Rio de Janeiro
– Brasil – 1945
Meus pais
nasceram no Brasil, eram alegres, casaram-se muito cedo.
Minha mãe Ana
Julia, linda em seus dezenove anos. Meu pai João Pedro
Era simpático,
moreno de olhos verdes e era mecânico.
Casaram-se no
dia dezessete de maio, no cartório sendo oferecido um almoço.
Para os padrinhos
e familiares,
Às dezessete
horas realizou-se o casamento numa pequena igreja em uma cerimônia simples.
Minha mãe não levou o bouquet, as flores que a levaram tal era seu nervosismo.
Meu futuro pai
no altar estava pálido de tanto nervoso.
Eu ainda não
nasci, estou acompanhado pelo mentor Vinicius que me está orientando, afinal
estou conhecendo meus futuros pais.
João Pedro que
será meu pai, na vida anterior foi meu irmão Antonio e vivíamos em Portugal.
Morremos
juntos num terremoto, mas, prometemos que cuidaríamos um do outro. Sinto que
ele precisará de mim.
Em Portugal,
Antonio teve um inimigo e se não fosse pelo terremoto ele teria sido assassinado
por Manoel, que o odiava.
Manoel tinha
uma noiva chamada Margarida, que estava apaixonada por Antonio.
E tinham
combinado fugir, mas, veio o terremoto e acabou com os sonhos de todos.
Vinicius pediu
que eu observasse a noiva que será minha mãe, e eu a reconheci como sendo
Margarida.
A moça que meu
irmão outrora tinha se apaixonado agora seria sua esposa, minha futura mãe.
Houve uma
pequena festa após o casamento, não tiveram lua de mel, depois da festa foram
para casa.
Na pequena
casa que pertencia à avó materna de minha futura mãe, com dois quartos e uma
pequena sala ficava o presente mais valioso e idolatrado que ganharam no
casamento, um radio que enchia a casa de sons de alegria.
Vinicius veio
me buscar dizendo:
- Vamos?
Gostou dos seus futuros pais?
- Sim gostei! Sinto
que algum acontecimento virá, mas, prometi ao meu irmão que sempre seremos
amigos. Vinicius não nos veremos mais? Qual será meu nome?
- Calma!
Estarei contigo e seremos amigos para sempre. Quanto a seu nome que tal
Ferdinando?
Passaram-se
doze meses na Terra e eu já estava preparado.
Meus futuros
pais estavam bem, amavam-se e faziam amizade com todos.
Por enquanto
eu estava como mentor deles, quando ouvi uma briga, meu futuro pai com o
vizinho, briga de homens, com socos e pontapés.
Minha mãe
correu e meu futuro avô segurou meu pai e os vizinhos também.
- João Pedro
se acalme, disse minha futura mãe, desde que você conheceu Isaac.
Que vocês dois
brigam e agora chegaram a se bater.
- Ana Julia não
gosto dele e não quero você cumprimente-o.
No dia
seguinte acompanhei Ana Julia ao mercadinho e ela foi falar com a esposa de Isaac.
- Marta peço
desculpas pelo meu marido, ele não pode ver seu marido que a briga começa.
- Estou casada
há um ano e nunca vi Isaac agir assim, ele fala dormindo, diz coisas estranhas como;
Antonio vou te pegar, mas não conhecemos nenhum.
Antonio. Quero
engravidar, mas preciso ter calma, vou a igreja orar e pedir a.
Intervenção
Divina.
- Não sei se
você sabe, mas, eles brigam em qualquer lugar.
- Meu Deus,
Marta eu não sabia, isso me dá medo, também quero ter um filho.
Posso ir com
você na igreja?
- Sim! Esta casa que moramos é dos meus pais se nós
mudarmos teremos que pagar aluguel e os tempos está difícil.
Percebi que
Marta e Ana Julia tornaram-se amigas e iam sempre à igreja.
- Meu amigo
seu trabalho já começou, entendeste que Isaac foi Manoel, os dois.
Precisam se
harmonizar para não acontecer o pior, está é sua missão. Disse-me Vinicius.
- Como? Logo
reencarnarei, serei um bebe, estarei só e indefeso?
- Você não
estará só. A humanidade sempre acha que está só, mas Deus sempre está presente.
Ferdinando
todos nós somos anjos de Deus. Cabe a nós escolhermos serem anjos
De Luz ou da
escuridão. Está é a grande briga da humanidade temem o apocalipse, mas está
dentro de nós o fogo ou o paraíso, as trevas ou a luz.
Temem por
doenças, forças da natureza, mas, o pior inimigo ou o melhor amigo vive dentro
de cada um. Quando temos Deus temos limites, reflexão, humildade em aceitar os
remédios amargos da vida.
