domingo, 11 de dezembro de 2022

'' DENTRO DE MIM HÁ UM SANTUARIO"

Judite: - Pai, o senhor está atrasado, são três horas da manhã, tinha que estar no mercadão.

 

Higor: - Meu Deus! Acorda Vilma, estamos atrasados, a feira mulher!

Vilma: - Eu estava sonhando com meus pais, eles me mostraram onde vivem agora, é lindo todos unidos. Meu pai com um sorriso, e minha mãe parecia mais jovem. E você me chama!

Higor: - Temos que trabalhar.

Judite: - Café da manhã na mesa, Fabiano não esquece de colocar suas botas.

Vilma: - Boa aula filha, sonhei com seus avós, estão bem.

Higor: - Não precisam mais levantar de madrugada.

Judite: - Pai, não fale assim, bom trabalho.

Montando a barraca na feira, mais um dia de luta.

Higor: - São sete horas da manhã, a feira está cheia. O amigo Aurélio não veio trabalhar, estranho.

 


- Oh, Paulo! Você sabe porque Aurélio não veio trabalhar?

Paulo: - Higor, ontem à noite, Aurélio faleceu não sabemos de que!

Higor: - Eu não sabia, nossos sentimentos.

Vilma ouviu: - Higor, sei que era nosso amigo, Aurélio lutou a vida toda, não sofreu, ele deve estar no lugar que vi meus pais.

Higor: - Vilma, não acredito e não gosto deste tipo de conversa.

Fabiano: - Cruzes, minha espinha ficou gelada sou jovem, bonito, cheiroso!

Higor: - Filho, você está cheirando a feira!

Fabiano: - Mãe ouça minha voz magnífica! Olha a batata!

Vilma ri: - Fale da cebola, fale alto!

Fabiano: - Cebola, aqui tem cebola! Cenourão!

Higor: - São treze horas, podemos ir desmontando, vendemos quase tudo! Vamos arrumar tudo, tem uma camisa no caminhão.

Iremos ao enterro de Aurélio, deixarei o caminhão longe.

Da feira, a família foi ao enterro do amigo Aurélio.

Vilma cumprimentou os parentes, sentou-se no banco, estava muito cansada, ouviu riso de um homem, olha para o lado: - Aurélio o que você faz aqui?

Aurélio: - Vilma, você está no enterro de meu corpo, é engraçado isso!

Vilma: - Aurélio, como você se sente?

Aurélio: - Não me sinto morto! Estou aliviado, preocupado com meu filho Tiago, somos muito apegados. Você pode me fazer um favor de um amigo que foi, mas não foi?

Vilma: - Você não tem jeito, nem nesse estado? Fale!

Aurélio: Diga ao Tiago que conversei contigo dias atrás e que eu disse, que sempre estarei com ele.

Vilma: - Eu digo! Nesta madrugada, sonhei com meus pais, me mostrando onde estavam, é lindo você vai gostar de lá Aurélio.

Aurélio: - Vou chegar e dizer: " Cheguei! "Um senhor vestido de branco, está me dizendo para segui-lo.

Vilma: - Eu estava o vendo! Aurélio obrigada por tudo. Vima foi para o lado de Tiago.

Vilma: - Tiago, esses dias atrás estava conversando com seu pai, ele me disse que se algo acontecesse, ele sempre estaria ao seu lado.

Tiago: - Meu pai, tinha uma fé inabalável. Sempre acreditou na vida após a morte, eu peço a ele que venha me ver.

Higor ouviu: - Eu amo meus pais, eles podem ficar lá em cima, eu cairia duro. Não creio, somos iguais a pedras!

Vilma: - Pare de falar essas coisas! Respeite! E por que somos pedras?

Higor: - Porque vivemos rolando por ai!

Vilma: - Deus te perdoe!

Após o enterro foram para casa exaustos.

Higor:  -Amanhã não tem feira. Aquele bairro de rico só tem venda. Espero que um dia os advogados ganham minha causa trabalhista, aí teremos nossa vendinha. Vou descansar, boa noite!

Um mês se passou, trabalho de todos. Pela manhã a campainha toca, Judite atende:

 - Tia Sandra, tio Francisco, meu primo Caíque, entrem!

Tio Francisco: - Seus pais estão trabalhando?

Judite: - Sim! Estou em casa porque não tem aula hoje, vamos sentar, tomem café, tem pão leite e frutas. Daqui a pouco farei o almoço. Vocês ficarão mais tempo, agora não vão embora logo!

Sandra: - Sim minha sobrinha, seu café está muito bom, podemos ir até a feira?

Judite: - Sim, eu os levarei lá. Mamãe ficará contente em vê-los.

Judite levou os tios na feira onde trabalham.

