quando senti as dores do parto, minha mãe que estava em casa comigo chamou a parteira.
E a tarde nasceu minha filha Bernadete.
Almir chegou à casa a noite entrou no quarto e olhou para o neném e perguntou:
- Você tem muito leite?
- Tenho você não precisa gastar com o leite para ela.
Abracei minha filha e chorei muito.
Com vinte dias do nascimento de Bernadete eu já estava no tanque de roupa. Minha mãe me ajudava com os doces.


Eu agradecia a Deus pelas muitas encomendas de doces e de roupas para lavar.
Conforme as crianças iam crescendo eu conseguia nos manter, não faltava nenhum tipo de alimento aos meus filhos.
Eu entregava as roupas em outro bairro mais longe de casa, enquanto minha mãe ficava com as crianças. Chegando a casa encontrei Soraia a minha espera.
Soraia: - Carmem você sabe o quanto minha mãe te amava, e desde o falecimento dela que eu não sei o que fazer com as crianças.
Prometi que iria continuar meus préstimos aos doentes mais não posso ir porque não tenho com quem deixar as crianças. Você não poderia ficar com elas na terça e na quinta feira à tarde? Meu marido trabalha muito e disse que pagará por essas horas, sei que faz tempo que não se veem.
Eu tinha admiração por Soraia pelo trabalho dela com os doentes, e mesmo minha mãe não aceitando eu concordei.
Toda terça e quinta- feira as crianças ficavam em casa, e no final da tarde vinha busca-las, minha mãe sempre ajudando a cuidar das crianças.
Eu achava que estava fazendo uma caridade para minha prima que tanto bem fazia para quem precisava.
Sempre entregava roupas às quartas e sextas feiras. A menina Marinalva não dava trabalho nenhum. Ela era muito carinhosa me olhava com os olhinhos verdes brilhando.
Já fazia um ano que as crianças ficavam todas às terças e quintas férias. Soraia sempre vinha busca-las ante que Almir chegasse a casa. Às vezes Pedrinho falava dos primos e eu dizia que eles vinham nos visitar.
Almir: - Tudo bem! Mas, a sua prima traz o lanche das crianças?
Carmem: - Almir você não era assim? O que há com você?
Almir: - É o cansaço!
Numa quarta feira levei Pedrinho comigo para entregar doces, eu havia adquirido uma encomenda extra de roupas, mas teria que entregar nas quintas-feiras em outro bairro.
Na semana seguinte com a sacola de roupas, peguei o bonde e de longe parecia ter visto Almir caminhando na rua, tive certeza que era meu marido.
Pensei como? Ele deveria estar no colégio lecionando!
Retornei para casa pensativa e contei para minha mãe e ela me aconselhou a esquecer. Ao dormir eu fitava Almir e minha cabeça não parava de pensar.
 No dia seguinte minha mãe pediu novamente para que eu esquecesse.

Silvia:- Minha filha os homens são assim misteriosos, não era o Almir, feche os olhos, desde que o mundo é mundo os homens dão seus passeios.
Soraia logo chegou com as crianças e como tinha feito balas a mais os deixei deliciando-se e logo sai. Fui ao mesmo local onde tinha visto o Almir, mas não o achei. Então resolvi ir até a casa da Soraia, sabia que ela estava no hospital.
Para minha surpresa uma vizinha veio ao meu encontro.
Carmem: - Por favor, a minha prima mora aqui a senhora sabe me dizer que horas ela chega?
A vizinha me relatou que há um ano Soraia tinha mudado porque o marido havia a abandonado.
Fiquei sem saber o que fazer. Votei para casa e Soaria já tinha levado as crianças 
Não consegui dormir, levantei-me e vasculhei os bolsos do paletó de Almir e achei uma chave que não era da nossa casa.
Na manhã seguinte a mesma rotina, terça feira a Soraia veio trazer as crianças e minha mãe as recebeu. Eu estava escondida na praça, quase defronte minha casa.
Vi Soraia sair, ela estava bem vestida, estava a pé, andamos por quase meia hora, eu a segui de longe.
Ela entrou em uma casa e eu pensei que era onde ela morava, achei que ela iria trocar de roupa para ir para o hospital.
Eu era completamente inocente, de qualquer forma, não esperava o que vi.
Continuei esperando por mais quarenta minutos e vi Almir e Soraia saindo juntos da casa e cada um indo para um lado.
Senti-me mal e desmaiei, fui acordada pelo farmacêutico.
- A senhora está bem?
Carmem: - Meu Deus já é noite!
 O farmacêutico e a esposa me levaram até em casa de carro.
Chegando a casa Almir abriu a porta.
Almir: - O que houve? Sua mãe está preocupada as crianças já jantaram!
Carmem: - Fui entregar doces e me senti mal na rua cheguei a desmaiar.
Almir: - Não vai me dizer que está grávida de novo?
Carmem: - Não! Almir.
Eu pensava: Meu Deus! Soraia e Almir eram amantes, queria reagir, mas, como?

Não conseguia olhar para o meu marido, pensei nas crianças, nos filhos da Soraia.

