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io de janeiro,
Brasil, 2 de março de 1962. Acordei num berço bem aquecido, sentia que eu era
amado, sons percebidos pelos meus pequenos ouvidos, sabia que era dos meus
pais, principalmente de minha mãe devido ao som do coração quando ela me
amamentava. Meu nome é Robson Duarte.
Alegrava-me no
colo dos meus pais. Passado alguns meses sentia tristeza em minha mãe Tereza.
Conseguia perceber o som da voz de ternura, mas não tendo a mesma alegria.
Eu estava com
dois anos de idade, o toque das minhas mãos no rosto de minha mãe era
inconfundível, sentia amor, sua voz transmitia uma ternura que me sentia seguro.
Eu tenho uma irmã mais velha do que eu dois anos, Isabela, ouvia a risada dela
pela casa, não podia acompanhá-la nas brincadeiras. Com cinco anos ela estava
numa escolinha só para brincar. Eu não ia para escola ficava em casa, achava
que todos eram iguais a mim. Mamãe está grávida me colocou sentado do lado dela e minha cabeça deitada na barriga dela “mamãe
estou ouvindo é meu irmãozinho?”.
-Sim Robson. É
seu irmãozinho.
-Mamãe
brincarei com ele, ele também irá para escolinha?
-Talvez! Ele
ainda precisa nascer.
-Nascer! Mas
já faz tanto barulho!
Depois de
cinco meses nasceu meu irmão Renato. Sentíamos a casa feliz eu apalpava meu
irmão era pequeno muito frágil.
Meu pai levava
sempre ao médico não entendo pra que, até esta tarde.
-Dr. Martins:
Robson você é um menino bonito, está com boa saúde fará acompanhamento com
professoras especiais para você poder viver normalmente e começar aprendizado com
Braile.
-Dr°Martins: o
que está dizendo? O que é isso? Por quê?
Meu pai José
Ricardo me abraçou, seu coração batia forte:
-Robson você
sabe meu filho que te amo muito, o Doutor está dizendo que você aprenderá os
sentidos para ver a vida com as mãos e sentidos em sua volta.
-Não entendo!
- Dr°Martins:
Robson você nasceu com um problema nos olhos, precisamente na córnea, não
deixando você ver o que está em sua volta.
-Então eu
fecho ou abro os olhos e esta escuridão eu tenho e papai, mamãe todos não são assim?
Eu sei que meus irmãos são bonitos, mamãe é perfeita tem um lindo coração. Papai
o coração dele bate forte tem pressa de viver.
-Dr°Martins: Robson
você enxerga de um modo mais perfeito, eu diria com os sentidos, você poderá
ter uma vida normal.
Eu ouvi um
som:
-Papai você
está bem? Chega perto de mim.
Minhas mãos no rosto dele senti água com gosto
de sal, sabia que era lágrimas. Choramos como neném é a primeira comunicação
fala ao sair do corpo uterino.
-Papai não
chore, sou perfeito.
Ele me abraçou
-Meu filho
queria não ter dinheiro, mas você é igual a todos.
-Papai eu sou
igual, entendo o som do coração. Aprenderei tudo.
Voltamos para
casa. Morávamos numa linda casa, grande. Desde pequeno eu adorava o jardim,
sentir o perfume das flores, a grama macia, o calor do sol. Eu já tinha oito
anos. Ouvia a televisão não entendia porque tanta guerra, sempre pensei a
humanidade que somente enxerga faz briga guerras, porque veem e não entendem o
que veem? Então sou feliz não farei guerra com ninguém, aprenderei os sentidos
da vida.
Íamos sempre à
igreja católica, a missa, ouvia sobre Deus. Sempre falavam na Luz Divina, eu
era muito criança, mas iria entender. Eu tinha esperança. A Esperança dele
habita dentro de nós para acordarmos para um novo dia, assim eu sentiria com o
toque das minhas mãos a vida.
Meus avós
maternos maravilhosos, minha avó Silvia sempre brincando, canta o dia todo. Meu
avô Rodolfo aposentado arrumava o jardim e me leva junto para aprender e
ajudá-lo a aguar as plantas.
Eu estava numa
escola especializada, aprender a me expressar em Braile. Achei engraçado até
divertido. Eu tinha sorte tinha uma família que me protegia. Minha irmã Isabela
sentada no terraço eu ao lado ouvi um som como se estivesse puxando cordas.
-Isabela você
está puxando cordas ou o que?
-Robson estou escovando meus cabelos
-Posso escovar
assim seus cabelos não sofrem
-Está bem! A
escova está aqui na sua mão, sentada no chão.
