domingo, 17 de fevereiro de 2013

''AS ESTRELAS NOS OUVEM COM SUAS ORELHAS''





- Mamãe! Mamãe!
- Minha filha o que houve, por que está gritando tanto? Querida é um pesadelo? O que você sonhou?
- Mamãe sonhei que eu era uma mulher má, casada batia nos meus 2 filhos, Maria Alice e João. Meu marido trabalhava muito.
- Filhinha é só um pesadelo, você tomou lanche muito tarde antes de dormir, você só tem 9 anos.
- Não! Mamãe! Eu era a mulher, batia muito nos meus filhos joguei as crianças na escada, não morreram porque meu marido conseguiu salvá-las. Mamãe é por isso que não ando?
- Tolices! Ana Cristina você só tem 9 anos
- Mamãe! Foi real!
- Ana Cristina vamos dormir, amanhã bem cedo suas primas brincará  com você
- Mamãe elas correm à vontade. Eu fico sentada na cadeira de rodas.
- Querida! Vamos dormir!
Amanheceu, Ana Cristina com 9 anos, uma linda menina, cabelos longos castanhos, olhos castanhos bem expressivos, uma linda menina. Nasceu sem poder andar, médicos afirma que Ana Cristina nasceu com má formação na coluna vertebral, seus pais não aceitavam bem. Ana Cristina filha mais, única com problemas sérios de saúde, mas sempre alegre. Sua irmã do meio, Beatriz tinha 12 anos a ajudava em tudo, ambas tinham um irmão João Paulo com 14 anos, simples, brincalhão, ajudava seu pai a trabalhar num pequeno mercado da cidade onde morava em Belo Horizonte, no estado de Minas Gerais.
            Seus pais Antonio Luis e sua mãe Doralice eram bons pais, calmos, compreensivos desde que casaram, prometeram que seus filhos teriam uma vida confortável. Trabalhavam muito no pequeno mercado que tinham, não faltava nada, Doralice trouxe a sua irmã Clarice para morar junto. Clarice uma moça do interior, meiga, amava sua família tinha só 25 anos, um carinho especial com sua sobrinha Ana Cristina. Era o ano de 1956.
            No fundo do terreno do mercado era a casinha deles, bem pequena com dois quartos, as crianças dormiam junto com a tia, o outro quarto era para o casal, mas havia uma cama de solteiro para Ana Cristina caso ela tivesse os pesadelos ou não estivesse bem.
            O dia estava lindo! As duas crianças na escola perto de casa menos a Ana Cristina. Os pais tinham medo dela frequentar o colégio por causa das escadas que haviam.
            Clarice e a mãe ensinavam a Ana Cristina em casa, ela lia muito bem, adorava história e geografia. Mas queria estudar sobre as estrelas. Ficava na janela observando as estrelas.
Ana Cristina: - Tia Clarice você acha que as estrelas nos ouvem?
Clarice: - Acho que sim! Mas você é muito pequena para ser romântica.
Ana Cristina: - O que é ser romântica tia?
Clarice: - É como seu pai e sua mãe é coisa de amor! Eu sempre peço para aquela estrela linda Cruzeiro do Sul me apontar meu futuro marido.
                        Ana Cristina ria com a Clarice.
- Tia você que é romântica! Eu quero que elas me ouçam!
Clarice: - Ouvir o que? Ana Cristina se as estrelas tivessem ouvidos já tinham me escutado e arrumado um amor pra mim!
Ana Cristina: - Tia você me faz rir! Estrelas com orelhas?
Clarice: - Vamos dormir você já riu muito de mim.
                        Passado alguns dias Sr. Antônio chegou à casa muito contente: - Família receberei uma indenização do antigo trabalho em SP e mais o que temos dará para reformar a casa ampliando teremos espaço, pensei os dois quartos, uma sala ampla e os quartos em cima com banheiros, meus pais me disseram que irão nos ajudar com a reforma da casa. Ana Cristina ficou triste em ouvir a ideia do pai. – Papai e eu onde dormirei? Sr. Antônio tinha esquecido que Ana Cristina não poderia ter seu quarto em cima. Ele ficou sem saber o que dizer. A mãe Doralice: - Mas seu pai e eu temos uma surpresa, você terá dois quartos um aqui em cima e outro em baixo bem grande.
Ana Cristina: - Como mamãe?
Clarice: - Sobrinha você acha que eu ficaria sem você? Será nosso quarto.
                        Ana Cristina com nove anos tinha entendido que seus pais com alegria de arrumar a casa esqueceram-se do problema dela, estava triste, iria tirar a alegria de todos.
Ana Cristina: - Tia você tá esquecendo que se você tiver um quarto em cima ficará mais perto das estrelas de orelhas de ouvirem.
                        Todos riram!
                        Sua mãe e a tia Clarice riram mais do que todos.
Clarice: - Ana Cristina as estrelas no ouvem onde for.
                        Sr. Antônio abraçou Ana Cristina: - Filha eu farei um lindo quarto para você, conversarei com o pedreiro, vamos ver o que acontecerá.
                        Tudo estava correndo bem, as crianças na escola, os pais trabalhando, o material da reforma da casa havia chegado. Todos teriam que mudar bem perto na casa da tia paterna Glória, uma casinha menor que eles moravam até a casa nova ficar pronta. As crianças e a tia dormiam na sala, os pais no quarto, não havia sala, um apequena cozinha, o quintal era grande, as crianças brincavam menos Ana Cristina.
                        Clarice adorava desenhar! Além dos afazeres do lar, ela costurava muito bem. Recebia muitos elogios até sua irmã Doralice ter uma ideia, Clarice costurar, por roupas prontas para vender. A ideia era ótima, mas vender onde?
                        Clarice ajudava em tudo, observava a tristeza de Ana Cristina e veio outra ideia.
Clarice: - Ana Cristina você quer ser minha sócia nas costuras?
Ana Cristina: - Tia como?
Clarice: - Querida isso aqui são agulhas, eu te ensino a costurar, há pontos maravilhosos que suas mãozinhas podem fazer, eu sei bordar. Eu te ensino e então? Faremos as roupas até termos uma ideia para vender, começaremos aos poucos, você pode aprender primeiro bordado.
Ana Cristina ficou pensativa: - Tia me leve à noite no quintal, se as estrelas ouvirem com seus ouvidos dando um sinal eu aceitarei.
Clarice: - Está bem!
                        Anoiteceu, Clarice levou Ana Cristina ao quintal para conversar com as estrelas.
Ana Cristina: - Estrelas minha tia Clarice quer me ensinar a costurar e a bordar é muito cedo para eu aprender só tenho 9 anos, se vocês tem ouvido me de um sinal com uma estrela cadente.
                        A inocência num corpo de uma menina e 9 anos representando na fé de sua tia. As duas olhando para o céu. De repente uma estrela cadente.
Ana Cristina: - Tia, tia, você viu? As estrelas têm orelhas me responderam é sim tia Clarice.
                        Clarice bem baixinho com os olhos cheios d’água: - Senhor Deus obrigada por nos ouvir, ouvir o coração de minha pequenina sobrinha.
Clarice: - Ana Cristina amanhã mesmo vai começar a bordar um lencinho.
Ana Cristina: - Vamos sim tia! As estrelas têm orelhas! Tia os céus nos ouvem! Que lindo sinal!
                        As duas, tia e sobrinha, entraram contando a todos o que ocorrera.
Doralice: - Ana Cristina tudo será maravilhoso! Deus sempre nos ouve, filha não está só!
Ana Cristina: - As estrelas nos ouvem é porque tem vida são muito inteligentes que lindo!
                        Logo cedo no dia seguinte, Clarice chamou Ana Cristina para o primeiro dia de aprendizagem. – Ana Cristina, escolha um desenho para você bordar no lenço ou toalha.
Ana Cristina: - eu quero uma estrela!
                        Clarice com o tempo que tinha ensinava a sobrinha a bordar e  fazer bainha. A nova casa estava sendo construída.
                        Doralice e Antônio sempre trabalhando no mercado e cuidando da família. João Paulo agora com quinze anos ajudava o pai no mercadinho, entregando as mercadorias, Beatriz auxiliava sua tia Clarice na cozinha e na casa.
                        À noite o pai da família, Sr. Antônio trouxe um grande presente para a família, traria muita alegria.
Doralice: - Querido o que há na caixa?
Antônio: - somos ricos, esse presente é caro, será uma grande alegria!
                        Todos perplexos, era um rádio! Naquela noite foi uma festa, ouvimos música, notícias. Ana Cristina ouvira imaginando podendo dançar. Seu irmão João Paulo pediu para ela imaginar e fechar os olhos. Sr. Antônio a pegou no colo dançando com ela nos braços. Estava tudo perfeito!
Doralice: - Tudo está maravilhoso!
                        Beatriz, a irmã do meio de Ana Cristina, desde criança queria ser enfermeira porque via a vizinha chegar do hospital de branco, ela achava lindo. Mais tarde com os pais concordando estudou e se tornando uma enfermeira, casou e teve quatro filhos.
                        João Paulo continuou no mercado, ampliou  os negócios até um lojinha de roupas onde Clarice e Ana Cristina aprendera com o tempo a costurar e bordar, com quatorze anos  tinha outra tarefa, Clarice ensinara a cozinhar, devagarzinho Ana Cristina aprendia que ela tinha um grande valor, aos dezoito anos via suas roupas sendo colocadas para vender na lojinha da família.
                        Da grande noite do rádio se passara mais um ano e a casa reformada estaria pronta. Era o dia da mudança, o retorno para a casa, agora um sobrado com espaço para todos.
Sr. Antônio: - Temos uma cozinha espaçosa, uma sala grande, teremos uma sala de jantar, aqui em baixo um quarto para Ana Cristina e Clarice, venha Ana Cristina vamos ver o andar superior!
                        Doralice animada, feliz pela sua casa nova, um novo espaço de muitas alegrias, sabia que na família havia muito amor. – Temos três quartos, o nosso, o quarto do João Paulo, da Beatriz, o outro como falamos da Ana Cristina e Clarice é o único que tem um terraço.
Beatriz: - Poxa! Minha irmã tem dois quartos!
Doralice: - Minha filha ela pode escolher o que ela quer.
Clarice: - Tenho uma ideia o quarto de baixo, colocaremos nossa máquina de costura, uma mesa, e há espaço para as duas camas de armar se estivermos muito cansadas, dormiremos lá embaixo, se não aqui vendo as estrelas.
Ana Cristina: - Podemos papai?
Sr. Antônio rindo: - Está tudo bem, mas quero que você aprenda a fazer uma camisa para mim.
Ana Cristina: - Está bem primeiro serve um lenço bordado com seu nome por enquanto?
Sr. Antônio: - Minha filha ficaria muito contente.
                        Ana Cristina e seus irmãos iam crescendo e aprendendo seus valores de respeito, responsabilidade, de amor e esperança. Principalmente a caridade consigo mesmo, tendo paciência, resignação na aprendizagem da vida dentro das suas limitações que poderia ser alguém mais do que uma menina que não poderia andar.
                        Todos cresceram João Paulo com vinte e quatro anos agora frente ao trabalho da família, queria ter um posto de gasolina lutar até conseguir. Beatriz com vinte e dois anos conhecera Guilherme um pouco mais velho do que ela, ele era viúvo tinha uma filha de dois anos, Maria Gabriela. Beatriz e Guilherme se casariam após dois anos de noivado. O casamento simples a festa para as famílias foi no sobrado. Clarice e Ana Cristina tinham feito o vestido de noiva dela, bordados pela Ana que estava muito feliz pela irmã.
Ana Cristina: - Beatriz se casando e você tia Clarice as estrelas não te ouviram.
Clarice: - Elas estão muito ocupadas.
Ana Cristina: - No meio dessa correria toda pensei na minha vida eu tinha pesadelos horríveis que eu era casada, tinha filhos, eu era má, jogava meus filhos pelas escadas e hoje moramos num sobrado e desde que você tia chegou os sonhos pararam.
Clarice: - É porque você tinha medo da vida!
Ana Cristina: - Não é isso! Sinto que foi real que já fui assim, olho para os meus pais e sinto vontade de pedir perdão toda hora, mesmo sendo agora uma moça tenho essa necessidade, o que é isso tia Clarice?
Clarice: - Bem, se você sente tão forte necessidade de pedir perdão peça a seus pais, mas não entendo o porquê!
Ana Cristina: - Irei fazer isso quando meu coração bater mais forte.
                        Beatriz com seu marido Guilherme e a menina Maria Gabriela vieram jantar com a família. Doralice passou o dia preparando o jantar cantando.
                        Mais tarde todos juntos na mesa Beatriz ao João Paulo: - Meu irmão quem é aquela linda moça que já vi vocês conversando é sua namorada?
João Paulo meio envergonhado: - É a Regina minha melhor amiga, ela é simpática e muito educada.
Sr. Antônio: - Filho você está dizendo que está namorando sério e não fala nada?
João Paulo: - Não! Sim!
Doralice: - O que é não e sim?
João Paulo: - Eu estava guardando minhas palavras para eu falar para Regina que estávamos namorando.
                        Todos riram na mesa.
Ana Cristina: - João Paulo você tá dizendo que ela não sabe que está namorando com você?
João Paulo: - É e não sabe que vou pedi-la em casamento, eu vou ao quarto buscar algo!