Resolvi conversar com ela era terça feira, quando ela chegar falarei com ela.
Já era hora do jantar e ninguém tinha aparecido, nem Soraia, nem meu marido havia chegado.
Dei o jantar para as crianças e as coloquei na cama para dormir.
Meus pais estavam preocupados e queriam ir até o hospital para ver se algo ruim tinha acontecido.
Carmem: - Pai não é necessário! Eu achava que eles haviam fugido.
Não conseguia dormir, pensava que não conhecemos as pessoas namorei por nove anos, e Almir sempre respeitoso, meus pais o admiravam, casamos na igreja diante de Deus e todos os parentes e amigos. Tinha orgulho de apresentar meu marido, um professor que trabalhava muito pela família.
Eu não aceitava o que estava acontecendo, mas não tinha coragem de tomar nenhuma atitude. Poderia dizer adeus a Soraia, mas, com meu marido eu iria conversar, achava que devia aceitar a traição, porque tinha filhos e eu seria a esposa largada pelo marido.
Logo que amanheceu eu me levantei da cama, ainda não era sete horas da manhã bateram na porta. Abri com cuidado achando que era o Almir estava pronta para perdoa-lo, afinal era o pai dos meus filhos.
Ao abrir a porta vi que era o Américo, esposo de Soraia.
Américo: - Posso entrar? Ele estava pálido com uma mala deixada do lado de fora da casa.
Américo: - Carmem estou indo embora! Fiz algo terrível, não sei se você irá me perdoar.
Carmem: - Américo o que houve?
Américo: - Hoje eu terei que ir embora, irei para o norte do país. Eu sabia que eles eram amantes, descobri quando Marinalva nasceu na minha família não tem ninguém com olhos verdes, mesmo assim eu a perdoei, mesmo ela negando a traição.
Só tive certeza quando sua tia Magda me disse que havia encontrado Soraia e Almir no bonde.  Ela me disse que se encontraram por acaso, que Soraia ia indo a sua casa para pegar as crianças e que ela tinha muito orgulho que a filha era benemérita.
Mas, eu sabia que Soraia nunca ajudou ninguém, nenhum doente.
Ela não me aceitava como marido depois que tivemos nosso único filho Josué Fabrício.
Américo:- Carmem, Marinalva é filha do Almir com Soraia.
Eu fiquei atordoada achei que fosse desmaiar, mas tinha que ouvir tudo por mais difícil que fosse.
Carmem: - Como você conseguiu aceitar? Diga-me como eu também preciso aceitar?
Américo: - Há um ano eu a abandonei nossa casa e Almir alugou uma casa para eles, ia visita-la toda terça e quinta feira!
Carmem: - Meu Deus! Pedro e Bernadete são irmãos de Marinalva. O que Faremos?
Américo; - Carmem eu não terei perdão! Depois de pedir a Soraia, varias vezes em nome das crianças que mudasse de atitude. Ontem à tarde eu os encontrei no quarto, na cama e atirei. Foram quatro tiros no Almir e um no peito de Soraia.
Carmem: - Meu Deus! Meu Deus! Meu Deus!
Américo: - Eu peço perdão, mas, era uma questão de honra!
Carmem: - Honra! Os dois eram pecadores, mas era pais, o que você dirá para seus filhos? Você estava com as mãos limpas de sangue, mas, agora como você olhará nos olhos dos seus filhos? Agora Josué é pequeno, mas logo será um homem o que ele sentira? E os meus filhos? E Marinalva?
Américo: - Não olharei nos olhos dos meus filhos, partirei, diga que fui um bom pai. Aqui nesta caixa está o dinheiro e uma carta para eles. Por favor, crie os meus filhos, agora são seus.
Carmem: - Meu Deus! Meu Deus!
Não conseguia parar de chorar, vieram todas as lembranças, estavam mortos. A atitude de cada um fizeram suas escolhas, achavam que estavam acima do bem e do mal.
Algumas pessoas agem assim pensam que nada acontecerá com eles, que são imortais e que nunca serão cobrados de nada, mas, a resposta vem sem volta muitas vezes.
Américo: - Carmem você será uma boa mãe, diga a eles que eu os amo e nunca conte a Marinalva a verdade.
Carmem: - Eu cuidarei deles como meus filhos, direi a eles que Soraia e Almir foram para o céu, depois pensarei no que direi.
Américo: - Adeus Carmem! Um dia te darei a mão quando você menos esperar!
Carmem: - Adeus Américo!
Sentia que não o veria nunca mais. Mais tarde veio a policia avisar que Almir estava morto com três tiros e Soraia com um tiro. Tive fazer uma fisionomia de surpresa.
A fama de Soraia de mulher separada e adultera fez com que ninguém fosse ao velório. No velório do meu marido muitos amigos e familiares estavam presentes.
Diziam pobre homem honrado e trabalhador fora vitima de uma emboscada.
Passei todo o velório sentada em minha casa, às crianças estavam na casa dos meus pais. Todos tinham entendido a realidade dos fatos, mas, Soraia levou toda a culpa e a má fama.
Lutei muito na vida, trabalhei muito, passaram-se dez anos. E um dia chegou uma carta de Américo dizendo que havia colocado no banco em meu nome uma quantia para me ajudar.  Neste momento estou com um revolver apontado em minha direção, não consigo conviver com o que eu fiz. Adeus! Seu eterno amigo.