- Robson
escovando os cabelos de Isabela, disse mamãe.
-Mamãe os
cabelos dela gritavam pedindo socorro
-Realmente
agora está linda Isabela, você achou um protetor para seus cachos.
Daquele dia
sempre escovava os cabelos de Isabela. Quando cresci ela fazia minha barba.
Neste dia uma tensão em todos. Isabela com o aparelho de gilete na mão encheu
meu rosto de espuma e os meus cabelos também, até ela achar meu rosto precisou
do auxílio do meu avô.
-Vovô socorro,
Isabela quer arrancar o nariz de um ceguinho, neste caso eu.
Vivíamos
alegres e mais ainda quando ganhei um cachorro César ele é um dálmata. Isabela
tinha descrito o físico de
César, mas o sentia como uma criança alegre, um
grande amigo. César dormia comigo. Isabela o ensinou a pegar meus chinelos, eu
o ensinei a pegar levemente algo delicioso na cozinha era um segredo. Passeava
com César no quarteirão junto com meu avô
Eu já tinha
quinze anos, meu irmão mais novo estava internado com pneumonia não estava bem.
Mamãe e papai no hospital, todos orando. Ao dormir fui orar, buscava em mim
Deus, minha avó falava que eu veria quando Deus visse em mim um bom filho. Eu
orava toda noite para eu ser bom filho, às vezes ficava triste queria ver como
todos, mas por quê? Não via o que fiz pra vida? Eu naquela noite orei com
fervor para meu irmãozinho, senti alguém entrar no meu quarto sentar na cadeira
para me ouvir. Eu ouvi: “Robson ele ficará bom!” Minha irmã entrou no quarto e
não era ela que estava lá, mas alguém ouviu.
Isabela com
dezessete anos foi para faculdade de medicina todos estavam orgulhosos. Ela me
disse:” “Robson terminando os estudos faça uma faculdade”
Assustei-me!
Mas eu precisava continuar, precisava viver. Minha casa era agitada. Entrei
para outra escola de música
flauta, deixei todos de casa quase surdos, mas conseguia, depois de dois anos se apresentamos para mais de 300 pessoas numa orquestra, eu estava tão nervoso, mas a vantagem de ser cego é que você não vê as caras feias, mas sente as vibrações dos sons, os sentidos da vida. Antes de terminar a tocar tinha certeza que fomos muito bem. Agora era as ondas dos aplausos
As crianças
vinham falar comigo pedir orientação, sempre era convidado a participar de
festas. Eu não podia ver ninguém chorar me incomodava. Fui conversar com papai
e mamãe: “quero ser psicólogo!” eles: “Porque não?”.
Comecei a me
preparar, quem deixava passar nas provas?
E passei, no
dia da matricula, meu avô foi comigo fazer a matricula, iria ter algo especial,
mas iria enfrentar.
No meu
primeiro dia de aula na faculdade um colega:
-Robson você é
cego não vê nada como você vai ajudar alguém sem ver o rosto?
Respondi:
-Eu não posso
ver, mas posso sentir o coração, o timbre da voz da alma, posso dizer a todos
que quando a escuridão nos apodera só a um caminho: reconquistar a luz. Quero
ser um psicólogo só quem passa esta experiência pode entender o interior de
cada um.
Consegui me formar,
me tornei um psicólogo, eu achava que o difícil era eu ter pacientes, assim eu pensava.
Minha irmã Isabel se tornou dentista logo abriu um consultório,meu irmão mais
novo não sabia o que queria arrumar uma namorada que ajudava os pais trabalhando na feira,ele como
apaixonado achou bom trabalhar na feira.
Isabela alugou
a sala ao lado para outro especialista, fui visita-la, achei grande: Isabela
esta sala é bem confortável, bem espaçosa, aluguei a sala, será meu consultório,
só que quero plantar aqui dentro e no terraço flores.
Ela achou
ótimo!Abri o consultório, aprendi logo a perceber o espaço tudo que nele
continha faltava paciente. Todo dia tomava lanche na lanchonete ao lado.
Ouvi um
gemido!
- Senhorita esta ouvindo um choro baixinho? Você me da licença para adentrar na lanchonete?
Alô?Quem chora?Vindo ao quartinho de dispensa. Alguém ai?
Moça: - Eu não abri a porta pra ninguém! Tenho uma faca, quero morrer com meu filho.
- Senhorita esta ouvindo um choro baixinho? Você me da licença para adentrar na lanchonete?
Alô?Quem chora?Vindo ao quartinho de dispensa. Alguém ai?