Fabiano: - Batata! Batatinha! Batatão aqui tem! Cenoura, cenourinha cenourão! Tem também. Chuchu tem para todos.

Tios riram ao ouvir. Fabiano tem boas ideias.

Vilma quando viu a irmã Sandra, ficou feliz, largou tudo e a abraçou: - Que saudades minha irmã!

Sandra: - Também senti muitas saudades de vocês.

Higor cumprimentou a todos, disse ao filho baixinho: - Aí vem problemas.

Fabiano grita mais alto: - Pepino! Pepino temos pepinos!

Judite: - Vamos voltar para casa antes passarei no mercado, esperamos papai e todos para almoçarmos juntos.

No mercado, Judite no final da gôndola, ouviu tia falar com o tio:

 - Francisco, mude de ideia, é minha irmã nossa família, Judite ficou apreensiva.

Em casa, sua tia Sandra auxilia fazer a janta, os pais de Judite chegaram.

Fabiano: - Oh, cheirinho bom! Vou tomar banho logo venha.

Judite pôs a mesa:

 - Família janta na mesa:


 - Pai, o senhor senta na ponta e a mãe na outra.

Higor: - Filha somos simples.

Judite: - O senhor e a mamãe são donos da casa.

Após o jantar, foram para sala ver televisão. Sandra trouxe sorvete.

Vilma: - Estão de férias? Estou contente em estarem aqui.

Francisco e Sandra: - Precisamos conversar, ocorreu algo horrível, nossa casa pegou fogo, perdemos a casa, móveis, o que sobrou está no carro e nas malas.

Vima: - Meu Pai! Arrumaremos um quarto para você Sandra e Francisco, Caíque pode ficar no quarto com Fabiano. Judite tem o seu quarto.

Francisco: - Cunhado, quanto tempo você levou para aumentar a casa?

Higor: - Uns vinte anos, trabalhando muito, mas vocês vão se levantar, a casa de vocês tem seguro?

Sandra: - Infelizmente não tem.

Higor: - É bom nos precaver, Caíque está trabalhando?

Caíque: - Eu  perdi o emprego.

Higor: - Você amanhã levantará as três da manhã e trabalhará na feira conosco.

Caíque: - Eu? Pai! Mãe!

Sandra: - Ótimo, até você arrumar outro emprego.

Vilma: - E você Francisco continua trabalhando no escritório? E a Sandra?

Sandra: - Eu dou minhas aulas particulares e Francisco trabalha no escritório de advocacia.

Judite: - A diretora é amiga da mamãe, a senhora faz curriculum eu levo ou a senhora me acompanha até a escola, é particular dará certo.

Sandra: - Boa ideia eu farei.

Higor: - Peço licença mas vou descansar, amanhã outro dia, bom descanso.

Vilma: - Vou arrumar os quartos já vou deitar.

Vilma foi se deitar, Higor acordado.

Higor: - Vilma, se fosse minha casa que tivesse pegado fogo, e não tivesse seguro eu estaria ardendo de um lado para o outro. Muito sossego deles, então, é sua irmã mas, estou achando estranho.

Vilma: - Sandra é calma, Francisco tem emprego.

Higor: - Tem cheiro de incêndio, três meses somente!

Vilma: - Calma meu marido!

Um mês se passou. Querendo ou não já tinha se passado vinte dias  desde que Caíque estava trabalhando com os tios na feira, Judite levou sua tia Sandra ao colégio, conseguiu no maternal o trabalho.

Dois meses passaram, Sandra se queixando do horário de trabalho que era período integral.


Higor: - Sandra, antes você dava uma aulinha aqui, outra semana que vem agora você tem um trabalho.

Sandra: - Cunhado, você tem razão. Quando eu lembro que aconteceu em nossa casa eu não me conformo.

Vilma: - Irmão, eu sei que não estão na casa de vocês, mas podemos ver uma casa para alugar aqui na vizinhança.

Sandra: - Pagar aluguel?

Higor: - A maioria vive assim!

Francisco chega do trabalho: - Boa noite, como está calor!

Higor: - Vilma está falando a Sandra que vocês estão trabalhando, podemos ver uma casa ou apartamento pela vizinhança. Assim terão o espaço de vocês.

Francisco: - Eu disse a Sandra para começar a procurar uma casa, estamos incomodando vocês.

Vilma: - Vocês são nossa família, não nos incomodam, a Sandra parece nervosa de querer o espaço dela.

Francisco: - Bem, amanhã comece procurando uma casa, se acalme.

Caíque: - Primo, você é esforçado, trabalha na feira e estuda de noite, queria ter esse fôlego.