Depois de ler a carta entendi que Pedro, Bernadete, Josué Fabrício e Marinalva eram meus quatro filhos. Nunca contei a verdade, disse que os pais haviam morrido num acidente. Depois que recebi a carta mudamos de São Paulo para o interior.
Passaram- se trinta anos! Pedro agora era um bom pai, ele e a esposa Vilma Maria eram feirantes. Bernadete estava casada, era uma boa mãe e boa esposa.
Para ela o pai era amoroso, sempre achei que Almir encontraria alguém que o marcaria para sempre. Ele era um professor que não sabia nada da vida.
Josué Fabrício lembrava-se muito pouco da mãe, era casado, um bom pai e se tornou um ótimo torneiro mecânico. Marinalva, minha esmeralda foi a ultima a se casar.
Casou-se com quarenta anos com um engenheiro. Conheceu um mundo de muito amor. Cuidou de mim até a minha morte.
Para Josué e Marinalva a mãe era linda e bondosa e o pai foi trabalhar no norte e morreu por lá.
No dia três de abril de mil novecentos e setenta e cinco em Campinas eu desencarnei. Não porque estava doente, mas, era chegada a hora.
Quando vivemos em paz não devemos ter medo de viver e muito menos de morrer.
Eu estava internada e sabia que era chegada minha hora, disse a Marinalva:
Carmem: - Milha filha acho que estou morrendo, estou me sentindo tão leve.
Marinalva: - Mamãe é porque você tem um coração leve, em paz!
- Eu te amo mamãe!
Eu ouvi as palavras eu te amo bem longe! Muito longe!Estava vendo flores, mas, não conseguia atravessar o véu, senti uma mão forte me levar até um portão grande repleto de flores.
Carmem: - Obrigado por ajudar esta velha aqui acho que estamos num lugar diferente.
Quando olhei melhor era Américo com um grande sorriso.
Américo: - Carmem obrigada por tudo! Nossos filhos estão bem, obrigado por ensina-los a orar por mim. Contarei-te tudo que me ocorreu.
Eu estava perplexa. – Américo se estamos aqui é porque morremos!
“Carmem e Américo sentaram-se num lindo jardim e ele começou a contar sua trajetória”.
- Eu fiz muita coisa errada, tirei a vida de duas pessoas, de minha esposa e seu marido, e por ultimo a minha vida pela dor que sentia pelo que fiz.
Achava que eu não merecia viver cheguei ao ultimo estagio de sentimentos negativos e confusos, depois que tirei minha própria vida.
Não queria abrir os olhos, passei um bom tempo assim, sem querer enxergar nada.
Quando decidi abrir os olhos devagar vi o lugar mais feio do mundo, sem vida. Escuro com muita lama, rochas cinzentas, pessoas gritando em desespero, outras jogavam pedras em todos pedindo para deixa-los em paz.
Depois de algum tempo ouvi a voz de um homem pedindo socorro e logo apareceu alguém com uma luz muito clara ajuda-lo e eu perguntei:
- Que lugar é este? Ouvi-o dizer:
- Você está nas profundezas do seu desespero, seus sentimentos estão confusos, há muita dor que te consome, clame pelo Senhor Deus, clame ao Senhor Salvador Jesus Cristo, arrependa-se dos teus feitos. Peça perdão ao Pai!
Comecei a pensar que eu era o mal ladrão que estava ao lado de Jesus.
A maioria de nós é assim, fazemos coisas erradas, mentimos matamos aos outros e a nos mesmos na covardia de não querer assumir nossos próprios erros.
Covardia em não olhar para nós mesmos, de ouvir e entender que erramos, ou achamos que somos os senhores da vida então podemos tirar minha própria vida que não mereço mais viver. Então apago a luz e saio de cena?
Meus pensamentos eram confusos, sabia que tinha tirado a vida de duas pessoas. Comecei a andar, minhas aflições vagavam no tempo.
Até que vi jogada na lama, ela, minha esposa Soraia, aquela que me traira.
Cheguei mais perto achando quem ela me reconheceria.
Soraia: - Ei moço! Tira-me daqui! Ele vai vir e me matar, sinto dor de parto, tirei meus dois bebes. Moço me leve ao hospital.