Moça: - Eu não abri a porta pra ninguém! Tenho uma faca, quero morrer com meu filho.
A garçonete Fernanda:
- É a Kátia ela está grávida de pouco tempo o marido dela sumiu.
- É a Kátia ela está grávida de pouco tempo o marido dela sumiu.
Eu: - Kátia sua
voz é muito doce, mesmo com lágrimas. Não vou te forçar a abrir a porta sei que
tens bom coração ,que estas tristes.Eu também fico assim. Olha estou sentado na
porta tenho o tempo inteiro pra te ouvir. Você tem uma criança nos braços?
-Não ele ainda
está na minha barriga, meu namorado me deixou é melhor morrermos.
-Kátia você já está trabalhando tenho certeza que tudo dará certo, você está com medo. Eu também
tenho, todos tem medo quando o dia amanhece temos medo de sermos fracos, mas não
somos. Você teve a coragem de se mostrar e chamar a atenção de todos. Você quer
que todos ouçam a sua dor. Eu entendo, seu namorado é um covarde ele não sabe o
quanto você é forte e este lindo bebe que carrega também sabe disso.
-O que você sabe da vida?
-Kátia eu sei
que todo dia dentro da escuridão que vivo preciso transportar uma luzinha que
não conheço como é para dentro da minha escuridão. Dar um passo, confiar que
não vou cair ouvir o som de tudo e mudar o meu Eu.
-Você é cego?
-Sou! Desde
que nasci! Converso bem, precisa crescer e confiar em mim e em você. Você pode
vencer o mundo, este bebê precisa de você, tire-o da escuridão.
Kátia abriu a
porta emocionada, abraçou Robson, não fizera o aborto, depois de certo tempo
ganhou um menino Miguel.
Depois de dias
apareceu dois clientes
Uma mãe que
seu filho descobrira que era adotado e não aceitava a vida, sem saber quem era
os pais. A mãe adotiva chama-se Lizandra, o menino Marcos, com doze anos.
O marido de Lizandra virou um detetive descobrindo que a mãe biológica era usuária de crack, havia morrido, conseguiu descobrir onde ela estava enterrada. Passada as sessões Lizandra demonstrava mais confiança em mim, me pediu para junto levá-lo ao cemitério onde estava enterrada a mãe biológica do menino. Ninguém falava nada até que Marcos virou para o Robson:
O marido de Lizandra virou um detetive descobrindo que a mãe biológica era usuária de crack, havia morrido, conseguiu descobrir onde ela estava enterrada. Passada as sessões Lizandra demonstrava mais confiança em mim, me pediu para junto levá-lo ao cemitério onde estava enterrada a mãe biológica do menino. Ninguém falava nada até que Marcos virou para o Robson:
-Eu também
serei dependente de crack?
-Creio que
não, uma porque você está vendo onde param pessoas que usam crack, desaparecem
como pó deixando dores, lágrimas. Outra não é porque nasci cego que um dia se
eu tiver um filho ele também será. Marcos, ela escolheu o que quis e você não.
Ele abraçou
Lizandra e disse:
-Você é minha
mãe!
Fiquei
contente, um cliente após o outro. Um senhor de quarenta anos não tinha espelho
dentro de casa porque se achava horrível, feio não queria ter namorada. Quando ele
percebeu que eu era cego ficou contente porque não viria o rosto dele. Eu
sentei, ele deixou apalpá-lo o rosto dele.
-Você tem um nariz
que quer respirar todo o ar que existir isto é bom, levará mais oxigênio ao cérebro e com isto terá mais inteligência, mais rapidez para tomar atitudes, seus cabelos em desalinho significa que tem pressa em viver sempre no horário, sua boca pequena gosta de falar pouco,
suas orelhas maiores são para ouvir, refletir bem tudo antes de tomar decisão,
não fala coisas vãs. Rosto, maxilar forte gosta de sorrir com bom motivo.
-Meu
Deus! Você não é psicólogo, sou assim
mesmo, me acho horrível tenho a pele oleosa, com espinhas.
-Isso não é
problema é que você guarda muitos ressentimentos, sua pele expõe seus medos
para fora como poderíamos viver com tudo dentro de nós se o corpo não falasse. Só
precisa de cuidados com a pele mas, para isso precisa de um espelho, olhe tenho
um sabonete lave o rosto aqui eu não to vendo mesmo.
-Robson posso
te pedir algo?
-Claro
-Você me dá
este espelho?
-Claro! Mas
você volta!
Passado o
tempo meu consultório havia clientes, eu achava que eu tinha problemas por ser
cego, mas via que eles que veem não se enxergam e muitos menos a vida e o tempo.