Fabiano: - Meu pai trabalha desde menino, ele sempre diz que a honra do homem é o trabalho. Eu tive pensando, você faz um curso, para ter uma profissão Caíque você pensa em algo?

Caíque: - Fotografia! Meu pai está arrumando algum negócio, diz que nós nos daremos bem.

Fabiano: - Que tipo de negócio?

Caíque: - Acho que tem a ver com a casa.

Fabiano: - Mas a casa não pegou fogo?

Caíque: - Ele fala de outra casa.

Fabiano: - Conversa está boa, mas tenho que dormir, bom sonho.

Caíque: - Meu pai quer ser rico!

Judite: - Mãe, a senhora pode vim aqui no quintal, preciso conversar.

Vilma: - Vamos, não consegue dormir?

Judite: - Estou pensativa desde que chegaram, quando eles foram na feira, depois fomos ao mercado. Mãe ouvi a tia dizer ao tio para não fazer isso com a casa da família.

Vilma: - Você ouviu direito? Fazer o que?

Judite: - Mãe a senhora sonhou com seus pais antes deles chegarem e se queriam avisar de algo

Vilma: - Não tinha pensado nisso, mas agora que você está falando, sempre achei Francisco duvidoso. Vá descansar filha, pensarei no que fazer.

No dia seguinte, Vilma na feira pede para Higor sair um pouco pela manhã, porque tinha que ir ao médico.

Higor: - Vilma, tinha que ter falado, pediria a Judite para ir contigo.

Vilma: - Fique tranquilo.

Vilma vai até o endereço antigo de sua irmã, bateu no vizinho:

 - Boa tarde! Estou procurando a minha irmã Sandra, a casa pegou fogo, o senhor sabe para onde foram?


Vizinho: - Vou lhe contar uma coisa, o comentário é que Francisco colocou fogo na casa para receber o seguro, ele está endividado.

Vilma: - Obrigada.

 Foi até o escritório que Francisco trabalha, não subiu ao andar, perguntou ao porteiro se conhecia Francisco.

Porteiro: - Sim! De vez em quando ele aparece aqui, agora ele trabalha em outro escritório.

Vilma: - Muito obrigada pela informação. Retorna a feira.

Higor: - Conseguiu a consulta?

Vilma: - Tinha muita gente. Nossa! Uma hora da tarde nosso expediente acabou.

Depois do jantar, Vilma foi ajudar Judite a arrumar a cozinha e Sandra parece animada:

- Irmã, parece que conseguimos uma casa só precisamos de um fiador. Eu sei que você e Higor aceitam nos ajudar.

Vilma vira para Sandra: - O dinheiro do seguro da casa já saiu? Veio aqui uma vizinha sua perguntando por vocês, quando vocês saíram.

Sandra: - Isso demora. Achei que não tivesse seguro, qual vizinho?

Vilma: - Vizinha sabe melhor da sua vida que você! O que está acontecendo Sandra? Ela disse que o comentário no bairro é que Francisco colocou fogo na casa para obter o dinheiro do seguro, pois estão endividados.

Sandra perplexa: - Mas isso é mentira! Francisco! A vizinha veio aqui falar mal de nós.

Francisco: - Da sala eu ouvi, fofoqueiros e mentirosos! Não vai demorar, amanhã assinaremos o contrato, Higor aceita assinar.

Três horas da manhã, a família saiu do carro, caminhão para o mercado e depois para a feira. Por volta das dez horas da manhã, apareceu na feira, Sandra e Francisco: - Gente, temos ótima novidades, a casa é ótima perto de vocês. Só que precisam vocês assinarem como nossos fiadores.

Vilma: - Nunca fomos fiadores de ninguém.

Sandra: - Vilma, você é minha irmã, sei que não negará. O movimento está bom, meu filho se virando.

Vilma olha para seu lado, vê seu pai: - Filha, não faça isso!

Francisco: - Não quero atrapalhar, sei que aqui não é lugar e não dá tempo de vocês lerem, é só assinar.

Higor: - Quantas folhas!

Francisco: - Assine aqui em baixo, preciso só de sua assinatura.

Vilma tentou chegar perto do marido. Sandra a puxou, estou orgulhosa de Caíque.

Vilma: - Higor, você assinou!

Higor: - Sim.

Vilma puxa Sandra pelo braço, leva ao lado da barraca: - Me diz você porque nosso pai disse para não assinar? Sandra se você e seu marido fizerem alguma coisa errada, nunca mais me chame de irmã.

Sandra: - O que é isso mana? Papai está morto! Morreu! Acabou!

Francisco: - Estamos indo, quando chegarem em casa, eu pago o almoço.

Higor: - Vilma o que foi? Eles vão para casa deles. Caíque está trabalhando, sua irmã também, tudo vai dar certo.