Américo: - Meu Deus! Ela não me reconheceu, está gritando de dor como se estivesse com dor de parto, é o remorso que está a fazendo gritar. Quanto tempo será que faz que estamos aqui?
Voltei onde estava Soraia, ela gritava de dor.
Soraia: - Moço!Moço! Tem alguma coisa errada, meus bebes não nasceram. Fiquei compadecido e disse a ela.
Américo: - Soraia te peço perdão! Alguém! Deus nos ajude!
Vi de longe uma pessoa de roupa clara, chamei-o para ajuda-la, me ajoelhei, eles a levaram.
- Você está começando a entender! Disse o homem de roupa clara.
Eu não aceitei ir com ele, não me achava digno, o tempo parecia não passar e eu ouvia orações!
- Papai eu te abençoo!Era a voz dos meus filhos orando por mim, chorei muito, arrependimento dilacerava meu coração.
Estava vagando naquele lugar escuro sem fim, parecia o sertão sem luz, com a dor no meu coração até ver o Almir, o reconheci, ele se arrastava na lama de sentimentos. Tive vontade de chuta-lo, mas, um homem sem rosto me empurrou dizendo:
- Não faça o mesmo que eu fiz, chutei a mim mesmo, se você chuta-lo estará chutando a si mesmo, perdoe!
Olhei em direção da voz que não era estranha, era meu pai Alaor Mendonça.
Ele tinha abandonado minha mãe, eu e minha irmã. Não perdoava meu pai, tinha ódio dele pelo abandono. Ele olhou para mim e eu disse a ele.
- Eu conheço você dos meus sonhos ou pesadelos?
- Vamos ajuda-lo, eu o ouço chorar, disse referindo-se ao Almir.
Eu neguei, e ele me ajudou a olhar para o Almir como um coitado, na verdade o ódio que eu sentia vinha do meu pai por ter nos abandonado. Aquele homem que eu reencontrei no inferno de nós mesmos.
Fiquei confuso, que armadilha era aquela? Será que Deus me colocaria bem de frente com a minha própria realidade? Escondemos-nos dentro de nós mesmos como tartarugas que quando temem colocam a cabeça dentro do casco.
Cheguei perto do Almir, ele não me reconheceu, de longe vi os socorristas, chamei por eles. O que importava era a minha decisão de ajuda-lo.
O socorrista sorriu e perguntou:
- Não queres ir conosco?
Américo: - quero, mas, me ajudem com meu pai!
Segurei a mão do meu pai com firmeza, agora eu podia ouvi-lo com clareza.
O socorrista e o Almir sumiram. Eu entendi que eu tinha que atravessar aquele lugar até chegar lá em cima, eu o levava segurando firme sua mão. E ele dizia.
Alaor: - Quem é você para me ajudar?
Américo: - Não importa! Agora vamos em frente. A subida de nós mesmos é difícil, é como escalar o monte Everest.
No final da caminhada aquele homem que tinha medo de tudo, que era eu, tinha conseguido subir com meu pai. Vi meu pai olhando para mim e dizendo:
Alaor: - Américo meu filho me perdoe!
Américo: - Pai porque o senhor nos abandonou? Perguntei com o coração cheio de lagrimas.
Alaor: - Por que fui fraco, perdi meu emprego, bebi muito fui parar na sarjeta. Tinha uma foto de vocês, era meu consolo, um dia cheguei perto de casa, sua irmãzinha me viu e não me reconheceu correu para dentro chamando a sua mãe dizendo que tinha um bêbado na porta. Resolvi sumir! Eu tive pena, ódio de mim mesmo, depois o ódio transformou-se em lamento, em dor.
Américo: - Pai vamos para casa, os socorristas estão aqui.
Eles nos ajudaram, chegamos ao hospital, tivemos tratamento com base na caridade e no amor. Meu pai entendeu e pediu para renascer numa nova vida. Ele será meu pai nesta nova etapa. Meu coração agora via tudo diferente, queria aprender tudo com amor que é à base da vida ’’
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Américo: - esperei você chegar todo este tempo para te agradecer, agora eu estou partindo para uma nova aprendizagem, uma nova chance.