Beatriz: - Acho que João Paulo não tem coragem de deixar esta casa.
                        João Paulo com uma caixinha na mão sorrindo: - Bem eu ia mostrar mais pra frente, mas estava esperando a hora certa, aqui estão as alianças.
                        Doralice levantou da mesa foi abraçar o filho. – Querido há quanto tempo você em se casar?
João Paulo: - Mamãe há três anos.
Sr. Antônio: - o que fez você ficar quieto, a moça é brava?
João Paulo: - Não! Papai ela é muito doce, penso em morar em outra casa e deixar a família.
Doralice: - Querido o seu quarto é grande, espaçoso, com uma nova pintura, móveis adequados para vocês ficará maravilhoso.
João Paulo: - Que móveis adequados mamãe?
Ana Cristina: - João Paulo como diz a mamãe é um jogo de quarto para um casal maravilhoso.
João Paulo: - É! É!
                        João Paulo e Regina ficaram noivos depois de uma semana deste jantar. Regina aceitou a morar com a família do seu futuro marido. No dia do casamento João Paulo era o mais nervoso de todos, havia passado seis meses do noivado. A festa, após a cerimônia religiosa seria na casa dos pais de Regina.
Ana Cristina: - Que linda casa! Tia Clarice aquele rapaz está te olhando o tempo inteiro.
Clarice: - Você quer dizer senhor, Ana Cristina, até que ele é bonitão, alto, cabelos escuros, olho verde será que desta vez estou sendo ouvida pelas estrelas!!!
Ana Cristina: - Tia Clarice, por favor, queria uma fatia de bolo pode pegar pra mim?
Clarice: - Sim querida.
Ana Cristina: - João Paulo quem é aquele homem de olhos verdes?
João Paulo: - Ele é o tio mais novo de Regina, solteiro, pratica esporte, mas não é para você.
Ana Cristina: - Não estou interessada nele é para a tia Clarice.
João Paulo: - Irmã tem certeza que você não está interessada no Felício?
Ana Cristina: - Felício!! João Paulo a Regina está acenando para você.
Clarice: - Querida aqui está o bolo, o João Paulo está lindo e a Regina é tranquila serão felizes.
Ana Cristina: - Tia Clarice, João Paulo veio me dizer que Felício está fazendo muitas perguntas sobre você.
Clarice: - Quem é Felício?
Ana Cristina: - É aquele homem de olhos verdes que está te olhando, ele é tio da Regina, solteiro, trabalhador, pratica esporte.
Clarice: - Ana Cristina não invente! A Regina está vindo pra cá.
Ana Cristina: - Regina sua família PE linda e você está a mais linda noiva que já vi, aquele rapaz, seu irmão, parece muito simpático.
Regina: - É meu tio Felício, é o irmão mais novo de minha mãe, ele mora em São Paulo com meus avós, está aqui há seis meses para ajudar meu pai na construção de nossa casa.
Ana Cristina: - Que ótimo! Minha família agora é sua, somos muitos unidos.
Clarice: - Regina vocês irão viajar ainda hoje para o Rio de Janeiro na casa de seus tios paternos?
Regina: - Sim, iremos amanhã de manhã é uma pena que será uma semana.
João Paulo abraçando Regina:- Minha esposa agora pode fazer a comunicação para todos.
                        O casal chamou a todos. Ana Cristina pediu para o pai levar a cadeira mais perto dos noivos.
João Paulo: - Querida família e amigos. Eu e minha esposa temos uma notícia maravilhosa, agora somos casados e seremos daqui a oito meses pais.
                        Todos ficaram boquiabertos no primeiro instante, mas a felicidade e a emoção falaram mais alto do que tudo.
Ana Cristina: - Papai a casa terá mais alegria com uma criança.
                        Ao término da festa a família voltou para casa emocionada com o belo casamento e a notícia da gravidez de Regina.
                        Passado a semana do casamento de João Paulo e Regina, os recém-casados retornaram da viagem de lua de mel. Foram recebidos por toda a família com muita alegria.
                        Os meses vinham passando Ana Cristina fazia vestidinhos da futura sobrinha bordando com muito carinho. Regina achou graça pela cunhada fazer vestidinhos, tendo a certeza que seria uma menina que viria. Depois de cinco meses nascera a criança, João Paulo entrando em casa com flores na mão.
João Paulo: - Ana Cristina estas flores são para você, é uma menina. Eu e Regina escolhemos o nome de nossa filha será Ana Carolina. Seu primeiro nome minha irmã e o segundo nome da mãe de Regina.
                        Ana Cristina muito emocionada agradeceu, não via a hora de ver a sobrinha.
Clarice chegando da maternidade: - Ana Cristina é uma menina linda, estavam quase todos da família inclusive o Felício.
Ana Cristina: -Entendi! João Paulo esteve aquí para me contar, me deu as flores.
                        A casa estava em festa. Quinze dias se passaram, ouvia-se do quarto o choro de Ana Carolina. Clarice no terraço suspirando.
Ana Cristina: - Tia há dias te vejo suspirando para as estrelas, elas te ouviram?
Clarice: - Tá bom! Depois do casamento, vi algumas vezes o Felício na praça aqui perto, tomamos sorvete, somos amigos ele é tão charmoso.
Ana Cristina: - Tia as estrelas te ouviram!
                        Clarice trabalhava muito. Ana Cristina já tinha dezenove anos, uma linda moça se tornou ótima costureira e bordadeira tão jovem. Clarice e Felício quase todas as noites ficaram no portão conversando.
Regina: - Parece que meu tio está apaixonado pela Dona Clarice. Ana Cristina se eles se casarem talvez vão morar em São Paulo como você ficará sem a sua tia?
                        Ana Cristina na tinha pensado nesta hipótese, muito menos de viver sem sua amada tia, guardou para si seus pensamentos. – Meu Deus! Não posso se egoísta, minhas estrelas me ouvem e façam ela feliz.
                        Clarice e Felício conversando com Doralice e Antônio chamou a Ana Cristina que estava no quintal admirando a noite. Ela estava tão pensativa que não ouviu eles chamarem.
Sr. Antônio: - Filha! O que há? Estamos te chamando na sala.
Ana Cristina: - Nada papai a noite está linda!
                        Sr. Antônio levou a Ana Cristina para sala. Clarice abraçou e beijou a querida sobrinha.
Clarice: - Ana Cristina temos algo para conversar contigo, eu o Felício iremos se casar, contei a ele que você desde que o viu no casamento de seu irmão já tinha ideias de nós dois ficarem juntos.
Felício: - Ana Cristina sei do amor que Clarice sente por você, é a filha querida dela e será a minha também com respeito a seus pais, resolvi trabalhar como já estou e seus pais tiveram uma ideia, nos fundos há um terreno construiremos um cantinho para nós dois, assim Clarice não ficará longe de você.
Ana Cristina: - As estrelas me ouviram!!!
Clarice: - Você achou que eu iria te deixar? Nunca! Mesmo quando Deus me levar estaremos juntas!
                        Depois de um mês a casa nos fundos estava sendo construída. Clarice e Ana Cristina estavam fazendo o vestido de noiva, seria bordado por elas. Ana Carolina estava completando um ano, uma festinha com todas as crianças da família e amigos.
                        Seis meses para terminar a casa ficaria linda. Em baixo uma sala, cozinha, em cima um quarto grande e banheiro, um enorme terraço com jardim suspenso, uma surpresa, uma fonte entre as duas casas. Depois de vinte dias o casamento na Igreja de Clarice e Felício, a dama de honra com flores na mão Ana Cristina, a cadeira de rodas enfeitaram com flores. Antônio entrou levando Ana entrou a noiva Clarice com um sorriso iluminado, Felício no altar. A cerimônia simples e bela!
                        Em casa bolo e champagne, após os noivos viajaram para Poços de Caldas, Felício não poderia demorar tinha loja de ferramentas e construção recém-inaugurada para administrar.
                        Ana Cristina estava feliz pelo casamento de sua tia, a família unida todos lutando, ela com seu trabalho agora com uma boutique com roupas feitas por ela e Clarice. Era de manhã Ana Cristina olhou o pai Antônio: - Pai te peço perdão por todo o mal que te fiz seja o tempo que for das estrelas.
Doralice: - Filha o que está dizendo? Você é uma filha amada maravilhosa, nunca fizeste nada de errado somente o bem.
Ana Cristina: - Mamãe te peço perdão por tudo seja o tempo que for. Papai e mamãe observando o céu, as estrelas, para mim o tempo é o mesmo, o passado distante e hoje. Deus nos vê no mesmo instante.
                        Os pais abraçaram Ana Cristina muito emocionada. Sr. Antônio levou Ana Cristina para o quarto que agora era só dela. Para os pais era a emoção de todo esse tempo que Ana estava passando que a fez dizer aquelas palavras.
                        Uma semana depois Clarice e Felício chegaram muito contentes, abraçaram a todos. Naquela casa sempre a harmonia dominava a todos, Ana Cristina ficava em cima da escada observando a família antes de pedir para alguém a descer. Beatriz e Guilherme a noite vieram jantar: - Família nós temos uma grande novidade, eu estou grávida de três meses, depois de tanto tempo de espera.
                        Ana Cristina ouviu, ficou feliz, mais tarde conversando com a mãe Doralice: - Mamãe estou flutuando em paz, pensei que traria dores a família por nascer paralítica, pelos meus pesadelos que fui mãe e esposa má e vejo, sinto tanto amor e harmonia.
Doralice: - Filha, seja o que for esse pesadelo, foi um pesadelo que você teve, olha em sua volta o quanto somos ricos. Deus nos deu uma linda família, a casa aberta para quem mais chegar, esqueça esses pesadelos minha filha.
Ana Cristina: - Mamãe Deus é maravilhoso!
                        A boutique de Clarice e Ana Cristina estava indo bem, os clientes admiravam os bordados de Ana Cristina que já estavam sendo comercializados para outras cidades. Com muito trabalho o tempo passava rápido.
                        Beatriz e Guilherme ganharam dos céus um lindo menino Ricardo. A família reunida no batismo do novo menino.
                        Felício quando estava em casa gostava de cantar, achava que tinha talento, mas na verdade provocava risos devido a rouquidão.
Clarice: - Meu marido parece um galo rouco!
                        Todos riam bastante com as cantorias de Felício.
João Paulo entrou rápido na casa: - Mamãe!  Mamãe! Papai estava trabalhando no mercado se sentiu mal, o levamos para o hospital.
                        Todos correram, Clarice e Ana Cristina ficaram em casa orando. A noite foram buscar Ana Cristina ao hospital onde estava seu pai. Chegando Ana Cristina pela primeira vez sentiu  e viu a tristeza da família.
Doralice: - Minha filha seja forte, seu pai sofreu um infarto do miocárdio ele não está bem.
Ana Cristina: - Posso vê-lo?
                        Doralice acompanha a filha no quarto, Ana Cristina acarinhou o pai, viu que ele estava com oxigênio. Não aceitaram em voltar para casa, todos ficaram no hospital, não poderiam ficar no quarto. As 6horas veio o médico pedindo para Doralice e os filhos, todos sentiram que seria a despedida deles ao pai. Antes de 7horas da manhã o patriarca deixara a família que tanto lutou, ensinou a harmonia e o amor. Um luto sentido por todos desde a família, amigos e empregados. Para o Sr. Antônio ele não tinha empregados, mas sim amigos de trabalho.
                        Passado seis meses Doralice pediu para Felício cantar mais desafinado e rouco ainda. Todos começaram a rir.
Ana Cristina: - O galo rouco e desafinado retornara com força total.
                        João Paulo e Regina, ainda tentando se recuperar da ausência do pai, entram em casa falando bem alto:
João Paulo: - Alguém em casa?
Doralice: - Quanta gritaria meu filho são sete horas da manhã.
João Paulo: - Mamãe, família. Eu, Regina e Ana Carolina viemos tomar café da manhã hoje é domingo.
                        Regina e João Paulo prepararam o café da manhã, todos na mesa, Regina retirou dentro da bolsa sapatinhos de neném, colocando-os em cima da mesa. A gritaria: você está grávida! A alegria retornara o falatório como sempre.
Clarice: - Ana Cristina você está bem? Será tia novamente.
Ana Cristina: - Será que o papai está vendo?
Clarice: Com certeza! Deve estar calmo, agradecendo a Deus.
                        Doralice estava feliz sempre dizendo que tudo é maravilhoso ela chama Ana Cristina: - Minha filha quero te fazer uma pergunta eu entendo se for não.
Ana Cristina: - Fale mamãe!
Doralice: - Querida você aceita sua mãe em seu quarto? João Paulo e Regina precisam de mais espaço para as crianças.
Ana Cristina: - Mamãe claro que sim, não me acostumo ficar sozinha no quarto.
                        Com os preparativos da chegada do novo membro da família, o tempo passara rápido. Felício numa manhã vem conversar com Doralice: - Estou preocupado, Clarice acordou chorando acho que ela teve um pesadelo.