Quando a
escuridão habita a alma não há limite, tudo é permitido.
O juiz mora na
nossa consciência, nos julgamos e escolhemos as dores ao invés do Amor.
O amor é o
remédio Divino para todas as feridas da alma que na terra ou nos céus refletem
no corpo físico e até espiritual.
È mais fácil
negar a existência do Divino Deus, porque a maioria da humanidade vê Deus Pai
como um gênio da lâmpada mágica. Ou negam porque temem saber que tudo que
existe tem um Dono: Deus Pai e Deus Filho.
- Entendi! O
Senhor Pai dará o remédio para Isaac e João Pedro.
- Sim!
Ferdinando está chegando a sua hora e a minha, estaremos juntos.
- Vinicius não
me deixe com está missão difícil!
- Ferdinando
seu nome mudará e o meu também, então numa palavra nos reconheceremos: “Irmãos
para sempre”. Até Breve!
Vinicius me
abraçou e foi embora.
A mentora
Maria Luiza veio me buscar dizendo:
-Vamos! Fique
feliz você será o tratamento para uma ferida.
Ela me levou
para um lugar chamado Luz e Amor para a preparação para minha descida para a
Terra.
Deitei-me numa
plataforma de luz, ouvi uma musica suave, como um coro de anjos cantando e
adormeci.
Enquanto isso
Ana Julia almoçava com João Pedro, ouvindo o radio quando se queixou de enjoo e
com muito sono.
No dia
seguinte ela foi visitar a mãe e desmaiou. A família preocupada a levou para o
hospital. Depois do exame o medico veio falar com João Pedro.
- O senhor e
sua esposa serão pais, meus parabéns, sua esposa está grávida de seis semanas.
A alegria
tomou conta da casa, João Pedro pintou a casa, fazia tudo que Ana Julia pedia,
ela fez um repouso forçado porque o marido não deixava que ela fizesse nada.
Passara-se
cinco meses e numa tarde Ana Julia foi ao mercadinho e encontrou Marta.
As duas ao se
verem começaram a rir, estavam grávidas do mesmo tempo de gestação.
- Parabéns
Ana! Eu e Isaac estamos felizes. Eu sabia que estava grávida tive um sonho
lindo. Sonhei que estava num lugar com muitas flores e veio um rapaz louro me
dizer que tudo passaria, até me lembro do nome dele: Vinicius.
- Estranho eu
senti meu bebe chutar quando você falou no sonho.
È sina que
nossos bebes estão felizes. Bem agora tenho que ir, despediu e Ana Julia voltou
para casa contente.
No dia
seguinte, casualmente, encontraram-se novamente na igreja orando pedindo e
agradecendo pelas benções recebidas.
Ana Julia
sentiu as primeiras contrações e foi levada ao hospital maternidade.
Logo a família
estava reunida ansiosa pelo nascimento. Na sala de espera do hospital João
Pedro encontrou-se com Isaac, nervoso também porque sua esposa estava também em
trabalho de parto. Olharam-se, mas, não brigaram.
-Isaac é sua
esposa que está aqui?Vejo você nervoso?
- sim! É nosso
primeiro filho.
As famílias de
ambos os observando de longe, sem que percebessem, com medo de brigarem, mas,
espantaram-se em ver que tudo estava em paz.
Depois de duas
horas veio um médico e dirigindo-se a João Pedro disse:
- Parabéns! O senhor e sua esposa ganharam um lindo menino,
sua esposa está bem e logo a enfermeira virá busca-lo para vê-los.
Depois de mais
uma hora outro medico veio e dirigindo-se a Isaac disse:
- Senhor Isaac
sua esposa passa bem, é um lindo menino. Parabéns aguardem para vê-los.
Isaac chorou!
E João Pedro ficou emocionado.
- Somos pais!
Graças a Deus!
Era dia cinco
de novembro de 1947 e eu deixara de ser Ferdinando e aguardava
Para saber meu
nome. Depois de dez dias voltamos para casa, agora eu estava materializado num
mundo materializado.
Um berço,
rostos embaçados, mas sentia o amor vindo dos meus pais.
Meu pai me pegou
o colo e me disse:
- Filhinho seu
nome será Francisco, porque São Francisco de Assis amou a natureza e a Deus e
eu quero que você seja um homem que ame tudo que Deus criou. Você é o tesouro
do papai e da mamãe.
Depois de
vinte dias fui batizado, na igreja, minha mãe me balançando, senti a água na
minha cabeça e ouvi uma voz dizendo:
“Você é filho
de Deus Pai e de Deus Filho para todo sempre.”
Do outro lado
da igreja havia outro batizado, era do filho de Isaac e Marta, cujo nome era
Matheus e chorava muito.
Quando Marta
se aproximou de Ana Julia o bebe parou de chorar e eu senti alegria.