Recebi um
telefonema de uma cliente dizendo que a irmã tinha tentado um suicídio estava
hospitalizada se eu poderia ir até lá. Chegando ao hospital bati sem querer
numa moça, o meu paletó caiu, abaixei para pega-lo, acabei pegando a perna da
moça. Levei uma tapa no rosto, não tive chance de me desculpar. Fui até o quarto,
à moça estava contida no leito conversei com os familiares. O pai da cliente
Eduardo:
-Ela deixou
dezenas de bilhetes: “Hoje é meu último dia”, ela colocou duas caixas de
calmante dentro de um refrigerante, cortou um pulso e a perna. A irmã chegou a
tempo.
Perguntei se
sabiam o porquê desta tentativa
-Não é
tentativa, ela queria se matar por causa do ex-noivo que desmanchou o noivado,
disse o pai.
-Não, ela
pediu socorro para alguém salvá-la, ela está pedindo socorro.
Passado dois
dias, Kátia acordou quando me viu e perguntou:
-Você também
está internado, operará as vistas? Robson?
-Não Kátia é
de nascença sou um psicólogo e seu caso é curável você não nasceu com esta dor.
Ela me ouviu ficou
pensativa, um bom tempo calada.
-Robson como
você anda? Disse Kátia
-Eu ando com
as minhas pernas e não com os meus olhos
-Ela riu e
disse: “quero dizer sem ajuda”
-Tenho uma
bengala! Por que você avisou com bilhetes é para ser salva pela dor que sente?
-Você é cego,
mas não é burro, eu queria que avisassem meu ex-noivo e ele viesse correndo pra
mim.
-Você está o
vendo aqui?
-Não
-Quem você vê
aqui no hospital?
-Meus pais,
irmãos, amigos e você um psicólogo cego.
-Adiantou?
Transferiste esta dor para todos e agora?
-Não! será
conhecida como a Kátia que acordou depois de uma tempestade e viu quantos a
abraçaram para viver até eu estou aqui para ajuda-la.
-Você já
pensou em se matar?
-Eu? Você está
brincando? Meus familiares lutaram para eu ser o que sou hoje e outra meu
consultório é ao lado do consultório da minha irmã, que é dentista, e também tenho curiosidade como não entendem a vida se podem enxergar.
-Poxa! Eu
mereço ouvir isso!
-Até amanhã no meu consultório
-Até amanhã,
sairei hoje!
Cada vez mais
pacientes, alguns com estigmatismo, miopia, catarata e tudo mais. Acho que todos
esses problemas são para todos sentirem e verem a vida de uma forma mais simples.
Este tempo que
vivo aprendi a não ser materialista, a vida é feita de sentidos que ainda
preciso descobrir.
Minha irmã
entra no consultório abatida:
-Robson mamãe
ligou, vovô morreu em casa, ele teve um enfarto não deu tempo de salvá-lo.
Fomos para
casa, todos tristes com lembranças
maravilhosas, me lembrava do meu avô me dizer que iria enxergar. Passado um mês a vida voltou ao normal.
No meu consultório já tinha uma secretária, ela sabia que eu gostava de cappuccino. Estava tomando sem pressa, ouvi a porta abrir, sentar ao meu lado.
maravilhosas, me lembrava do meu avô me dizer que iria enxergar. Passado um mês a vida voltou ao normal.
No meu consultório já tinha uma secretária, ela sabia que eu gostava de cappuccino. Estava tomando sem pressa, ouvi a porta abrir, sentar ao meu lado.
-Ivone por que
você está em silêncio? Disse Robson
Senti uma mão
máscula em cima da minha. Com a outra mão fui apalpando o rosto, meu coração disparado.
-Vovô é o
senhor?
-Robson meu
neto não tenha medo!
As lágrimas rolavam pelo meu rosto sem controle
-Vovô poderei enxergar?
-Você já
enxerga com o coração!
Senti ele se levantar e abrir a porta vislumbrei uma pequena luz e logo de volta escuridão.
Chorei como uma criança
Meu avô falava tanto em Deus!
-Meu neto
confie em Deus! Ele sabe qual remédio que nossa alma precisa
A secretária me
ouviu chorar, chamou minha irmã.
-Robson, faz
pouco tempo é sua emoção.
-Não! Eu
passei a mão no rosto dele era nosso avô! A vida é plena, a escuridão é aqui! É a
cegueira da alma. Deus não nos quer assim, nós é que somos mudos, surdos e
cegos para os céus.
