segunda-feira, 9 de abril de 2012

BEM LONGE DA ESCURIDÃO.


          
             
Rita de Cássia nasceu em 1910, bonita, filha de Humberto Pasqualini e Rosa Maria Pasqualini. Tinha cinco irmãos e seu pai era dono de uma joalheria em sociedade com seu irmão Romildo.
Todos estudaram em Ribeirão Preto. Rita acompanhava sua mãe nas nos eventos sociais.
Marcos Tadeu, irmão de Rita, médico, casou com Sonia Maria numa linda festa de casamento.
Os recém casados tinham sua casa até Sonia Maria engravidar porque devido à ausência de Marcos em razão do seu trabalho, eles se mudaram para a casa de Rita.
Em 1918 com o fim da primeira guerra mundial, bailes ocorriam em comemoração, onde toda a alta sociedade se fazia presente.
Rita conhece Pedro silva e começa um romance levando os dois ao casamento em 1932. Rita então com vinte e dois anos e Pedro com vinte e cinco anos já terminando seus estudos. Iria ser professor e com o passar dos anos advogado.
O mundo estava em crise financeira e o pai de Rita foi roubado pelo seu sócio e irmão.
Tiveram que vender seus bens para pagar divida, só restando o casarão em que moravam.
Rita estava grávida de uma menina que nasceu no casarão. Bernadeth, criança calma era alegria do lar.
A mãe de Rita não aceitava a situação financeira da família e vivia de aparência, sonhadora, tomava chá com as amigas que também estavam na mesmo situação, fora da realidade. Sua mãe comprou duas passagens para uma viagem num transatlântico, convencendo o marido que tudo voltaria ao normal.
Rita e os irmãos não queriam que os pais fossem viajar, estavam com o coração aflito.
Rita abraça seu pai pedindo para não viajarem. E o pai responde:
-Filha você conhece sua mãe, ela vive nas nuvens, daqui a vinte dias voltaremos, cuide da minha netinha.
Despediram-se no porto de Santos. Rita e sua irmã Tereza choraram muito e Pedro disse-lhes:
-Meninas se acalmem logo estarão de volta.
Rita lhe responde:
-senti papai se despedir para sempre!
Passaram-se oito dias, Pedro e todos da família vieram para casa mais cedo e Rita aflita perguntou:
-O que aconteceu?
-recebemos um telefonema avisando de um fato trágico: Sr. Humberto se jogou em alto mar e o corpo não foi encontrado, diz Pedro.
Todos da família ficaram muito abalados e dois irmãos foram até a Argentina, onde o navio estava atracado.
Trazer a mãe de volta que estava sedada.
A família estava de luto! Gloria, mãe de Rita encontrava-se em completo desequilíbrio emocional, foram dias difíceis.
Um dia chegou o oficial de justiça para empenhar os carros, quadros, terrenos a joalheria e o casarão onde moravam.
Graças às economias da família do marido de Rita, conseguiram recuperar o casarão que foi só o que restou para a família e todos sabiam que tinham sidos roubados e havia fraude porque nada aconteceu com o sócio do Sr. Humberto
Depois de meses Rosa Maria contou que o marido havia dito que tinha provas contra o sócio e um diamante de grande valor guardado que poderia salvar a família.
Rita e todos revistaram o casarão e não encontraram nada e acharam então que tudo não passou de alucinação de Rosa.
Passaram dois anos, e Rita engravidou trazendo alegria para família. Aos cinco meses de gestação o médico ouviu dois coraçãozinhos, ela estava gerando gêmeos.
Fizeram um chá com as amigas, ganharam muitos presentes. O quarto do bebe já estava arrumado.
Numa madrugada Rita acordou gritando, tivera um pesadelo, contou ao marido em prantos:
-Sonhei que ouvi papai pedir socorro, estava no fundo do mar, viu o pai, mas, não conseguia segurar a mão dele para trazer cima e ele dizia:
-Rita me ajude!
Finalmente depois de tomar um chá calmante ela dormira abraçada a foto do pai.
Depois de vinte dias começaram as dores de parto. E ela foi levada para o hospital.
Toda família, o marido nervoso, a tia Esterzinha irmã da Sra. Rosa, estava orando quando sua irmã diz:
-Meu marido está aqui e está bem!
Levaram-na pra casa para que pudesse descansar.
Nisto veio a equipe média dizendo:
-Tivemos alguns problemas, mas, agora está tudo bem. A menina nasceu primeiro e tivemos a impressão que ela segurava a mãozinha do menino. Nasceram com dois minutos de diferença, e são crianças fortes e lindas.
A família se abraçou agradecendo um presente de Deus.
Passou-se um ano e na festa de aniversário dos gêmeos Lucas e Maria Paula e o casarão estava em festa com muita alegria.
Rita não trabalhava mais fora de casa, tinha os filhos e a mãe para cuidar e todos da família a ajudavam nesta tarefa.
Sete anos depois com as crianças já maiores, Rita faz um curso de artesão em jóias e fabricava bijuterias finas que eram vendidas para amigas e em lojas de amigos.
Numa tarde as crianças voltaram cedo da escola El ucas ficava perto da mãe, olhando-a trabalhar e dava seus palpites que Rita adorava.
Nesta tarde ele disse a mãe:
-Aqui está o relógio do papai, não era bateria ele está perfeito.
Ele tinha aberto e consertado o relógio do pai que não acreditavam no que viam.
Ana Maria então diz:
-Meu irmão é muito inteligente! Venha Lucas vamos comer bolo na cozinha.
Rita achava engraçado! Um dia ele viu a mãe atarefada com tantas encomendas de bijuterias que pediu para ajudar. Ela aceitou e ficou boquiaberta com a habilidade e paciência de um menino de sete anos.
Lucas fez uma linda pulseira para avó materna, causando espanto em todos. A avó o abraçou emocionado.
No dia seguinte tosos estavam almoçando quando escutaram uma gritaria no segundo andar.
Rita e Marcos subiram para ver o que tinha acontecido. Entraram no quarto e viram Bernadeth batendo em Maria Paula, ela tinha quebrado os brinquedos da irmã e arranhado seu rosto.
Rita levou a filha menor para cuidar do seu ferimento, enquanto o pai segurava Bernadath tentando acalmá-la, e ela gritava:
-Eu não gosto de você, tenho nove anos, sou mais velha, mas, vocês não me amam, só gostam dos gêmeos!
Lucas entrou no quarto e abraçou Bernadeth dizendo:
-Irmãzinha nós te amamos. Eu e Maria Paula precisávamos nascer. Eu te amava antes de nascer e agora preciso do teu amor.
Maria Paula acrescenta:
-Maninha ter o mesmo quarto? Podemos mamãe?
- Se seus irmãos aceitarem! Tudo bem.
E Lucas continua dizendo a Bernadeth:
-Irmãzinha quando você nasceu a família estava com muitos problemas e você sentiu tudo. Papai, mamãe e vovó estavam muito abalados!
Os pais olhavam paras as crianças em silencio, espantados com a conversa dos três.
Naquela noite dormiram todos no quarto dos pais. Pela manhã já estavam mais calmos conversando no jardim.
Bernadeth entra com uma rosinha do jardim e sua mãe diz:
-Filha você pegou uma linda rosinha
-Foi o Lucas que me deu mamãe, ele diz que sou uma linda rosinha e sou a jóia dele. Vamos mudar para o quarto da frente? Acho que cabemos nós três!
Rita, Sra. Rosa e Esterzinha ficaram paradas sem saber o que dizer. Até que Esterzinha diz:
-A vida é eterna e as pessoas que amamos voltam!
- Do que a tia Esterzinha está falando?
E sua mãe responde:
-Seu pai voltou filha como seu filho Lucas!
Rita comenta com o marido a idéia da mãe e sua tia e ele acha que as duas estão fantasiando para não sofrerem a ausência do Sr. Humberto.
Alguns dias depois, Rita e Pedro levaram as crianças numa sorveteria. Todos estavam felizes e alegres. Na saída da sorveteria, um homem se aproxima das crianças Lucas lhe dá um chute.
Pedro vê quem era e Rita apressa-se em corrigir o filho dizendo:
-Lucas isso não se faz! Ele lhe disse alguma coisa para você agir assim?
-Ele é o ladrão do Romildo!
Pedro olha para esposa confirmando as palavras do filho, mas, não entenderam a reação do filho porque tudo se passara muito antes dele nascer.
Naquela noite ouviram Lucas chorar e as irmãs o abraçaram, consolando-o. Finalmente dormiram e os pais continuavam confusos, sem nada entender.
Na manhã seguinte, bem cedo, Bernadeth bate na porta do quarto dos pais
-Posso entrar?
-Sim querida! O que ouve ainda é muito cedo?
- Não consegui dormir pelas coisas que Lucas me contou!
-O que foi filha?