                        Ana Cristina ouviu, chamou Clarice , ela estava muito abalada com o pesadelo.
Clarice: - Foi horrível, eu e Felício estávamos numa estrada, chovia muito, algo veio para cima do nosso carro, senti girar tudo, me vejo do lado de fora do carro peço socorro, veio um homem me ajudar. Me abaixo para tirar o Felício do carro e me vejo morta do lado dele, quando viro o homem é seu pai me pedindo calma.
Ana Cristina: - Calma tia Clarice foi um pesadelo!
Clarice: - Não! É um esclarecimento, uma amostra do que virá, seu pai está me avisando, vou pedir para as estrelas socorro! Sou pecadora, as estrelas são pura luz, o Senhor Deus ouvirá vindo delas.
Ana Cristina: - O que pedirá?
Clarice: - Você saberá conforme o acontecimento, por enquanto esqueça.
                        O tempo passou Regina começou a sentir as contrações, João Paulo desceu correndo as escadas, pegou o carro e esquecera a Regina no quarto e de colocar as calças. Doralice trouxe com calma a Regina. Felício tirou as calças dele e levou no carro para João Paulo. Todos rindo da cena, com calma Clarice convence João Paulo a vestir a roupa e os acompanha até a maternidade.
Doralice: - Felício vá se vestir, iremos atrás enquanto ajuda a Ana Cristina se arrumar nós levamos a Ana Carolina também.
                        Na hora do almoço nascera Eduardo um lindo menino, novamente a família estava feliz. Mais tarde deram risada da reação de João Paulo. Depois da grande emoção que tiveram, Doralice pede a família para se unirem e agradecer a Deus por enviar benção a família.
                        Passado meses, João Paulo decide comprar o terreno ao lado do mercado e amplia-lo. Levou alguns meses para a construção. Clarice e Felício como costume da família sempre com surpresas, ninguém sabia dos planos do casal. Meses e meses de luta em pleno silêncio, numa quarta feira de manhã eles chegam com uma menina de dois anos no colo.
Clarice e Felício: - Família esta princesa de cabelinhos cacheados preto, olhos amendoados bem vivos é a nossa filha Elisabeth.
                        Todos foram pegos de uma grande surpresa. Doralice correu abraçou abençoando a pequena Elisabeth. Clarice pegou nos braços a filhinha e colocou no colo de Ana Cristina.
Ana Cristina: - Linda! Como você é linda Betinha!
Clarice: - Ana Cristina você e o irmão de Felício, Armando, batizarão a Betinha você aceita?
Ana Cristina: - Eu? Mas tenho problemas de saúde não poderei correr para brincar.
Doralice: - Filha você será a melhor madrinha do mundo para a pequena, tens um coração puro, aceite Ana!
Ana Cristina: - Meu Deus! Eu aceito!
                        No dia do batizado, a Ana Cristina fez o vestidinho de Elisabeth na cor rosa. Ana estava muito emocionada. Clarice e Felício orgulhosos em casa no almoço começou a cantar.
João Paulo: - Olha o galo rouco!
Doralice: - Um dia maravilhoso família, Deus os abençoe!
                        Trabalhavam muito, riam muito. Clarice voltou a ter o mesmo pesadelo.
Clarice: - Ana Cristina, minha sobrinha se acontecer algo comigo e com Felício crie nossa Betinha, pedirei ao meu marido para te deixar dois apartamentos que ele tem em São Paulo.
Ana Cristina: - Pare com isso! Não quero ouvir tia!
                        As crianças cresciam conforme o tempo ia passando. Regina era alegre, brincava com as crianças, ouvia sempre os conselhos da sogra Doralice.
                        Felício quando chegava desde o portão: ”Filhinha, papai chegou”. Elisabeth estava com quatro anos, falava tudo fazia todos rirem principalmente Ana Cristina.
                        Clarice estava costurando com uma forte dor de cabeça, foi descansar enquanto Ana Cristina estava acabando de bordar as toalhas para a loja, agora maior. Doralice e Regina estavam fazendo a janta quando João Paulo veio dizer que na noite anterior havia sonhado com o pai. – Mamãe sonhei com meu pai ele estava feliz, me abraçou tão forte senti-o me apertando, mãe existe vida após terra?
Doralice: - Filho, sempre pensei, Deus é Vida! Acho que sim, não se preocupe um dia descobriremos.
João Paulo: - Não agora mãe, quero ver meus filhos grandes!
Clarice acordara mais calma: - Engraçado! Não sei se foi o comprimido que tomei para dor de cabeça, sonhei que estava andando pelo jardim e a nossa avó, Doralice, estava sentada sorrindo.
Doralice: - Mas éramos meninas quando ela foi embora, como você sabe?
Clarice: - Ela me disse que saudades minha neta! Eu devo estar confusa!
                        Doralice sentiu vontade de abraçar sua irmã Clarice agradecendo por todos esses anos, ambas continuaram abraçadas até Felício entrar com a pequena Elisabeth.
                        Depois de quinze dias Felício veio com a noticia que iria para São Paulo resolver alguns problemas. Clarice disse que queria ir com ele, mas levariam Elisabeth para alguns parentes do marido a conhecerem. Felício aceitou, iriam de carro no final da semana, voltariam logo, não teriam como cortar a viagem, pois o marido tinha que resolver problemas de família, um tio estava muito doente fora outro para resolver.
Clarice: - Ana Cristina desculpe de invadir seu terraço agora também é de Doralice. Eu quero ver as estrelas daqui espero que elas me ouçam.
Ana Cristina: - Elas sempre te ouviram tia, afinal tem orelhas!
Clarice abraçou a sobrinha: - Minha amada sobrinha eu te amo para sempre!
Ana Cristina: - Tia não vá viajar!
Clarice: - Se eu não for Felício irá sozinho dirigindo e comigo e com Betinha ele terá cautela.
                        Depois desta conversa todos foram dormir. Ao acordar Ana Cristina viu que a tia a família já tinha ido viajar. Ela orou pedindo proteção, só se aclamou quando Felício ligou de São Paulo que estava tudo bem. Ana Cristina se acalmou era só preocupação, voltou a fazer seus bordados, adiantar bem o serviço, sua mãe iria costurar as roupas. Chovia muito e a família tinha ido a missa, Ana Cristina ficou em casa trabalhando, ouviu um barulho na sala, sentada na cadeira de rodas, olhou para a sala e viu perfeitamente seu pai. – Papai!
                        O carro entrou na garagem era a família chegando. Mais tarde ela contou a sua mãe que viu seu pai. Doralice ouviu emocionada: - Sinto-o aqui nos protegendo!
João Paulo: - Vamos comer pizza! Tem muitas! Chuva com pizza é bom!
Doralice: - Enquanto arrumam a mesa irei fechar a casa de Clarice, amanhã estarão aqui e não quero que encontrem nada errado em casa.
As crianças gritando: - Pitiça!!!
                        Doralice retornou para sala, subiu as escadas parecia que estava chorando, Regina foi atrás dela. Logo as duas voltaram para a sala de jantar.
Ana Cristina: - Mamãe o que foi?
Doralice: - Eu estava fechando a casa de Clarice e me deu saudades!
Regina: - Amanhã estarão de volta.
                        No quarto Ana Cristina pede para a mãe deitar com ela, as duas oram até dormirem.
                        Quando Ana Cristina acorda, a mãe já estava lá embaixo, ela olha o relógio são dez horas da manhã era tarde para ela, mas a noite foi longa.
                        A porta do quarto como sempre aberto, ela esperava alguém vim para ajudá-la, a cadeira estava do outro lado do quarto. Ela chamou! – Eu to indo querida! (era a voz de Clarice)
Ana Cristina: - Tia vocês chegaram, me fizeram muita falta, como foi a viagem? Ela sentiu a Clarice vim até a porta, mas onde ela estava?
                        Ana Cristina começou a gritar: - Mãe! Mãe! Regina!
                        A Regina subiu rápido as escadas perguntando o que houve? Ana Cristina contara o que tinha acontecido, Regina respondera que era a saudade.
                        Na hora do almoço todos juntos, João Paulo chega dizendo que está chovendo muito na região sudeste. As crianças brincando , Ana Cristina não tem vontade de bordar, a mãe faz um chá para tomar. O telefone toca e Regina atende. Ela parecia desconcertada, ligou para o mercado pedindo para João Paulo vim embora. Ana Cristina via como estava a cunhada, a mãe não percebera, pois estava na cozinha.
                        João Paulo entrou e o casal foi conversar no quarto. Logo desceram chamando toda a família ligou novamente até todos chegarem
João Paulo: - Mamãe telefone de São Paulo, o carro de Felício bateu de frente a um caminhão chegando perto daqui. Como ele estava com o telefone de São Paulo no bolso a polícia rodoviária ligou para eles. Elisabeth estava deitada no banco de trás com a Fátima prima de Felício, a menina está internada. Felício morrera na hora. Clarice está internada em estado grave.
Doralice: - Senhor! Senhor!
Ana Cristina: - Eu quero ir até onde estão.
João Paulo: - Acalmem-se! Ana você não pode ir, não é falta de querer nosso.
                        Guilherme e João Paulo seguiram para o encontro até a noite chegariam.
Ana Cristina: - Mamãe, por favor!
                        Doralice pensou em ligar para o tio paterno Francisco, pois ele tem um carro mais confortável e se ele aceitar iremos. Regina e beatriz ficaram com as crianças. O tio aceitou logo estariam para pegá-las, colocaram Ana deitada no banco de trás, a cadeira atrás e Doralice na frente. Chegaram a noite no hospital em Uberaba. Encontraram com João Paulo e Guilherme, a prima de Felício, Fátima, estava bem, a pequena Elisabeth, o que a salvou foi à prima ter deitado em cima dela. Clarice estava muito mal. Doralice e Ana Cristina no saguão do hospital.
                        Clarice não resistira aos graves ferimentos, partira inconsciente. As lágrimas de todos eram pouco as diante de tanta dor. Elisabeth no dia seguinte obtivera alta, só o bracinho estava machucado. Fátima estava bem, mas a dor no ,peito era muito grande. Familiares de Felício de São Paulo chegaram para ajudar, todos abatidos. Chegaram pela tarde em Belo Horizonte. Felício e Clarice foram velados juntos. Ana Cristina não se continha, mas o que ela pedira para as estrelas que não a ouviram?
                        Após o funeral, todos em casa abatidos. Doralice mesmo triste dissera a família que teriam que ficar em pé, a pequena Betinha precisava da família e precisavam ver os pertences na casa de Clarice. No dia seguinte Guilherme e beatriz tomam uma decisão, irão reformar a casa que era de Clarice e Felício e mudariam com as crianças. Começaram a tomar as providências da reforma completa da casa. A menina Elisabeth agora com seis anos ficou uma semana sem falar com ninguém. Ana Cristina mostrou no céu uma estrela! – Betinha, mamãe e papai estão nos olhando de lá, fale com eles estão te ouvindo, as estrelas nos ouvem!
                        A menina ficara ouvindo, abraçou Ana Cristina e chorou muito. Passado quinze dias, Beatriz e Guilherme mudaram para a casa. As crianças brincavam.
João Paulo: - Se Felício pudesse falar conosco o que ele diria agora?
Beatriz: - Do jeito alegre dele ele diria que o galo perdeu a voz, para sermos pai e mãe da Elisabeth.
Doralice: - Vamos sempre estar com eles no coração, ninguém irá embora definitivo, vamos ter coragem, o tempo ajuda, mas o amor é eterno.
Ana Cristina chorava por dentro: - O que ela pediu para as estrelas?
                        Todos unidos passaram os dias com dor, mas um enlaçado no outro com muito amor.         Aos poucos Ana Cristina conversava com Elisabeth, ela só ouvia, estava indo para a escolinha.
                        Havia passado um ano, a família aos poucos se envolvendo no trabalho, Ana Cristina cuidava de Elisabeth como podia a mãe ajudava em tudo. As crianças correndo pela casa. Depois de dois anos Ana Cristina entrou no quarto dos bordados e costura porque Elisabeth tinha entrado.
Elisabeth: - Ana mamãe me disse ontem que é para você continuar a trabalhar.
Ana Cristina: - O que está dizendo Betinha?
Elisabeth: - Mamãe me disse que está bem! Ela disse para você me ensinar.
                        Ana o abraçou! Abriu a janela com ajuda da menina Elisabeth voltara a conversar. Aos poucos voltara a bordar, reabriu a loja. Agora Regina e Beatriz queriam ajudar, ambas costuravam um pouco. Resolveram recomeçar, havia muito trabalho para fazer, pedidos parados.
                        Um cliente queria desenhos infantis Ana Cristina respondera que não havia como. Elisabeth parecia que compreendia muito bem, pegou um papel com lápis de cor fez desenhos, uma casinha, florzinhas, peixinhos, corações e vários. Deu o papel para Ana, ela não entendeu, beatriz sorriu: - Ana Cristina ela fez os desenhos infantis, o que não falta em casa é criança, eles desenham e passamos para o tecido em cima bordamos. Ana aceitou a ideia, fizeram em toalhas, roupinhas, mostraram para ao cliente. Fazendo logo sucesso, as encomendas aumentaram.