Com um ano
meus pais me levaram para passear na pracinha, encontramos os pais de Matheus.
Agora nossos pais já conversavam com calma.
Ano após ano
nossos pais se encontravam na mesma praça agora já tinha cinco anos e
brincávamos juntos e os pais já se davam bem.
Passado cinco anos,
eu já com dez anos, tinha uma irmãzinha de dois anos, linda chamada Ana Clara
que era a alegria da casa.
Uma bela manhã
de domingo fui jogar bola na pracinha, a bola rolou para o meio da rua, e eu
corri atrás da bola sem olhar para os lados, veio um carro e me atropelou, era
o carro de Isaac.
Ele assustado
me levou para o hospital e logo chegaram meus pais.
Meu pai
nervoso discutiu com Isaac, perdeu a cabeça e esmurrou –o.
Depois de meia
hora, com a intervenção da família, acalmaram-se.
Quando de
repente entra Marta no hospital com Matheus desmaiado nos braços
E os médicos
correndo para socorrê.
Enquanto isso
o medico veio avisar que eu havia quebrado as duas pernas. Teria que fazer uma
cirurgia e ficaria algum tempo internado.
Acordei após a
cirurgia e perguntei para minha mãe:
- Mamãe como
está o Matheus?
- Filho como
você sabe que o Matheus está aqui?
- Mamãe vá
vê-lo.
- Está bem,
daqui a pouco quando seu pai chegar eu irei.
Meu pai chegou
trazendo um carrinho de presente para mim.
- Papai eu
tive culpa, desobedeci, foi um acidente. O senhor Isaac não teve culpa, por
favor, deixe mamãe ir ver o Matheus.
- Como você
sabe sobre o Matheus? Sua mãe pode ir vê-lo.
Depois de
algum tempo minha mãe voltou abismada dizendo que Matheus estava bem, e que os
médicos fizeram todos os exames e não encontraram nada de errado, amanhã ele
terá alta.
- Francisco
ele mandou te dizer “Irmãos para sempre”, e que você entenderia.
Eu sorri la
dentro de mim, meu irmão espiritual não tinha me deixado, entendi que nos dois
tínhamos a missão de unir as famílias.
No quarto de
Matheus, os pais conversavam com ele.
- Meu filho
você tem um irmão mais novo que é o Paulinho e que te ama.
Sabemos que
você e Francisco nasceram e foram batizados no mesmo dia, mas, ele não é seu
irmão.
- Mamãe lembra
que antes de você ficar grávida de mim você teve um sonho
Que estava num
lindo lugar e um rapaz falar contigo? Eu sou Vinicius e vim acabar com esta
guerra entre papai e o pai do Francisco.
Nós somos
amigos a muito tempo de vidas passadas. Papai precisa entender que tudo é
eterno, o que somos e que podemos nos tornar melhores que hoje.
- Eu nunca contei
esse sonho para nenhum de vocês.
Isaac é
verdade, eu e Ana Julia íamos à igreja pedir intervenção divina para que
houvesse paz
entre vocês. Deus ouviu nosso clamor.
- Vocês estão
me assustando, me diga algo que eu entenda. Disse Isaac.
- Papai você tinha
pesadelos com Portugal, terremoto e tinha um inimigo chamado Antonio.
-Meu
Deus! Eu nunca contei como era o
pesadelo para sua mãe, às vezes tenho a sensação que tudo vai cair em cima de
mim. È verdade Marta.
- Papai, todos
nós somos anjos amados de Deus! Alguns seguem os
ensinamentos do Senhor e
outros caem na escuridão, mas, Deus com seu Amor Divino espera que todos
retornem para casa sem mácula.
Marta e Isaac
se abraçaram e choraram muito e abraçaram Matheus dizendo:
- Ficamos com
tanto medo de te perder! Senhor obrigado! Abençoa-nos.
No dia
seguinte após a alta, Matheus e seus pais foram até o quarto de Francisco.
Matheus foi
direto abraçar Francisco dizendo
- Irmãos para
sempre! Os dois falaram ao mesmo tempo felizes apesar do grande susto que passaram.
Marta e Ana
Julia disseram que continuaria com as orações, porque os seus filhos mostraram
que os céus nos ouvem.
- Isaac me
perdoe, fiquei nervoso, tive medo de perder meu filho.
- Você está
perdoado João Pedro, Matheus nos disse algumas coisas que me fez pensar. Eu
tinha pesadelos com terremoto em Portugal, sentia raiva de um tal de Antonio,
acho que era você, parece maluquice, mas, acredito no que meu filho disse. Peço
perdão por todo mal que te fiz no passado.