Carmem:- Estou chegando e você partindo?
Américo: - Eu te poupei de um trabalho imenso, pedi para reencarnar e Soraia e Almir serão meus filhos na Terra assim terás paz.
Carmem: - Graças a Deus! Pensei que você iria me dizer que Soraia seria sua esposa novamente.
Américo: - Tenho que ir, pegarei o trem das emoções, aprenderei a viver enquanto Almir e Soaria não chegarem, é uma troca de sentimentos. Carmem você ensinou meus filhos a orarem por mim foi o que me salvou, obrigado.
Carmem: - Está tudo bem nossos filhos são felizes eles não tem rancor de você ou de Soraia. Encontraremos-nos, eu te esperarei amigo! Até breve!
Américo: - Enfermeiros esta é minha amiga e irmã Carmem Lucia, você estará em boas mãos. Seja feliz.
Carmem: - Veja, são meus pais! Estão vindo ao portão para me receber, que lugar lindo! Eu já estava me sentindo feliz. Alguém sempre nos espera quando nosso coração está pronto.]






                                                    Ditado pelo espírito de João Harsan
                                                    Psicografado pelo médium Esaú Davi.                      
                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                 


                                                                                                                                                                                                                                                          








































































































terça-feira, 24 de março de 2015

''APRENDENDO PELA DOR''

Saudações caros amigos...
Um homem com o coração pesado... perdido em si mesmo ... sem fé ..sem amor..perdeu tudo, inclusive a saúde por não ouvir ninguém.
Culpava sua esposa de tudo..infiel..trabalhava com preguiça

.... Jogou fora seu lar...
Perdido no deserto culpa os pais e a todos... vive na sua covardia..está no deserto sem rumo se comporta como um menino....
É agressivo com quem ele pode agredir... para não se olhar no próprio espelho ....mal ele sabe  que DEUS já lhe deu várias chances de mudar...continua perdido no deserto...tudo que fazemos e plantamos colhemos em nosso caminho ...o tempo não tem pressa porque o tempo
Tem a ordem do SENHOR PAI para ensinar passo a passo... minuto a minuto.....
O tempo no deserto em que este irmão está virá à tempestade de areia...
Não verá nada. sentirá medo fome sede porque sem fé as necessidades aumentam...o tempo o apertará até ele se ajoelhar e pedir ao Pai... Piedade....Perdão pelo seu abandono a DEUS..a si mesmo....chegará uma hora que ajuda terá de um médico ..ouvirá tens meses para mudar seu tratamento...é o ‘’tempo professor sábio’’
ele se ajoelhar e pedir ao
Qual o caminho deste irmão?...
Assim é a humanidade teve boas sementes de luz nas mãos... semearam,mas
espinhos.
Não reconheceram SENHOR JESUS CRISTO!.não conhecem
DEUS PAI!  Todos os dias se apresentam na vida de todos... temos um caminho  a seguir LUZ....
Mas para chegar a Luz precisamos aprender com resignação as lições da vida...
Como bom PAI ...o SENHOR nos ensina para um dia estarmos todos na mesma mesa ceando com NOSSO SENHOR JESUS!

Luz para Luz.





sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

''ORAÇÃO À DEUS PAI AMOR''



Senhor Deus, nos abençoe Pai Amor!

Senhor Deus, queremos caminhar para Tua luz!

Senhor, Senhor, piedade, Pai!

Piedade! Senhor Deus das nossas transgressões

Salve-nos Senhor da nossa escuridão,

Porque Vós sois o Senhor, é nosso Deus Eternamente!

           Amém! Amém!


Luz para Luz
  

''ORAÇÃO À NOSSA MÃE SANTÍSSIMA''

                         Gloriosa Mãe amada, Mãe de nosso Senhor Jesus

Abençoa - nos Mãe Divina, nós teus filhos errantes

Abençoa-nos Mãe Divina, nós teus filhos da Terra

Abençoa-nos Mãe Divina, porque vemos o Senhor, mas não.

Compreendemos o vosso chamado Divino,

Abençoa-nos Mãe Divina,

Abençoa-nos Mãe Divina com seu Amor imenso salve-nos

Da névoa da Terra,

Mãe Divina te amamos eternamente,

Teus filhos!


Luz para Luz 


sábado, 27 de dezembro de 2014

''LUZ DO AMANHÃ''

Em 1926 tinha um vilarejo chamado Luz Quente, sertão do Ceará, um lugar esquecido por todos a seca dominava tudo.
 O vilarejo escapara das matanças dos coronéis. Raimundo tinha treze anos e não tinha registro de nascimento, ninguém tinha contava- se nos dedos quem sabia escrever.
 Mas, havia uma senhora num lugarejo chamado Rio Seco a algumas horas de viagem, perto de Luz Quente, era Da. Sebastiana Cleusina que sabia ler porque tinha trabalhado em cidade grande como empregada doméstica.   Ela tinha retornado para terra esquecida por todos porque seu pai adoecera e ela começou a escrever cartas cobrava algumas moedas para ajuda- La.
 Raimundo ouviu de seu pai sobre a senhora que escrevia, mas ele não tinha uma moeda. Seus pais andavam muito para achar água barrenta. Tinham esperança que chovesse por perto dali para sentir o gosto da água na boca.
Ouviu de seu pai Sr. Gecerino:
- Se eu tivesse uma moeda iria pedir para ela escrever para Deus e pedir água limpa, apenas um copo e dividiríamos com todos.
Depois de alguns dias o senhor Gecerino ficou doente, sua mãe, Dª.  Raimunda chamou uma benzedeira para salvar o marido.
A benzedeira benzeu e disse: - Ele esta delirando, está dizendo que vai chover!
Todos sabiam que sua mãe iria perder o marido.  Jaci sua irmã de dez anos pegou uma caneca e colocou debaixo dos olhos chorando. Raimundo: - por que você está fazendo isso?
Jaci: - É para juntar as lagrimas da dor que sinto pelo nosso pai, assim ele terá uma gota d’água de nossas lágrimas.
Raimundo e os nove irmãos choraram e juntaram algumas gotas de lágrimas, puseram na boca do pai.
 Jaci: - Nosso pai não vai morrer!
Raimunda chorava e aceitou também a ideia de sua filha.
Raimundo: - Mamãe vou para Rio Seco, vou levar meio dia andando e  vou pedir para moça escrever uma carta para Deus.
Raimunda ouviu e abraçou o filho. Pela manhã ainda bem cedo Raimundo saiu pela estrada a caminho da senhora que escrevia .
 Ele caminhava e pensava: - Deus! Nosso Deus vai ouvir de uma pessoa que sabe desenhar no papel, Ele vai ler e nos ouvirá e papai ficara bom.
 Depois de algumas horas caminhando sob o sol quente, Raimundo desmaia na estrada.
 Um viajante passou viu o menino caído no chão, parou, desceu da carroça, ele tinha um pouco de água e colocou na boca de Raimundo.  O menino levantou assustado olhando para o viajante e perguntou:
- O que é isso que o senhor me deu? Água limpa?
Viajante: - Sim!Tome um pouco!