Passei viver a
vida com mais alegria, tendo certeza que há luz! Eu ia às missas, mas sabia que
a luz deve vir no nosso interior. Dentro de nós há amor, luz, temos vergonha de
demonstrar.
Minha irmã
Isabela casou. Uma linda festa, meu pai a conduziu no altar. Neste dia estava
muito feliz, mas tive que tomar inúmeros analgésicos, estava com muita dor de
cabeça.
Na festa minha
irmã me apresenta uma amiga, pela voz não me era estranha. Mas de onde? Não
pensei duas vezes:
-Você é minha
paciente?
-Você acha que
sou maluca agora? Antes finge que joga o paletó e agarrar minhas pernas?
-Olha! Está
havendo um mal entendido meu paletó caiu e eu só queria pegá-lo e sou um
psicólogo.
-Psicólogo
fajuto que não conhece seus pacientes.
-Denise meu
irmão é cego desde que nasceu não foi por querer que segurou suas pernas. Disse
Isabela.
Denise virou
rápido dando uma cabeçada no Robson
-Me perdoe
como me desculparei.
-Por favor, me
traga um copo d’água preciso tomar um remédio, estou com dor de cabeça.
Denise
trouxe a água!
-Sabe que pra
você que é um cego é bem bonito;
-Denise eu já
lhe desculpei.
Acabou a festa
fomos para as nossas casas, de madrugada quando parou de doer minha cabeça, comecei
a rir da desastrada Denise.
Depois de uma
semana no consultório, um novo cliente Cláudio tinha um problema sério.
-Dr. Eu
trabalho, tenho uma vida pobre, uma casinha pequena, mas eu queria dar uma casa
tão grande que precisa de um carro para achar alguém.
-E o que você
faz na vida?
-Sou motorista
e tenho um bico, não é digno, mas vou parar.
-E por que
você está aqui?
-Dr. eu
preciso parar com este bico, vai me levar à ruína, mas penso no tamanho da
grande casa para minha família, bem Dr. agora preciso para por aqui, tenho um
bico agora até a semana que vem.
No consultório
entrando com calma:
-Olá tem
alguém aí? Pergunta Denise.
-Serve eu?
Responde Robson
-Eu vim lhe
pedir desculpas e fazer um convite: quer ir ao cinema comigo, eu vou relando o
filme! Por favor!
-Denise não
tem noção! To cansado!
-Sinto que
esta noite será linda, eu pago!
-Tá bom!
Vamos, mas que filme?
-O que tiver
nós veremos
Saindo do
cinema fomos tomar lanche. Denise falante e Robson calmo. Saíram para ir ao
estacionamento Denise
abre a porta do motorista e uma voz: “Isto é um assalto!” Denise tremendo, Robson: “calma, entregamos o carro”.
abre a porta do motorista e uma voz: “Isto é um assalto!” Denise tremendo, Robson: “calma, entregamos o carro”.
-Desculpe foi
engano, disse o ladrão.
-Robson o
ladrão correu quando ouviu sua voz, você é o meu herói.
- Contou para todos os conhecidos.
- Contou para todos os conhecidos.
Robson
percebeu que voz do ladrão era conhecida.
Denise não
deixava Robson em paz, comprava livros, lia pra ele, fazia jantar, levava
almoço no consultório.
Passado uns
dias o cliente Cláudio apareceu.
-Boa tarde Dr.Robson
Robson havia
reconhecido, era ele o assaltante do dia do cinema.
-Cláudio você
quer uma casa grande e por isso corre risco com seu erro.
-Sim doutor.
Robson colocou
uma venda escura na vista do Cláudio - Agora Cláudio me ache sem tirar a venda.
-Doutor, para que eu quero mais espaço para minha ilusão, eu poderia ir morar num quadrado. Obrigado
doutor nunca esquecerei.
Uma tarde no
consultório Robson teve uma forte dor de cabeça, chegando a dispensar clientes.
Estava meio atordoado, ouvi novamente:- Robson!
Senti uma mão
na sua vista orar junto! Senhor Jesus abençoe este filho! Abençoai senhor!
EU segurei as
mãos de relance, era meu avô. Despertei com minha irmã Isabela me perguntando
se estava tudo bem. Robson respondeu que sim.
Combinaram de todos jantar num restaurante a família toda reunida e nisto levanta-se Denise e fala;
-Eu sou tímida
quero me casar com Robson, não aceito não como resposta.
Todos entreolham-se surpresos.
Todos entreolham-se surpresos.
-Acho que não
tenho nenhuma alternativa! Eu aceito!
Todos
aplaudiram! Denise e Robson ficaram noivos no susto.