                        Elisabeth estava com oito anos, estava fitando os céus. Ana Cristina sentada ao seu lado: - Elisabeth você também adora ver as estrelas, eu só queria saber o que sua mãe pediu para elas. Elisabeth a olhou com um sorriso no rosto e disse: - Mamãe me disse que ela pediu para as estrelas que você fosse mãe.
Ana Cristina: - Ah! Ah! Eu mãe? Como ela pediu se eu não poderia e mesmo que pudesse nunca tive ninguém que me olhasse.
Elisabeth: - Mamãe disse que alguém te olhou: Deus!
                        Ana Cristina se desmontou. Elisabeth com os braços abertos, gritando alegremente: - Você agora é minha mamãe porque as estrelas têm orelhas.
                        Ana Cristina chorou tão alto que todos correram para ver o que estava acontecendo. Sua mãe conseguiu acalma-la. Pela manhã contou tudo que ocorrera a noite anterior e tudo que ela e sua tia conversavam.
Doralice: - Clarice, minha irmã caçula pediu às estrelas que você fosse mãe, levou consigo o pedido e agora Elisabeth fala com a mãe e ela revela a menina, sua filha, o pedido.
Ana Cristina: - Mamãe é isso que estou te dizendo, de alguma maneira a tia parece que sabia de sua missão e preparou tudo.
Doralice: - Filha, acho que ela sentia o que deveria fazer talvez intuição, mas o acidente tudo é Deus que escreve na nossa vida.
Ana Cristina: - Mamãe, lembra-se dos pesadelos que eu tinha? E se nós antes de nascermos pedimos ou escolhemos o que passaremos na vida, as com a intervenção do Pai Criador, Deus. Se eu realmente fui má com minha família e hoje estou nesta cadeira de rodas minha prisão, meu limite para aprender.
Doralice: - Filha, então você teve intervenção divina porque és muito amada pela família, minha irmã Clarice te amou muito incondicionalmente.
Ana Cristina: - o que foi mamãe, você me parece triste.
Doralice: - Há um fato que eu, sua tia e avós nunca falamos. Quando eu tinha dez anos de idade tinha uma irmãzinha linda, minha mãe amava muito, ela morreu dormindo do coração quando tinha quatro anos de idade, não gosto de lembrar, meus pais sofreram muito, eu gostava de fazê-la dormir, ela tinha uma boneca de pano chamava Dinda, não quero tocar no nome dela me dá angústia. Cheguei a pensar nela será que ela voltou como Clarice em nosso meio?
Ana Cristina: - Vamos dormir mamãe, hoje tivemos muita emoção, mas sei que é Deus é Infinito Amor se tudo que conversamos é real, tudo é maravilhoso, o bom e  ruim da vida.
Doralice: - Um dia descobriremos, vamos deitar filhinha. Elisabeth está dormindo.
                        No dia seguinte levantaram todos animados, cada um com sua rotina, um novo dia, novas esperanças. João Paulo e Regina no almoço com quase todos compartilharam uma nova notícia, Regina estava grávida. A família alegrou-se seria um presente dos céus. Passado o tempo o nenenzinho de Regina havia nascido, um menino lindo se chamaria Luis Antônio.
                        As crianças brincava Doralice deitada no sofá, Regina e Beatriz na costura, Ana Cristina no bordado, ela ouviu Elisabeth perguntar algo para Regina.
Ana Cristina: - Regina, o que Elisabeth quer? O que tanto vocês procuram?
Regina: - Betinha não sabe onde colocou a boneca dela, aquela boneca cabelos loiros, esqueci o nome da boneca, é Dinda.
Ana Cristina: - Qual nome?
Regina: - Achei a boneca embaixo do sofá, acho que é Dinda, coisa de criança.
                        Ana Cristina se pudesse tinha corrido, achava que estava certa. – Mamãe acorde!
Doralice: - O que houve Ana Cristina?
Ana Cristina: - Mamãe a Betinha.....
Elisabeth: - Vovó achei minha boneca, escovarei os cabelos dela, vamos Dinda.
Doralice levantou rápido do sofá: - Não! É brincadeira, você disse à Betinha.
Ana Cristina: - Não, mamãe ela estava dormindo, nunca faria isso.
Doralice: - Não é coincidência?! Será que Betinha foi minha irmã Berenice. Estamos enlouquecendo.
Ana Cristina: - Não! Mamãe! Estamos bem lúcidos. Estou chegando a conclusão que a vida é um eterno milagre.
Doralice: - Meu Deus! Choramos pelos nossos mortos, mas eles estão vivos em outro lugar, será que eles oram por nós?
Ana Cristina: - Acredito que sim! Naquele dia eu vi papai aqui na sala é ele. Papai, Felício e Clarice estão em algum lugar vivendo, a diferença que não há dor, somente os amor. Mamãe somos abençoados, não estamos sozinhos, não estamos abandonados, jogados na sorte.
                        Doralice e Ana Cristina se abraçam. – Mamãe eu te amo!
Doralice: - Ana Cristina, eu sua mãe te amarei para sempre, não importa o tempo e o espaço.
Ana Cristina: - Já sei mamãe! Isto é maravilhoso.
                        O tempo passou para a família. As crianças cresceram, se tornaram adultas, namoraram, casaram, tiveram filhos. João Paulo e Regina eram avós modernos, ele continuou a vida toda trabalhando nos negócios da família.
                        Beatriz e Guilherme também avós muito felizes. Beatriz aposentada ajudava a cuidar da matriarca da família Doralice com setenta e sete anos de idades. Regina ajudava em casa. A casa sempre em reforma como a vida, alguns chegando outros partindo.
                        Elisabeth com vinte e sete anos de idade guardava com carinho as fotos dos pais Clarice e Felício. Cuidava com carinho a quem chamava de mãe, Ana Cristina, estava muito doente com problemas respiratório e cardíaco. Elisabeth veio até o quarto trazer o chá para Ana Cristina, ela estava sem forças, não queria mais ser internada.
Elisabeth: - Mamãe seu chá!
Ana Cristina: - Querida estou cansada para tomar o chá, mas farei um esforço, só um golinho. Hoje sonhei com sua mãe, ela estava bordando uma linda toalha, estou cansada Betinha.
Elisabeth: - Mamãe estou aqui do seu lado, coloquei a TV aqui para juntar vermos, vou segurar sua mão.
Ana Cristina: - Filhinha, Sérgio será um bom marido, se casa com ele.
Elisabeth: - Me casarei mamãe e você bordará o meu vestido.
Ana Cristina: - Querida eu orarei por todos, meu amor......
                        Elisabeth sentiu sua mãe e madrinha partir. Ana Cristina estava segurando a mão de Betinha era um adeus.
                        Betinha abraçou a mãe, chorou muito, ela aprendera com Ana Cristina a arte de bordar, costurar, mas principalmente o amor. Elisabeth desligou a TV, foi ao terraço lembrando as palavras da mãe: “- Filha as estrelas tem orelhas”. O céu estava estrelado e Betinha tinha certeza que ela estava numa das estrelas.
                        Ela desceu Doralice em pé ao lado da escada, todos entenderam o olhar de Elisabeth. No mesmo instante a família abraçada.
Doralice: - Até mais tarde minha filha.
                        Um jardim maravilhoso, um céu azul anil, o perfume das flores, uma cidades Esperança com o ar de interior, no início do século XX, com o ar da primavera, transeuntes passeando, alguns com suas tarefas, todos os cidadãos, idioma amor, o verbo a paz.
                        O quarto há um terraço que dá para ver uma parte do jardim, alguns enfermeiros entrando no quarto para cuidar da paciente. Minha paciente ainda não acordou vou dar um passeio encontrou com muitos amigos, o enfermeiro Vinícius me avisa; - Sua paciente acordou agorinha. Peço licença me dirijo até o quarto.
Dr. Manoel: - esta é a sua enfermeira, irá cuidar de você, logo se recuperará, sua memória voltará, não tenha pressa.
Eu digo: - Bom dia Ana Cristina você lembra o seu nome? Está um lindo dia!
Ana Cristina, minha paciente: - Obrigada, me lembro do meu nome, mas não me lembro do que aconteceu.
Eu enfermeira: - Você ficará bem! Descanse mais um pouco.
Eu enfermeira: - Então Ana Cristina fica em pé? Meu colega ajudará você dar os passos, deixem no segurar.
Ana Cristina: - Até parece que nunca andei vocês dois tem paciência comigo. Estou conseguindo dar meus passos, quero ir ao jardim, por favor!
Nós dois enfermeiros: - Estamos te segurando. Calma, cada passo é importante na vida, é como libertarmos de tudo.
Ana Cristina: - Aqui é um hospital lindo, ar puro, gente bonita e educada, posso me sentar?
Os dois enfermeiros: - Vamos voltar para o quarto precisa descansar um pouco, deste grande passos.
                        Nossa paciente está repousando, enquanto oramos. A oração é o bálsamo divino entre nós filhos e o Senhor da Vida. Retornamos ao quarto, nossa paciente não está, nos avisam que ela acordou, foi para o jardim andando devagarinha. Fomos ao encontro dela. – Ana Cristina está passeando sozinha, como se sente?
Ana Cristina: - Estou melhor! Engraçado sua voz não é estranha. Tive um sonho bom, eu estava bordando roupas de crianças. Será que eu fazia isso fora do hospital?
Eu enfermeira: - Aos poucos se lembrará, meu amigo irá ver outro paciente, vamos andar um pouco?
Ana Cristina: - Sim! Vamos! Este lugar é lindo minha mãe Doralice deveria vim me visitar e minha filha Elisabeth também. Eu estou lembrando ou é imaginação?
Eu enfermeira: - Está lembrando aos poucos, vamos passear fora do hospital.
Ana Cristina: - Que cidade linda! Que lugar é esse? Quanto tempos estou internada?
Eu enfermeira: - Dois anos.
Ana Cristina: - Que barulho é esse, pessoas cantando que lindo, mas esta voz rouca é até engraçada, vamos chegar mais perto. Achei por um instante que é o galo rouco, o Felício! Felício! Felício! Meu Deus é o Felício! Ele morreu, sabe enfermeira ele era marido de minha tia Clarice os dois morreram no acidente, Felício! Felício!
Felício: - Ana Cristina como você demorou em acordar, agora que está aqui conosco. Ana Cristina você está bem?
Ana Cristina: - Você é o Felício! Você enfermeira é a tia Clarice.
                        Os três se abraçaram com a mesma alegria de sempre, a emoção, Ana Cristina se lembrara de tudo.
Clarice: - Está tudo bem! Estamos juntos. Está entendendo agora o que houve?
Ana Cristina: - Sim! Aquele enfermeiro onde está?
Clarice: - Lá dentro!
                        Ana Cristina podia andar estava livre como um passarinho, sem algemas, não era mais prisioneira de si mesma, ela era livre. Entrou rápido sabia onde deveria ir, entrou na sala; - Papai!
Antônio: - Minha filha sou eu! Estava cansado de me passar como enfermeiro, está tudo bem.
                        Antônio abraçou Ana Cristina, entrando na sala Clarice e Felício.
Antônio: - Ana Cristina você estava com medo de acordar para enfrentar seus pesadelos, quando começou a ter conciência as lembranças chegaram. Passado alguns dias Doralice chegou a cidade Esperança. Esperariam ela acordar. Ana Cristina se lembrou de que o pesadelo era real, na penúltima vida na terra tinha sido cruel com a família.
Ana Cristina: - Como pode, eu tive tanto amor, nunca ninguém me tratou como um estorvo.
Antônio: - Ana Cristina, o amor te envolveu por todo o caminho que trilhaste. O perdão é fundamental na vida.
Clarice: - Eu fui a sua filha, nesta época, sabia qual a única forma de te trazer razão era saber conhecer o amor de mãe, o amor de tia para mim, você era minha filha!
Antônio: - Eu fui seu filho, só com o amor de pai poderia te agasalhar. Quando há amor todos se unem para recuperar, trazer a razão, as pessoas que amamos.
Clarice: - Ninguém pode viver na eternidade sem conhecer o significado do amor e perdão. Somos todos irmãos, filhos eternos de Deus Pai.
Felício: - Eu continuo sendo o galo marido de Clarice, sou feliz agradecido ao Divino Pai pela misericórdia de todos os dias de nossas vidas.
                        O Dr. Manoel veio avisar que Doralice acordou estava bem consciente e feliz. Todos foram ao quarto onde ela estava. Quando Doralice os viu, abraçou a todos.
Doralice: - Tudo é maravilhoso!
                        Eu, Clarice, é quem escreve esta verdadeira estória de vida. Pedi para escrever aos irmãos que precisam de um socorro, não tenham medo de partir, tenham cuidado com vocês. Tenham caridade, resignação consigo mesmo, para terem com o seu próximo seja quem for.
                        O Planeta Terra precisa de socorro, de oração. Venho pedir para orarem a Deus, ao vosso Filho Amado, Nosso Senhor Jesus Cristo, Nosso Salvador. Não é possível em falar de Vida, mais vida se não falarmos naqueles que nos amam verdadeiramente Deus Pai e Filho Senhor Jesus.
                        Espero que ajude aqueles que lerem e quiserem entender. Irmão queridos, eu Clarice Guimarães os saúdo! Paz para todos. As estrelas nos ouvem porque o Senhor Deus as criou, são nossas irmãs, são os olhos do Pai. Amém!
           