- Meu
Deus! Isaac, às vezes tenho a impressão
que o chão vai se abrir sob meus pés, penso que é porque estou trabalhando
muito, mas ouvindo você falar senti algo que n/ao sei explicar. Guardamos medos
que não entendemos e pelos nossos filhos e por nossas famílias eu te perdoo de
tudo do passado e do acidente do Francisco, aliás, ele me disse que me
desobedeceu e que tudo não passou de um infeliz acidente. Estou me sentindo
aliviado.
- Eu também,
respondeu Isaac.
Enquanto
Francisco esteve internado as famílias se confraternizaram em visitas a ele.
Logo teve alta
e voltou ao colégio que Matheus também estudava.
As famílias
tornaram-se grande amigas. Francisco e Matheus
cresceram, estudaram,casaram-se
e tiveram filhos e netos.
Um senhor
sentado na praia com os netos ao seu redor brincando ao sol; é Matheus, alguns
anos mais velhos, era dezembro de 2008.
De repente
sentiu um forte dor no peito, pegou o celular que ainda não sabia lidar muito
bem e chamou seu grande amigo Francisco.
- Francisco,
meu irmão, estou na ambulância e meus netos estão comigo.
- Velho irmão
já estou indo, disse Francisco.
Eu Francisco,
acompanhado pelo meu filho e minha esposa Carmem, cheguei ao hospital e corri
para saber noticias do meu velho amigo e irmão.
Fiquei sabendo
pelos filhos de Matheus que ele tivera um enfarto.
Quando ele melhorou
um pouco me chamou.
- Matheus
deixe de ser teimoso, fale baixinho.
- Francisco
abe quem está aqui sorrindo? Os ex-briguentos! Nossos pais que agora são
amigos. Deu tudo certo, até breve irmão.
- Cala a boca,
você não vai embora, logo é natal Matheus.
- Irmão eu
verei o natal com luz verdadeira e não num pisca-pisca.
- Virei vê-lo
amanhã!
- Até amanhã
irmão.
Fui para casa com
o coração apertado. À noite o telefone tocou e Carmem foi atender, mas, eu já
sabia.
- Francisco
estão avisando que Matheus partiu.
- Sim, mas,
não para sempre.
Passado dias
da partida de Matheus, era ano novo, entrada de 2009.
Os fogos de
artifícios brilhando e eu pensava que a humanidade aplaude os fogos, mas,
quando entenderá que a verdadeira Luz deve vir de dentro de nós?
Quando
entenderão que Deus é Amor e Luz? Enquanto brindam os céus trabalham pela
salvação de todos. Os anjos cantam louvando ao Senhor Pai.
Somos todos
anjos de Deus, como seria bom se toda a humanidade deixasse de lado todo o
orgulho, vaidades e começassem a ver a vida com a simplicidade que Nosso Senhor
Jesus nos ensinou. E caminhassem com as sandálias do pescador.
Em julho de
2010, fiquei sabendo que tinha câncer de fígado. Minha família se desesperou.
Carmem minha esposa orava muito. Fiz todo o tratamento calmamente e tentava
acalmar minha esposa dizendo a ela que somos como pedras e para tornar-se
cristal precisamos nos lapidar.
Francisco você
tem medo?
- Medo! Não!
Peco ao Pai que se for do meu merecimento que eu tenha Luz.
Mas, sei que precisamos
orar por todos, porque muitos têm medo de morrer, mas, não tem medo de perder
as asas dos anjos que somos.
Quando tive
alta do hospital fui levado para o apartamento do meu filho de frente para a
praia com toda a família a minha vota preocupados comigo.
E eu só orava
pedindo misericórdia ao Pai para todos que não conhecem o Vosso amor.
Em novembro,
dia sete eu estava deitado na sala do apartamento, vendo o sol e o mar, estava
me sentindo cansado, com muito sono, quando ouvi a voz do meu velho amigo.
- Francisco
está tudo bem!
Eu dormi
profundamente e quando dei por mim estava do lado do meu corpo doente. Entendi
tudo, vi minha esposa e filhos chorarem, mas, sem desespero. Me sentia leve,
pleno, olhei para o lado e vi meu pai João Pedro e minha mãe Ana Julia
acompanhados por Matheus. Eu finalmente podia ir embora.
Na vida quando
se faz tudo com amor, você não parte definitivamente, deixamos obras de
carinho. Ninguém pode passar neste planeta Terra, que Deus fez com todo seu
amor sem deixar nada. Eu deixei meu bom dia a todos por onde passei. Orei por
todos! Procurei ajudar sem fazer alardes!
Procurei,
assim como você que está lendo, viver para Deus e ter a certeza que para sempre
somos todos irmãos. A morte não é o fim e sim um grande começo!
Ditado pelo
Espírito de João Harsam
Psicografado
pelo médium Esaú Davi.