Vilma não conseguia trabalhar, pediu para ir embora:

 - Me desculpe, preciso ir embora.

Antes de ir para casa, Vilma passa na igreja. Entra, se ajoelha: - Senhor, por que estou tremendo me perdoe pensar mal de minha irmã, o que é isso que sinto! Após a oração foi para casa.

Judite: - Mãe, de manhã senti mal-estar. Me abraça.

Vilma abraça sua filha: - Filha, não importa o que aconteça, somos uma família, eu te amo! Onde está sua tia?

Judite: - Acho que está trabalhando. O único que chegou deles foi o Caíque com o pai e o irmão cantador. Estão no quarto, ouvindo música. Papai está no quarto dele.

Vilma: - Vou ver seu pai.

Higor: - O que estou sentindo meu Deus?

Vilma: - Você está bem?

Higor: - Eu não sei!  Deus nos proteja. Hoje chamei até pelos meus pais sei que é estranho.

Vilma: - Diria milagre! Higor eu te amo!

Higor riu: - Você me dizendo que me ama, chamem a polícia. Não é só eu que estou estranho, você vai se assustar, somos uma família.

Vilma abraça Higor: - Meu batatão!

Higor: - Vilma, você é minha maçã!


À noite, Judite e Vilma põe a mesa.

Judite: - Eles não vieram almoçar e não chegaram até agora?

Caíque: - Quem não chegou?

Vilma: - Seus pais!

Caíque: - Eles são assim. Adoro a comida daqui de casa, minha mãe só fazia pedido.

Fabiano: - Então tem muito dinheiro!

Caíque: - Que nada, papai vendeu carro da mamãe e o terreno.

Vilma lembrou do que o vizinho disse: - Caíque, seus pais tinham seguro da casa de vocês?

Caíque: - Não sei. Eles estavam brigando muito. Vamos jantar.

Higor: - Vamos, apesar de não estar com fome.

Após o jantar foram deitar.

Caíque: - Boa noite família, daqui a pouco trabalho. Tem uma garota que trabalha com os pais, Celia, linda menina.

Vilma: - Humm, apaixonado!

Três horas da manhã, foram trabalhar. Judite arrumou a cozinha, achou estranho que os tios não estavam. Resolveu entrar no quarto deles e dar uma olhada, abre a porta do guarda-roupa-vazio, gavetas-vazias. Na cômoda-vazia. As malas sumiram.

 Não conseguiu dormir. Não foi para o colégio. Amanheceu, tentou ligar para o irmão, ninguém atendeu. Era dez horas da manhã, campainha toca. Judite vai atender.

Judite: - Bom dia.

- Sou advogado Plínio, vou entrar.

Judite segurou a porta. Plínio e outro homem empurraram a porta com força: - O que você é da casa?

Judite: - Sou filha de Higor e Vilma! Saiam ou chamarei a polícia.

Plínio: - Garota, você vai chamar a polícia para o dono da casa?

Judite: - Seu louco! Meus pais são os donos da casa!

Plínio com documento na mão: - Seu pai assinou a procuração e seus documentos passando esta casa para meu nome! Aliás, a casa é ótima! Vocês têm um dia para tirar tudo.

Judite gritando:

 - Rua! Ela ligou para o irmão:

- Fabiano, veio um homem aqui dizendo que papai assinou um documento passando a casa para este estranho!

Fabiano: - O que?

Caíque: - O que foi primo?

Fabiano: - Mamãe, Judite ligou dizendo que um homem foi em casa, dizendo que o pai passou a casa para o nome desse estranho.

Vilma assustada:

-Vou para a casa, você e Caíque conseguem trabalhar sozinhos?

Fabiano e Caíque: - Sim.

Vilma: - Higor vamos para a casa!

Higor: - O que houve?

Vilma: - Em casa vamos saber!

Os pais de Judite chegaram em casa, Judite tremia. Contou tudo que ocorreu: 

- No quarto deles não tem roupa nenhuma!

Vilma e Higor viram os armários vazios.

Vilma: - Francisco levou os documentos na feira porque sabia que não teríamos tempo para ler, qual nome do advogado?

Judite: - Plinio, se eu ver, reconheço de longe, irei com vocês.

Higor, Vilma e Judite procuraram informações onde Francisco trabalhou com outro advogado.:

 - Francisco foi trabalhar com esse cara porque ganharia mais do que aqui, e planos que não faço. Aqui está o endereço.

Chegando ao escritório desse estranho advogado, entraram sem pedir permissão.

Plinio: - Há! Você que é Higor! Mas você passou para mim sua casa, aqui está o documento.

Higor: - Como assim? Francisco me disse que precisava de um fiador, levou na feira, assinei porque havia muito freguês.