                       
                        Ditado pelo espirito de João Harsan

                         Psicografado pelo médium Esaú Davi.









sábado, 16 de fevereiro de 2013

''PAGINAS DA VIDA''


As paginas da vida são cheias de surpresas!
Há capítulos de alegria, mas também de tristezas.
Há mistérios, fantasias, sofrimentos e decepções.
Então não rasgue nem pule capítulos.....
Não se apresse em descobrir os mistérios
Não perca as esperanças....
Muitos são os finais felizes.
Pois no livro da vida o “autor” é Deus.
E Ele está escrevendo uma linda historia para você
Siga em frente, mas sempre colocando Deus em primeiro lugar em sua vida!


Irmã Sally Bell Fleur.


quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

"ORAÇÃO DA ESPERANÇA''


Que o Mestre da vida lhe ensine
A não ter medo de viver e a superar os momentos
Mais difíceis da sua historia.
Que lhe ensine que os fracos julgam e desistem,
Enquanto os fortes compreendem e tem esperança!
Não somos perfeitos..... decepções,...frustrações,...perdas,
Sempre acontecerão, mas,
DEUS é o artesão do Espírito e da alma humana!
Não tenha medo, depois da mais longa noite surgira o mais belo amanhecer.
Deus tem um plano para cada um de nós,
Seu plano é bom, perfeito e agradável, mas, às vezes nós nos distanciamos Dele.
Cabe a nós retomarmos o caminho certo e irmos ao encontro Dele.
Esse plano me diz que o Altíssimo tem uma obra a fazer em sua e minha vida.
Ainda que você se considere insignificante, você faz parte do propósito divino.
Uma vez que Ele colocou em você e em todos nós um potencial a ser desenvolvido.
Pode ser bem pequenino, ou bem grande e quando você descobre que o Senhor planejou isso para você,
Tudo ganha sentido e a vida passa a valer a pena!
Que a luz, o amor e a ternura do Nosso Pai santíssimo estejam presentes.
Na vida de todos, não importa o sentimento que tens dentro de cada um,
Entregue sua vida e sua alma a Ele que deu a sua vida por todos nós.
Temos muito mais a agradecer do que pedir!
Senhor somos teus humildes servos e agradecemos por tudo em nossas vidas, as alegrias, as tristezas, os risos, os choros, as perdas, e ganhos de pessoas queridas.
/tudo isso é para o nosso aprendizado Senhor!
Meu Divino Mestre Jesus abençoe toda a humanidade,
Que possamos ser humildes e ter a sabedoria e o amor uns com os outros,
Pois foi isso que o Senhor nos ensinou:
“Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”
“Amai vosso próximo como a ti mesmo”, não importa as diferenças.
Obrigado meu Pai Santíssimo por tudo em nossas vidas.

                                                        Amém.
               Irmã Sally Bell Fleur.                       

                                                   

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

"CARTA DA MÃE AMOR"


Esta mensagem é para todos que amam seu próximo,
As mãezinhas, aos seus filhos e a todos que tem um enorme bem.
“JESUS”.
Dormem filhinhos do meu coração!
Estou zelando pelo seu sono enquanto observo o mundo.
Dormem filhinhos enquanto dormem podem estar comigo no mundo das estrelas.
Aqui não há palavras jogadas no nada.
Dormem meus filhinhos enquanto me ouvem,
Sejam bons de coração,
Não se esqueçam de que o Senhor Deus os criou foi com muito amor e luz.
Seja luz! Quando acordarem transmita paz,
Levem harmonia onde não há.
Levem amor em tudo que fizerem, faça tudo com muito amor!
Queridos contemplem a Luz!
Quando estiverem sem forças clamem pelo Grande Senhor de Tudo Deus!
Está amanhecendo! Logo filhinho você estará acordado,
A terra está precisando de muitas orações dos filhos de fé.
Filhinhos mesmo não se lembrando de mim eu sei quem és. Não deixe que as lagrimas embacem a visão do caminho e não tenham magoas, elas só atrapalham e principalmente, nunca, jamais..,
Filhinhos nunca façam o Senhor Deus Chorar por você.
Está amanhecendo, você está acordando temos esperança em todos.
Sejam felizes com a Luz.
                       Com carinho!
                           Mãe Amor.

'' ALGUEM NOS ESPERA"