Denise quando
você quer se casar? Pergunta Robson
Assim que meus
pais chegarem de Minas daqui a três meses.
Robson levou
um susto!
O casamento
marcado, ele pensava como é vida de casado?
-Pai o que
faço?
-Relaxe deixe
tudo acontecer!
No dia do
casamento Robson pediu para a irmã descrever as flores, a igreja, tudo. Ele
escolheu as músicas, na entrada “Jesus a alegria dos homens” e durante a
cerimônia “Ave Maria”.
Quando Denise
entrou, Isabela a descreveu. Robson foi levado pelas músicas e a emoção. Veio à
festa, Denise dançando uma valsa com seu marido Robson. Os noivos foram para
lua de mel numa fazenda hotel.
Robson quando
acordou, pensou: “Sou um homem casado”! Ele foi levado pelo perfume das flores
do jardim. Denise se levantou quando viu Robson sem roupas no jardim, ela
correu levando seu roupão. Foram dias lindos, Robson experimentou cavalgar
junto com um cavaleiro, tomou banho de cachoeira. Estava feliz. Ao deitar-se Denise ainda estava no banho e Robson sentado no jardim teve uma forte dor de cabeça, olhou para o alto:
junto com um cavaleiro, tomou banho de cachoeira. Estava feliz. Ao deitar-se Denise ainda estava no banho e Robson sentado no jardim teve uma forte dor de cabeça, olhou para o alto:
-Deus está
doendo muito!
Assustou-se
porque viu um reflexo era a lua por segundos, ele só falou para Denise na hora
de dormir. Passado a lua de mel a vida voltou a rotina. A Ivone passou a ser
secretária de Isabela e Denise minha secretária. Cada vez mais clientes, muito
trabalho sem ter muito tempo para lazer. Denise foi ao médico e Robson ficou no
consultório. Retornou novamente a forte dor de cabeça levando o Robson ao chão.
Robson acorda
no hospital com toda a família, precisava ficar alguns dias no hospital para
exames complementares. Quando Denise o abraçou ele sentiu seu coração disparado
-Querida não
se preocupe não é nada.
Depois de uma
semana o médico se reuniu com a família, mas não diziam nada para Robson sobre o seu estado de saúde e todos
transmitiram alegria.
Denise dormindo
na cadeira, Robson acordado sentiu alguém chegar perto da cama. Robson segurou a
mão:
-Vovô eu sei
que é você, o que está acontecendo comigo?
Robson abre os
olhos vê o vulto de seu avô, chora muito e vê seu avô sorrindo.
-Meu neto
estaremos logo juntos, não tenha medo, você deixara uma semente.
Logo
desapareceu, chorei muito acordando Denise.
-Querido estou
aqui, ficará tudo bem.
-Eu sei quem
somos nós para reclamar. Denise eu vi meu avô, ele disse que estaremos logo
juntos e deixarei uma semente. Denise chorou muito!
-Querido
acredito em você! Eu estou grávida, teremos um filho! Mas você ficará bom.
-Espero poder
senti-lo!
-Não fale
assim
-Quero falar
com o médico agora.
Denise foi
chamar o médico.
-Robson vejo o
melhor, sua fisionomia está ótima; disse o Dr. Victor
-Dr. o que tenho o que causa essas fortes dores de cabeça?
Eu quero a verdade.
-Robson até
hoje é um grande milagre de você está vivo. Você tem um tumor no cérebro
inoperável, por isso você nasceu com problemas visuais chegando a perder a
visão por completo. E agora está comprimindo seu cérebro podendo ocorrer uma hemorragia.
-Dr. quanto
tempo tenho de vida, Denise está grávida quero ouvir o som do meu filho,
pegá-lo no colo.
-Você ficará
internado por um tempo não se desespere
-Doutor não me
desespero porque sei que não estou só. Existe Amor em tudo se chama Deus.
Confio em Deus que conhecerei meu filho. E posso consultar meus pacientes aqui.
-Não Robson
você é o paciente precisa descansar.
Tinha visita
todos os dias, depois de quinze dias minha avó Silvia falecera, não pude ir ao
enterro. Orei muito por ela
Pela manhã
alguém me cobriu me beijou, ouvi claramente a voz doce: “- meu neto Robson”-
sabia que era minha avó.
Minha mãe veio
me ver, trouxe bolo de chocolate, penteou meus cabelos, fez minha barba. Peguei
a mão dela estava tremula, ela apresentava uma voz sorridente.
-Mamãe não
tenha medo, tudo dará certo. Vovó está bem, ela me cobriu, ouvi a voz doce me
chamando.