Plinio: - O senhor foi inocente! Ruim para o senhor, bom para mim. Francisco e Sandra me deviam dinheiro pagaram com essa casa. Um dia para mudarem senão mando jogar tudo na rua. Vocês querem pegá-lo, estão neste endereço!

Higor sentiu tontura. Judite pegou água. Vilma chorando:

 - Força marido!

Foram atrás de Francisco e Sandra, hospedados num hotel. Não podiam subir, ficaram no saguão, esperando eles descerem.

Depois de quase uma hora apareceu Sandra e Francisco.

Vilma: - Sandra!

Sandra sem falar nada, segura o braço de Francisco.

Higor: - Vou te pôr na cadeia Francisco!

Francisco: - Eu vou devolver tudo a vocês! Se eu não fizesse isso Plinio me mataria.

Higor: - Morresse com honra!

Vilma olhando para Sandra.

Sandra: - Irmã, pela minha família.

Vilma bateu no rosto de Sandra:

 - Esse tapa é pela minha família. Não tenho mais irmã!

Higor, Vilma e Judite foram na polícia, explicaram tudo! O delegado indicou um bom advogado.

Advogado Almeida: - Tomarei as providências cabíveis, mas demorará um pouco.

Chegaram em casa trêmulos.

Fabiano: - O que houve mamãe?

Judite contou tudo ao irmão. Caíque ouviu:

 - Tios, primos eu não estou nisso que os meus pais fizeram, é monstruoso.

Sandra liga para Caíque. Ele não atende.

No dia seguinte ninguém foi trabalhar.

Higor sentado: - O que faremos?

Vilma: - Me perdoe Higor, por favor se cuide! Tenho medo de acontecer alguma coisa contigo, podemos perder tudo, mas como nosso tesouro é a nossa família.

Higor: - Fui burro! Como fui assinar aqueles papéis?

Fabiano e Caíque na cozinha fazendo um lanche para a família.

Judite: - Pai! Mãe por favor, comam alguma coisa.

Caíque chorando: - Perdão tio, tia, perdão pelos pais que tenho!

Vilma e Higor abraçaram Caíque:

 - Você é bom garoto! Todos dormiram na sala.

A tarde Plínio e seus homens bateram na porta, ninguém atendeu.

No dia seguinte, o advogado ligou pediu para família ir ao escritório. Quando retornaram, Plinio na calçada rindo, todos os pertences da família na rua.

Fabiano e Caíque foram para cima de Plinio!

Higor grita: - Não façam isso! Não sujam suas mãos com gente como ele! Coloquem nossas coisas no caminhão.

Judite: - Para onde iremos?

Vilma: - Deus mostrará!

A vizinha veio ao encontro da família. Dona Olivia, uma senhora de bom coração:

 - Não importa o que aconteceu, não ficarão na rua! :

 - Vilma venha na minha casa.

Vilma entrou na casa de dona Olívia.

Olívia: - Aqui está a chave, é minha casa, são três quadras daqui eu ia vender. Fiquem na casa por tempo que precisarem. Depois nós conversaremos.:

-Vilma, não deixe Higor sofrer mais, ele é um homem honrado!

Vilma abraçou dona Olívia, beijou as mãos dela, correu até Higor, mostrou as chaves.

Fabiano: - Pai força! Nós vamos vencer! Vamos para nova casa, eu já estava enjoado daqui.

Judite: - Eu também!

Caíque: - Adoro mudar! Vamos tios!


Quando Vilma e Higor entram na casa de dona Olívia, se assustam! Três salas, quatro quartos, suíte com banheiro. Um maravilhoso jardim, quintal enorme! Garagem para três carros. Portão fechado, interfone.

Fabiano: - Pai, o caminhão cabe na garagem, antes ele ficava na rua.

Judite pôs uma música para descontraírem.

Até anoitecer a mudança acabou. Judite, Fabiano e Caíque fizeram a janta.

No dia seguinte Higor e Vilma foram na casa da dona Olívia: - Não sabemos como agradecer. Sua casa é linda. Queremos saber o aluguel, não podemos compra-la.

Dona Olivia: - Vocês já pagaram. Quantos legumes e frutas que me trouxeram. Se meu marido estivesse aqui, faria o mesmo. Tenho  o Flocky, meu cachorrinho è meu filho. Os meus filhos moram em outra cidade. Vocês são uma família honesta!

Vilma chora, conta a dona Olivia o que sua irmã fez com a família.

Dona Olívia:

- Sua irmã é uma alma doente, não sabe o que é amor, tenha pena dela quando sair da Terra, seu cunhado nem vai passar da escuridão, se aproveita de todos, há lugar para gente assim. Precisam de oração! Fiquem em paz. Nada de aluguel!