Hoje é doze de dezembro de mil novecentos e vinte e nove.
Meu nome é Carmem Lucia, meu pai Adelino esta ao meu lado, estamos entrando na igreja, meu futuro marido, Almir está me esperando no altar.
Minha mãe Silvia que fez meu vestido de noiva, simples, mas, lindo.
È o vestido mais lindo do mundo, escolhi me casar com os cabelos soltos que é na altura dos ombros cortado em fio reto com franja.
Meu bouquet de noiva foi feito com flores do jardim da casa dos meus pais.
Sou filha única e meu pai tem uma quitanda.
 Eu e Almir tivemos um noivado longo, nove anos, hoje eu tenho vinte e oito anos e ele tem trinta e cinco. Éramos vizinhos.
Moramos numa cidade do interior do estado de são Paulo.
Minha tia Cintia fez o bolo do meu casamento, toda a família e amigos estavam na igreja.
Minha prima paterna Soraia, casada com um filhinho pequeno foi quem nos emprestou sua casa no litoral norte para passarmos a lua de mel, voltaríamos em uma semana.
Foi tudo muito simples e bonito. Meu marido Almir era professor e adorava crianças e queria ter muitos filhos.
Passado um ano de casados morávamos no mesmo bairro que minha prima Soraia.
Ela e o marido alugaram uma casa para nós e nos tornamos muito amigos.
Em 1931 eu estava esperando o nosso primeiro filho Pedro que nasceu em outubro.
Pedro era alegre e muito levado e éramos muito felizes. Meu marido além de lecionar num colégio só de meninos também trabalhava com contador em uma loja.
Eu cuidava da casa e de Pedro, eram tempos difíceis e para ajudar nas despesas da casa comecei a fazer balas de coco para vender.
Pedrinho ia comigo entregar as balas. Com o tempo comecei a fazer bolos e doces.
Almir aceitava minha ajuda desde que não atrapalhasse na educação de Pedro.
Soraia sempre ia a casa levando, às vezes, novas receitas para me ajudar, ela era a irmã que eu não tinha.
Meus pais não gostavam muito que Soraia me ajudasse. Eles achavam que ela muitas vezes esquecia-se da casa dela para estar mais na minha.
O aluguel tinha aumentado e eu pedi para mudarmos para uma casa mais perto dos meus pais.
Almir: - Carmem sua prima ficará sem você, o marido dela trabalha muito e ela fica sozinha com as crianças.
Carmem: - Eu fico sozinha também, e meus pais acham que devemos morar mais perto.
Almir: - Não é isso eles acham que a Soraia fica muito tempo aqui e quanto ao aumento do aluguel eu trabalharei um pouco mais.
Carmem: - quanto tempo mais que você irá trabalhar, só resta os domingos.
Com o passar dos dias meus pais conseguiram convencer Almir a alugar uma casinha de fundo no mesmo bairro que eles moravam e com o aluguel mais baixo.
Mas, mesmo assim Almir trabalhava muito.
Soraia diminuiu as visitas em casa agora que estava grávida da sua filha Marinalva.
Quando a filha dela nasceu eu engravidei e estava ansiosa para contar para meu marido quando ele chegasse a casa.
Quando ouvi o barulho do portão, eu já tinha preparado o jantar e Pedrinho estava dormindo.
Carmem: - Almir tenho uma grande e maravilhosa surpresa!
Almir: - Você pegou mais encomendas de doces?
Carmem: - Não! Você será pai novamente! Quem sabe não será uma menininha!
Para minha surpresa e susto Almir ficou nervoso.
Almir: - Por quê? Agora não podemos, não consigo parar para descansar. Você quer acabar comigo?
Chorei muito me senti desolada e desesperada. Resolvi fazer mais doces e vender e lavar roupas para fora. Com quatro meses de gravidez eu vivia no tanque de roupa e no fogão. Pedrinho era minha única alegria quando ele sorria meu mundo iluminava-se.
Soraia veio me visitar com os filhos, contei a ela a reação do Almir em relação à segunda gravidez.
Soraia: - Carmem os homens não são iguais às nós, meu marido também é assim, quando fico nervosa deixo meus filhos na minha mãe e saio, vou a igreja dar uma volta de bonde, agora ocupo meu tempo ajudando os doentes.
Carmem: - Soraia que lindo ser humano você é, eu me queixando para você enquanto você divide seu tempo com os doentes.
Eu achava a    menina Marinalva linda tinha cabelos castanhos lisos e lindos, olhos verdes. Eu a chamava de esmeralda.
Soraia: - Marinalva puxou pelas bisavós paternas, ela é minha pedra preciosa.
Depois de cinco meses estava lavando roupa quando senti as dores do parto, minha mãe que estava em casa comigo chamou a parteira.
E a tarde nasceu minha filha Bernadete.
Almir chegou à casa a noite entrou no quarto e olhou para o neném e perguntou:
- Você tem muito leite?
- Tenho você não precisa gastar com o leite para ela.
Abracei minha filha e chorei muito.
Com vinte dias do nascimento de Bernadete eu já estava no tanque de roupa. Minha mãe me ajudava com os doces.
Eu agradecia a Deus pelas muitas encomendas de doces e de roupas para lavar.
Conforme as crianças iam crescendo eu conseguia nos manter, não faltava nenhum tipo de alimento aos meus filhos.
Eu entregava as roupas em outro bairro mais longe de casa, enquanto minha mãe ficava com as crianças. Chegando a casa encontrei Soraia a minha espera.
Soraia: - Carmem você sabe o quanto minha mãe te amava, e desde o falecimento dela que eu não sei o que fazer com as crianças.
Prometi que iria continuar meus préstimos aos doentes mais não posso ir porque não tenho com quem deixar as crianças. Você não poderia ficar com elas na terça e na quinta feira à tarde? Meu marido trabalha muito e disse que pagará por essas horas, sei que faz tempo que não se veem.
Eu tinha admiração por Soraia pelo trabalho dela com os doentes, e mesmo minha mãe não aceitando eu concordei.
Toda terça e quinta- feira as crianças ficavam em casa, e no final da tarde vinha busca-las, minha mãe sempre ajudando a cuidar das crianças.
Eu achava que estava fazendo uma caridade para minha prima que tanto bem fazia para quem precisava.
Sempre entregava roupas às quartas e sextas feiras. A me3nina Marinalva não dava trabalho nenhum. Ela era muito carinhosa me olhava com os olhinhos verdes brilhando.
Já fazia um ano que as crianças ficavam todas às terças e quintas férias. Soraia sempre vinha busca-las ante que Almir chegasse a casa. Às vezes Pedrinho falava dos primos e eu dizia que eles vinham nos visitar.
Almir: - Tudo bem! Mas, a sua prima traz o lanche das crianças?
Carmem: - Almir você não era assim? O que há com você?
Almir: - É o cansaço!
Numa quarta feira levei Pedrinho comigo para entregar doces, eu havia adquirido uma encomenda extra de roupas, mas teria que entregar nas quintas-feiras em outro bairro.
Na semana seguinte com a sacola de roupas, peguei o bonde e de longe parecia ter visto Almir caminhando na rua, tive certeza que era meu marido.
Pensei como? Ele deveria estar no colégio lecionando!
Retornei para casa pensativa e contei para minha mãe e ela me aconselhou a esquecer. Ao dormir eu fitava Almir e minha cabeça não parava de pensar.
No dia seguinte minha pediu novamente para que eu esquecesse.
Silvia:- Minha filha os homens são assim misteriosos, não era o Almir, feche os olhos, desde que o mundo é mundo os homens dão seus passeios.
Soraia logo chegou com as crianças e como tinha feito balas a mais os deixei deliciando-se e logo sai. Fui ao mesmo local onde tinha visto o Almir, mas não o achei. Então resolvi ir até a casa da Soraia, sabia que ela estava no hospital.
Para minha surpresa uma vizinha veio ao meu encontro.
Carmem: - Por favor, a minha prima mora aqui a senhora sabe me dizer que horas ela chega?
A vizinha me relatou que há um ano Soraia tinha mudado porque o marido havia a abandonado. Fiquei sem saber o que fazer. Votei para casa e Soaria já tinha levado as crianças.
Não consegui dormir, levantei-me e vasculhei os bolsos do paletó de Almir e achei uma chave que não era da nossa casa.
Na manhã seguinte a mesma rotina, terça feira a Soraia veio trazer as crianças e minha mãe as recebeu. Eu estava escondida na praça, quase defronte minha casa.
Vi Soraia sair, ela estava bem vestida, estava a pé, andamos por quase meia hora, eu a segui de longe.
Ela entrou em uma casa e eu pensei que era onde ela morava, achei que ela iria trocar de roupa para ir para o hospital.
Eu era completamente inocente, de qualquer forma, não esperava o que vi.
Continuei esperando por mais quarenta minutos e vi Almir e Soraia saindo juntos da casa e cada um indo para um lado.
Senti-me mal e desmaiei, fui acordada pelo farmacêutico.
- A senhora está bem?
Carmem: - Meu Deus já é noite!
 O farmacêutico e a esposa me levaram até em casa de carro.
Chegando a casa Almir abriu a porta.
Almir: - O que houve? Sua mãe está preocupada as crianças já jantaram!
Carmem: - Fui entregar doces e me senti mal na rua cheguei a desmaiar.
Almir: - Não vai me dizer que está grávida de novo?
Carmem: - Não! Almir.
Eu pensava: Meu Deus! Soraia e Almir eram amantes, queria reagir, mas, como?
Não conseguia olhar para o meu marido, pensei nas crianças, nos filhos da Soraia.
Resolvi conversar com ela era terça feira, quando ela chegar falarei com ela.
Já era hora do jantar e ninguém tinha aparecido, nem Soraia, nem meu marido havia chegado.
Dei o jantar para as crianças e as coloquei na cama para dormir.
Meus pais estavam preocupados e queriam ir até o hospital para ver se algo ruim tinha acontecido.
Carmem: - Pai não é necessário! Eu achava que eles haviam fugido.
Não conseguia dormir, pensava que não conhecemos as pessoas namorei por nove anos, e Almir sempre respeitoso, meus pais o admiravam, casamos na igreja diante de Deus e todos os parentes e amigos. Tinha orgulho de apresentar meu marido, um professor que trabalhava muito pela família.
Eu não aceitava o que estava acontecendo, mas não tinha coragem de tomar nenhuma atitude. Poderia dizer adeus a Soraia, mas, com meu marido eu iria conversar, achava que devia aceitar a traição, porque tinha filhos e eu seria a esposa largada pelo marido.
Logo que amanheceu eu me levantei da cama, ainda não era sete horas da manhã bateram na porta. Abri com cuidado achando que era o Almir estava pronta para perdoa-lo, afinal era o pai dos meus filhos.
Ao abrir a porta vi que era o Américo, esposo de Soraia.
Américo: - Posso entrar? Ele estava pálido com uma mala deixada do lado de fora da casa.
Américo: - Carmem estou indo embora! Fiz algo terrível, não sei se você irá me perdoar.
Carmem: - Américo o que houve?
Américo: - Hoje eu terei que ir embora, irei para o norte do país. Eu sabia que eles eram amantes, descobri quando Marinalva nasceu na minha família não tem ninguém com olhos verdes, mesmo assim eu a perdoei, mesmo ela negando a traição.
Só tive certeza quando sua tia Magda me disse que havia encontrado Soraia e Almir no bonde.  Ela me disse que se encontraram por acaso, que Soraia ia indo a sua casa para pegar as crianças e que ela tinha muito orgulho que a filha era benemérita.
Mas, eu sabia que Soraia nunca ajudou ninguém, nenhum doente.
Ela não me aceitava como marido depois que tivemos nosso único filho Josué Fabrício.
Américo:- Carmem, Marinalva é filha do Almir com Soraia.
Eu fiquei atordoada achei que fosse desmaiar, mas tinha que ouvir tudo por mais difícil que fosse.