Raimundo sentiu uma enorme vontade de tomar a água, mas lembrou de seu pai.
- Desculpe! Não posso beber, tenho que chegar logo na casa da moça que desenha no papel para salvar meu pai. Ele esta doente, onde pegou água?
O viajante: - Há dias e dias daqui beba meia caneca você precisa ter forças para chegar ao seu destino.  Diga-me para quem são estas linhas?
Raimundo: - Para Deus! Ele ouvirá alguém que sabe desenhar, o senhor sabe?
Viajante: - Não! Sou um viajante, mas sobe na carroça que vou te levar até Rio Seco.
Raimundo: - Eu aceito porque será mais rápido chegar.
O viajante sorriu: - você é forte e corajoso!
Depois de umas horas chegaram a Rio Seco.
Raimundo é aqui! O senhor não vai comigo?
O viajante:- vamos fazer uma coisa eu tenho que ir ver um amigo, mas fica me esperando aqui nesse lugar, eu te levo em casa. Raimundo agradeceu e foi andando e perguntando para um para outro onde era a casa da senhora que desenhava no papel.
Ele ficou sabendo a casa onde à senhora escrevia, era só bater palma que ela vinha.
Raimundo chegou a casa e bateu palmas.  Uma menina veio atende-ló.
A menina: - Minha tia cobra uma moeda para escrever. Raimundo não tinha uma moeda, veio a senhora!
 A menina disse: - É ela!
Raimundo foi falando depressa: - Eu não tenho nenhuma moeda, mas meu pai esta doente, por favor, eu vim de longe
para pedir à Senhora fazer umas linhas para Deus curar meu pai e para chover.
A Senhora Cleusina; - Entendi! Entra vem comer alguma coisa!
Ela colocou um prato com comida na frente dele.
Senhora. Cleusina se você comer e varrer as folhas do quintal lá fora eu escrevo.
Raimundo comeu rápido chorando, com a possibilidade de poder ver seu pai ficar bom. Ele comeu tudo devido à fome, pensou nos irmãos lá em casa sem ter quase nada. Levantou- se correndo e foi lá fora pegou alguns galhos e varreu as folhas.
Sra. Cleusina olhava emocionada, estava vendo um menino de fé.
Raimundo: - A Senhora desenha as linhas agora?
Sra. Cleusina: - Senta aqui vamos, o que você quer que eu escreva?
Raimundo andou de um lado para o outro e pensou bem: - Eu sei que a verdade tem que ser dita para Deus!
Sra. Cleusina chorou! Ela estava muito emocionada com Raimundo.
 - Raimundo é seu nome, eu tenho que te dizer algo!
Raimundo chorando respondeu: - A senhora não vai desenhar porque não tenho uma moeda?
Sra. Cleusina abraçou o menino dizendo: - Deus já te ouviu! Não precisa desta carta!
Raimundo: - Olha eu varro tudo!
Sra. Cleusina: - Está bem! Senta na cadeira, eu sento aqui neste banco.
Raimundo: - Deus sou pobre, meu pai está doente, ele pede um pouco de água numa caneca, assim dividiremos com a família, mas se chover perto da minha casa Deus, no açude terá água do seu céu.
Deus serei bom com todos que eu encontrar!  Aqui é o Raimundo!
Sra. Cleusina escreveu rápido com o papel, dobrou e dobrou. E agora o endereço?
Raimundo:- É para o céu!
Sra. Cleusina:- Está bem! Vou por na caixa e quando o caixeiro viajante passar ele levará.
Raimundo sorriu: - Obrigado! Agora vou encontrar com o viajante ele vai me levar de carroça para casa.
Sra. Cleusina chorando: - Está bem! Raimundo amei te conhecer, você me ensinou muito.
Ela o abraçou e deu a ele um saco com mantimentos o pouco que ela podia dar.
Raimundo se despediu e foi encontrar com o viajante. Chegando ao local o viajante estava já estava esperando dizendo
- Com seu sorriso você conseguiu! E o que tem neste saco?
Raimundo sorrindo: - Senhora Cleusina disse que é coisa de comer!
Raimundo subiu na carroça e foi com o viajante.
Sra. Cleusina andava de um lado para o outro com o papel na mão resolveu sair foi à igrejinha.
 Entrou procurando pelo velho padre Valmir que já não ouvia direito pela idade avançada:
 - Padre eu preciso me confessar!
Padre: - Agora? Vejo o desespero nos seus olhos, minha filha você ajuda a todos escrevendo as cartas, que mal poderia ter feito?
Sra. Cleusina: - Padre eu pequei! Vou parar no fogo do inferno!
O padre vendo o desespero de Cleusina sentou para ouvi- La. : - Filha fale alto que estou meio surdo!
Cleusina fechou a porta da sala onde estavam.
O padre perguntou:- Senhor! O que fizeste filha?
Cleusina: - Padre eu escondo um grande pecado! Hoje um menino que veio de longe, andou muito até aqui, porque veio me pedir para escrever uma carta para Deus para o pai de ele ficar curado e chover!