Vilma: - O que a senhora precisar nos chame, obrigada!

Higor: - Deus as abençoe, obrigado!

Dona Olívia: - Higor se cuide, não deixe se abalar, Judite sua filha mais nova precisa de ti.

Chegaram em casa na mesa, pizza!

Judite: - Caíque que pediu!

Caíque: - Estou guardando um dinheiro para minha faculdade de Odontologia, quero ver todo mundo sorrindo.

Riram, sentaram junto à mesa.

Fabiano: - Vamos a pizza!

Judite: - Os nossos móveis sumiram nessa casa, tem piscina.

Higor: - Mais um dia de descanso porque amanhã todos na piscina.

Depois de dois dias, a vida voltando ao normal, todos trabalhando e estudando. Faziam de tudo para deixar Higor e Vilma um pouco animados.

Judite chorava no banheiro.

Fabiano ouvia música, Caíque em silêncio as vezes pedia para ajudar na cozinha: Tia me ensina a cozinhar?

Vilma orava: - Higor vamos a missa.

Higor: - Vamos.

Os filhos não acreditavam no que estavam ouvindo, o pai indo à missa:

 - O que foi? Nunca viram um homem de família ir na missa?

Caíque estava estudando muito. Fabiano o ajudava, prestaram vestibular. Quando saiu o resultado, os dois desfilaram na sala. Os pais e Judite sem entender nada, ficaram olhando o desfile.

Vilma: - Vocês dois serão modelos?

Fabiano: - Eu passei no vestibular para manétologia.

Todos: - Para que? O que é isso?

Fabiano ria: - Passei para Arquitetura.

Caíque: - Eu passei para Cebologia.

Todos: - Cebologia?

Caíque rindo: - Passei em Odontologia.

Higor: - Os meninos evoluíram. Me deem um abraço meus meninos.

Vilma e Judite os abraçaram.

Caíque: - Tenho dinheiro guardado desde que era garoto, meu pai esqueceu. Ele colocou e falou para que eu devolvesse para ele quando adulto. Mas não tenho mais pais, vou cuidar de mim.

Fabiano: - Dá para mim trabalhar e estudar, guardei algumas moedas.

Vilma: - Graças a Deus, alguma coisa boa aconteceu agora falta a Judite, o que você irá estudar filha?

Judite: - Eu? Gosto de crianças, vou continuar estudando pedagogia, vou pensar.

Passaram quase cinco anos. Fabiano e Caíque se formaram estavam felizes em suas formaturas, Judite um ano antes em pedagogia.

Dona Olivia sempre na casa deles, foi na formatura dos jovens. Ela não via os filhos há anos. Me sinto sozinha, depois que meu filhinho foi embora.

Higor: - Dona Olivia, há um lindo quarto aqui para senhora.

Vilma: - Sim, minha amiga não está sozinha.

Caíque: - Onde come um, come cem.

Dona Olivia ria: - Eu não como tudo isso! Eu aceito.

Depois de dois dias dona Olivia mudou-se para casa dos amigos.

Fabiano trabalhando em projetos numa empresa a tarde, não parou de ajudar os pais na feira.

Caíque trabalhando em um consultório dentário a tarde e de manhã junto com senhor Higor.

Judite: - Pai, este número diz que é seu advogado.

Higor ligou: - Estarei aí em meia hora.

Vilma: - O vento me chamou!

A noite todos juntos.

Higor:  - Família depois de um tempo aquele dinheiro que coloquei no advogado saiu! Estive pensando em abrir uma venda, não grande, assim o menino não tem que fazer esforço de levantar de madrugada. Trabalhar a tarde. Eu não quero para de trabalhar.

Vilma: - Você vai vender o caminhão?

Higor: - Não, ele nos ajudou muito. Pensei em darmos uma reforma, quando abrirmos a venda, ele irá nos ajudar.

Fabiano: - E da casa que era nossa, alguma notícia?

Higor: - Não filho!

Um ano se passou, dona Olivia se sentiu mal, foi levada ao hospital, os filhos chamados, só queriam saber da casa.

Dona Olivia partiu sem sofrimento, conversando com Vilma.

Depois de quinze dias, a família  é chamada pelo advogado de dona Olivia:

 - Ela deixou este documento a vocês Higor e Vilma.

O advogado disse: - Higor sua vida vai mudar quando ler!

Vilma viu seu pai sorrindo no terraço: - Pai o que houve?

Pai de Vilma:

 - Higor sempre foi durão porque foi criado pelos tios, sua mãe tinha ido embora na verdade ela foi expulsa da família, quando era bem mocinha dezessete anos, porque estava grávida. Sofreu muito, conheceu um bom homem, casaram, tiveram filhos.