Carmem: - Como você conseguiu aceitar? Diga-me como eu também preciso aceitar?
Américo: - Há um ano eu a abandonei nossa casa e Almir alugou uma casa para eles, ia visita-la toda terça e quinta feira!
Carmem: - Meu Deus! Pedro e Bernadete são irmãos de Marinalva. O que Faremos?
Américo; - Carmem eu não terei perdão! Depois de pedir a Soraia, varias vezes em nome das crianças que mudasse de atitude. Ontem à tarde eu os encontrei no quarto, na cama e atirei. Foram quatro tiros no Almir e um no peito de Soraia.
Carmem: - Meu Deus! Meu Deus! Meu Deus!
Américo: - Eu peço perdão, mas, era uma questão de honra!
Carmem: - Honra! Os dois eram pecadores, mas era pais, o que você dirá para seus filhos? Você estava com as mãos limpas de sangue, mas, agora como você olhará nos olhos dos seus filhos? Agora Josué é pequeno, mas logo será um homem o que ele sentira? E os meus filhos? E Marinalva?
Américo: - Não olharei nos olhos dos meus filhos, partirei, diga que fui um bom pai. Aqui nesta caixa está o dinheiro e uma carta para eles. Por favor, crie os meus filhos, agora são seus.
Carmem: - Meu Deus! Meu Deus!
Não conseguia parar de chorar, vieram todas as lembranças, estavam mortos. A atitude de cada um fizeram suas escolhas, achavam que estavam acima do bem e do mal.
Algumas pessoas agem assim pensam que nada acontecerá com eles, que são imortais e que nunca serão cobrados de nada, mas, a resposta vem sem volta muitas vezes.
Américo: - Carmem você será uma boa mãe, diga a eles que eu os amo e nunca conte a Marinalva a verdade.
Carmem: - Eu cuidarei deles como meus filhos, direi a eles que Soraia e Almir foram para o céu, depois pensarei no que direi.
Américo: - Adeus Carmem! Um dia te darei a mão quando você menos esperar!
Carmem: - Adeus Américo!
Sentia que não o veria nunca mais. Mais tarde veio a policia avisar que Almir estava morto com três tiros e Soraia com um tiro. Tive fazer uma fisionomia de surpresa.
A fama de Soraia de mulher separada e adultera fez com que ninguém fosse ao velório. No velório do meu marido muitos amigos e familiares estavam presentes.
Diziam pobre homem honrado e trabalhador fora vitima de uma emboscada.
Passei todo o velório sentada em minha casa, às crianças estavam na casa dos meus pais. Todos tinham entendido a realidade dos fatos, mas, Soraia levou toda a culpa e a má fama.
Lutei muito na vida, trabalhei muito, passaram-se dez anos. E um dia chegou uma carta de Américo dizendo que havia colocado no banco em meu nome uma quantia para te ajudar.  Neste momento estou com um revolver apontado em minha direção, não consigo conviver com o que eu fiz. Adeus! Seu eterno amigo.
Depois de ler a carta entendi que Pedro, Bernadete, Josué Fabrício e Marinalva eram meus quatro filhos. Nunca contei a verdade, disse que os pais haviam morrido num acidente. Depois que recebi a carta mudamos de São Paulo para o interior.
Passaram- se trinta anos! Pedro agora era um bom pai, ele e a esposa Vilma Maria eram feirantes. Bernadete estava casada, era uma boa mãe e boa esposa.
Para ela o pai era amoroso, sempre achei que Almir encontraria alguém que o marcaria para sempre. Ele era um professor que não sabia nada da vida.
Josué Fabrício lembrava-se muito pouco da mãe, era casado, um bom pai e se tornou um ótimo torneiro mecânico. Marinalva, minha esmeralda foi a ultima a se casar.
Casou-se com quarenta anos com um engenheiro. Conheceu um mundo de muito amor. Cuidou de mim até a minha morte.
Para Josué e Marinalva a mãe era linda e bondosa e o pai foi trabalhar no norte e morreu por lá.
No dia três de abril de mil novecentos e setenta e cinco em Campinas eu desencarnei. Não porque estava doente, mas, era chegada a hora.
Quando vivemos em paz não devemos ter medo de viver e muito menos de morrer.
Eu estava internada e sabia que era chegada minha hora, disse a Marinalva:
Carmem: - Milha filha acho que estou morrendo, estou me sentindo tão leve.
Marinalva: - Mamãe é porque você tem um coração leve, em paz!
- Eu te amo mamãe!
Eu ouvi as palavras eu te amo bem longe! Muito longe!
Estava vendo flores, mas, não conseguia atravessar o véu, senti uma mão forte me levar até um portão grande repleto de flores.
Carmem: - Obrigado por ajudar esta velha aqui acho que estamos num lugar diferente.
Quando olhei melhor era Américo com um grande sorriso.
Américo: - Carmem obrigada por tudo! Nossos filhos estão bem, obrigado por ensina-los a orar por mim. Contarei-te tudo que me ocorreu.
Eu estava perplexa. – Américo se estamos aqui é porque morremos!
...
“Carmem e Américo sentaram-se num lindo jardim e ele começou a contar sua trajetória”.
- Eu fiz muita coisa errada, tirei a vida de duas pessoas, de minha esposa e seu marido, e por ultimo a minha vida pela dor que sentia pelo que fiz.
Achava que eu não merecia viver cheguei ao ultimo estagio de sentimentos negativos e confusos, depois que tirei minha própria vida.
Não queria abrir os olhos, passei um bom tempo assim, sem querer enxergar nada.
Quando decidi abrir os olhos devagar vi o lugar mais feio do mundo, sem vida. Escuro com muita lama, rochas cinzentas, pessoas gritando em desespero, outras jogavam pedras em todos pedindo para deixa-los em paz.
Depois de algum tempo ouvi a voz de um homem pedindo socorro e logo apareceu alguém com uma luz muito clara ajuda-lo e eu perguntei:
- Que lugar é este? Ouvi-o dizer:
- Você está nas profundezas do seu desespero, seus sentimentos estão confusos, há muita dor que te consome, clame pelo Senhor Deus, clame ao Senhor Salvador Jesus Cristo, arrependa-se dos teus feitos. Peça perdão ao Pai!
Comecei a pensar que eu era o mal ladrão que estava ao lado de Jesus.
A maioria de nós é assim, fazemos coisas erradas, mentimos matamos aos outros e a nos mesmos na covardia de não querer assumir nossos próprios erros.
Covardia em não olhar para nós mesmos, de ouvir e entender que erramos, ou achamos que somos os senhores da vida então podemos tirar minha própria vida que não mereço mais viver. Então apago a luz e saio de cena?
Meus pensamentos eram confusos, sabia que tinha tirado a vida de duas pessoas. Comecei a andar, minhas aflições vagavam no tempo.
Até que vi jogada na lama, ela, minha esposa Soraia, aquela que me traira.
Cheguei mais perto achando quem ela me reconheceria.
Soraia: - Ei moço! Tira-me daqui! Ele vai vir e me matar, sinto dor de parto, tirei meus dois bebes. Moço me leve ao hospital.
Américo: - Meu Deus! Ela não me reconheceu, está gritando de dor como se estivesse com dor de parto, é o remorso que está a fazendo gritar. Quanto tempo será que faz que estamos aqui?
Voltei onde estava Soraia, ela gritava de dor.
Soraia: - Moço!Moço! Tem alguma coisa errada meus bebes não nasceram. Fiquei compadecido e disse a ela.
Américo: - Soraia te peço perdão! Alguém! Deus nos ajude!
Vi de longe uma pessoa de roupa clara, chamei-o para ajuda-la, me ajoelhei, eles a levaram.
- Você está começando a entender! Disse o homem de roupa clara.
Eu não aceitei ir com ele, não me achava digno, o tempo parecia não passar e eu ouvia orações!
- Papai eu te abençoo!Era a voz dos meus filhos orando por mim, chorei muito, arrependimento dilacerava meu coração.
Estava vagando naquele lugar escuro sem fim, parecia o sertão sem luz, com a dor no meu coração até ver o Almir, o reconheci, ele se arrastava na lama de sentimentos. Tive vontade de chuta-lo, mas, um homem sem rosto me empurrou dizendo:
- Não faça o mesmo que eu fiz, chutei a mim mesmo, se você chuta-lo estará chutando a si mesmo, perdoe!
Olhei em direção da voz que não era estranha, era meu pai Alaor Mendonça.
Ele tinha abandonado minha mãe, eu e minha irmã. Não perdoava meu pai, tinha ódio dele pelo abandono. Ele olhou para mim e eu disse a ele.
- Eu conheço você dos meus sonhos ou pesadelos?
- Vamos ajuda-lo, eu o ouço chorar, disse referindo-se ao Almir.
Eu neguei, e ele me ajudou a olhar para o Almir como um coitado, na verdade o ódio que eu sentia vinha do meu pai por ter nos abandonado. Aquele homem que eu reencontrei no inferno de nós mesmos.
Fiquei confuso, que armadilha era aquela? Será que Deus me colocar abem de frente com a minha própria realidade? Escondemos-nos dentro de nós mesmos como tartarugas que quando temem colocam a cabeça dentro do casco.
Cheguei perto do Almir, ele não me reconheceu, de longe vi os socorristas, chamei por eles. O que importava era a minha decisão de ajuda-lo.
O socorrista sorriu e perguntou:
- Não queres ir conosco?
Américo: - quero, mas, me ajudem com meu pai!
Segurei a mão do meu pai com firmeza, agora eu podia ouvi-lo com clareza.
O socorrista e o Almir sumiram. Eu entendi que eu tinha que atravessar aquele lugar até chegar lá em cima, eu o levava segurando firme sua mão. E ele dizia.
Alaor: - Quem é você para me ajudar?
Américo: - Não importa! Agora vamos em frente. A subida de nós mesmos é difícil, é como escalar o monte Everest.
No final da caminhada aquele homem que tinha medo de tudo, que era eu, tinha conseguido subir com meu pai. Vi meu pai olhando para mim e dizendo:
Alaor: - Américo meu filho me perdoe!
Américo: - Pai porque o senhor nos abandonou? Perguntei com o coração cheio de lagrimas.
Alaor: - Por que fui fraco, perdi meu emprego, bebi muito fui parar na sarjeta. Tinha uma foto de vocês, era meu consolo, um dia cheguei perto de casa, sua irmãzinha me viu e não me reconheceu correu para dentro chamando a sua mãe dizendo que tinha um bêbado na porta. Resolvi sumir! Eu tive pena, ódio de mim mesmo, depois o ódio transformou-se em lamento, em dor.
Américo: - Pai vamos para casa, os socorristas estão aqui.
Eles nos ajudaram, chegamos ao hospital, tivemos tratamento com base na caridade e no amor. Meu pai entendeu e pediu para renascer numa nova vida. Ele será meu pai nesta nova etapa. Meu coração agora via tudo diferente, queria aprender tudo com amor que é à base da vida ’’
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Américo: - esperei você chegar todo este tempo para te agradecer, agora eu estou partindo para uma nova aprendizagem, uma nova chance.
Carmem:- Estou chegando e você partindo?
Américo: - Eu te poupei de um trabalho imenso, pedi para reencarnar e Soraia e Almir serão meus filhos na Terra assim terás paz.
Carmem: - Graças a Deus! Pensei que você iria me dizer que Soraia seria sua esposa novamente.
Américo: - Tenho que ir, pegarei o trem das emoções, aprenderei a viver enquanto Almir e Soaria não chegarem, é uma troca de sentimentos. Carmem você ensinou meus filhos a orarem por mim foi o que me salvou, obrigado.
Carmem: - Está tudo bem nossos filhos são felizes eles não tem rancor de você ou de Soraia. Encontraremos-nos, eu te esperarei amigo! Até breve!
Américo: - Enfermeiros esta é minha amiga e irmã Carmem Lucia, você estará em boas mãos. Seja feliz.
Carmem: - Veja, são meus pais! Estão vindo ao portão para me receber, que lugar lindo! Eu já estava me sentindo feliz. Alguém sempre nos espera quando nosso coração está pronto.