Padre: - Este menino é um anjo de Deus! Estas assim por que escreveu e viestes entregar a carta dele, minha de filha?
Cleusina: - Raimundo pediu para escrever o endereço: O céu! Para Deus!
As lágrimas corriam pelo rosto do padre: - Me dê a carta, orarei por todos!
Cleusina deu a carta ao padre, ele abriu virou o papel de frente e de costas e intrigado falou: - Filha volte na sua casa e pegue a carta aqui só tem um tipo de rabiscos e nada está escrito!
Cleusina chorando: - É esse meu pecado não sei ler e escrever. As pessoas me mandavam escrever, mas o caixeiro era eu!
Eu gravava na minha cabeça o que diziam e eu ia por essas bandas e falava o que não estava escrito, mas caprichava nas palavras! Aqui é tudo esquecido por Deus!
O padre olhou bem para Cleusina: - Te darei uma missão!  Farei uma missa em intenção a este menino e ao pai dele, e na missa você filha, virá ao altar e contará para o povo tudo que me disse, para ter o perdão. E todo dia nesta mesma hora venha que vou te ensinar a ler e escrever.
Cleusina chorando: - Vou saber ler e escrever! Mas o povo vai me matar! Vou morrer sem aprender.
Padre: - Cleusina Deus tem um propósito para tudo, este menino é o bem Deus! Mal ele sabe que Deus confiou a ele uma mudança completa na vida de todos.  Vá para casa ore cem Pai Nosso e cem Ave Maria, sabes rezar?
Cleusina:- De boca eu sei!
Raimundo chegou com o viajante na casa dele. Quando sua mãe o viu com o desconhecido se assustou.Raimundo desceu e foi logo dizendo: - Mãe me perdoe eu fui atrás da Senhora, ela fez a carta para Deus. Este é meu amigo, é mesmo o senhor não me disse seu nome?
O viajante olhou para mãe de Raimundo, ela chorava!
O viajante:- Raimundo meu nome é Feliciano Souza! Como vai minha filha Raimunda?
Raimunda:- é a Mão de Deus!  Meu pai! O Senhor em minha casa! Ele é seu neto.
Raimundo estava atônito, sem entender nada. Correu para dentro para ver o pai que estava deitado.
Retornou dizendo: - Papai ficará bom é só Deus receber a carta, mas não entendi nada.
Raimunda:- Pai o Senhor aceita entrar em minha pobre casa, esses são seus netos.


Feliciano: - aceito! Perdão por ter abandonado você quando casou, mas como diz Raimundo a carta está fazendo efeito antes mesmo de chegar ao céu.
Raimunda: - Filho, este é seu avô, não nos vemos desde que me casei com seu pai.
Feliciano:- Não sou mais coronel perdi tudo, te procurei em todos os lugares, gastei tudo que tinha, sua mãe está viva, não fala comigo desde que te mandei embora, andei pelo mundão de Deus te procurando e hoje vejo um menino desmaiado na estrada era meu neto, ele tomou um pingo de água. Vou pegar água na carroça.
Raimundo e os irmãos ouvindo assustados: - Ele é avô de vocês meus filhos, era um coronel e hoje está assim.
Raimundo:- Mamãe estou assustado, mas como pode? É a carta deve estar voando para o céu. A Sra.Cleusina deu esse saco com coisas.
Raimunda tirou tudo que tinha no saco: farinha, milho! Quanto alimento vou preparar comida.
Feliciano entrou com um jarro de água pegou canecas encheu de água e deu para todos beberem.
 Raimundo levou a água e deu aos poucos, com cuidado para o seu pai.
Raimunda fala para o pai: - Seu neto trouxe comida! Vou preparar!Fique meu pai para comer conosco!
Feliciano:- Sim minha filha!Perdoe-me!
Pai e filha se abraçaram e Feliciano chamou Raimundo e o abraçou: - Meu neto aceite meu abraço sincero de um homem arrependido. Raimundo o abraçou com um sorriso: - O Senhor é bom eu só não sabia quem o Senhor era.
Raimunda fez a comida deu a todos e para o marido foi uma noite farta de alegria, de reencontro, de perdão...
Feliciano dormiu na rede que tinha na sua carroça. Ficou alguns dias com sua filha e seu genro que melhorou com o alimento e a água e com seus netos.
Amanheceu e Cleusina arrumou tudo o pai dela ouviu a verdade saindo da boca da filha. Ela se comprometeu em ir à igrejinha aprender ler e escrever, era seu primeiro dia e a primeira palavra sagrada que o padre ensinou foi Deus.
A missa em intenção a Raimundo e sua família seria no dia seguinte com a presença de quase todo o povo do lugarejo.
 O padre orou, fez a missa e disse no sermão sobre perdão e fé, mas antes contou a vida de Raimundo, um menino de Deus que com sua fé mudará a vida de muitos as pessoas ouviram e se emocionaram.
O padre chamou Cleusina no altar á frente de todos e ela foi com receio, mas ela pensava quem era ela se um menino enfrentou o desconhecido com fé por que ela não poderia fazer o mesmo. E para a surpresa dela o pai de Cleusina, entrou na igreja.
Ela olhou a todos os rostos que estavam esperando ela falar, a ilustre da cidade: - Meus amigos, esses dias tive uma lição de fé e humildade e espero que me perdoem pelo que fiz.  Eu estou aprendendo a escrever e ler com o padre porque não sei ler e escrever, quando me pediam para escrever as cartas eu memorizava o que diziam e ia até o lugar nessas redondezas e falava a carta por isso que demorava a escrever, eu falava suas cartas ao vivo. Peço perdão a todos!
Um olhou para o outro e o padre:- Meus filhos lembrem-se do perdão, Cleusina teve um ato errado, mas ira se redimir. Ela está aprendendo a ler e escrever comigo, em um ano ensinará a todos ler e escrever sem cobrar nada, abrirei uma sala para as aulas.
O povo ficou contente com a atitude do padre e de Cleusina, ela seria professora da cidade, ela sorria, mas estava apavorada.
Todos saíram satisfeitos da igreja.
Cleusina:- O senhor! Como surgiu esta ideia?
O padre sorriu: - Foi à coragem de um menino de enfrentar o desconhecido!