-Meu filho
como você tem tanta certeza do que me fala
-Mamãe sou cego,
não vejo as ilusões humanas, vejo com meus sentidos. O sentido é a vida. Esta
escuridão que vivo é a ilusão da Terra, é como a humanidade vivesse sem luz.
Imagine se a luz do sol se apagasse em todo o planeta, as ilusões materialistas
estariam às escuras, a humanidade teria que aprender a viver um com o outro ou
se matariam. Mas,não precisa ninguém se matar o que deve iluminar tudo é a Luz
da Alma. Deus é eterno, quando Ele nos fez foi para que vivêssemos eternamente mas, nos tornarmos mimados demais porque em tudo a humanidade reflete a rebeldia. Eu não
pude ser rebelde estava perdendo meu precioso tempo de ter todos os meus sentidos
e aprender e ajudar.
-Meu filho,
Deus te abençoe!
Denise já
estava com cinco meses, mostrando com orgulho a barriga para todo mundo, ia ver
Robson todo dia, eles sabiam que era um menino.
-Filhinho olha
o papai. Robson acariciava a barriga de Denise e sentia o bebe se mexer.
-Meu filho seja
o que você quiser, mas ajude a todos, seja um bom irmão, um bom filho. Eu
peguei sua mãe pelas pernas quando peguei meu paletó
-Robson fale
coisas alegres. Meu filho você acredita que o assaltante que tentou nos assaltar
no dia que fomos ao cinema era paciente do seu pai, ele o conheceu e não
assaltou, seu pai é uma super herói.
Passado mais
três meses, Denise estava com oito meses de gestação e o medico a proibiu de entrar no
hospital. Robson via-a pela janela empinando a barriga. Neste dia, Robson teve
uma crise muito séria e os médicos chamaram família achando que ele morreria.
Mesmo com muita dor orou baixinho.
Robson ouviu e
sentiu alguém abençoa-lo com as mãos:
“-Pai, este
seu filho Robson é um bom filho, no seu coração não há rebeldia, há paz”.
Clemência! Clemência! Senhor Salvador Jesus médico dos médicos pedimos
Misericórdia! Senhor! Senhor! Misericórdia!
Amanheceu
todos no hospital menos a Denise que estava em casa deitada ao lado do
telefone. Pela manhã o telefone tocou.
-Alô é Denise!
Louvado seja!
Robson sem os
médicos explicarem havia uma melhora bem significativa.
Depois de um
mês nasceu seu filho Luiz Felipe com 3.700kg, 40 cm, perfeito com muita saúde.
Colocaram Robson numa cadeira e o levaram até Denise, ainda sonolenta,e depois ao
berçário o médico permitiu que Robson pegasse seu filho nos braços. Robson o abraçou
com todo o amor de um pai ansioso:
-Querido filho
é papai eu te amo! Você tem as mãozinhas, os dedinhos tão pequeninos, as
perninhas de um campeão, os pezinhos lindos, os bracinhos alegres, os olhinhos
verão tudo, mas veja o que ninguém vê: DEUS! Suas bochechinhas fofinhas, a
boquinha tão miúda, as orelhinhas pequenas, pouco cabelinho. Meu filho você é a
obra de Deus, é o amor da mamãe e do papai.
Não havia quem
no berçário não se comovesse.
Passado três
dias mãe e filho tiveram alta. Denise vinha dias alternados para Robson vê-los.
Mas Robson teve uma dor muito forte e o médico proibiu as visitas, acabou
entrando em coma. Todos orando, Denise dizia que Robson iria voltar. Depois de
vinte dias Robson acordou pelo espanto dos médicos. O medico resolveu conversar
com Robson e Denise. Luis Felipe já estava com dois meses.
-Robson tudo
que podíamos fazer já foi feito, como eu disse é inoperável, talvez você tenha
mais alguns meses.
-Você terá sua
alta, mas qualquer problema telefone ou venha pra cá.
Robson saiu do
hospital feliz, foi para casa recebida por todos com muita alegria, um almoço
em família. Não parecia que Robson tinha um problema de saúde tão grave.
Luis Felipe com oito meses. Os pais moravam juntos para ajudar, Denise voltou a
trabalhar. Robson ouviu o sorriso do filho, ria sem saber o por que. A tarde
dormia na cama com Luis Felipe.
Robson sentiu
duas pessoas o energizarem. Orarem, ele sabia quem era. A mãe dele viu quando
chegou na porta do quarto viu um homem, um senhor e Luis Felipe sorrindo
Quando Robson
acordou sua mãe lhe contara:
-Meu filho
acho que é seu avô. Ambos sorriram de alegria.