 Marido dela comprou a casa que vocês estão morando. Mas quando soube e viu vocês mudando para aquela casa, ela pediu para mudar quase em frente à casa de vocês. Filha, veja a carta, ela reconheceu o filho que a tia dela cuidou os tios de seu esposo. Você irá entender aos poucos.

Vilma: - Deus!


Higor abriu o envelope, documento da casa que eles viviam. Dona Olivia deixou para Higor.

Advogado: - Sente-se e leia.

" Para Higor com amor,

Higor minha vida não foi fácil. Conheci meu primeiro amor quando tive dezessete anos, fiquei grávida dele, naquela época era desonra engravidar solteira e jovem, meu pai me mandou para casa de meus tios.

Tive meu filho na casa deles. Depois de três meses voltei para casa de meus pais, meus tios criaram meu filho, fui proibida de vê-lo. Me casei logo com um homem bom.

 Ele comprou esta casa que você e sua família moram que agora é sua. Quando vi novos vizinhos, eu te vi, meu coração bateu, não precisava de nenhum exame. O mesmo jeito de falar, seu rosto parecido demais com seu pai, o mesmo sinal no lado direito da testa, eu soube que era meu filho.

Pedi para investigarem. Deus me trouxe você de volta! Achava que não tinha direito de dizer que você é meu filho. Pedi ao PAI que me desse uma chance, naquela tarde de dor da sua família com os móveis na rua. Eu pensei esta é a hora!

 E foi para mim uma alegria meu filho, mesmo sem saber, está de volta e quando fui chamada para morar com vocês. 

Meu coração estava muito feliz. Vivi com vocês os melhores dias de minha vida. Higor, você é meu filho com Alcides, peça ao advogado outro envelope.

Meus filhos, seus irmãos do outro casamento sabem que vocês são irmãos. Esta casa é sua!

Meu filho Higor, você e a Vilma, doce esposa se tornou outra filha, meus netos Fabiano e Judite e meu sobrinho Caíque, amo vocês. Onde eu for estão comigo. Me perdoe filho pela minha fraqueza.

Sua mãe Olivia".

Higor as lágrimas molham a sua camisa, Vilma o abraçou.

Higor: - O envelope que aqui diz.

Advogado deu.

Higor abriu era foto de seu pai:

 - Meu Deus sou a cópia do meu pai Alcides!

Advogado: - A casa é sua, senhor Higor! Adeus!

Vilma e Higor foram para igreja participam da missa.

No jantar, a mesa linda arrumada por Higor e Vilma.

Higor antes de jantarmos quero falar algo:

 -Hoje, eu e sua mãe fomos ao advogado, senhora Olivia era minha mãe!

Fabiano, Judite e Caíque: - O que?

Vilma: - Deixem o pai de vocês lerem. Após lerem, estavam felizes pelo pai.

Higor: - Eu falava que não queria ver meus pais, porque eram meus tios, eles foram austeros!

Judite: - Dona Olivia minha avó!

Vilma: - Seu pai tem dois irmãos.

Fabiano: - Está chegando o Natal, e se chamássemos todos para a ceia?

Vilma: - Adorei a ideia, o que você acha Higor?

Higor: - Mas, eles não se incomodavam com a mãe, ou minha mãe.

Judite: - Pai, essa casa era do pai deles, há muitas lembranças e você daria uma lição, conheceria seus irmãos. Natal é nascimento de Jesus!

Caíque: - Boa ideia! Pena que meus pais têm chifres na cabeça.

Vilma: - Que horror Caíque! Ore por eles.

Depois de dois dias, Higor ligou para seu irmão Tarcísio e sua irmã Karen, ambos disseram que iriam pensar.

Vilma: - Higor, você já decidiu o que fará, abrirá uma venda ou salão de beleza?

Higor: - Não falei! Uma venda de frutas, verduras e legumes, talvez outros itens. Estou providenciando.


Vilma: - Se sobrar queria abrir uma lojinha, venderia roupas, sapatos, tudo usado assim ajudaria quem não pode ir a grandes lojas.

Judite: - Vamos arrumar a casa, amanhã é a Ceia!

Caíque saindo do consultório, uma mulher com roupas simples:

-  Filho!

Caíque: - Mãe, você está diferente, onde está suas joias? Cabelo arrumado? E o pai?

Sandra: - Tudo isso passou, ele está preso, continuou com seus empreendimentos. Me largou, eu vivo pegando recicláveis para vender.

Caíque: - Eu sinto muito mãe! Jurei que não queria mais vê-los. Como a senhora sabia que eu trabalhava aqui?

Sandra: - Acompanhei de longe seus passos, tudo que fiz não tinha direito de vê-lo, mas hoje queria ver meu filho.