-Lucas me disse que antes de nascer ele estava no fundo do mar e a mãe dele foi buscá-lo e os dois vieram para barriga da mamãe. Mas, eu disse a ele que em Ribeirão Preto não tem mar!
- E ele disse que estava num navio olhando o mar quando sentiu tontura e caiu no navio.
Rita tremia ouvindo a filha e Pedro lhe deu um calmante e foi falar com a filha.
-Papai eu acredito em Lucas! Eu não entendo muito da vida, mas, acharemos as respostas.
Pedro pega a filha no colo e leva de volta para o quarto dizendo que tudo ficará bem.
Desce as escadas e encontra Esterzinha fazendo um bolo, e relata o acontecido a ela. Esterzinha ouve e diz que deviam levar a menina num centro Kardecista chamado Amor e Luz.
Pedro reluta, mas acaba aceitando ir com Rita e Bernadeth.
No centro, ouviram que a morte é apenas uma passagem para uma nova vida e que seria possível o Sr. Humberto ter retornado porque ele iria resolver os problemas que deixou na vida anterior e com a ajuda do amor materno, voltou à família.
E que Lucas ainda daria mais sinais do passado e
Quando resolvesse tudo levaria a vida de uma criança livre sem peso no coração.
E Rita desabafa:
-Então meu pai não se matou, ele sentiu tontura e caiu do navio. Ele era forte, era o esteio de minha mãe e de todos da família. Minha diz que ele queria voltar para pegar as provas de sua inocência e limparia seu nome.
-Esse sempre foi meu sonho diz Rita emocionada.
- Calma, diz Esterzinha, acalmem-se e o ajudem em sua missão, para que ele possa ter paz!
- Mas, como? Diz Pedro!
-Abra seu coração com a verdade, por mais difícil e estranha que possa ser para vocês.
Retornaram para casa, pensando em como ajudar.
No dia seguinte era domingo e estavam todos presentes no casarão e Rita, Pedro e Esterzinha relatam tudo que ouviram no centro.
Seguiu-se um grande silencio, mas Tereza e a Sra. Rosa falam
-Vamos ajudar!
Depois do almoço, os adultos relatam a Lucas onde foram e tudo que ouviram.
O menino então responde:
-Eu não tinha intenção de morrer, Rosa, Bernadeth e todos precisavam de mim!
O profundo silencio foi quebrado por Bernadeth que se aproxima do irmão dizendo:
- Eu sempre fui amada!
E toda a família mesmo assustada abraçou Lucas.
- Pessoal estão se esquecendo de Maria Paula, ela foi minha mãe e foi o amor dela que me resgatou do fundo do mar!
E Pedro abraça a filha dizendo:
-Minha pequena notável! E todos a abraçaram.
Rita pede ao filho que procure reativar suas lembranças para achar os documentos.
A família uniu-se em busca dos documentos, remexeram em tudo, mas, nada encontraram.
Já era noite quando Rosa Maria diz a Lucas
-Quando você era meu velho, você punha uma escadinha no ultimo quarto e nunca me falava por que!
Todos riram e foram até o quarto e acharam a escadinha em cima do armário.
-Me vejo deitado no telhado! Diz Lucas.
Achara no banheiro do quarto um alçapão e com a ajuda de um pedaço de madeira abriram-no.
Pedro e Lucas com a ajuda da escadinha subiram, usando uma lanterna para iluminá-los, se arrastaram pela entrada do alçapão.
Depois de uns trinta minutos os dois retornam trazendo uma maleta empoeirada pelo tempo.
Encaminharam-se todos para a sala, onde Lucas abriu a maleta retirando vários documentos e uma caixinha. Lucas diz:
-Podem ler são as provas, documentos legítimos! Abriu a caixinha e dentro havia um diamante raro.
- Com esse diamante podemos comprar a cidade de Ribeirão Preto.
Alguns choraram, outros se olhavam assustados com a verdade da vida!
Esses documentos levaram anos na justiça e quando Luca completou dezoito anos o nome do patriarca da família estava limpo.
Romildo teve um enfarto. Todos os bens foram recuperados, o diamante, a pedido de Lucas foi vendido e o dinheiro doado a instituições de caridade.
Lucas e Maria Paula foram tratados pela família como crianças normais, cresceram se casaram e vi vieram até a hora de retornar para a Verdade Real Amor e Luz!

Ditado pelo espírito
                                  João Harsam

Psicografado pelo médium
                                            Esaú Davi.























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