                                                               FIM

Ditado pelo Espírito de João Harsan

Psicografado pelo médium Esaú Davi.



























domingo, 27 de janeiro de 2013

''CARTA DOS CEUS''


Meus queridos!
Aqui nos céus sentimos muita saudade dos nossos amados que estão na terra.
Irmãos cicatrizem as feridas terrenas para verem e entenderem o sentido da Luz Divina.
Minhas doces crianças compartilhem a alegria de serem filhos amados de Deus Pai.
Deixem as tristezas de lado e vivam a harmonia que há entre vocês e Deus.
Há amigos que trabalham enquanto vocês, crianças, dormem. Todos juntos unidos no trabalho de amor entre toda a humanidade.
Falam palavras ao vento, alguns com sentimentos de fé, escondidos, porque temem em saber que há o Senhor da Vida “Deus”.
Há humanidade precisa cultivar a caridade, a harmonia dos corações construindo o amor entre todos os povos aceitando as falhas de cada um chegando a uma evolução plena de entendimento mutua.
Os povos unidos superando as dificuldades vindas a todos deste planeta.
Queridos irmãos estejam juntos para um novo amanhecer.
                                                                Márcia Emye.

''A TERRA VIVA, A TERRA SEM FÉ''


Na terra há água, terra, plantas, flores, inúmeras florestas, rios, mares, peixes, mamíferos, insetos, aves, fogo, vento, crianças, jovens, idosos, homens e mulheres.
Um lindo planeta repleto de vida!
Na Terra foram ouvidos os profetas, homens de fé, homens sem fé, ensinamentos, profecias diversas, palavras ao vento.
Há o tempo que passou o tempo de hoje, o tempo de amanhã.
Há fome, sede, riqueza, pobreza, união, desunião, guerra e paz.
Há tudo muito!
Um pouco do “Todo”.
Há montanhas para alguém, lá de cima, observar o tempo,

Há a humanidade!
Alguns falam que conhecem o caminho, sabedoria em se desviarem das pedras.
Outros isolados pelo egoísmo ou pelo medo de existirem.
Na Terra há tudo muito.
Um pouco do Todo, há o amor e o ódio, que é irmão do amor, apesar de não admitir.
Mas, está faltando alguém!
Sim!
Está faltando o “Tudo” e o “Todo”,
Está faltando Ele, a Luz, está faltando
NOSSO SENHOR JESUS CRISTO.
Nosso salvador.
Convide-o para entrar em sua morada principal: seu coração.

Ditado pelo espírito de João Harsan

Psicografado pelo médium Esaú Davi.