Caíque: - A senhora já almoçou?

Sandra: - Não!

Caíque: - Vamos almoçar no restaurante aqui perto.

Judite e Vilma arrumando a casa, decorando.

Judite: - A senhora vai comprar presentes?

Vilma: - Não acho certo dar presentes, recebemos tanto de Deus e ELE deu um presente para nós, seu filho Senhor Jesus.

 A família do Senhor quando ELE veio ao mundo, todos o recusaram, foram para um estábulo e filha, olha onde vivemos.

Judite: - Verdade mãe! Somos egoístas.


Caíque: - Mãe, vou te levar em casa.

Sandra: - Não precisa, tenho vergonha, moro numa comunidade.

Caíque: - Lá tem estacionamento? Longe eu deixo o carro.

Sandra: - Não tem, deixe o carro porque vamos de ônibus, se você quer conhecer.

Chegando na casa da mãe, Caíque olhando tudo, um quarto de madeira, era cozinha, banheiro lá fora, uma cama, um fogão, não tinha geladeira poucas roupas.

Caíque abraçou a mãe e chorou.

Sandra: - Filho, te peço perdão!

Caíque: - Pegue suas roupas, tudo que puder nas sacolas. Vou tirar você daqui:

 - Mãe, fica aqui neste restaurante, eu já volto.

Duas horas depois, Caíque voltou, pagou a conta:

- Vamos mãe, para sua casa.

Sandra: - Caíque, não quero ir para casa de minha irmã, eu os prejudiquei.

Caíque: - Eu sei! Chegamos. Este apartamento de um quarto, sala, cozinha, banheiro mobiliado a TV eu trago depois.

Sandra: - É um palácio eu não posso pagar.

Caíque: - Eu pago o aluguel. Agora preciso ir, me promete que não vai fazer nada errado mais.

Sandra: - Eu prometo.

Vilma e Judite na cozinha:

 Higor chegou contente:

- Minhas meninas, teremos nossa venda! Tem comida nessa casa!

Caíque e Fabiano chegam juntos.

Após o jantar Caíque fala para a família:

 - Preciso conversar com todos hoje. Saindo da clínica, vi minha mãe, não a reconheci, estava com roupas humildes cabelo sem tingir, outra pessoa a levei para almoçar. Ela disse que meu pai está preso.

Pedi para me levar onde mora, ela recolhe recicláveis para vender e vive numa comunidade. Uma casa de madeira com um cômodo, banheiro lá fora. Me senti um nada. Apesar de tudo é minha mãe. Meu pai está preso. Não aguentei, pedi para pegar roupas, a levei para morar num apartamento de um quarto mobiliado.

A família abraçou Caíque e choraram.

Vilma: - Como minha irmã se acabou! Caíque eu quero vê-la.

 Após o jantar, Caíque levou sua tia para ver a irmã. Tocou a campainha.

Sandra abriu a porta, abraçou o filho. Vilma aparece e ambas se abraçaram.

Sandra: - Perdão irmã! Perdão!

Vilma: - Eu te perdoo minha irmã! Você quer passar o Natal conosco?

Sandra, olhou para Caíque e ele acenou dizendo sim!

Na noite de Natal, a casa está linda, chega para surpresa de Higor, os irmãos Tarcísio e Karen com suas famílias. Caíque entra com Sandra.

Judite acena de longe para Sandra.

Fabiano abraça a tia: - Seja bem-vinda!

A linda mesa da Natal, vinte pessoas. Antes de cearem, Higor orou:

"Senhor Jesus, estamos unidos para comemorar seu aniversário. O Senhor é a Luz do mundo, é Nosso Sagrado Santuário, este lar é vosso Meu Senhor! Feliz Luz a todos"

Após a ceia, Vilma pede para Sandra dormir em casa. Ela aceitou.

Vilma vê dona Olivia sorrindo e seus pais: - A senhora está feliz por seus filhos juntos. Todo dia é um milagre na nossa vida!

Judite: - Pai! Mãe! Quero falar com vocês. Sabem que eu estou namorando, ocorreu algo, não esperado, mas Carlos me deixou.

Vilma: - Quantos meses?

Higor: - Menino o u menina?


Judite: - Estou de dois meses. Vocês estão zangados comigo?

Higor e Vilma: - Minha querida filha, seja bem-vindo neto ou neta!

Fabiano: - Eu ouvi direito? Estou velho! Serei titio!

Depois de oito meses, nasceu Robinson! A alegria da casa! Higor! Vilma, vamos ter um bebê?

Vilma: - Você é meu bebê! A vida é maravilhosa.

Saudações a todos.

                                       Luz para Luz!

 

 

 


 

 

 



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