Chegou o dia
do primeiro aniversário de Luis Felipe, uma linda festa com bichinhos de
pelúcia com bolo de dois andares enfeitados com bichinho, doces, refrigerantes,
nada faltava, uma festa linda.
-Denise estou
tão feliz poderia flutuar, o cheiro dos doces, a música, o sorriso das
crianças, o Luis Felipe alegre, sei trocá-lo muito bem, ele já está dando seus
primeiro passos, será um grande homem. Foi uma bela festa.
Depois de um
mês estavam os pais arrumando o jardim. Denise plantando novas flores, Luis
Felipe correndo, jogando beijos para o canto do jardim. Denise e Sílvia
perceberam que estavam sós, achavam que eram os avós. Robson estava feliz e
Luiz Felipe corria para o colo dele. Robson sentiu uma dor muito forte na
cabeça.
-Luiz Felipe
eu te amo papai vai dormir um pouquinho.
-Gente o café,
vem filho chama o papai para tomar... Robson... Robson... Não, não... Robson
Os pais olharam Robson.
-Querida ele
foi embora!
-Robson!
Robson!
-Que sono,
minha cabeça está leve, há há há se eu
não tivesse sonhando diria que eu estava lhe vendo, mas como vou ter imagens
nos sonhos
-Robson, você
está acordado, mas não na terra.
-O que?
-Meu neto veja
lá fora, as plantas, as árvores, as flores, olhe aqui os enfermeiros, sua avó.
-Eu
morri! Posso ver!
Meu
avô me levou para ver o mundo maravilhoso de cores vivas, cachoeiras, rios,
céus, estrelas, a beleza das flores, harmonia em tudo. O carinho de todos. Eu
estava feliz!! Queria trabalhar mas antes porque deixei de ser cego?
-Antes
desta vida você era rebelde, ironizava a presença divina em tudo, foi quando
surgiu à luz elétrica na Terra, você dizia que o homem era a luz, a sua rudeza
da alma o levou a aprender. Respondeu-lhe o mentor Diego.
-Espero
que o senhor me perdoe.
-Ele
ter perdoou, mas como um bom pai precisa ensinar seus filhos: limites.
-Tinha
certeza que nunca, mais quero ajudar eu era psicólogo.
-Está
bem! Ajudará a receber os recém-chegados que precisam de orientação. Assim foi
meu trabalho, para me preparar, aprender a entender que fazemos parte do Amor
Divino.
-Robson
você tem uma missão na Terra, sua esposa Denise e seu filho, ela sente sua falta.
Meu
avô pegou minha mão, me senti flutuar leve, chegando a Terra mais pesado,
estava n minha antiga casa.
Denise
estava sentada, triste, magra, abatida, sem vontade de nada. Entra Luis Felipe
com cinco anos de idade:
-Mamãe
toma leite.
Meu
filho estava lindo mas com o coraçãozinho triste por ver a mãe triste. Fiquei a
noite toda comecei a orar, pedir socorro.
-Luis
Felipe!
-Quem
é você?
-Tá
vendo na foto, sou seu pai!
-Você
está me vendo papai, mamãe está enganada. Mamãe, mamãe é o papai!
A
janela meio aberta entrava um pouco de luz. Denise veio:
-Luis
papai não... Robson! Robson!..
-Sim
Denise sou eu. Eu te disse, aqui há luz posso ver tudo, sempre estarei aqui.
-Robson
tinha medo que você estivesse na escuridão! Vamos nos ver! Graças graças!
-Denise
viva, tenha força por você e pelo nosso filho.
Denise
sorrindo, balançando a cabeça que sim, abriu as janelas colocou músicas, a
felicidade voltou.
Eu
ria, estava feliz! Retornei rápido para a “Cidade dos Sinos”. Eu estava em
paz, parti com 43 anos bem vividos.
Resolvi
escrever porque muitos irmãos enxergam mas não veem, muitos gastam tempo em
coisas fúteis que não trará nada de bom, jogam palavras fora que não servem
para nada ou só para magoarem alguém. Alguns se escondem mas se esquecem que
Deus é o Nosso Senhor, Ele vê tudo, ouve tudo.
Abracem a todos sintam a beleza da vida e do tempo, sejam felizes com que tem porque é a medida certa e afinal todos um só caminho para a LUZ.
Luz para Luz
Abracem a todos sintam a beleza da vida e do tempo, sejam felizes com que tem porque é a medida certa e afinal todos um só caminho para a LUZ.
Luz para Luz