O tempo passou na cidade, Cleusina virou professora. O padre Valmir morreu e deixou em seu lugar um padre jovem com ideias para aumentar as salas de aula que depois virou uma escola.
De tantas orações que fizeram choveu dois dias perto e um pouco na região enchendo os açudes. O pai de Raimundo ficou bom, viu o filho crescer e se tornar responsável pelas terras do avô Feliciano.
Agora a família mudou-se para a região onde moravam os avós.  Raimunda pode ficar com a mãe até a passagem dela para eternidade. Tornaram-se uma família só. Um belo dia Raimundo estava viajando com seu filho e retornou para Rio Seco, viu uma placa:
“Escola luz do amanhã!” Ele não imaginava quando menino mudara sua vida, a vida de sua família e de uma região que não era esquecida por Deus.
 Deus estava esperando alguém que tivesse fé e nesta fé a ação e reação de todos.
Em 1993, Raimundo, o menino que conduziu sua vida e a de todos partiu da terra, deixando netos e bisnetos.
Chegando à cidade espiritual reencontrou com todos, seu avô, seus pais, alguns irmãos e foi recebido com carinho por todos.
Ele foi abraçado por tantos irmãos e não entendia o por que. Até ele reencontrar a Senhora das cartas. Ele a abraçou e disse: - Não pude te agradecer, sua carta chegou ao céu!
Cleusina sorriu:- Raimundo venha comigo! O levou a escola “Luz do Amanhã",
Ele sorriu e disse: - Eu vi este nome numa escola na sua cidade, como veio parar aqui?
Cleusina: - Meu irmão é uma longa história de vida, de amor e de fé! Temos tempo e trabalho para conversar e trabalhar...
Raimundo:- Está bem!  Então vamos começar......
A Luz do Amanhã é nossa luz, a Luz de Deus que habita dentro de nós!
Somos filhos do Amor! Filhos de Deus Eternamente!
    

                                                             Luz para Luz
                               

                                                            
                                                                       








sábado, 20 de dezembro de 2014

''O JARDINEIRO DAS ESTRELAS''

Boa noite queridos amigos!
Contam as estrelas que os astronautas da NASA 

Estavam fora da estação com vestimenta necessária para o espaço.

Os astronautas estavam deslumbrados

Com a visão da terra e do cosmos.

De longe viram um vulto, esse vulto foi chegando mais perto deles. 

Ficaram espantados! Era um Senhor sem roupa apropriada para o espaço
E com uma pá ia juntando as estrelas.

 Entraram apavorados na base, afinal era um delírio coletivo.

O Senhor lá com sua pá arrumando as estrelas. Não se aguentaram, saíram para observa-lo de perto.

O senhor humilde e simples lhes disse:

 - Boa vida filhos! Sou um jardineiro, vim colher às estrelas que levarei para casa.

Os astronautas curiosos perguntaram:- Casa? Jardineiro? Quem é o senhor que anda pelas estrelas no espaço?

O jardineiro das estrelas sorriu e disse:
 - Não me conhecem?- Fiz vocês e tudo que veem!
Os astronautas: - O senhor humilde é Deus?O jardineiro sorriu: -
-Estudam tanto, tanta tecnologia, mas esqueceram da humildade e 
do amor. - Olhem só filhos!
- A Terra é tão linda e tanta guerra, um odeia o outro, isso não herdaram de mim foida escuridão.Voltem para terra e digam a todos que ainda há tempode mudarem tudo para melhor com amor, paz, humildade em servir este jardineiro das estrelas!         Luz para Luz